Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Opinião

The First Dance

Por André Bernardo
24 Set, 2020

A “First Dance” nunca se esquece, esse Clube chama-se Sporting Clube de Portugal, tem um estádio chamado José Alvalade, um pavilhão João Rocha e agora, e para a eternidade, uma Academia Cristiano Ronaldo

Quando era miúdo, a espera pelos domingos na RTP2 tinha um só motivo: ver os resumos e jogos da NBA. Nessa altura só existiam quatro canais de televisão, não existia internet e muito menos redes sociais e tinha de ir até à livraria Barata para comprar uma revista norte-americana de referência sobre a modalidade, porque era dos poucos sítios que a vendia. Era criança, e mais do que fã de basquetebol ou dos Chicago Bulls, eu era fã de Michael Jordan.

O recente documentário da Netflix “Last Dance” retrata a última época em que os Chicago Bulls foram liderados pelo lendário camisola 23, que apesar de reconhecido no seu tempo, teve uma direcção dos Chicago Bulls que não o soube valorizar devidamente.

Michael Jordan não pertence ao olimpo dos melhores jogadores de basquetebol de sempre, Michael Jordan pertence ao olimpo dos melhores Atletas de sempre.

Cristiano Ronaldo já entrou no olimpo dos melhores Atletas de sempre, onde “muitos são os chamados, poucos os escolhidos”, e que de forma eterna marcará a História do desporto e inspirará várias gerações a deslocarem-se às “Livrarias Barata” e a esperarem pelos "domingos de RTP2" dos dias de hoje e de amanhã.

O tempo passa e, cerca de 20 anos depois, em Madrid, tive a oportunidade de durante oito anos trocar a Livraria Barata pelo Santiago Bernabéu, onde assisti de perto a Cristiano Ronaldo a destronar lendas como Raúl, Di Stéfano, Santillana, Puskas e Hugo Sánchez para se tornar no melhor marcador de sempre do Real Madrid.

Cristiano Ronaldo não é “apenas” o melhor jogador português de todos os tempos, não é “apenas” o capitão da única selecção nacional campeã da Europa e da Liga das Nações, não é “apenas” o jogador que superou quase todos os recordes individuais do Real Madrid, não é “apenas” o melhor marcador da Champions tendo vencido três de seguida (cinco no total), não é “apenas” o jogador vencedor de cinco bolas de ouro e não “é apenas” o jogador formado no Sporting Clube de Portugal.

Cristiano Ronaldo é tudo isto e muito mais. Nunca cortou o cordão umbilical com o Clube que o formou e o ajudou a crescer. A “First Dance” nunca se esquece, esse Clube chama-se Sporting Clube de Portugal, tem um estádio chamado José Alvalade, um pavilhão João Rocha e agora, e para a eternidade, uma Academia Cristiano Ronaldo.

 

Editorial da edição n.º 3786 do Jornal Sporting

O melhor jogador da melhor Academia

Por Miguel Braga*
24 Set, 2020

Cristiano é sinónimo de trabalho e sucesso e é isso mesmo que queremos dos nossos jovens e da nossa formação

No início da época 2001/2002, um jovem de 16 anos fez a pré-‑época com a equipa principal do Sporting CP. Acabou por não ficar nessa equipa campeã, onde na altura prontificavam os então jovens promissores Ricardo Quaresma e Hugo Viana. Na altura, começou a correr o rumor nos corredores e bancadas de Alvalade que existia mais talento na nossa formação e que, imagine-se, até diziam que era melhor do que o futuro Mustang. Verdade seja dita, no final dessa época, o jovem madeirense “completava” as suas épocas de formação do Clube com números impressionantes: 105 golos em 126 jogos disputados de Leão ao peito.

Foi por isso com natural expectativa que vimos crescer em Alvalade aquele que viria a ser o melhor jogador português de todos os tempos: ninguém ganhou mais que ele, ninguém foi tão consagrado, ninguém marcou tantos golos ou teve tantas internacionalizações. Mas no início da época de 2002/2003 toda a História ainda estava por escrever. Ainda antes da estreia oficial – que aconteceu frente ao FC Internazionale Milano, em jogo a contar para 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, no dia 14 de Agosto de 2002, substituindo o espanhol Toñito aos 68 minutos –, num jogo de pré-época frente ao Olympique Lyonnais era assim descrito pelo jornal Record: “Atenção a este miúdo. Tem poder de desmarcação, capacidade de drible e sentido de baliza”. Raras vezes foi tão certeira a descrição de uma jovem promessa. Mesmo assim, havia quem duvidasse que Ronaldo chegaria ao Olimpo do Futebol. László Bölöni, o treinador que o lançou, recordava há uns anos uma aposta com o seu advogado, Fernando Seara, conhecido adepto do clube rival: “Ele era benfiquista e ficou escandalizado por eu ter dito a uma rádio que o Ronaldo iria ser tão bom como Eusébio e Luís Figo. Então apostei que não só iria ser tão bom como até seria melhor. Ainda estou à espera que me pague o jantar”.

