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Opinião

Os Escudeiros do Leão

Por Miguel Braga*
12 Nov, 2020

São os verdadeiros escudeiros dos tempos modernos, fiéis companheiros de luta, independentemente dos resultados, nas horas boas e nas menos boas, sempre presentes na longa estrada da competição

Nesta edição do Jornal Sporting damos a conhecer os guardiões da nossa camisola. São eles que cuidam, preparam e estimam o equipamento com que os nossos atletas entram em campo. São os verdadeiros escudeiros dos tempos modernos, fiéis companheiros de luta, independentemente dos resultados, nas horas boas e nas menos boas, sempre presentes na longa estrada da competição. São também os primeiros a chegar e os últimos a sair depois de suadas as camisolas (páginas 14 a 18). São anos e anos dedicados ao Clube, aos jogadores, ao Desporto Nacional. A todos, o nosso muito obrigado.

O último fim-de-semana foi novamente 100% vitorioso. Onde entrámos em campo, conseguimos trazer a vitória, elevando o nome do nosso Clube, construindo as bases de uma época que se apresenta longa, difícil, num contexto nunca vivido, com as bancadas dos estádios e dos pavilhões ainda despidas de adeptos. Vivemos, de facto, numa altura única, mas contamos e queremos contar com o apoio de todos os Sportinguistas. Esperamos que em breve, ou o mais rapidamente que as nossas autoridades permitirem, possamos contar com todos nas bancadas a apoiar as nossas equipas e os nossos atletas. Este terá de ser o caminho do Sporting CP.

Uma palavra também para um dos maiores atletas de sempre do nosso país, Bessone Basto, uma lenda Leonina viva, homem de vários desportos, atleta de excelência que provou o seu valor em mais do que uma modalidade. É de homens assim que é feita a nossa História, do seu suor, das suas vitórias e superações. A grandeza do Sporting é também carregada nos seus ombros (páginas 3 e 4).

Os campeonatos ainda agora começaram, mas é de assinalar o facto de o Sporting CP estar na frente em mais do que uma modalidade. No futsal, a equipa de Nuno Dias tem o registo imaculado de sete vitórias em sete jogos, sendo que até ao momento Cardinal é o máximo goleador da prova com nove golos e Merlim o rei das assistências, com oito. No basquetebol, depois da extraordinária vitória na Taça de Portugal, os Leões de Luís Magalhães também se encontram invictos, liderando a prova com cinco vitórias em outros tantos jogos. No hóquei em patins, os pupilos de Paulo Freitas cederam apenas um empate e conquistaram seis triunfos, liderando também a classificação. No andebol o campeonato está ao rubro e a equipa de Rui Silva implacável, com nove vitórias em nove partidas.

Last but not the least, no futebol conseguimos o melhor arranque dos últimos anos, com a equipa de Rúben Amorim na frente da Liga NOS, sendo até à data a única equipa sem derrotas do campeonato. As exibições e os golos de Pedro Gonçalves, a segurança de uma defesa comandada pelo nosso capitão, a consistência de João Palhinha e a magia de João Mário, a presença de vários jogadores oriundos da nossa formação, a garra contagiante de Nuno Santos, mas especialmente o espírito de grupo construído, são factores que permitem a todos sonhar. Neste caso, tão importante como sonhar, será fazê-lo com os pés bem assentes na terra, nunca fugindo do objectivo delineado por toda uma estrutura: jogo a jogo, apenas e somente isso. As contas serão feitas no final.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

O rugido do Leão

Por Juvenal Carvalho
12 Nov, 2020

Sabemos que estamos numa fase inicial da época desportiva. Mas como também todos o sabemos, o caminho faz-se caminhando. E parece que estamos a trilhar o caminho certo que nos pode fazer ouvir bem alto o Rugido do Leão

Depois de um sábado completamente ganhador, com vitórias no hóquei em patins ante o FC Porto, e com dose tripla de conquistas frente aos vimaranenses em basquetebol, voleibol e futebol, e todas elas em forma de passear classe, eis que no domingo de manhã, e com uma noite bem dormida, com o sono dos justos de um Leão feliz, acordei cedo não só para ler a imprensa, mas sobretudo para ver a equipa B de futebol, onde estão na forja mais Leõezinhos para dar o salto – saltou-me à vista a forma como Pedro Marques cheira o golo –, mas vê-se classe sobretudo naquele colectivo, quando terminado o jogo com mais uma vitória e a confirmação da liderança, e no intervalo do começo de mais uma conquista do nosso voleibol – mais tarde também o futsal haveria de dar mais um “chocolate”, continuei sintonizado na Sporting TV e vi o sempre fantástico programa Porta 10-A. 

