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Opinião

Porque 2021 não será como “2021”…

Por André Bernardo
26 Nov, 2020

Temos um projecto muito bem definido para isso e, apesar das limitações financeiras, os Sportinguistas ‘vão poder ver porque 2021 não será como “2021”’

É uma honra estar hoje aqui a escrever este editorial um dia depois de se saber que duas das imagens da Campanha “EU SOU – ADN SPORTING” foram seleccionadas para integrar a edição de 2020/2021 da 200 Best Digital Artists da Archive.

É um enorme reconhecimento mundial de um caminho que iniciámos em Junho com o lançamento da campanha “EU SOU, e que projecta a Marca Sporting para onde ela pertence num muito merecido reconhecimento à equipa interna do Sporting CP e às agências que deram corpo a este conceito. Parabéns a todos!

Em “Regresso ao Futuro” – documento de visão estratégica que apresentámos em Maio – revelámos que um dos aspectos prioritários para nós era “evoluir o posicionamento e imagem da Marca Sporting em linha com o seu ADN”.

E a propósito de Marca e ADN não posso deixar de regressar no tempo a 1984 para relembrar uma das campanhas e anúncios mais emblemáticos de sempre e que conseguiu uma simbiose perfeita entre Forma e Matéria para comunicar o seu ADN. No dia 24 de Janeiro desse ano, no intervalo da Super Bowl, a Apple lançava o Macintosh com uma campanha e anúncio que marcaria um antes e um depois no marketing mas também do próprio Super Bowl, transformando o intervalo do evento a partir desse momento na maior montra publicitária do mundo.

O anúncio recria o universo do livro “1984” de George Orwell ilustrando uma legião de seguidores todos idênticos e vestidos de igual que ouve proselitamente o discurso do “Big Brother” emitido numa televisão gigante, numa clara exemplificação de submissão das massas.  De repente uma mulher atlética irrompe este enquadramento e atira um martelo que destrói a televisão. O filme termina com a seguinte mensagem: ‘A 24 de Janeiro, a Apple Computer lançará o Macintosh. E tu verás porque 1984 não será como “1984”’.

A realização do filme foi executada por Ridley Scott, realizador de Blade Runner que ilustrou o futuro orwelliano e a mensagem da Apple de uma forma sublime, marcando um ponto de viragem ao comunicar os valores que a marca representava e não os seus produtos.

Qualquer marca é consequência da percepção gerada por dois factores: i) a sua herança; ii) a experiência que as pessoas têm com os vários pontos de contacto com a mesma.

Quanto à primeira, cabe-nos com orgulho recuperar a nossa identidade de Ser Sporting e transmitir o nosso ADN único. E só tem ADN quem tem um código de valores que preserva. 

Quanto à segunda, uma marca tem de entregar aquilo que “promete” na experiência que fornece aos seus nos diversos pontos de interacção existentes. E como tal, falando somente no plano extradesportivo, a experiência que queremos dar no nosso Estádio/Pavilhão/Academia, nos nossos canais digitais, entre outros pontos, são temas que temos identificados e que requerem um ponto de viragem.

Temos um projecto muito bem definido para isso e, apesar das limitações financeiras, os Sportinguistas ‘vão poder ver porque 2021 não será como “2021”’.

P.S. – Uma horas antes de fechar esta edição fomos abalados pela triste notícia da despedida de Diego Maradona. Alterámos ainda a tempo a capa do Jornal Sporting para homenagear o D10S que brindou os relvados na Terra. A foto é icónica e não há mais que eu consiga acrescentar às palavras do próprio que destacamos. Resta-nos desfrutar em vídeo das jogadas de Maradona disfarçado de humano a jogar futebol. 

 

Editorial da edição n.º 3795 do Jornal Sporting

Uma questão de atitude

Por Miguel Braga*
26 Nov, 2020

Com humildade, este grupo vai lutar para dar alegrias aos Sportinguistas, encarando cada jogo como se fosse o último. Sábado, frente ao Moreirense FC, não será excepção

Na passada segunda-feira, tendo o Estádio Nacional como palco, o Sporting Clube de Portugal entrou em campo com a missão de passar à próxima eliminatória da Taça de Portugal e cumpriu com distinção, ganhando por uns expressivos 7-1 ao SG Sacavenense. Mais do que o resultado – muito bom, ainda para mais com uns números que trazem à memória colectiva verde e branca recordações de uma tarde bem passada em Dezembro de 1986 –, a noite do Jamor foi uma demonstração de respeito e seriedade pelo jogo, pelo adversário e pela competição.

