Discurso de Bruno de Carvalho na Assembleia-Geral

Bruno de Carvalho, Presidente do Sporting CP, prosseguiu a sessão magna do Sporting Clube de Portugal, a Assembleia-Geral, depois da intervenção de Jaime Marta Soares, presidente da Mesa, agradecendo a presença dos Sportinguistas no Multidesportivo, mas ressalvando a importância de estar atento para entender os vários castigos de que tem sido alvo: "Quero agradecer a quem se deslocou esta sexta-feira para viver o Sporting CP, para estar cada vez mais próximo do nosso trabalho do dia-a-dia. É um discurso para todos os Sportinguistas, aliás como tentámos desde o início do mandato. Continuo a achar que alguns Sportinguistas não têm noção do tempo que estamos a atravessar. Não sei se houve um tempo destes, em que o Presidente do Sporting CP tenha sido atacado desta forma, tantas vezes com tentativas de ser silenciado. Algo se passa. Ou estamos a remar para o mesmo lado ou não estamos. Ou conscientes do que se passa ou não. Quando já temos um ano e meio de castigos acumulados – como disse alguém contente, aos pulos – que vão ser mais, temos de verificar que temos de tomar uma decisão. Era mais fácil ser um Presidente menos interventivo e menos defensor dos interesses do Sporting CP. Era a minha família menos incomodada. Contudo, quando sou eleito, sou escolhido para fazer o melhor pelo Sporting CP".

O líder máximo leonino apelou a uma militância mais activa e menos focada nas redes sociais e em lugares-comuns desenhados por opinion-makers.

"Continuamos a ser um clube que arranja problemas onde não os há. Os castigos acontecem porque o Presidente se põe 'a jeito'. Mas explico e detalho os castigos: o primeiro castigo refere-se a Vítor Pereira, o segundo à questão com o presidente do Arouca, a terceira  com a capa do 'Benfica castiga Bruno' e me perguntaram se se 'tinha alterado a cor do lápis', a que apenas respondi que basta ver. Os Sportinguistas perdem tempo a ler comentários dos adversários, mesmo dizendo que não gostam que estejamos sempre a falar deles. Em vez de ficarem surpreendidos com o ridículo do gesto, vieram atacar o Presidente pela cara na entrevista, por não vestir fato na entrevista. Os comentários demonstram que mais vale ficar na ignorância e não tentar explicar as coisas. Tenho pena que não quisessem aproveitar para investigar e saber as pessoas responsáveis e como estão a proceder. O que está em jogo é o que se está a passar com o Presidente do Sporting CP e o Sporting CP naturalmente. Não nos preocupa o que é dito pelos adversários. Todos têm dever de ter opinião. Ter uma opinião distinta da minha é legítimo. Agora, juntar-se ao coro dos rivais ao Presidente do Sporting CP não é uma atitude Sportinguista. Nas eleições mais concorridas de sempre, o Presidente eleito com a maior votação de sempre na história do Sporting CP, disse que chegaria rapidamente ao fim. É preciso mais do que castigos para me assustarem. Talvez se se escrevesse algo de jeito, se pudesse fazer um esforço de raciocínio. Ninguém tem o direito a ofender nem o Presidente do Sporting CP nem o Sporting CP na figura do seu Presidente. Esta falta de militância Sportinguista tem consequências", sustentou  o Presidente verde e branco.

Bruno de Carvalho refutou a acusação de que não haja espaço à opinião contrária e até exemplificou com o investimento nas modalidades como a decisão passa pelos Sportinguistas: "Li um argumento inusitado. Que a Assembleia-Geral era um problema, pois as pessoas que estavam contra corriam risco físico. Enquanto for Presidente, sempre que houver algo de interessante e que seja explicado de forma estruturada merece atenção. Ninguém cortará a palavra às pessoas. Acho melhor do que andarem escondidos em blogues e nas redes sociais. Isso é difamar por difamar e todas as pessoas acham que podem fazer isto ao Presidente do Sporting CP. Faço-vos uma pergunta: 'Querem o Sporting tão grande como os maiores da Europa com grandes plantéis nas 53 modalidades ou não? Vocês são soberanos. Podem querer uma gamebox para as modalidades sem custos. Temos um programa eleito e com a maior votação de sempre, tenho muito orgulho em dizer, mas pode ser alterado. Neste momento, o Sporting não sobrevive, o Sporting luta em todas as frentes. Estes são as nossas lutas, mas é pena que se falem nos e-mails, nos blogues, nas redes sociais. Fomos a única Direcção a apresentar contas positivas na SAD durante todo o mandato. Acho que se deveriam começar a preocupar mais com outras coisas do que o estilo e a forma do Presidente do Clube".

Para finalizar, o Presdidente dos verdes e brancos abordou o ponto único da reunião, o Relatório e Contas leonino, na qual se confirmam o maior volume de negócios de sempre, destacando a importância da quotização para manter o investimento nas modalidades: "Mais uma vez tivemos um resultado positivo. Reforçámos o investimento nas modalidades. A quotização voltou a crescer, melhorámos as receitas. Tivemos um lucro de 15 milhões de euros. Era fundamental termos 175 mil Sócios pagantes e não os atingimos. Mas continuamos a fazer o investimento. Ainda assim, na próxima época não o poderemos manter. Precisamos da mobilização dos Sportinguistas. Avisámos antes de o fazer e reafirmamo-lo agora. Foi a minha frase em 2013: 'o Sporting é nosso'. Se é nosso, temos de trazer mais Sócios para o Clube. Só queremos o que vocês querem, a Glória para o Sporting CP. Nunca nos substituiremos aos associados. Vocês decidem e estaremos sempre cá para tudo".