E se todos eles são com vultos da vida Leonina, este foi com uma referência da minha adolescência, e que simbolizou como poucos o momento vivido nos dias de hoje pelas equipas representativas do Sporting CP: garra, alma, alegria e fome de conquista.

Falo de António Nogueira. Um Leão, que chegado tarde – 29 anos – ao Clube do seu coração desde menino, não deixou de pincelar a sua marca com a conquista de um Campeonato Nacional e uma Taça de Portugal, na dobradinha de 1981/1982, e deixou sobretudo aquilo que expressou na entrevista. Uma vontade indomável, em que espalhou classe, mas sobretudo uma garra inusitada e uma vontade de vencer que acabaria por surgir de forma natural. Falou com estima de Malcolm Allison – o célebre “Big Mal”, treinador campeão dessa época, bem como de todos os colegas de equipa de então, mas sobretudo do “trio maravilha” formado por António Oliveira, Manuel Fernandes e Rui Jordão, que eram na realidade de uma categoria ímpar. Foi um recordar de tanta coisa da minha parte enquanto o ouvia deliciado. 

E ao recuar no tempo com a forma emocionada com que António Nogueira falava do “seu” Sporting CP, situei-‑me também no momento actual. Vejo na nossa equipa de futebol, bem como nas restantes modalidades, uma vontade e uma alegria de jogar que nos garante um momento que nos pode trazer alegrias futuras. Sabemos todos que estamos ainda numa fase inicial da época desportiva. Mas como também todos o sabemos, o caminho faz-se caminhando. E parece que estamos a trilhar o caminho certo que nos pode fazer ouvir bem alto o Rugido do Leão.

Termino como por vezes ecoa no estádio e no pavilhão através do nosso speaker. Continua, Sporting... continua!

Pausa

Por Pedro Almeida Cabral
12 Nov, 2020

A longa caminhada do campeonato ainda agora começou. Falta muito futebol. Mas há algo que podemos dar como assente: este é o Sporting CP que Sócios e adeptos querem ver jogar

Aproveitando a pausa para os jogos das selecções, é altura de fazer um balanço do percurso da nossa equipa no campeonato. Sete jogos disputados e o Sporting CP lidera a classificação com seis vitórias e um empate contra o FC Porto. É a equipa que mais vezes marcou, com 19 golos, tendo sempre concretizado, pelo menos, dois golos. Aliás, nos últimos três jogos, marcou, ao todo, 11. Também somos a equipa que menos golos sofreu, com apenas quatro tentos concedidos. Somente por uma vez o Sporting CP sofreu dois golos, contra o FC Porto. Em quatro das seis vitórias, a nossa baliza manteve-se inviolada, sem que Adán tivesse de ir buscar a bola ao fundo das redes. Números que demonstram consistência defensiva, oportunidades de golo e um colectivo empenhado. E que acabam por ter reflexo nalgumas prestações individuais: Pote é o melhor marcador da primeira liga, com sete disparos certeiros, sendo até dos jogadores europeus que mais rapidamente está a marcar golo, como indica o sempre interessante GoalPoint.

Uma prestação que não surge por acaso. Houve uma profunda renovação que se tem revelado acertada. No último jogo, contra o Vitória SC, alinharam como titulares pelo Sporting CP nada mais nada menos do que oito jogadores que no ano passado não faziam parte da equipa. Já falámos de Pote. Mas também temos de falar de Adán, Feddal, Porro, Nuno Santos, Palhinha e João Mário. Tal como de valores que começam a ser seguros: Nuno Mendes, Tiago Tomás, Matheus Nunes e Daniel Bragança. Isto numa equipa que deixou de contar com Mathieu, Vietto, Acuña e Wendel. Afinal, não houve uma renovação, houve sim uma autêntica revolução. O Sporting CP mudou muito desde a época passada. Mas mudou muitíssimo bem. Sobretudo porque contratou quem precisava para onde precisava, desde a baliza até à frente. Tendo feito negócios que demonstram acompanhamento atento da realidade do futebol nacional. O caso de Nuno Santos é exemplar. O extremo, que mostrava muita qualidade no Rio Ave FC, não sendo titular indiscutível, leva três golos e três assistências.