Aos 89 minutos de jogo, Pedro Marques aproveitou da melhor forma o cruzamento de Bruno Tabata e bisou na partida, sendo prontamente ladeado por Daniel Bragança e Matheus Nunes. Mas em vez de saborear o momento com os companheiros, o jovem jogador avançou para o guarda-redes da equipa adversária e pediu a bola. Ainda faltavam uns minutos para o jogo acabar. Também a forma como Coates atacou a bola nos dois cabeceamentos vitoriosos, a alta rotação constante de Nuno Santos ou o empenho em cada lance de Luís Neto, são bons exemplos do que se quer no dia-a-dia do Sporting CP. Esta ambição, esta vontade, este compromisso e solidariedade de grupo, na forma com que se enfrenta cada jogo será fundamental para as batalhas futuras desta época. E será fundamental o contributo não só dos jogadores, da equipa técnica e da estrutura, mas também dos Sócios e adeptos, contagiando os demais com a sua força e a sua crença. Todos deveremos estar conscientes que a estrada é longa, que várias pedras serão colocadas no nosso caminho e que será a união do grupo e a determinação de cada um de nós que protegerão a nossa equipa das investidas dos rivais.

Tudo o que se passa em campo é reflexo do trabalho que é feito diariamente na futura Academia Cristiano Ronaldo. E é isso que Sócios e adeptos esperam da equipa de futebol do Sporting CP: atitude, foco e intensidade. Faltam seis jogos nas três competições internas – Liga NOS, Taça de Portugal e Allianz Cup – até final do ano. É mais um ciclo importante que teremos de atacar com a mesma seriedade demonstrada até agora. Com humildade, este grupo vai lutar para dar alegrias aos Sportinguistas, encarando cada jogo como se fosse o último. Sábado, frente ao Moreirense FC, não será excepção.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

ADN Sporting

Por Juvenal Carvalho
26 Nov, 2020

(...) o código genético do meu Sportinguismo nunca se deixou abalar nos maus momentos. Os bons, ao assistir a tanto e tanto êxito suplantaram em muito os maus, apesar de nas vitórias ser muito menos preciso apoiar do que nos momentos menos bons

Lembro-me perfeitamente do dia em que entrei para Associado do Sporting Clube de Portugal, quando ainda criança, pela mão de meu pai, e na companhia do Sócio proponente – na altura era condição obrigatória – o Sr. Olímpio, de quem já aqui falei do quanto influenciou o meu Sportinguismo numa das minhas colunas de opinião anteriores, entrei com eles na secretaria do antigo estádio.

Como se fosse hoje, recordo essa tarde tórrida de um mês de Julho da década de 70 do século passado. A alegria era contagiante. O momento inolvidável. Ser Sócio do Sporting CP e ostentar na carteira, também ela com o emblema do nosso Clube, o cartão de Sócio com o símbolo do Leão rampante, era motivo de orgulho suplementar, e servia também para apimentar as conversas com amigos de infância de clubes rivais, dizendo-lhes que nem associados do clube deles eram, entre outras saudáveis picardias. 

A cada renumeração, fui tendo, como todos nós, mais cartões, e com todos eles, gostando mais ou menos do grafismo de cada um, o orgulho e a alegria pela sua recepção, foi o mesmo.  

Da mesada dos meus pais, gente humilde de bairro, paguei as primeiras quotas. Posteriormente, e sem atrasos até hoje, cumpro religiosamente o meu dever de Associado.  

É este ADN e a forma de viver o Sporting CP, que para mim são intemporais. De sempre e para sempre, o código genético do meu Sportinguismo nunca se deixou abalar nos maus momentos. Os bons, ao assistir a tanto e tanto êxito suplantaram em muito os maus, apesar de nas vitórias ser muito menos preciso apoiar do que nos momentos menos bons. 

Já passaram muitos anos desde que me fiz Associado, já tive até o prazer de ser dirigente do nosso Clube, e de fazer também inúmeras amizades que perduram no tempo. 