Entretanto, passaram-se 18 anos de uma História sem igual. E hoje, o nome Cristiano Ronaldo é sinónimo de sucesso, de trabalho, ou se quisermos, de esforço, dedicação, devoção e glória. Ronaldo é a personificação do nosso lema, alguém que soube ouvir, que soube trabalhar e continuar a acreditar até superar os seus próprios sonhos.

Esta semana foi desvendado um segredo bem guardado: Cristiano, a Lenda, aceitou o desafio do presidente Frederico Varandas e a homenagem do Clube que o fez jogador e homem: dar o nome à nossa Academia, pedindo apenas em troca que o Clube faça a inauguração com o próprio presente. A todos os envolvidos, o Sporting CP e os Sportinguistas só podem estar agradecidos. Ronaldo faz parte da nossa essência e a essência de Ronaldo é verde e branca. Cristiano é sinónimo de trabalho e sucesso e é isso mesmo que queremos dos nossos jovens e da nossa formação. Que assim seja.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Stromp ficou orgulhoso

Por Juvenal Carvalho
24 Set, 2020

Ser do Sporting CP e ter uma história com figuras destas só está ao alcance dos Grandes. E nós somos muito Grandes

“Não é o Sporting que se orgulha do nosso valor, nós é que devemos sentir-nos honrados por ter esta camisola vestida”.

A frase acima simboliza na perfeição o Homem que a proferiu. O Sportinguista. Alguém que viveu uma vida que, embora infelizmente curta, foi de um Sportinguismo militante tão fervoroso, de uma dedicação tão sem paralelo, que não por caso haveria de eternizar este fundador do nosso Clube como o nosso ‘sócio número 3’.

Cada vez que o nome de Francisco Stromp entra em equação, não existe nenhum Sportinguista que não trema de emoção, que não venere tão distinto Leão.

Numa decisão muito bem conseguida, começou a ser disputado a partir do ano de 2011 o “Troféu Stromp” pelas nossas modalidades. Um troféu que, apesar de carácter não oficial, é de um raro simbolismo para os nossos atletas. Este ano não foi excepção, e a começar pelo voleibol, passando pelo futsal, pelo hóquei em patins e pelo andebol, e terminando no basquetebol, todas as modalidades masculinas não quiseram deixar os seus créditos por mãos alheias e trouxeram para o nosso Museu mais cinco troféus, e todos eles com um denominador em comum, o nome de Francisco Stromp. Além de deixar uma certeza: Estamos competitivos e podem contar connosco para a época que está a começar.

Se assim o foi no sector masculino, também no feminino as nossas Leoas do futsal, do hóquei em patins e do voleibol não quiseram deixar os seus créditos por mãos alheias, e também elas, com que honra, trouxeram para as vitrinas do nosso Museu mais três troféus. Ao todo, somaram-se oito, que, como escrevi no título desta coluna de opinião, deixou o nosso sempiterno Francisco Stromp orgulhoso onde estiver. E com que carga simbólica, todos os nossos rapazes e raparigas de Leão rampante ao peito ergueram de braços ao alto estas oito conquistas, até porque se é bom o Sporting Clube de Portugal ganhar sempre, quando entra em equação Francisco Stromp é, por tudo, ainda mais simbólico. Este “monstro” do Sportinguismo foi honrado. Com ele, e outros como ele, o “Mundo Sabe Que” pelo Sporting Clube de Portugal nós temos amor e somos doentes. 

Ser do Sporting CP e ter uma história com figuras destas só está ao alcance dos Grandes. E nós somos muito Grandes. Somos desde 1906 o Sporting Clube de Portugal, que os fundadores tão bem o preconizaram e acertaram: Grande, tão grande como os maiores da Europa.