Palavra final para Rúben Amorim, que aplica as suas convicções tácticas de forma convicta e é um exímio comunicador, para dentro e para fora. A forma como preparou a pré-época e como tem gerido os recursos da Academia confirma o seu valor. Um balanço nesta altura é apenas isso, um balanço. A longa caminhada do campeonato ainda agora começou. Falta muito futebol. Mas há algo que podemos dar como assente: este é o Sporting CP que Sócios e adeptos querem ver jogar.

 

Guimarães… sim, até parece simples!!!

Por Tito Arantes Fontes
12 Nov, 2020

Vamos ter no futuro, mais breve que tarde, horas difíceis. Pois bem, preparemos esses momentos para em unidade nos defendermos! Porque só unidos poderemos vencer!

Fomos no sábado à noite a Guimarães, berço da nacionalidade! E que bem que jogámos. Categórico! Pujante! Entrada de Leão! Jogo controlado! Quase todo o jogo foi mesmo muito bem controlado. E aquela permanente sensação de que qualquer percalço seria sempre resolvido. A mesma sensação, aliás, que temos quando atacamos… a sensação de que todos os nossos ataques podem resultar em golo! Parece simples! Até parece mesmo simples! Mas não, não é! É fruto do trabalho, da dedicação, do empenho, da devoção, do querer, do esforço! Dá gosto ver esta equipa a jogar. O melhor ataque e a melhor defesa do campeonato. Líder incontestado à 7.ª jornada. Com quatro pontos de avanço sobre a dupla de segundos classificados e sete sobre o quarto classificado. Todos favoritos para este campeonato, no qual – nós, Sporting CP – iríamos fazer figura de corpo presente, lambendo continuadamente as nossas feridas. Esse foi o “programa” apresentado e anunciado em todos os areópagos do nosso futebol. Repetido à exaustão por todos os “cientistas” do ludopédio nacional. Bem, mas depois… depois começou o campeonato nacional e esses seres… do alto da sua cátedra demoraram a ver, demoraram a acreditar… demoraram a perceber… porque eles, esses “pseudocientistas”, afinal não percebem nada de nada! Não percebem nada de bola! Sim, dessa, da “redondinha”! Mas o Rúben Amorim, sim! O Rúben Amorim percebe! O tal que era caro demais, que não valia nenhum milhão… quanto mais dez! Calaram-se, esses “crânios” calaram-se! Essas “luminárias” fundiram-se! E oxalá assim continuem… reduzidas ao triste espectáculo de terem de balbuciar tropegamente razões para desdizerem o que ainda há escassas semanas bolsavam… quando se entretinham com fel a denegrir o Sporting CP! E impiedosamente calcavam em cima do nome do nosso grande amor… o Sporting Clube de Portugal!!! Mas este Clube, este nosso SCP, é gigante, é enorme, é lendário! E – qual fénix – renasce, renasce sempre! Agora temos um grande treinador, uma bela equipa, fizemos óptimas e cirúrgicas contratações, mantivemos os jogadores experientes que deveriam compor o nosso balneário, promovemos enormes talentos da nossa Academia! Mas – na altura em que esse trabalho foi feito, jogador a jogador, um por um – eles não viram, eles não perceberam… eles nem sonharam… porque eles, afinal, de bola… nada sabem! De Sporting nada percebem!

E agora nós, Leões, estamos todos na hora de – em uníssono e com os pés bem assentes no chão – apoiarmos o nosso SCP! Ajudarmos. Acarinharmos a nossa equipa. Vamos ter no futuro, mais breve que tarde, horas difíceis. Pois bem, preparemos esses momentos para em unidade nos defendermos! Porque só unidos poderemos vencer! E sim, em cima de nós, virá desabar o dilúvio desse obscuro, tentacular e subterrâneo “poder bicolor”, que – atarantado, roído pela inveja, pelo ciúme – espreita a sua hora, a hora de nos destruir, pela insídia, pelo veneno, pela deslealdade!

Entretanto, enquanto o SCP fazia o seu “trabalho de formiga”, outros – quais “cigarras” – prepararam a sua equipa com muitas dezenas de milhões… e que belos espectáculos têm proporcionado! Palhaçadas contínuas! Hilariantes! E conseguiram mesmo “truplicar” o anedotário nacional! Uns pândegos… essas autênticas toupeiras de circo! E que – depois de terem eleito o seu “koreano” líder – todos os dias continuam a ver nascer novas buscas, novas suspeitas… até se gozar a bom gozar no nosso planeta Terra com o prémio que o nosso povo já lhes atribuiu… o Prémio Buskas!!!