Tudo isto, essencialmente para vos dizer com a emoção que a minha escrita transborda, e os que me conhecem sabem bem da genuinidade da mesma e da forma como sinto o Clube, confesso-vos que voltei a sentir o “acne juvenil” como o do dia que me fiz associado, ao abrir diariamente a caixa do correio com a ansiedade da chegada do novo cartão. E eis que ele chegou a meio da semana passada. E recebi-o com a alegria que nem a passagem do meio século de vida, e o branquear dos cabelos, me deixam de fazer sentir um teenager na forma como vivo e sinto o nosso Clube. E acima de pessoas. Até porque todos nós passamos. Ficará sim, e para todo o sempre, o nosso grande amor: o Sporting Clube de Portugal.

Ganhar à Sporting CP

Por Pedro Almeida Cabral
26 Nov, 2020

(...) a cedência da nossa receita televisiva ao SG Sacavenense é uma atitude que deve encher de orgulho Sócios e adeptos e que faz parte desta vitória à Sporting CP

Há muitas maneiras de ganhar. Podemos ganhar bem a jogar mal. Ou ganhar mal a jogar bem. Toque de bola, fintas estonteantes e assistências primorosas não garantem golos. E, por vezes, ressaltos desencontrados, desmarcações por acaso e sobras inesperadas conduzem à vitória. Ganhar é sempre ganhar. Nem que seja por meio golo a zero. Porém, há uma forma de ganhar melhor que todas as outras. Porque envolve jogar espectacularmente, respeito pelo adversário, compromisso competitivo em todo o tempo de jogo e mãos cheias de golos. Foi o que sucedeu no jogo da Taça com o SG Sacavenense, com vitória à Sporting CP por 7-1.

A Taça é uma competição especial. Há um reencontro com o futebol de outros tempos, em que o desporto se vestia com um equipamento mais amador e era assente nas colectividades. O SG Sacavenense, para quem viva na Grande Lisboa, dispensa apresentações. Fundado em 1910, com futebol desde 1911, sempre foi uma escola de iniciação na zona norte da capital. Não é por acaso que um dos nossos jogadores preponderantes nesta época, João Palhinha, fez parte da sua formação no SG Sacavenense. Ou que o Sporting CP sempre teve ligações estreitas com o clube de Sacavém.

O Sporting CP entrou no jogo para ganhar. Mas mais do que isso. Entrou no jogo para respeitar o adversário. Sem presunções, nem sobrancerias, colocando uma equipa, onde muitos jogadores trabalham durante o dia, ao nível da equipa profissional do Sporting CP. Esta era a melhor homenagem que o Sporting CP podia fazer ao centenário SG Sacavenense. E não ficou por aí. Consciente que não há verdadeiro futebol sem entreajuda, solidariedade e clubes formadores, a cedência da nossa receita televisiva ao SG Sacavenense é uma atitude que deve encher de orgulho Sócios e adeptos e que faz parte desta vitória à Sporting CP.  

Dos sete golos, fica o veloz Nuno Santos, um jogador que cada vez mais se revela uma aquisição acertadíssima, com um golo e duas assistências, Coates, nas alturas, a marcar dois oportunos golos, e Pedro Marques, a mostrar que o seu faro pelo golo – marcou dois golos em 18 minutos e por pouco não fez o hat trick – ainda poderá fazer muito estrago esta época. Maravilhoso Sporting CP, a ganhar à Sporting CP no Jamor, onde mora a final da Taça onde queremos estar.

 

Jogo a jogo… encantando… e vendo o futuro!!!

Por Tito Arantes Fontes
26 Nov, 2020

É um trabalho notável! Do qual todos os Sportinguistas têm e devem estar orgulhosos. Um trabalho que foi difícil e que implicou árduos caminhos, espinhosas decisões, apostas arriscadas e dificílimas escolhas da Direcção

Retomámos nesta semana os jogos de futebol da nossa equipa principal. Um jogo para a nossa e sempre tão querida Taça de Portugal! Uma prova que tem todo o carinho dos portugueses! Jogámos contra uma equipa do Campeonato de Portugal, tal como no ano passado. Em 2019 com o FC Alverca, este ano com o SG Sacavenense. Clubes vizinhos. Jogos diferentes. Tão diferentes… do dia para a noite! Na última época fomos eliminados, numa noite de má memória, na qual sofremos dois golos sem resposta. Este ano marcámos sete golos! Sete! E sofremos apenas um. Foi uma das maiores vitórias de sempre do Sporting CP em jogos da Taça! Mas o que quero mesmo sublinhar é o mundo de diferenças que existiu entre o jogo do ano passado, no qual foi tudo triste, difícil, um imenso pesadelo… e o deste ano, em que assistimos a um jogo alegre, no qual vimos evoluir – mais uma vez – a excelência dos nossos talentos!