O Regresso do Sporting CP

Por Pedro Almeida Cabral
24 Set, 2020

Na semana em que se soube que a nossa Academia passará a ter o seu nome, numa homenagem e valorização da marca Sporting CP com impacto mundial, é o melhor augúrio para o jogo de hoje

Depois de meses sem competições e em sobressalto por não saber o que esperar, está para breve o regresso do Sporting CP. Embora a COVID-19 atrapalhe, e os sucessivos casos não deixem margem para muito optimismo, a nossa vida, com cautelas, cada vez mais será de convívio com a possibilidade de infecção. O desporto tem que seguir o mesmo caminho. Sob pena de no final da pandemia, quando já houver panaceia ou vacina, não sobreviverem clubes dignos desse nome.

Aproxima-se, esperemos, o primeiro jogo oficial do Sporting CP nesta nova época. E para o Sporting CP, a quem só interessa ganhar, nada melhor que uma final. O jogo com o Aberdeen FC não tem segunda oportunidade: é jogo único de acesso à Liga Europa. Ao Sporting CP resta cumprir a sua missão de vencer na Europa e de cumprir o destino e a responsabilidade de quem tem 37 títulos europeus em tantas modalidades.

São muitos os que estão ‘fora do jogo’ por COVID-19. O plantel acaba por ter soluções para os maiores problemas, fintando o vírus. Sem Pote nem Nuno Santos, haverá Vietto. Com Palhinha de fora, entra Matheus Nunes. Não havendo Borja, Quaresma nem Gonçalo Inácio, Neto deve começar de início. Estando Max indisponível, as redes pertencerão a Adán. Jogue quem jogar, o que interessa é o Sporting CP entrar nesta nova época com vitória e passaporte para a Liga Europa.

Este regresso do Sporting CP é também uma oportunidade para dar experiência europeia a jovens jogadores. Como voltámos a ter equipa B – que nunca devia ter acabado, pelo crescimento que proporciona –, é daí que foram chamados alguns miúdos para ajudarem contra os escoceses. Destaco o central João Silva e os extremos De Wit e Geny Catano. Esta possibilidade de tenras esperanças do Sporting CP se poderem estrear num jogo europeu é o que deve caracterizar um clube formador. Sobretudo o Clube que deu ao mundo um dos melhores jogadores de sempre, Cristiano Ronaldo. Na semana em que se soube que a nossa Academia passará a ter o seu nome, numa homenagem e valorização da marca Sporting CP com impacto mundial, é o melhor augúrio para o jogo de hoje.

Futebol (COVID-19), AG… e Cristiano Ronaldo!!!

Por Tito Arantes Fontes
24 Set, 2020

(...) o nosso Cristiano Ronaldo está connosco e connosco quer continuar! É em si mesmo uma excelente notícia!

Futebol – a COVID-19 entrou mesmo no nosso Clube e tem vindo a afectar as nossas equipas, nomeadamente a de futebol e a de voleibol. Esperamos que essa “besta covidiana” fique por aqui. E que – depois destes momentos de preocupação e sofrimento conjunto – fiquemos mais fortes, mais imunes, mais apetrechados para os tempos difíceis que se avizinham, pois a pandemia não dá mostra de querer acalmar.

No futebol, que – como todos sabemos – é a “mola real” da vida do Clube, ficámos sem o jogo dos nossos queridos Cinco Violinos. E – depois desse – também foi adiado o nosso primeiro jogo na Liga NOS. Adiamento provocado, em primeira mão, pela situação do Gil Vicente FC, também afectado COVID-19. O tema é que quem decidiu o adiamento foi a Administração Regional de Saúde do Norte, na sequência de casos gilistas que foram detectados pelo Agrupamento de Centros de Saúde de Barcelos/Esposende, dizendo que “não estavam  reunidas as condições necessárias para a realização do jogo do dia 19 de Setembro de 2020”. É a tal situação de que falámos na nossa coluna da semana passada. A decisão é casuística, subjectiva, ditada até por entidades regionais e locais distintas e que podem ter apreciações e critérios diferentes perante situações que possam parecer ao grande público como similares. Corremos o sério risco da “discussão nacional” que temos a propósito das arbitragens se repetir e transmudar para as “autoridades de saúde”. E isso é mau sobre todos os pontos de vista. Preferiríamos o estabelecimento de regras universais, claras, transparentes e objectivas para todos os competidores e jogos do Campeonato Nacional. E – por isso e para isso – a Liga devia trabalhar e lutar. O estado actual é potencialmente fomentador de mais discussão… é só chegarmos a jogos mais importantes e decisivos e veremos o impacto e a “instrumentalização” que deste tipo de situações poderá vir a ser feita. À atenção, pois, dos responsáveis do Futebol nacional.

