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Foto José Lorvão

Leões de carácter na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal

Por Sporting CP
18 Out, 2025

Sporting CP sofreu mas venceu o FC Paços de Ferreira por 2-3

A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal venceu esta noite o FC Paços de Ferreira por 2-3, no Estádio Capital do Móvel, em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal.

Os Leões, actuais detentores do troféu, chegaram à Mata Real decididos a “defender o que é seu”, como disse Rui Borges na antevisão, e iniciaram assim a caminhada na Prova Rainha - que ambicionam terminar no Jamor - com uma vitória suada, difícil, mas inteiramente justa.

Com cinco alterações relativamente à última partida frente ao SC Braga, Rui Borges lançou João Virgínia, Ousmane Diomande (o costa-marfinense não jogava desde a primeira jornada da Liga, a 8 de Agosto), Eduardo Quaresma, Alisson Santos e Fotis Ioannidis no onze inicial.

Perante uma bancada baptizada em honra de Diogo Jota e repleta de ruidosos Sportinguistas, espalhados também pelas restantes bancadas, o Sporting CP viu a equipa da casa criar perigo logo aos dois minutos, com um remate forte mas desenquadrado de João Caiado à entrada da área.

Apostando nos duelos físicos e nas transições rápidas, o FC Paços de Ferreira mostrou bastante iniciativa nos instantes iniciais. Aos seis minutos, foi a vez de Anilson visar a baliza na sequência de um livre directo, mas João Virgínia, atento, encaixou sem dificuldades o esférico que foi à figura do guardião Leonino.

Também de bola parada surgiu o primeiro lance de perigo dos Leões, após uma cobrança venenosa de Geovany Quenda aos nove minutos. Com a bola descaída para a direita, o camisola 7 centrou tenso à procura de um desvio, mas Fotis Ioannidis não conseguiu encostar.

O internacional sub-21 português assumiu protagonismo nesta fase e voltou a visar a baliza um minuto depois, conquistando um canto. O Sporting CP cresceu na partida e encostou às cordas um FC Paços de Ferreira voluntarioso. Aos 11 minutos, Alisson Santos, de frente para a baliza, tentou o golo, mas atirou sem direcção. Logo depois foi Ricardo Mangas a surgir em profundidade, após abertura de Ioannidis, mas o remate do ala foi desviado por Rafael Vieira.

Três minutos mais tarde, o defesa pacense voltou a ser providencial, evitando que o remate de Alisson Santos, já no coração da área, levasse a direcção certa.

A sabedoria popular dita que quem não marca, sofre, e foi isso mesmo o que aconteceu: aos 18 minutos, Rafael Vieira ganhou um duelo a meio-campo e serviu João Victor, que tabelou com Ronaldo Lumungo. Rapidíssimo, o avançado surgiu na cara de João Virgínia e rematou cruzado para o primeiro da partida.

O Sporting CP reagiu bem e manteve-se instalado no meio-campo dos castores. Aos 21 minutos, Pedro Gonçalves ameaçou, aproveitando um erro da defensiva da casa para rematar à baliza, sem sucesso, mas aos 22 concretizou a ameaça com uma bomba. Num lance em que os Leões ficaram a pedir grande penalidade por falta sobre Ioannidis, o esférico sobrou para o pé esquerdo do internacional português, que disparou para a igualdade e para o seu sexto golo da temporada, igualando o registo da última época.

Com controlo total das incidências, os Leões não deixavam os castores respirar e acumulavam oportunidades desperdiçadas: Pedro Gonçalves voltou a rematar em zona frontal aos 30 minutos e, dois minutos depois, foi Alisson Santos quem tentou a sua sorte.

Os anfitriões só voltaram a assustar aos 33 minutos, por Costinha, que aproveitou o espaço nas costas dos centrais para surgir em posição de perigo. O remate embateu em Ousmane Diomande e a jogada perdeu-se.

Já aos 35, Ioannidis apareceu em zona de finalização, após Pedro Gonçalves o encontrar dentro da área, mas o grego não se superiorizou a Jeimes, que segurou à segunda e travou as intenções do dianteiro Leonino.

A cinco minutos do intervalo, Geovany Quenda puxou da direita para dentro e, à entrada da área, concluiu uma boa jogada colectiva, mas o disparo do jovem de 18 anos passou a centímetros do poste esquerdo. Apesar do domínio, a equipa de Rui Borges não conseguiu traduzir os seus 76% de posse de bola em mais golos e o intervalo chegou com a igualdade no marcador.