Rúben Amorim tem, de facto, muito mérito na revolução que operou no nosso futebol. Na revolução que empreendeu apostando na nossa juventude! E até na revolução que tem vindo a consumar no “coração”, no “íntimo” de todos e cada um dos Sportinguistas! Fruto do seu trabalho, da sua dedicação, da sua qualidade, do seu empenho, a verdade é que Rúben Amorim – depois de ser cirúrgico nas contratações desta época – soube manter os jogadores da “velha guarda” que interessam ao SCP, decidiu afastar quem não comungava dos seus valores e partiu para uma decisiva aposta nos jovens que tínhamos e que – afinal, às dezenas – florescem na nossa Academia! A “solução mágica” estava afinal tão perto… e nós sem a vermos! É já hoje indiscutível a qualidade do plantel que temos. E isto depois de termos “perdido” jogadores tidos como imprescindíveis… Bruno Fernandes, Acunã, Wendel, Vietto… até destes já nos esquecemos… pois, já cá temos outros “heróis” que nos enchem de felicidade e orgulho!

É um trabalho notável! Do qual todos os Sportinguistas têm e devem estar orgulhosos. Um trabalho que foi difícil e que implicou árduos caminhos, espinhosas decisões, apostas arriscadas e dificílimas escolhas da Direcção, nomeadamente do presidente Frederico Varandas. Mas é também um trabalho que começa a dar resultados. Um trabalho no qual se vislumbra a “olho nu” indiscutível qualidade e vontade de “ganhar o futuro”. Cá estaremos para – no momento próprio, e oxalá que coroados de glória – elogiarmos de modo categórico quem, indiscutivelmente, o merece.

Para já o trabalho é – sem dúvida nenhuma – para continuar. Nos exactos moldes em que tem vindo a ser desenvolvido. Com os “pés no chão”. Com humildade. Jogo a jogo. Com o apoio de todos. E todos é mesmo todos. Ou seja, por exemplo, como as claques ontem fizeram na chegada da equipa ao Jamor. Apoiando a equipa! Dizendo, no fundo, que estamos – todos, as claques e todos os Sportinguistas – com a equipa! E sim, estamos preparados para dias difíceis, para os “roubos” que o “poder bicolor” nos está seguramente a preparar… mas, também aí, iremos dar uma resposta do nosso grande amor ao nosso Sporting CP! Continuando a apoiar! Sempre a apoiar! Todos! Porque “Até Morrer”… é mesmo ATÉ MORRER! Eu Sou SPORTING!!!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

P.S. – … vamos, entretanto, assistindo a notícias de “rodapé” e em “fundo de página” sobre dívidas, processos, etc. de outros lados “bicolores”… ah, mas e onde estão as “parangonas” e os “debates nacionais” sobre essas matérias? Ah… e se essas notícias, se essas suspeitas, se essas “doyescas” dívidas e tudo o mais fossem do Sporting CP… o que não haveria já por aí? … é o que dá termos uma comunicação social comandada por “queimados da queimada” & outros que tais… quais siameses… também queimados…

As Leoas

Por André Bernardo
19 Nov, 2020

O mundo do Desporto é de homens e mulheres e de muitas Leoas que de verde e branco nos orgulham e que hoje fazem capa da edição n.º 3794 do Jornal Sporting

Há cerca de dois anos, num pequeno-almoço digital promovido pela Google, assisti a uma apresentação de Fuencisla Clemares, Directora-Geral da Google de Espanha e Portugal, sobre a temática “Futuro do Marketing” onde a líder da gigante tecnológica destacava, entre outros temas, a importância da tomada de decisões baseada em dados. A sua apresentação ilustrava esta relevância com o exemplo de quatro segmentos – Homecare, Gaming, Carros e Desporto - para os quais deixava a pergunta à audiência de qual consideravam ser o target tipo de cada um?
 
A resposta intuitiva é a politicamente incorrecta porque é instintivamente baseada em estereótipos fundados numa percepção muitas vezes desfasada da realidade. Salvo algum erro de memória no detalhe, as respostas dos dados da Google, que recebe cerca de 3,5 mil milhões de pesquisas por dia, revelavam que:
i) 40% das pesquisas sobre produtos de casa eram efectuadas por homens;
ii) mais de 45% das pesquisas efectuadas sobre Gaming resultavam de indivíduos com idade superior a 35 anos;
iii) mais de 50% das pesquisas sobre carros eram efectuadas por mulheres;
iv) e cerca de 60% dos compradores online que interagiam com conteúdo desportivo relevante no Youtube eram mulheres.
 