Assembleias Gerais – é já no próximo sábado que se reúne a Assembleia Geral (AG) do nosso Clube. Infelizmente, e por força das limitações “covidianas”, só poderemos votar o Relatório e Contas da época passada e o Orçamento e Plano de Actividades para a próxima temporada. Ou seja, não teremos o habitual debate destes documentos. Faz-nos falta. Compreendemos, naturalmente que compreendemos as razões, bem como o parecer técnico e as recomendações da DGS (vide último Jornal Sporting, página 26), mas – sim – faz-nos falta. Faremos sempre, todavia, essa análise e apreciação. Os documentos estão acessíveis e todos os Sócios têm, como sempre, a possibilidade de os conhecer e apreciar. Três dias depois, ou seja, no dia 29, pelas 18 horas, teremos a AG da SAD. Menos gente, sempre muito menos gente. Umas dezenas. E – por isso – exequível a sua realização com debate, mesmo neste tempo “COVID-19”. Lá estaremos, claro.

Cristiano Ronaldo – é uma enorme satisfação para todos os Sportinguistas contarmos com o apoio e o nome deste verdadeiro “Imperador” do Futebol português, europeu e mundial! É um jogador ímpar! O melhor jogador português de todos os tempos! E – por isso mesmo e pelo modo como sempre se pronunciou por todos quantos nesta casa, neste seu Sporting CP, o ajudaram a formar-se como homem e como jogador – é com muito gosto que o vemos associar-se à nossa Academia, autorizando que o Sporting CP use o seu nome – uma enorme marca mundial! – para baptizar a Academia do Sporting Clube de Portugal! Vemos alguma contestação sobre o modo como esta excelente notícia foi anunciada e deliberada. Importa, contudo, que não nos esqueçamos do essencial: a associação do Sporting CP ao mítico e planetário nome de Cristiano Ronaldo, um dos ícones mundiais e que muito útil e muita projecção pode trazer ao nosso Clube. Não deixemos, pois, que as discordâncias de forma, ligadas ao “modo, como e quando”, toldem a substância do que foi decidido pela Direcção e que queremos festejar… e isso, resume-se assim: o nosso Cristiano Ronaldo está connosco e connosco quer continuar! É em si mesmo uma excelente notícia!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Eu Sou ADN Sporting

Por André Bernardo
17 Set, 2020

O nosso ADN é o Desporto com causa e continuamos a ser a maior potência desportiva em Portugal

EU SOU:

Desporto. Relata a História que é num encontro ocorrido a 14 de Abril de 1906 que se começa a esboçar a criação do Sporting Clube de Portugal. Encontro organizado pelos chamados “dissidentes”, grupo cujo nome deriva do seu afastamento do Campo Grande Foot-ball Clube, do qual faziam parte. Está na origem desta separação uma visão diferente daquela que os fundadores do Sporting CP consideravam dever ser a finalidade de um clube desportivo, e que tinha na sua origem também uma visão dissidente daquele que era o status quo do desporto em 1906 em Portugal. O Sporting CP nasce assim com um ADN vanguardista na defesa da massificação da prática do desporto, inclusivo das mulheres e dos mais jovens.

O nosso ADN é o Desporto com causa e continuamos a ser a maior potência desportiva em Portugal.

Uma História Interminável. No 2.º filme “Eu Sou” uma criança percorre o Museu do Sporting CP, visualizando as várias lendas do Clube, sonhando alto, até que é transportada para dentro de campo com vários atletas que ostentam nas costas Eu Sou Damas, Eu Sou Manuel Fernandes, etc. Esta História interminável, de atletas que se tornaram lendas, é também o ADN do Sporting CP.

No 3.º filme “Eu Sou” Manuel Fernandes passa o testemunho, através da “marca da garra de Leão” que deixa em Tiago Tomás, e de Mathieu em Eduardo Quaresma.  São eles que se convertem nos ídolos dos mais novos, que escrevem parte da História do Clube e, conscientemente ou não, deixam marcas, fazendo a passagem de testemunho aos mais jovens.