Por último, nas modalidades vamos também de “vento em popa”… o aperitivo na tarde de sábado foi, aliás, a bela vitória sobre os dragões, dizimados com quatro golos sem apelo nem agravo no nosso fantástico Pavilhão João Rocha!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Pioneiros desde o primeiro dia

Por Miguel Braga*
05 Nov, 2020

Júlio de Araújo fez isso e muito mais. Homem de grandes ideias e visão, fez de tudo para apetrechar a equipa de futebol com um grande treinador

Desde o início dos tempos que o Sporting Clube de Portugal prima por ser pioneiro no Desporto no nosso país. A nossa História, dos nossos atletas e dirigentes, é um mar de vontades que lutaram contra várias correntes, fazendo do Sporting CP aquilo que ele é, com os nossos valores e vontade de vencer. Nesta edição do Jornal Sporting recordamos um pouco da segunda década do século XX que foi repleta em acontecimentos que marcaram para sempre o Clube.

A começar pela criação do nosso Jornal – na altura “Boletim do Sporting” – que nasceu para ser o primeiro dos clubes portugueses, mas também fazer frente aos adeptos e seguidores do eterno rival e da pressão por si exercida sobre os árbitros e a uma certa discricionariedade da imprensa desportiva de então. Foi pela mão do presidente Júlio de Araújo (páginas 3 e 4) que se começou a escrever sobre a égide do Leão, num primeiro número com a sua “Razão de Ser”.

Foi também por esta altura que o Sporting quis deixar de ser apenas de Lisboa para se estender ao país, com a criação do movimento das filiais e delegações, multiplicando o seu número de associados em dez vezes, dando ao Clube outra força, outra vitalidade, outra raça. Mais uma vez, foi a visão e a resiliência de Júlio de Araújo que permitiu ao Clube este crescimento exponencial. 

Mas Júlio de Araújo fez isso e muito mais. Homem de grandes ideias e visão, fez de tudo para apetrechar a equipa de futebol com um grande treinador. E foi assim que o Sporting CP se sagrou pela primeira vez Campeão de Portugal, ganhando ainda dois Campeonatos de Lisboa. Desportista convicto, foi um ávido praticante de várias modalidades, contribuindo mais tarde para a hegemonia do Clube tanto no atletismo como na natação.

Tão importante foi o registo que fez para a História dos primeiros anos do Clube a pedido de Francisco Gavazzo. Mais tarde, já na década de 1960, voltou a contribuir para o nascimento do livro de Eduardo Azevedo, “História e Vida do Sporting Clube de Portugal”, sendo por isso responsável por grande parte da vida do Clube que nos chegou por esta via.

Miguel de Cervantes escreveu um dia que “a História é testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro”. Conhecer a História do Sporting CP ajuda-nos a preparar o caminho que temos e queremos percorrer. É tempo de unir esforços e de perceber que aquilo que nos une, o Sporting CP, tem de ser sempre superior às nossas diferenças. Em todas as modalidades o melhor remédio são as vitórias, mas também a atitude competitiva, o querer fazer mais e melhor, o continuar a lutar, se necessário, contra tudo e contra os demais. No próximo fim-de-semana voltamos a competir em várias frentes depois do recuo do Governo relativo às competições extrafutebol profissional.

Quem não recua sobre a proposta de divulgação do áudio do VAR é o Sporting CP. No universo do Desporto há vários exemplos que deveriam ser seguidos e contribuiriam para continuar o processo da credibilização da arbitragem em Portugal. A ler (nas páginas 28 e 29) a entrevista a Pedro Azevedo, antigo árbitro e actual comentador do programa Raio-X Sporting, da Sporting TV.

Por último, no passado mês de Outubro, o Clube disse adeus a duas figuras emblemáticas: Gomes Ribeiro, “um homem que nos vai fazer muita falta”, segundo as palavras de Aurélio Pereira; e Joaquim Miranda, paraquedista, ex-pugilista e antigo campeão nacional na categoria de pesos-pesados ao serviço do Sporting CP. Exemplos de esforço, devoção e dedicação que tanto contribuíram para a glória do nosso Clube. Às suas famílias e amigos, os nossos mais sinceros sentimentos.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Passo a passo…

Por Juvenal Carvalho
05 Nov, 2020

Sente-se uma boa auréola em torno do grupo de Rúben Amorim, que a cada dia vai convencendo até os mais cépticos, com a equipa a jogar com uma alegria contagiante

O bom início da nossa equipa de futebol tem devolvido aquilo que andava, infelizmente, arredio em cada um de nós. Sente-se de novo que existe esperança e que, nas inúmeras tertúlias Leoninas, se fala de futebol com muito mais alegria. Com aquela esperança tão peculiar e alusiva à nossa cor, o verde, que é imagem de marca centenária do nosso emblema.