O mundo do Desporto é de homens e mulheres e de muitas Leoas que de verde e branco nos orgulham e que hoje fazem capa da edição n.º 3794 do Jornal Sporting
Foram 11 as atletas do futebol feminino do Sporting CP convocadas para a selecção nacional, equipa que lidera a classificação da série Sul da Liga BPI com seis vitórias em seis jogos, com o melhor ataque (40 golos) e a melhor defesa (três golos sofridos), e com oito jogadoras da formação do Clube. Raquel Fernandes é a melhor marcadora desta série Sul (dez golos) e presenteou-nos com um golo na vitória por 3-0 no clássico do último fim-de-semana*.
 
Fim-de-semana de Sporting com quase pleno de vitórias em todas as modalidades e em que no feminino se gritou vitória de forma expressiva no futsal, hóquei em patins, voleibol e râguebi. E a propósito desta última modalidade é de ver e rever o ensaio de Antónia Braga que meteu o turbo antes dos 22 metros nos 7-0 contra os nossos rivais e com sublime técnica já só parou após cruzar a linha de ensaio. Assim como é também de ver e rever (e ouvir!) os clips de vídeo onde se ouvem as decisões dos árbitros em conferência com o TMO (Television Match Official) relativamente a algumas jogadas de falta nos recentes jogos internacionais masculinos de râguebi: Austrália vs. Nova Zelândia e Argentina vs. Nova Zelândia. O Sporting CP liderou o movimento que visa a introdução de áudio nas decisões arbitrais do VAR no futebol e brevemente vamos promover um Webinar com vários players internacionais no sentido de podermos rapidamente introduzir esta melhoria em Portugal.
 
Termino com as palavras muito à frente do seu tempo do nosso fundador José Alvalade com uma passagem de um texto que data dos inícios de século passado e que já aqui parafraseei por outros motivos – Lawn Tennis – que espelha bem o legado do ADN do nosso Sporting CP: “Com uma orientação nova, em que haja a preocupação de que todos joguem, sem distinção de forças, orientação que deve partir das direcções dos clubes, muito se poderá conseguir n’um desporto em que é fácil introduzir em larga escala o elemento feminino, poderoso auxiliar neste movimento de propaganda”. 
 
* As Leoas têm um jogo em atraso relativo à quinta jornada frente ao CF Benfica. O encontro está agendado para o próximo dia 12 de Dezembro.

 

Editorial da edição n.º 3794 do Jornal Sporting

Muito mais que um ensaio

Por Miguel Braga*
19 Nov, 2020

(...) Quanto a Antónia Braga recordará, com certeza, este ensaio como um dos momentos mais brilhantes da sua carreira. Ainda para mais, contra o eterno rival. Parabéns, Leoa!

O dia estava cinzento e o jogo empatado a zero a meio da segunda parte. Depois da mélêe, ou formação ordenada, ainda atrás da linha dos 22 metros, a equipa adversária comete uma falta – fora-de-jogo – assinalada pelo árbitro. A falta é prontamente marcada pela nossa equipa e com apenas um passe a bola chega a Antónia Braga. O que se passou a seguir foi digno de registo para a posteridade: primeiro com Antónia Braga a passar por fora e em velocidade por duas adversárias; depois, a libertar-se de mais uma com uma troca de pés digna do australiano David Campese; por fim, a corrida vitoriosa até à linha de ensaio contrária, traduzida num sprint de mais de 80 metros com 15 camisolas vermelhas a correr atrás. Foi muito bonito de se ver. O ensaio acabou convertido por Isabel Ozório e o resultado não mais se alterou até ao final: Sporting CP 7-0 SL Benfica.

As nossas Leoas do râguebi estão a honrar a história da modalidade no Clube – a primeira secção de râguebi do Sporting CP faz praticamente 100 anos, data de Outubro de 1922. Apesar de não fazer parte do nosso imaginário recente, a verdade é que a mesma faz parte da nossa história, tendo chegado até nós através da vontade do inigualável Salazar Carreira – que numa viagem a França importou o conceito das camisolas listadas, certamente depois de ver um jogo de râguebi. O autor dos dez mandamentos do Sporting CP fez mesmo parte dessa primeira equipa de 15, conquistando inclusivamente o primeiro campeonato da História do râguebi em Portugal. Em 1926, o Sporting CP deu mais um contributo para a modalidade no nosso país, sendo membro fundador da Associação de Râguebi de Lisboa.

