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Foto José Cruz

Realizou-se o Colóquio Manuel Marques

Por Jornal Sporting
15 Abr, 2018

Evento fez parte das comemorações do 24.ª aniversário do Núcleo do Sporting de Arganil

Se falar do Sporting Clube de Portugal é, também, falar de Manuel Marques; falar de Arganil passa pelo mesmo, já que o massagista "Mãos de Ouro", que trabalhou 54 anos ao serviço do Clube e mais de 40 em prole da Selecção, lá nasceu. Nesse sentido, o Núcleo do Sporting CP da sua terra Natal, no momento em que comemora o 24.º aniversário, realizou um colóquio com várias figuras que conviveram com o "Homem das Mãos Milagrosas", sendo que o Presidente Bruno de Carvalho fez questão de também estar presente, tal como José Quintela, elemento da Direcção. 

À conversa estiveram o jornalista e comentador da Sporting TV Vítor Cândido, Armando Aldegalega, atleta leonino, e cinco personalidades da equipa verde e branca da temporada de 1973/74 (vencedora da 'dobradinha' no futebol): o Dr. Virgílio Abreu, do departamento médico, Mário Goulart Lino, treinador, e os jogadores Samuel Fraguito, José Carlos e Carlos Pereira. Todos eles foram igualmente condecorados com o prémio Manuel Marques enquanto as histórias se cruzaram, sempre salpicadas pela emoção dos intervenientes. 
 
 
"Homenageamos Miguel Marques de dois em dois anos porque é uma figura da terra e do Sporting CP. Criar algo com esta dimensão, só mesmo com a ajuda de Vítor Cândido", começou por referir Paulo Baptista, presidente do Núcleo do Sporting CP de Arganil. 
 
Depois, vieram as fantásticas recordações de um homem que pertence à memória de todos por culpa da sua incrível sensibilidade. 
 
"Para mim, é um anjo do desporto nacional. Tratava-nos com amor. Na altura, não havia tecnologia moderna. Ele, com aquelas mãos, 'via' as lesões. Já recebi vários prémios ao longo da minha vida, mas este é um daqueles que irei guardar com muito carinho", confessou Armando Aldegalega, passando depois a palavra a Samuel Fraguito.
 
"Era um pai, uma pessoa ímpar, dona de uma sensibilidade enorme. Fui operado sete vezes ao joelho e apoiou-me sempre que estive de fora", revelou. 
 
José Carlos não segurou as lágrimas: "Tínhamos uma empatia muito grande. Quando estava na Selecção tratava todos os atletas da mesma maneira, ou seja, fossem do Sporting CP ou de outro qualquer clube". 
 
"Onde punhas as mãos detectava logo os problemas. No entanto, quando um jogador está lesionado, precisa de carinho e ele também o oferecia", vincou Carlos Pereira, seguindo-se as palavras de Virgílio Abreu.
 
"No futebol, a medicina ainda era primitiva. Faziam-se coisas dolorosas com poucos resultados práticos. Mas Manuel Marques era a ressonância magnética de hoje. Além disso, as pessoas mais novas não têm a noção da forma como ele enalteceu o nome do Sporting CP", sublinhou.
 
"Não havia ricos, pobres, grandes ou pequenos. Para Manuel Marques todos mereciam o máximo respeito. Tudo o que fez pelo Clube é suficiente para que seja respeitado em quaisquer circunstâncias", concluiu o ex-técnico Mário Lino.
 
 
Ao seu jeito, Vítor Cândido foi acrescentando ao colóquio episódios curiosos, outros que provocaram gargalhadas à audiência. Para o final, ficou o relato ligado ao seu último dia no banco da equipa profissional de futebol. "A última aparição de Manuel Marques no banco do Sporting CP aconteceu no jogo em que ganhámos 7-1 ao Benfica. Já ia para os 80 'pesadões'. A sua despedida foi um bom hospício", soltou.