O nosso ADN é a nossa História e a nossa História reflecte o nosso ADN.

Formação. A propósito dos mais jovens já escrevia José Alvalade no seu texto “Lawn-tennis”, que a prioridade da prática desportiva deveria ir para estes – “(…) abandonando-se por completo os que a principiam, esquecendo-se que são estes os que mais necessitam de estímulo”. Os dois únicos jogadores portugueses bolas de ouro, Luís Figo e Cristiano Ronaldo, foram ambos formados no Clube.  A única selecção portuguesa de futebol que foi Campeã da Europa era constituída por uma espinha dorsal de jogadores formados no Sporting CP, apelidados de “Aurélios” em homenagem a Aurélio Pereira, figura incontornável da História do desporto português. E neste momento é com enorme orgulho que o trabalho de recuperação da formação colhe frutos resultando num recorde de número de jogadores do Sporting CP na convocatória do da selecção nacional sub-21.

O nosso ADN é formação.

Eclectismo. Gravado para a eternidade da História dos Jogos Olímpicos, epítome do eclectismo, estará para sempre o nome de um Leão chamado Carlos Lopes. Medalha de Ouro na maratona dos jogos de 1984 em Los Angeles. É um nome entre muitos do Sporting CP que preenchem a nossa vitrina de títulos das várias modalidades do Clube. Porque o nosso ADN desde a origem é desporto.

O eclectismo sempre caracterizou o Sporting CP desde a sua fundação, na altura o Clube arrancou com quatro modalidades – ténis, futebol, ginástica e atletismo, onde estava incluída a luta de tracção à corda. Actualmente, são mais de meia centena as modalidades existentes, colocando o Clube no topo do eclectismo mundial.

O nosso ADN é ecléctico.

ADN Sporting. Na carta de princípios de 1923 António Stromp escreveu “a nossa vitória no Campeonato de Lisboa não se deve ao valor individual dos componentes da nossa equipa”. Porque o todo é maior que a soma individual das partes. E porque a singularidade do Sporting CP está no seu todo.

O nosso ADN é um todo, indivisível em partes.

E quando vestimos Verde e Branco por fora, carregamos todos este ADN de Leão por dentro. Venha a época 2020/2021.

 

Editorial da edição n.º 3785 do Jornal Sporting

Desconfinar é preciso

Por Miguel Braga*
17 Set, 2020

(...) O regresso à vida não é apenas feito na sala de aula. É na prática do desporto, é na rua, é nos cafés, nos restaurantes, nos cinemas, nos teatros, mas também nas bancadas dos pavilhões e dos estádios do país

Numa semana marcada por notícias sobre casos positivos de COVID-19 em oito jogadores e em dois elementos do staff da equipa de Futebol do Sporting CP, não podemos deixar de pensar no que se podem transformar as próximas semanas, os próximos meses.

Convém sempre recordar que estamos a falar de dez pessoas saudáveis, completamente assintomáticas e que, ao contrário da grande maioria da população, já foi testada mais de uma dezena de vezes nos últimos meses – com vários testes nos últimos dias. Não é racional a penalização ou o excesso de testes a que estão sujeitos comparativamente com qualquer outro sector. O desconhecimento sobre algo não deve ser impeditivo de tudo, com medidas mais restritivas do que os países vizinhos e tratando, no caso nacional, o desporto em geral e o futebol em particular como uma excepção.

Do norte da Europa chegam números que indiciam que podemos ter outra abordagem para com a pandemia – a Suécia teve esta semana os números “mais positivos” do continente, com menor número de novos doentes por habitante, baixando o número de mortes para valores residuais. Os responsáveis suecos falam em política “sustentável”, que não mate a sociedade com a sua própria cura – a notícia foi publicada no The Guardian esta quarta-feira.

Ninguém tem uma bola de cristal para saber o dia de amanhã. Mas sabemos hoje como  podemos enfrentar o futuro: restringindo ou adaptando-nos a uma nova realidade; fechados em casa ou munidos de máscara na rua, lavando as mãos com frequência, respeitando novas distâncias sociais e corrigindo comportamentos; estrangulando empresas ou criando condições para que estas sobrevivam à maior crise das últimas décadas; não ouvindo os parceiros dos mais variados sectores ou chegando a um consenso que nos leve a dar um passo em frente como sociedade e como exemplo europeu.