Apesar do sucesso inicial da modalidade, a mesma foi encerrada nos anos 30 e só viria a regressar na década seguinte, fruto da debandada de atletas oriundos do Ginásio Clube Português. No entanto, não foi possível voltar aos anos de glória da modalidade: vencemos apenas dois Campeonatos Regionais de 2.ª categoria nos anos 40 e 50, contra cinco Campeonatos Regionais de 1.ª categoria e outros cinco Campeonatos Regionais de 2.ª categoria nas décadas de 20 e 30. Foi por isso que sem muito espanto ou contestação o râguebi foi uma das três modalidades que o Clube extinguiu em 1964 juntamente com o badminton e o voleibol.

Em pleno século XXI são as nossas Leoas que dão cartas no râguebi, com um palmarés recente recheado de vitórias, tanto nacionais como internacionais. Quanto a Antónia Braga recordará, com certeza, este ensaio como um dos momentos mais brilhantes da sua carreira. Ainda para mais, contra o eterno rival. Parabéns, Leoa!

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

O caminho do futuro

Por Juvenal Carvalho
19 Nov, 2020

(...) E eu sou dos que sempre acreditei no futuro pela base da formação com a inclusão de outras mais-valias, não de hoje, mas de sempre. Serei um romântico? Se calhar sim. Mas ser do Sporting CP tem que ter sempre o seu lado de romantismo

Sabemos todos, e é reconhecido pelos adversários, que somos um Clube eminentemente formador. Um Clube que ao longo dos anos tem dado o crème de la crème ao futebol mundial. 

Que deu duas Bolas de Ouro ao Mundo através de dois craques, vindos ambos em tão tenra idade para Alvalade. Falo, como todos vocês o sabem, de Luís Figo, vindo do UFC “Os Pastilhas”, clube da margem sul do Tejo, e de Cristiano Ronaldo, este detectado na Madeira, e vindo do CF Andorinha em tão boa hora para o nosso Sporting CP. 

Estes são apenas os rostos principais de tantos, que ao enumerar todos, não só não teria espaço nesta coluna, como correria ainda o risco de me esquecer de alguns, por tão extenso ser o número. Por isso, estes dois representam todos os outros, e foram tantos que espalharam classe nos palcos do futebol mundial, e outros continuam ainda a fazê-lo a cada fim-de-semana.

Este é decididamente o nosso ADN. É com ele que teremos de continuar a trilhar o futuro. E se de futuro falamos, o presente é um bom tónico para alicerçar um futuro que todos queremos de sucesso.

E que melhor esperança num futuro que queremos já ali, e coroado de sucesso, do que ter no nosso plantel tanto jovem da nossa “cantera”. De Luís Maximiano a Tiago Tomás, passando por Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Nuno Mendes, Daniel Bragança, João Palhinha, João Mário, Matheus Nunes – este chegado para os sub-23 – Joelson Fernandes e Jovane Cabral, e ainda com vários outros na antecâmara da equipa principal, e que são chamados com regularidade por Rúben Amorim aos treinos da equipa principal.

Como tenho dito, e o discurso de dentro para fora é na minha opinião o correcto, pensando no jogo a jogo, sabendo que o caminho será longo e muito se terá que jogar, a aposta nos jovens da casa, alicerçada em contratações cirúrgicas e que acrescentem valor, terá de continuar a ser a aposta. Mesmo nos anos em que pouco ganhámos – infelizmente ganhamos menos do que todos desejávamos – foi este o rumo que nos faz ainda ser tão grandes e respeitados.

Estamos assim todos esperançados que o caminho do futuro seja já por ali. E o ali é o tentar escancarar o sucesso que anda arredio. Mas com trabalho de qualidade estamos sempre mais perto de, primeiro diminuir o fosso que foi sendo cavado para os principais opositores, para depois acreditar que o fim do mais longo período de abstinência de títulos possa ser a realidade que fará pintar de novo o país de verde e branco.