Sei que a procissão ainda está a sair do adro, sei até que a época será longa, e que este ano, levado por esta pandemia que nos bateu à porta sem querer partir, muito poderá até ser desvirtuado pelos inúmeros surtos que assolam os atletas, e que ao Sporting CP, por exemplo, até já lhe possa ter custado, sobretudo pelas ausências de peso nos jogos que efectuou, o possível acesso à fase de grupos da Liga Europa.

Não sou de partos prematuros, porque como já referi tudo está ainda muito embrionário. Decorridas estão apenas seis jornadas. Uma coisa é certa desde o início… sente-se uma boa auréola em torno do grupo de Rúben Amorim, que a cada dia vai convencendo até os mais cépticos, com a equipa a jogar com uma alegria contagiante.

Um conjunto de aquisições bem conseguidas como Adán, Nuno Santos, Pote, Feddal e Porro, que têm sido escolhas regulares no onze, aliado aos regressos de João Mário e Palhinha, que acrescentaram “perfume” e qualidade ao meio-campo do Sporting CP, bem como ao lançamento de muitas crias do Leão vindas da formação, como Daniel Bragança – também ele regressado de um empréstimo, Nuno Mendes, Matheus Nunes, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Tiago Tomás e Joelson Fernandes, que estão na antecâmara do sucesso e que na época passada andavam ainda pelos sub-23, são elucidativos de que a aposta na juventude, complementada com jogadores já de créditos firmados, tem dado uma mistura explosiva e um cocktail de esperança no futuro.

Como escrevi no título desta coluna de opinião, e apesar da muita água que ainda irá correr por debaixo das pontes, uma coisa é óbvia até ao momento. Temos o direito à esperança no tal passo a passo. A pressão de jogar no Sporting CP é sempre positiva. Roma e Pavia, como naquele velho ditado, não se fizeram num dia. Sabemos até que os rivais principais têm orçamentos muito mais altos, e que não será num qualquer golpe de magia que as coisas acontecem.

Como dizia com a sua imensa sabedoria o professor Mário Moniz Pereira, ter sorte dá muito trabalho. E é indubitável que se vê trabalho e alegria para almejarmos a tal “sorte”, além de uma perceptível fome de conquista. No próximo sábado será em Guimarães, e espera-nos mais uma “batalha” dura.

A receita terá de ser a mesma. Trabalho e foco. Ambas, acredito, nos guindarão às alegrias.

Bem precisamos!

Caminho

Por Pedro Almeida Cabral
05 Nov, 2020

Estes dois últimos jogos deixam um sabor especial. Pela entrega, pelo jogo construído e pelo fito permanente na vitória, prometem mais

Deste campeonato, levamos até agora bons jogos e um futebol consistente, traduzidos em cinco vitórias e apenas um empate, contra o FC Porto. Mas estes dois últimos jogos deixam um sabor especial. Pela entrega, pelo jogo construído e pelo fito permanente na vitória, prometem mais.

Contra o Gil Vicente FC, ganhámos por três golos contra um. Não foi fácil. Linhas subidas e pressão constante cortaram as nossas linhas de passe e aprisionaram a construção Leonina. Por mais que tentasse, o Sporting CP embatia no muro gilista. Os passes não saíam, o ataque não carburava e o adepto desesperava. Na segunda parte, a mesma história. E, devido a uma má cobertura defensiva, num lance inesperado de bola parada, o Gil Vicente FC marcou o seu tento. Com as entradas de Daniel Bragança, Šporar e Tiago Tomás, o Sporting CP começou finalmente a chegar com perigo à baliza adversária. Havia de ser Šporar a marcar de cabeça numa sobra o golo do empate e, depois, Daniel Bragança numa assistência de antologia a oferecer o golo ao letal Tiago Tomás. Tudo simples, tudo eficaz, tudo certeiro. Pote fechou a contagem com um remate bem colocado.