Esta é também a semana do regresso às aulas, a uma ilusão de vida normal que nos escapa desde Março. Este regresso será uma prova ao nosso civismo, à forma como nos comportamos, mas também de como as autoridades de saúde e os nossos políticos vão encarar o dia de amanhã. O regresso à vida não é apenas feito na sala de aula. É na prática do desporto, é na rua, é nos cafés, nos restaurantes, nos cinemas, nos teatros, mas também nas bancadas dos pavilhões e dos estádios do país.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Os Cinco Violinos

Por Juvenal Carvalho
17 Set, 2020

O vírus travou o Troféu Cinco Violinos. Mas uma coisa é segura. Nenhuma pandemia nos fará deixar de idolatrar estes Heróis do nosso contentamento. Será uma história de amor eterno… sob o signo do Leão!

No passado domingo, e devido ao fenómeno da actualidade, a maldita COVID-19, que trouxe o alarme em forma de pandemia, e que tanto tem afectado a saúde pública e a economia à escala mundial, fomos surpreendidos pelo cancelamento do Troféu Cinco Violinos. Sim, a pandemia também infecta “Leões”, tendo sido decidido não realizar o jogo com o SSC Napoli.

Com a tristeza inerente à não realização de uma homenagem que tanto simbolismo tem para os Sportinguistas, decidi escrever estas linhas, e de os tentar homenagear eu, que como quase todos nós, apenas sabemos dos Cinco Violinos pela sua História, e com que História eles a pincelaram em tons de verde e branco.

Comecei por aprender rapidamente os seus nomes. Jesus Correia, Vasques, Travassos, Albano e Peyroteo. Depois, ainda longe dos tempos do Google e das redes sociais, procurei saber mais e mais. Não era fácil, então. Mas perguntando aos mais velhos, fui sabendo que no tempo deles, a única verdadeira ‘pandemia’ era aquela que arrasava os adversários das mais diversas formas. Não tenho o jeito que o ‘nosso’ saudoso António Silva teve no filme ‘Leão da Estrela’ para fazer o relato de um jogo deles, que culminou com um pontapé na mesa de jantar a celebrar mais um golo. Um dos muitos e muitos golos com que dizimavam os adversários.

Eram para os adversários um verdadeiro tormento. Muitos, se fossem vivos aos dias de hoje, ainda teriam insónias e pesadelos provocados por estes cinco ‘Leões indomáveis’.

Jesus Correia era a classe pura em forma de velocidade; Manuel Vasques, o ‘Malhoa’, o cerebral; José Travassos, o célebre Zé da Europa, o talento; Albano, o extremo repentista; e o goleador dos goleadores, Fernando Peyroteo, decididamente o ‘matador’

Na vasta história não nos orgulhamos apenas destes nossos Heróis. Ela continuou e eles infelizmente já não estão no mundo dos vivos. Só que a História, essa, não se apaga. E quem não tem memória não tem História. Os Cinco Violinos, na passagem terrena, pareceram até ‘extraterrestres’, tal a capacidade. Com três deles tive conhecimento e travei amizade… Falo de Vasques, com quem convivi na velha central de Alvalade, onde trabalhava, com Travassos em petiscadas com amigos comuns, e com Jesus Correia tive o privilégio de fundar o Núcleo do Sporting CP de Paço de Arcos, vila onde residi e de onde ele era natural. Tantas e tantas horas de conversa. Tantos ensinamentos. Quanto Sportinguismo deles bebi e respirei.

O vírus travou o Troféu Cinco Violinos. Mas uma coisa é segura. Nenhuma pandemia nos fará deixar de idolatrar estes Heróis do nosso contentamento. Será uma história de amor eterno… sob o signo do Leão!

COVID-19, mais COVID-19… e mais incertezas no futebol…

Por Tito Arantes Fontes
17 Set, 2020

(...) É desnecessário continuarmos com o instalado clima de “guerra civil”… já todos percebemos que não nos leva a lado nenhum, que só nos enfraquece e nos prejudica

Estes dias estão complicados e teimam em complicar-se e em não desistirem de se complicarem… a pandemia de COVID-19 continua aí e parece que com outra força, infectando mais e – por isso mesmo – preocupando mais.

