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Foto Isabel Silva / José Lorvão

Reviravolta épica no Jamor fecha época com 'dobradinha'

Por Sporting CP
25 maio, 2025

Sporting CP em modo heróico venceu o SL Benfica na final da Taça (1-3 a.p.)

Precisamente seis anos depois, a equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal conquistou a Taça de Portugal, este domingo à tarde, ao ter derrotado o SL Benfica por 1-3 (após prolongamento) na final, disputada no Estádio Nacional do Jamor.

Se a temporada 2024/2025 já era histórica pelo Bicampeonato Nacional alcançado, os Leões de Rui Borges fizeram desta ainda mais memorável ao completar uma ‘dobradinha’ – Liga e Taça vencidas na mesma época – que não rumava a Alvalade desde 2001/2002.

E não podia ter sido mais heróica a consecução da 18.ª prova-rainha do palmarés verde e branco. Nos descontos do tempo regulamentar, um penálti de Viktor Gyökeres fez o empate e deu uma ‘guinada’ de última hora no dérbi para forçar o prolongamento, onde Conrad Harder (99’) e Francisco Trincão (120+1’) relançaram os Leões rumo ao topo da mítica escadaria do Jamor.

No derradeiro jogo da temporada, num Estádio Nacional repleto e dividido pelas cores dos eternos rivais de Lisboa – o que não se via na final da Taça desde a fatídica edição de 1995/1996 -, o Sporting CP apresentou um ‘onze’ com duas alterações: Jeremiah St. Juste assumiu o lugar no eixo do trio de centrais – no lugar do lesionado Ousmane Diomande – e o capitão Morten Hjulmand voltou de suspensão directamente para a titularidade – saiu Hidemasa Morita, que começou no banco de suplentes.

E o dérbi começou dividido, embora com os Leões muito fortes a reagir à perda e a ganhar duelos sucessivamente. O SL Benfica até ensaiou o primeiro remate, através de Orkun Kökçü – de fora da área – para defesa segura de Rui Silva, mas o Sporting CP respondeu rapidamente e só dois cortes no momento certo, já na área, impediram que Geny Catamo – fantástica arrancada pela direita – e, a seguir, Gonçalo Inácio – numa bola parada - causassem verdadeiros estragos.

Pelo meio, quando se cumpriram os primeiros dez minutos, o árbitro Luís Godinho ainda assinalou um penálti a favor das águias, mas a decisão foi revertida por fora-de-jogo no início do lance. No entanto, o SL Benfica de Bruno Lage melhorou na pressão, subiu as suas linhas e cresceu - com muito perigo - a partir daqui, embora o nulo tivesse durado toda a primeira parte.

Então, do lado verde e branco valeu o guardião Rui Silva, que se ‘agigantou’ e sacudiu para o poste uma ocasião flagrante de Vangelis Pavlidis, e, mais tarde, apareceu também Inácio com um ‘carrinho’ determinante sobre Bruma. Além disso, no canto que se seguiu, o avançado grego encarnado deixou mais uma ameaça ao cabecear ligeiramente por cima da trave.

Superados esses momentos de maiores dificuldades, quer defensivas, quer para encontrar caminhos em direcção ao ataque, o Sporting CP esboçou uma tímida reacção a fechar a primeira parte. À boleia de um inconformado Viktor Gyökeres, ‘Pote’ cabeceou para as mãos do jovem Samuel Soares, titular na baliza do SL Benfica, que depois também segurou um remate rasteiro do sueco.

Já o arranque da segunda parte tornou-se um pesadelo para os Leões – e pareceu afastar o sonho da ‘dobradinha’. Com Geny Catamo caído no relvado, um pontapé forte e colocado de Kökçü colocou o SL Benfica em vantagem aos 48’ e, dois minutos depois, Bruma ainda fez o 2-0, agora com Francisco Trincão caído a meio-campo desde o início da jogada. Contudo, desta vez, o árbitro foi chamado a ver as imagens e considerou que Álvaro Carreras cometeu falta e o segundo golo foi anulado.

E o ímpeto do dérbi, de repente, mudou. Galvanizaram-se os milhares de Sportinguistas na bancada e, também, a equipa verde e branca, que voltou a impor-se nos duelos, a assumir mais protagonismo com bola e a pisar mais vezes a área do SL Benfica, que, por seu turno, ficou momentaneamente mais intranquilo. Maxi Araújo, Gyökeres e Trincão tiveram as principais investidas, já com Morita no lugar de Debast no ‘miolo’, mas nenhum conseguiu ameaçar verdadeiramente o empate.

À entrada para os últimos 15 minutos, com o SL Benfica a forçar cada vez mais paragens, Rui Borges tentou relançar o crescendo verde e branco com as entradas de Geovany Quenda e Conrad Harder - por Geny e Pedro Gonçalves – e, depois, Matheus Reis e Iván Fresneda também foram aposta.

Nesta recta final, uma ‘mancha’ de Rui Silva perante o recém-entrado Andrea Belotti manteve ‘vivo’ o Sporting CP, que carregou até ao fim à procura do golo do empate. Um golo que podia ter chegado logo através do pé direito de Trincão ou da cabeça de Harder, mas ambas as tentativas saíram demasiado frouxas. Um golo que tardava e parecia cada vez difícil, mas não impossível, porque os Bicampeões acreditaram mesmo até ao fim – e mais além.

A final prolongou-se para lá dos 90+10’ e foi no último suspiro da compensação que uma arrancada a meias entre Trincão e Gyökeres apareceu a tempo de virar o dérbi de pernas para o ar. Depois de deixar um defesa para trás, o goleador sueco foi rasteirado na área por Renato Sanches e o próprio encarregou-se de converter o penálti, levar à loucura na parte verde e branca do Jamor e forçar o prolongamento.

E as emoções fortes não ficaram por aqui. Claramente por cima mentalmente numa altura em que o jogo se partiu e o desgaste físico veio ao de cima, o Sporting CP foi à procura de mais e com êxito, depois de Samuel Soares já ter saído aos pés de Gyökeres para negar um golo certo. Foi então, que aos 99’, Harder subiu mais alto na área – excelente cruzamento de Trincão - e com um cabeceamento letal assinou o 2-1 da fenomenal reviravolta Leonina.

Daqui em diante, foi a vez de o SL Benfica - sempre em esforço – tentar inverter o rumo de uma final que teve na mão, mas a organização verde e branca e Rui Silva não deram tréguas. Já com o jovem David Moreira, em estreia absoluta na equipa principal, no lugar de um desgastadíssimo Maxi Araújo, Ángel Di María – entrado no prolongamento – ainda tentou a sua sorte de longe, mas o ‘disparo’ saiu por cima da barra.

E se já parecia que, desta vez, a Taça de Portugal não ia fugir aos Leões, Trincão acabou com todas as dúvidas com uma jogada mágica - ‘túnel’ e finalização de classe - para o 3-1 aos 120’+1’. Explosão total de alegria a verde e branco que só aumentou aquando do apito final.

Com ele colocou-se, também, um ponto final na temporada, fechada com chave de ouro: a sétima ‘dobradinha’ da História do Clube.

Sporting CP: Rui Silva [GR], Geny Catamo (Geovany Quenda, 75’), Eduardo Quaresma (Iván Fresneda, 83’), Jeremiah St. Juste (Matheus Reis, 83’), Gonçalo Inácio, Maxi Araújo, Morten Hjulmand [C], Zeno Debast (Hidemasa Morita, 58’), Francisco Trincão, Pedro Gonçalves (Conrad Harder, 75’), Viktor Gyökeres