E eu sou dos que sempre acreditei no futuro pela base da formação com a inclusão de outras mais-valias, não de hoje, mas de sempre. Serei um romântico? Se calhar sim. Mas ser do Sporting CP tem que ter sempre o seu lado de romantismo. Neste belo romance de uma vida que tenho – temos todos – com o nosso Clube.

Efeito Capeta

Por Pedro Almeida Cabral
19 Nov, 2020

Capeta, jogadora enamorada pela baliza adversária, já várias vezes foi determinante no sucesso da nossa equipa de futebol feminino

Raramente escrevi esta crónica destacando uma jogadora ou um jogador. Por uma simples razão. A maioria dos desportos praticados no Sporting CP são colectivos e dependem muito mais do jogo conjunto do que da inspiração individual. Mas se se pode falar numa regra desta escrita, é porque há lugar para a excepção. E essa merece-a inteiramente a nossa Ana Capeta, uma avançada, que vagueia bem lá na frente, onde quer que haja oportunidade para fazer golo. Foi sobretudo graças a ela que levámos de vencida o SL Benfica no primeiro dérbi da época. Dobrou Capeta em dois golos de belo efeito e ajudou a construir uma vitória importante para que o Sporting CP recupere o título de campeão, que não é nosso desde 2018.

Este campeonato arrancou perro. Confesso que não sou grande entusiasta desta Liga com duas zonas geográficas. Talvez a intenção seja potenciar uma fase final mais disputada. Mas o resultado tem sido uma fase inicial pouco interessante. Também por isso aguardava o jogo de sábado com expectativa, contra o adversário de maior calibre desta fase. O Sporting CP apresentou-se mais compacto do que na época passada e com o jogo mais controlado. O primeiro golo, para ver e rever, é ainda na primeira parte, um tiro portentoso, ao alcance de poucos pés direitos dos campeonatos nacionais (incluindo masculinos). Pura arte em movimento. Na segunda parte, Capeta repetiria a dose com um remate cruzado em força para o fundo da baliza benfiquista. Raquel Fernandes fecharia a contagem com uma excelente desmarcação e finalização à matadora. Vitória categórica frente a um dos candidatos ao título com exibição convincente. Não se pode pedir mais.

Capeta, jogadora enamorada pela baliza adversária, já várias vezes foi determinante no sucesso da nossa equipa de futebol feminino. Sportinguista não esquece do golo marcado contra o SC Braga no campeonato de 2018, um remate em arco em jeito tipicamente capetiano, mesmo a fechar a partida. Como também se lembra do golo de Capeta que nos valeu a Taça de 2017. Ou dos três golos que levaram para o Museu a Supertaça também de 2017. Há um efeito Capeta que resolve jogos e que, juntamente, com toda a nossa equipa orientada por Susana Cova, esperemos que dê títulos nesta época.

 

Justiça… e Estado de direito!!!

Por Tito Arantes Fontes
19 Nov, 2020

(...) Afinal não somos mesmo iguais a “outros”, aos “outros desse poder bicolor” que corrói o desporto em Portugal… o processo Cashball pariu (como já ouvi dizer) um “cashnada”! Ao melhor estilo da “montanha pariu um rato”!

1. CASHBALL – foi recentemente divulgada a notícia do arquivamento do denominado “Processo Cashball” no que ao Sporting CP e aos seus antigos dirigentes diz respeito. A notícia não podia ser melhor! Afinal, no que ao SCP e aos Sportinguistas diz respeito, o processo não apurou nada. Muito pelo contrário! O processo continua – isso sim – contra o denunciante! Ou seja, virou-se o “feitiço contra o feiticeiro”! E fica a nossa fundada ideia que afinal este processo e todo o “circo mediático” que ululantemente se formou à volta do mesmo foram uma enorme cabala montada para denegrir o SCP! Uma agenda que foi urdida para nos prejudicar! Sei muito bem quem eram os dirigentes na altura – presidente Bruno de Carvalho e André Geraldes, ex-team manager do nosso Clube – e a verdade é que não mereceram, nem eles (nem nós) tudo porquanto e quanto a este processo diz respeito tiveram (tivemos) de passar! Fomos na altura enxovalhados em todo o lado! Andamos, aliás, a ser enxovalhados nestes últimos dois anos e meio, sempre que alguém se lembra de trazer esse assunto para a mesa de discussões, a fim de o usar e utilizar como “arma de arremesso”! Estamos a falar de corrupção! Estávamos! Afinal não somos mesmo iguais a “outros”, aos “outros desse poder bicolor” que corrói o desporto em Portugal… o processo Cashball pariu (como já ouvi dizer) um “cashnada”! Ao melhor estilo da “montanha pariu um rato”! E importa ainda apurar o que já foi noticiado e está no relatório da Polícia Judiciária (PJ). Estou, naturalmente, a referir-me ao facto – conforme relata o Expresso – de no relatório da PJ se mencionar que o empresário denunciante, ora arguido acusado, ter recebido 30 mil euros do Correio da Manhã (CM) para dar uma entrevista sobre os alegados pagamentos corruptos a árbitros de andebol e jogadores de futebol. O director desse jornal já veio dizer que essa alegação é “surreal” e que tem a certeza que não saiu “um cêntimo do orçamento do CM” para pagar qualquer entrevista. As voltas que a vida dá…