Tivemos a notícia nos últimos dias de várias infecções no seio da nossa equipa de futebol. É matéria que naturalmente muito preocupa a generalidade dos Sportinguistas. Desde logo porque já se percebeu que há critérios distintos para abordar essa matéria… nas provas nacionais é de uma forma, a Liga olha para o assunto de um modo, a Federação de outro… a Direção-Geral da Saúde até já disse que para cada região, para cada situação, poderá existir uma forma específica de actuar, diferente e distinta de outras que eventualmente tenham já ocorrido ou estejam a ocorrer. E nas provas da UEFA ainda poderá ser de modo diverso, sendo que – por situações já ocorridas no passado – o adiamento dos jogos não é a solução que mais parece agradar à UEFA, mas – isso sim – a derrota da equipa infectada por falta de comparência! Foi o que sucedeu já nesta época no jogo entre os kosovares do FC Drita e os irlandeses do Linfield FC, nas eliminatórias da Champions, que os últimos ganharam administrativamente por 3-0… por falta de comparência! O caso foi avaliado pelo Comité de Controlo, Ética e Disciplina da UEFA e depois validado pelo Comité de Apelo! Ou seja, a UEFA trata os jogadores infectados com COVID-19 como “simples” lesionados. É, pois, um tempo difícil e incerto este tempo de pandemia… e muita tinta para muito critério injusto, incerto ou díspar irá ainda correr…

É neste quadro que vimos ser adiado o nosso querido e muito esperado Troféu Cinco Violinos… seria um jogo grande, contra o SSC Napoli, uma das melhores formações italianas dos últimos anos e certamente um teste importantíssimo para a nossa equipa. Jogo que seria, pois, precioso de indicações para Rúben Amorim afinar ainda mais o nosso jogo, experimentando os nossos jogadores e o seu modelo de jogo contra uma squadra de indiscutível valia internacional. Foi pena. E com pena ficámos.

A esta hora que escrevemos ainda não sabemos mesmo se teremos a nossa estreia no campeonato, no próximo sábado, com o Gil Vicente FC, que também tem o seu plantel devastado pelo SARS-CoV-2… a Liga mantém, por enquanto, que o jogo se realizará… vamos ver como tudo evolui. E, muito especialmente, no caso dos nossos jogadores (e – naturalmente – dos outros também) esperar que o confinamento, isolamento e tratamento surta os efeitos desejados e permita a recuperação segura e nos timings sanitários adequados.

Naturalmente que este vírus convida, igualmente, a uma ponderação sobre a vida e – no concreto – sobre a vida do nosso Clube. Sobre o modo como nos relacionamos. Sobre o modo como teremos de ultrapassar as nossas fracturas. É desnecessário continuarmos com o instalado clima de “guerra civil”… já todos percebemos que não nos leva a lado nenhum, que só nos enfraquece e nos prejudica.

Neste quadro vamos ter as assembleias gerais do Clube e da SAD no final deste mês de Setembro. É assunto que abordaremos em próxima crónica.

Até lá… Votos imensos de SAÚDE!!! Muito especialmente dedicados ao nosso plantel, desejando a sua rápida e segura recuperação!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!!

 

P.S. – Ai, a política no futebol… ai, ai… os actos que se pretendem justificar como não sendo políticos, mas que afinal são mesmo… são políticos… e até queimam, corroendo… é mau, é mesmo muito mau que assim seja!

De 1968 a 2021

Por André Bernardo
03 Set, 2020

É crítico voltar ao normal, mesmo que seja um “novo normal” com as devidas cautelas, mas do qual o sector do desporto não deve ser excluído

Em 1968:

Paul R. Ehrlich ficaria célebre pelo bestseller “The Population Bomb” onde previu que centenas de milhões de pessoas iriam morrer à fome nos anos 70 e 80 devido ao fenómeno de crescimento populacional. Felizmente, este prognóstico não se veio a confirmar.  

Dick Fosbury deixava o mundo de boca aberta, revolucionando o salto em altura nos Jogos Olímpicos do México. Desde então, todos os atletas utilizam a técnica de Fosbury, saltando a trave de costas. Mas até então ninguém o tinha feito e a técnica predominante era saltar de frente. Fosbury inovou, arriscou e fez História revolucionando a modalidade.

Vítor Damas agarrava a titularidade da baliza do Sporting Clube de Portugal, tornando-se o número de 1 dos ‘números 1’ de sempre, imortalizando o seu nome na História do Clube e do desporto nacional. O homem que se tornou ídolo e, como os verdadeiros ídolos, sem querer sê-lo.