No domingo, a equipa subiu de rendimento e espalhou perfume em Alvalade. Naquele que foi, provavelmente, o melhor jogo do Sporting CP em 2020, o futebol Leonino estendeu-se em todo o campo de jogo com inúmeras jogadas de ataque. Muitas mereciam melhor sorte, pois os quatro golos sem resposta são pouco aproveitamento para tanta produção. As estatísticas não mentem: 26 remates à baliza do Sporting CP contra apenas três do CD Tondela. Pote encantou com dois golos oportunos. De realçar um deles com o seu pior pé, o esquerdo, comprovando que, como ensinava Gabriel Alves, Pote pode marcar com o pé que estiver mais à mão. Claro que João Mário a titular dá outra consistência à equipa e isso notou-se. Porro também marcou, num portentoso remate de primeira de dentro da área. Mas nem só de golos vive o Leão. Palhinha é, cada vez mais, um’ monstro’ no meio-campo, desarmadilhando opositores com confiança. E, Šporar, que marcou o último golo, fez uma exibição superlativa, com a assistência para o segundo golo e movimentações permanentes.

Estas duas vitórias são apenas duas vitórias. Rúben Amorim cada vez mais se mostra sensível às dinâmicas do plantel e ao jogo jogado, sempre sem abdicar do seu modelo, que parece cada vez mais afinado. Jogo a jogo, adversário a adversário, o Sporting CP vai fazendo o seu caminho.

 

Futebol… 1.º lugar!!!!!… e Ficini!!!

Por Tito Arantes Fontes
05 Nov, 2020

Estamos isolados no 1.º lugar da Liga NOS! (...) sim, sabemos que é ainda muito cedo. Sabemos que temos de ter os “pés bem colocados no chão” e que ainda não ganhámos nada, mas também que vemos uma equipa a “crescer” e a ganhar confiança!

Esta última semana foi fértil em acontecimentos. Comecemos por um que nos dá – a todos – especial satisfação. Estamos isolados no 1.º lugar da Liga NOS! Estão decorridas seis jornadas. Só seis jornadas. Mas já seis jornadas. Pouco mais de 1/6 do campeonato. Temos um dos melhores ataques e uma das melhores defesas. O jogo de domingo contra o CD Tondela soube-nos bem! E sim, sabemos que é ainda muito cedo. Sabemos que temos de ter os “pés bem colocados no chão”! Sabemos que ainda não ganhámos nada, mas também que vemos uma equipa a “crescer” e a ganhar confiança! Um treinador que trabalha, que sabe ler o jogo e que sabe o que diz e como deve dizer. E que sabe o que quer! E que dizer dos jogadores? Empenhados, divertidos, comprometidos, lutadores… e de indiscutível qualidade! Tanto talento na nossa juventude, vindo da nossa Academia Cristiano Ronaldo! E as contratações desta época… a demonstrarem a qualidade e o acerto dessas decisões! E tudo isto “salpicado” pela experiência dos mais velhos! E ainda “polvilhado” pelo indiscutível “perfume” que brota de um jogador fabuloso como o nosso João Mário!

Sabemos que, portanto, agora já reparam em nós… sendo que nós sempre o fizemos! Nós somos Sporting! Todos! Nunca abandonámos! Nunca vergámos! Nunca cedemos! E assim iremos continuar! Na certeza que agora vamos – ainda mais – ser alvo da cobiça e da inveja torpe dos poderes ocultos do futebol português… dos “poderes bicolores”! Dos poderes de “toupeiras e de apitos”… fundados em sórdidos esquemas de influência e de permanente e total violação da verdade desportiva! Estejamos atentos! Estejamos vigilantes! Estejamos alerta! Estejamos unidos! Vamos ser atacados… preparemos a defesa para esses momentos!

No entretanto, a zelosa máquina protectora da arbitragem, não satisfeita com os espectáculos degradantes com que nos brinda todos os fins-de-semana (na sexta-feira, em Paços de Ferreira foi gritante… que vergonha, Sr. Nuno Almeida!!!), instaura processos atrás de processos aos dirigentes do Sporting CP que, corajosamente, denunciam as falcatruas de que somos vítimas! E perguntamos… e então “cadê” os outros? Cadê os outros que falam, falam, gritam, gritam… não há nada para esses? Há gente que gostaria mesmo que o 25 de Abril não existisse! Gente apologista de “totalitarismos”, que se julga acima do comum dos mortais… gente despudorada! Gente que devia levar com “grandes cartolinas encarnadas”! E ser expulsa, irradiada mesmo, do futebol português! É lerem o artigo de domingo passado de Vasco Lourenço! No Record! Um grito de alma de um “capitão de Abril”!

