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Foto José Cruz

Uma herança passada aos domingos à tarde

Por Jornal Sporting
27 Abr, 2017

Do Sporting desde pequenino, Zico aproveitou a passagem por Portugal para assistir ao dérbi, conhecer o Museu e passear pela Academia

O que é que costuma fazer ao domingo à tarde? Zico comia bacalhau na brasa ao mesmo tempo que ouvia, na rádio, jogos do Sporting. Isto quando era criança e o pai lhe ia passando o ‘bichinho’ leonino. No meio destas memórias, pintadas sob a paisagem do Rio de Janeiro, o ‘Pelé Branco’ explicou o caminho que o conduziu até à Academia, em Alcochete. Curiosamente, no passado domingo. “O meu pai fez a família inteira gostar do Sporting. No Brasil, reconhecemos o trabalho que foi e é feito num local que gerou dois dos melhores jogadores do mundo”, contava ao Jornal verde e branco, antes de ser interrompido. “Golo!”, ouviu-se ao longe no Estádio Aurélio Pereira. Jogava a equipa B frente ao V. Guimarães. “Já estamos a ganhar?”, perguntou aos responsáveis do Clube. “Marcou, com o número 53, Matheus Pereira”, esclareceu a calorosa voz do speaker. Com um sorriso mais aberto, Arthur Antunes Coimbra – nome bem português – prosseguiu o passeio e o desenlace de outro dos ‘vícios do pai’.

“Era louco pelo Flamengo. Aliás, ficou desse jeito desde que viu a equipa perder contra o América. 4-1! Explicou-me que se apaixonou pela camisola. Aliás, posso dizer que em nossa casa tudo era preto e vermelho. Até o cão se chamava Mengo. Quis o destino que os filhos viessem a envergar aquelas cores”. Se falarmos de Zico, que se tornou no maior ídolo do Fla, temos de apontar que marcou 334 golos só no Maracanã – o maior goleador de sempre no mítico estádio. “Tive alguma sorte em alcançar essa marca porque, na altura, jogámos lá muitas vezes”, explicou, mostrando toda a modéstia que o tem caracterizado ao longo do tempo.

“Fiquei ‘fãnzaço’ de Adrien e dos ‘zagueiros’”

Quase 24 horas depois, o ambiente do dérbi continuou a remexer na cabeça de Zico. Com os pés assentes no relvado, onde ‘os miúdos’ costumam treinar as suas fintas, o craque brasileiro rematou alguns apontamentos sobre a noite passada. “A torcida do Sporting fez-me lembrar a do Corinthians e do Botafogo, dois emblemas que passaram alguns anos sem ganhar campeonatos e mesmo assim viram as claques irem crescendo, crescendo… Ainda estou maravilhado com os adeptos e com a espectacularidade do Museu”, frisou, antes de deixar os seus reparos quanto ao rendimento de alguns jogadores. “Fiquei ‘fãnzaço’ de Adrien e dos zagueiros [centrais]. O Gelson é muito rápido. Acabou por criar várias jogadas, sendo que não acho justo estarem constantemente a criticar a sua capacidade de decisão, pois as movimentações na área têm de melhorar. No entanto, não é normal Bas Dost falhar aquela oportunidade flagrante antes do empate”, disse, referindo-se ao livre que valeu o empate ao Benfica, cobrado por Lindelof de forma exímia, uma das artes predilectas do ex-número 10 do ‘escrete canarinho’. “Batia mais em jeito, não tanto em força. Sei que fui um grande atleta. Ainda assim, bem abaixo de Garrincha e Pelé, dois fenómenos”.

Leia a reportagem na íntegra na edição impressa do Jornal Sporting, já nas bancas