São três histórias paralelas que apenas coincidem no ano, mas que podemos trazer para 2020.

Época 2020/2021:

“A única coisa que devemos temer é o próprio medo”. Ultrapassada a fase de maior incerteza acerca das consequências da pandemia de COVID-19, parece-me que neste momento a frase do discurso inaugural de Roosevelt, precisamente num contexto pós-crise da “Grande Depressão”, aplica-se na perfeição.

É crítico voltar ao normal, mesmo que seja um “novo normal” com as devidas cautelas, mas do qual o sector do desporto não deve ser excluído. Previsões pessimistas como as de Elrich paralisam o Mundo e nós temos de trabalhar para contrariar esse risco.

1 milhão e 894 mil foi o número de espectadores em Portugal que no passado dia 23 de Agosto assistiram à final da Champions League, registando o melhor resultado do ano de audiências televisivas. Não se pode ignorar a evidência destes números, assim como a contribuição que os clubes e o desporto têm para a melhoria do bem-estar social e da saúde pública. O Sporting Clube de Portugal, como maior potência desportiva nacional, lidera esta contribuição.

Será infelizmente ainda sem público que a 5 de Setembro arranca o Troféu Stromp nas modalidades, tema a que damos destaque nesta edição do Jornal. O Pavilhão João Rocha será o palco deste regresso que tem a marca do ADN do Clube, em homenagem a uma das figuras ímpares da nossa História. Mais uma vez, a força do eclectismo do Sporting CP será representada no campo e pelo Esforço, Devoção e Dedicação dos nossos atletas e treinadores.

Tal como Fosbury nos mostrou, cabe-nos responder ao actual contexto encontrando novas soluções para superar este novo caminho. Por isso, e apesar da incerteza que ainda paira sobre a próxima época, deixo aqui algumas iniciativas que vamos levar a cabo em 2020/2021 e que a seu tempo serão apresentadas com maior detalhe (outras apresentaremos ao longo da época e conforme a evolução do contexto e das decisões governamentais entretanto tomadas):

Novo Cartão de Sócio e Gamebox.  Tal como já anunciado, o novo cartão de Sócio, além de uma nova imagem, reunirá também as funcionalidades de Gamebox Estádio, Cartão de abastecimento Repsol e estará dotado da tecnologia Contactless. Um passo importante na melhoria da experiência do Sócio e da pegada ecológica do Sporting CP, reduzindo a emissão de plástico. Por ser também Gamebox aguardamos a clarificação das condições de público no caso do futebol para iniciar a emissão dos cartões, de forma faseada, já com a nova numeração.

Digital. Lançaremos dois novos projectos digitais, o SportingNumMinuto até ao final do ano, e uma nova Loja Verde Online até ao início da época 2021/2022. O primeiro é um microsite que permitirá, além de se tornar Sócio ou de regressar, efectuar a adesão ao débito directo, pagamento das quotas e subscrição da Gamebox (fase 2) em menos de um minuto com recurso a dois ou três passos, num processo de autenticação com um fluxo de adesão simplificado e desenvolvido sob o conceito de PWA (progressive web app).

Comunicação. O Jornal Sporting retomará a partir do próximo dia 17 de Setembro as edições semanais. Já lançámos uma nova rubrica no YouTube – Inside Sporting – que permite aos nossos seguidores uma visão mais próxima do dia-a-dia do Clube. E para reforçar esta vista mais íntima, avançaremos também para a criação de um podcast.

Merchandising. Das várias novidades destaco por enquanto o lançamento de uma nova linha de “Vintage Limited Editions” que terá início com a réplica de uma camisola icónica em homenagem a uma lenda do Clube. Esta nova colecção, como o próprio nome indica, voltará atrás no tempo, seja para homenagear atletas, como já foi feito com Yazalde, seja para assinalar e recordar épocas de referência.

Marca. Eu Sou Damas, Eu Sou Jordão, Eu Sou Carlos Lopes… Eu Sou Sporting. A História do Sporting CP foi escrita por vários destes nomes. Vamos homenagear estas lendas e imortalizar os seus nomes nos campos da Academia, nas portas de entrada do Estádio e do Pavilhão.

Eles são a referência para os de hoje.

Eles foram verde e branco por fora, e Leões por dentro.

 

Editorial da edição n.º 3784 do Jornal Sporting

Páginas

Subscreva RSS - Opinião