A talhe de foice, fica aqui o protesto vivo e veemente pelo inenarrável critério vigente de amostragem de cartões amarelos pelos árbitros que pululam nos jogos do nosso campeonato! Mantém-se a pouca vergonha! Alguns dados: o SCP é de longe o Clube com mais cartões amarelos! Temos 21 cartões para 88 faltas, um rácio de 23,9%! Compara com o “rácio vermelho” de 17,5%! Só 14 amarelos para 80 faltas! E ainda mais escandalosamente compara com o “rácio azul” de 12,5%! Uns míseros 14 amarelos para 112 faltas! Quase metade do rácio que é aplicado ao SCP!

Entretanto, noutros lugares, assistimos a coisas que quase passaram despercebidas na comunicação social… como se não fossem importantes (e ui, se fossem no SCP os programas que já teriam feito para discutir e maldizer o nosso querido Clube!)… como resultados negativos superiores a mais de 100 milhões de euros… como eleições com anunciadas “urnas em segurança” que são, afinal, transportadas do modo mais amador que é possível conceber… como sistemas informáticos eleitorais que são reconhecidamente “invadidos” por estranhos… assistimos, no fundo, a lamentáveis palhaçadas… a eleições no melhor estilo “coreano”… sem debates, sem esclarecimentos, com um canal de clube manietado e ao serviço do poder vigente… uma pobre, vil e triste palhaçada… mas, também, de “palhaços” que mais se poderia esperar… só mesmo circo e palhaçada!!!

Última palavra, uma palavra comovida para Ficini! O nosso adepto italiano, da claque da ACF Fiorentina! Mais uma condenação por homicídio imputada a um membro de claque do tal clube que diz que não tem claques… não tem, mas tem… e matam! Fica, pois, a pergunta… quantos mortos teremos de ter para que os poderes públicos se pronunciem e acabem também com esta “palhaçada”? De quantos mártires precisam? Sr. secretário de Estado do Desporto… que diz?

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

O Sonho começa aqui... a obra nasce

Por André Bernardo
29 Out, 2020

A obra nasce. O sonho torna-se realidade (...) Mais de 80% dos atletas da formação que hoje fazem parte da equipa sub-23 e Equipa B vieram do Pólo EUL

Match Point. A bola sai da raquete e bate na rede. A imagem congela e permanece a dúvida para que lado vai cair. A bola e a rede são de ténis e esta é a cena inicial do filme “Match Point” de Woody Allen. 
Há factores na vida que nós não controlamos. Às vezes a bola bate na trave, vai ao poste, desliza pela linha de golo e…
Cabe-nos sim dedicar aos factores que podemos controlar e que decidem o caminho do nosso futuro, minimizam os efeitos do Acaso e nos aproximam do nosso objectivo final. 
Escrevi no meu segundo editorial e volto a repetir que "'a melhor forma de prever o futuro é criá-lo' e o Sporting CP de amanhã será a consequência das decisões de hoje".
 
E Hoje (mais precisamente há três dias atrás) completámos a remodelação do Pólo EUL. São 11 o número de anos que passaram sem o Pólo receber uma única intervenção que não fosse paliativa para corrigir temporariamente as fissuras que deixavam entrar água e eram aparadas por baldes. 
 
O talento de cada um é obra do Acaso. Mas o motivo pelo qual escolhem o Sporting CP, permanecem, se desenvolvem aqui e se tornam os melhores é fruto de um trabalho de muita gente que o torna possível
 
O Sonho começa aqui. É a frase que podemos ver logo à entrada do “novo” Pólo EUL do Sporting CP com uma imagem de Cristiano Ronaldo quando era criança. A Academia de formação do Sporting CP começa também aqui. E é aos seis anos de idade que muitos miúdos começam a decidir o seu futuro no desporto.
O modelo que definimos para a Formação do Sporting CP assume o formato de uma pirâmide, cuja base se inicia nas Escolas Academia Sporting (EAS), Academias de Formação Sporting (AFS) e no Pólo EUL e cujo desenvolvimento vai progredindo pelos vários escalões. Esta pirâmide já inclui hoje a Equipa B que também regressou este ano e que constitui um passo fundamental nesse desenvolvimento, servindo como porta de entrada ao objectivo final: formar jogadores com ADN Sporting para a Equipa sénior principal. 
 
A remodelação do Pólo EUL é mais uma etapa decisiva na implementação e consolidação dos dois pilares da nossa visão estratégica - Pessoas e Estrutura – e que recordo aqui, resgatando-as do documento “Regresso ao Futuro”:
 
1. Pessoas
a. O principal activo dos Sporting CP são os seus atletas e colaboradores. Eles constituem a base para que a organização consiga assegurar os demais objectivos;
b. Captar e desenvolver os melhores talentos no plano desportivo e operacional, através de um processo holístico de transformação organizacional interna.
 