2. IPDJ – outra enorme polémica prende-se com as notícias sobre outro processo em investigação pelo Ministério Público. Trata-se das inenarráveis afirmações imputadas ao ministro da Educação que terá dito (e – entre outras coisas – é isso que o inquérito irá apurar) que o “Benfica está acima da lei! Nós não podemos tratar todos os clubes de igual modo. O SLB tem mais adeptos do que a população de alguns países”… e – para não ficar só – o secretário de Estado do Desporto terá adicionado ainda mais frases como esta “Mas você pensa que alguma vez o SLB vai deixar de jogar no seu estádio?”… vi isto escrito na imprensa do nosso Portugal, em títulos, em notícias várias… e pergunto, mas estou a ler bem? Mas será isto admissível? Todas estas frases terão sido produzidas no âmbito de reunião com o anterior presidente do IPDJ, curiosamente dispensado antes de ter terminado o seu mandato. É obvio que tudo “isto” tem de ser apurado! E é obvio que se existir algum fundamento de verdade nestas notícias então o senhor ministro e o seu secretário de Estado já devem saber o que têm mesmo de fazer. Não se podem tolerar afirmações deste tipo no nosso Portugal! São inadmissíveis. E muito me estranha que não tenha vindo ainda ninguém das mais altas figuras do Estado falar nisto. Porque “isto” mexe com milhões de portugueses! Muitos mais milhões do que aqueles que parecem merecer tanto “respeitinho”! E – noutras ocasiões – sim, ouvimos essas figuras pronunciarem-se! Somos um Estado de direito! Ninguém, nenhum cidadão, nenhuma entidade colectiva, está acima da Lei! É básico que assim seja! É democrático! E é bom recordar que a Luz – a mesma Luz (anterior estádio), mas em 1970, no tempo da “outra senhora” – foi interditada por oito jogos, depois de célebre jogo com o CF “Os Belenenses” em que houve invasão de campo e o árbitro foi protegido por um jogador e grande figura desse clube chamado Toni. Será que 46 anos depois do 25 de Abril se perdeu a coragem de tratar as coisas como devem ser tratadas? Não pode ser!

3. O MEU ÚLTIMO ARTIGO – há momentos na vida em que as coisas nos saem bem. Deve ter sido o que me aconteceu com a coluna que escrevi na semana passada. Nunca recebi tantos comentários (largas, muitas largas dezenas). Confesso que todos muito positivos e elogiosos. Fiquei contente. É humano. Ainda bem que “toquei” em tanta gente. Recebi muitos telefonemas, e-mails, SMS e mensagens de WhatsApp. Um deles tocou-me de modo muito especial, pois dá nota de… “é como tu dizes, temos uma capacidade única de renascer… dá-me um consolo imenso pensar que os meus três netos, todos eles já Sócios, irão poder ter e usufruir deste maravilhoso Clube que é o nosso e dos nossos Filhos e já foi dos nossos Pais e Avós! É uma enorme alegria poder viver o SCP desta maneira. Vitorioso, organizado, com valores, forte e com futuro. Vamos continuar a sonhar. Jogo a jogo. Mas sempre com a mesma paixão pelo Clube, independentemente dos órgãos sociais. Unidos, como tu bem apelas!”. É esta a nossa massa associativa! Gente que não desiste, que nunca desiste! Gente que transmite aos filhos, aos netos, o que recebeu dos pais e dos avós! Nós somos uma Família! Sim, com muitos problemas, como todas as Grandes Famílias sempre têm! Mas uma Família! A Família SPORTING! Obrigado, meu amigo e colega advogado, Bernardo Ferreira!

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