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Foto José Cruz

VAR, dá-me a tua camisola! (Ah, não podes)

Por Jornal Sporting
25 Out, 2018

Derrota diante o Arsenal (1-0) ficou marcada pelo vermelho directo perdoado a Sokratis, que, ainda na primeira parte, puxou Montero pela camisola quando o colombiano partia isolado

Mais de um mês depois, o Estádio José Alvalade voltou a utilizar o seu smoking de gala – 40.784 espectadores – para receber novo jogo da Liga Europa (a última vez havia sido a 20 de Setembro, aquando da partida frente ao Qarabag). Sporting Clube de Portugal e Arsenal, líderes do grupo E, somando por vitórias os dois encontros disputados até então, defrontaram-se pela liderança, tendo o adversário quebrado a invencibilidade dos leões em casa, esta época, e uma série de cinco jogos consecutivos a vencer emblemas ingleses. O golo de Dany Welbeck, aos 78’, fez a diferença num desafio equilibrado, que podia ter terminado de forma diferente caso o árbitro Damir Skomina não tivesse perdoado o vermelho directo a Sokratis, no período inicial, depois de o grego tanto se esforçar para ficar com a camisola de Fredy Montero, numa altura em que o avançado colombiano partia isolado na direcção da baliza de Leno. Reza a lenda que, nesse instante, Sócrates, o outro, o filósofo, sussurrou: ‘Só sei que nada sei sobre o vídeo-árbitro’ (nem poderia, uma vez que a tecnologia ainda não foi implementada nesta competição).

José Peseiro lançou um meio-campo inédito para travar os gunners. Petrovic, Gudelj e Rodrigo Battaglia ficaram encarregues do corredor central, enquanto Nani, do lado direito, e Bruno Fernandes, na esquerda, assumiram as alas. Na defesa, Ristovski, Coates, André Pinto e Acuña mostraram serviço, com o lateral-esquerdo argentino a realizar a melhor exibição desta temporada, tanto nos processos defensivos, como ofensivos. Num primeiro período em que Fredy Montero fez quase tudo bem, ficou a faltar ao Sporting CP um jogador com rapidez para se associar com as diagonais desenhadas por ‘El Avioncito’ e melhor definição no último terço do terreno. Viu-se uma boa versão verde e branca, que apesar de ter tido no remate de meia distância de Nani (31’) a melhor oportunidade de marcar – saiu ligeiramente por cima -, mostrou altíssimos níveis de concentração e agressividade, aliados a uma pressão alta que obrigou o Arsenal a jogar mal desde trás.

Antes do intervalo, registaram-se duas más notícias para a formação da casa: não existe VAR na Liga Europa para expulsar Sokratis, pelo evidente puxão a Montero quando este se isolava; e a lesão de Stefan Ristovski, substituído por Bruno Gaspar.

Os londrinos despertaram na etapa complementar, perante uns leões menos intensos e mais preocupados em recuar as suas linhas. Aubameyang, por duas vezes, surgiu nas costas dos centrais, ficando cara-a-cara com Renan Ribeiro, melhor do que o francês nos dois lances – a segunda defesa é uma ‘mancha’ enorme do guarda-redes brasileiro. No pior período do Sporting CP, Welbeck anunciou, ao minuto 58, o que viria a fazer depois. Após cruzamento do lado esquerdo, só André Pinto, de forma providencial, impediu o golo contrário.

Aos poucos, os ingleses foram circulando a bola mais perto da grande área verde e branca e nem a entrada de Jovane Cabral, para o lugar de Gudelj, alterou a tendência do desafio. Welbeck, como anunciámos, foi o herói inglês, ao aproveitar um corte incompleto de Coates e fuzilado as redes leoninas (78’) - fica a dúvida se não estava em posição irregular. De resto, o jogo caminhou para o seu final sem nenhuma jogada digna de registo de parte a parte. Londres fica agora à espera do próximo encontro entre os dois emblemas, agendado para o dia 8 de Novembro (20h). De uma coisa temos a certeza: Sokratis não terá a camisola de Montero, mas Montero também não terá a do VAR.