2. Estrutura:
a. O rendimento das Pessoas é, em grande parte, resultado das condições de espaço e equipamento que as mesmas têm para trabalhar;
b. É fundamental que os espaços de trabalho de atletas e colaboradores sejam modernizados no sentido de proporcionarem novas formas de trabalho e relacionamento. 
 
A obra nasce. O sonho torna-se realidade e Nuno Mendes, Tiago Tomás, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Daniel Bragança e Joelson são exemplos de jogadores que começaram precisamente no Pólo EUL. Mais de 80% dos atletas da formação que hoje fazem parte da equipa sub-23 e Equipa B vieram do Pólo. 
O “novo” Pólo EUL foi idealizado pela equipa de Filipe Vedor que merece uma palavra de destaque, de parabéns e agradecimento pelo trabalho que desempenham todos os dias. 
 
Tipping Point é o título do livro de Malcolm Gladwell e refere-se “ao momento de ponto de inflexão no qual uma série de pequenas alterações se torna significativo o suficiente para causar uma alteração muito maior e importante”*.
 
As rodas da engrenagem da Formação do Sporting CP acabam de fazer um Match Point no projecto de recuperação que se iniciou em Setembro de 2018 e que representa a nosso ver um eixo fundamental para um modelo desportivo sustentável e sustentado. 
 
O rumo está traçado, o primeiro jogo e mais difícil está ganho, agora é continuar o caminho. 
 
* Definição de Oxford Language Dictionary. O autor no livro define este momento como o que despoleta o fenómeno viral das epidemiologias sociais

Editorial da edição n.º 3791 do Jornal Sporting

Os Mandamentos do Sporting CP

Por Miguel Braga*
29 Out, 2020

Compreender os desejos de Salazar Carreira, é compreender a forma como desde a nossa fundação o Clube tem sido vivido e projectado por aqueles que o transformaram naquilo que ele é: “um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa”

Fará em 2024, 100 anos desde que Salazar Carreira escreveu os dez mandamentos do Sporting Clube de Portugal. Figura ímpar do Clube e do desporto português, foi responsável, entre outros feitos que poderá ler na página quatro do nosso Jornal, pelas listas que fazem parte do ADN da nossa camisola. Compreender os desejos de Salazar Carreira, é compreender a forma como desde a nossa fundação o Clube tem sido vivido e projectado por aqueles que o transformaram naquilo que ele é: “um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa”.

1.º Ostenta sempre na lapela o emblema do Sporting como afirmação concreta das tuas aspirações desportivas;

2.º Presta ao teu Clube o teu auxílio desportivo sempre que ele to exija. Seja qual for o teu mérito não tens o direito de o regatear;

3.º Quando envergares a camisola verde e branca lembra-te que a colectividade te honra, distinguindo-te como seu representante. Faz, portanto, quanto possas para merecer a distinção conferida;

4.º Nunca digas mal do que não possas fazer melhor; a crítica é fácil, mas prejudica quando imerecida e perdes o direito moral de falar se não puderes realizar aquilo que amesquinhas;

5.º Lembra-te que Directores são sete e coisas a dirigir mais que mil; exige àqueles o cumprimento do dever, mas moral e praticamente presta o teu incondicional apoio a quem trabalha para o bem de uma coisa que é tanto tua como sua;

6.º Nunca em público amesquinhes os actos de quem represente o teu Clube; roupa suja lava-se em família e o teu dever é criar em toda a parte, pelas tuas palavras e pelos teus actos, um ambiente favorável ao Sporting, enaltecendo-o;

7.º Cada novo Sócio que proponhas é um elo mais que acrescentas à cadeia poderosa do Sporting: quanto mais forem os amigos menos incomodam os inimigos;

8.º Quando o Sporting disputa a vitória em campo, o teu silêncio é um crime; nunca insultes o adversário, mas incita os teus fazendo-lhes sentir o apoio moral da tua presença;

9.º Mesmo nos transes mais dolorosos conserva inabalável a fé nos destinos do Clube. O Sporting não pode retrogradar porque por ele pulsam em todo Portugal alguns milhares de corações;

10.º Quando os homens do Sporting triunfam em qualquer competição dizes sorridente: “Ganhámos!” Pelo teu procedimento justifica a palavra.

Foram escritos há quase 100 anos, mas conservam em si os desígnios do nosso Clube. Que nos sirvam de exemplo.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

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