Com os mesmos onze em campo e já sob o nevoeiro que começava a abater-se sobre a Capital do Móvel, o Sporting CP entrou acutilante no segundo tempo e ainda nem um minuto se tinha passado quando somou duas boas aproximações: primeiro, Ioannidis surgiu veloz no centro, mas não conseguiu finalizar; na insistência, Alisson Santos entrou pela esquerda e rematou cruzado, mas ao lado.

Apesar da boa entrada Leonina, foi o FC Paços de Ferreira, muito eficaz nos seus processos, quem voltou a saltar para a frente do marcador aos 49 minutos. Os protagonistas foram os mesmos, mas com papéis invertidos: desta vez, Ronaldo Lumungo surgiu pela direita como uma seta e serviu João Victor para o 2-1.

Aos 55 minutos, Alisson Santos, um dos elementos mais interventivos do conjunto verde e branco, voltou a visar o alvo com o seu característico movimento da ala para dentro, mas o remate não levou a direcção desejada.

Naturalmente insatisfeito, Rui Borges mexeu no tabuleiro, lançando Francisco Trincão e Iván Fresneda aos 58 minutos. O empate chegou pouco depois: aos 60, Geovany Quenda bateu um canto na direita com conta, peso e medida para a cabeça de Fotis Ioannidis, que restabeleceu a igualdade com meia hora por jogar.

O golo do helénico lançou o Sporting CP para uma nova e intensa vaga de ataque. Sem deixar o adversário respirar, os Leões pecaram apenas na finalização e no último passe e, aos poucos, os pacenses voltaram a soltar-se, respondendo em contragolpe. 

Aos 73 minutos, Geny Catamo e Zeno Debast entraram para refrescar processos, perante os 5260 espectadores que roíam as unhas com a incerteza do resultado. No tudo por tudo, Rui Borges lançou Luis Suárez cinco minutos depois, com o colombiano a jogar lado a lado com Fotis Ioannidis.

O FC Paços de Ferreira foi aguentando a pressão e fechando espaços de forma competente, apesar da natural diferença na posse e nas oportunidades. Faltavam ideias, mas sobrava vontade: o Sporting CP instalou-se no meio-campo adversário nos últimos dez minutos, mas não conseguiu ultrapassar a fortaleza amarela e o jogo seguiu mesmo para prolongamento.

Com Ousmane Diomande a ressentir-se fisicamente de um jogo duro, Matheus Reis entrou para os 30 minutos extra. Tal como durante o tempo regulamentar, os Leões voltaram a mandar no jogo: Pedro Gonçalves rematou aos 91 minutos e os visitantes somaram pontapés de canto (nesta altura, 0-22), mas sem assustar verdadeiramente Jeimes.

Aos 99 minutos, porém, Pedro Gonçalves obrigou o guardião da casa a uma enorme defesa, negando-lhe o bis. Antes, os Leões ainda reclamaram uma grande penalidade, mas a equipa de arbitragem não entendeu que o defesa pacense tivesse cortado o lance com o braço e mandou seguir.

Tantas vezes o cântaro foi à fonte que o terceiro golo acabou por chegar, aos 104 minutos, num lance tão curioso quanto merecido: Geny Catamo e Iván Fresneda combinaram bem na direita e o espanhol cruzou para a área, onde Tiago Ferreira desviou para a própria baliza. Uma infelicidade do defesa pacense, mas um prémio para a insistência do Sporting CP, que chegou finalmente à vantagem antes do intervalo do prolongamento.

Com o desgaste já visível em ambos os conjuntos, a segunda parte do prolongamento teve menos história, mas manteve-se viva: aos 107 minutos, Miguel Mota surgiu pela direita e rematou à figura de João Virgínia; aos 111, voltou a tentar de fora da área, mas por cima da trave.

Aos 114 minutos, foi a vez de Geny Catamo testar os reflexos de Jeimes, que voltou a brilhar entre os postes. Seria a última oportunidade da partida, num jogo em que os Leões estiveram duas vezes em desvantagem, disputaram um prolongamento, conquistaram 25 cantos e remataram 39 vezes à baliza.

O conjunto de Rui Borges honrou, assim, a máxima do treinador: quando faltou inspiração, sobrou atitude. E foi ela que garantiu a passagem do Sporting CP à quarta eliminatória da Taça de Portugal.

Sporting CP: João Virgínia [GR], Hidemasa Morita (Francisco Trincão, 58’), Geovany Quenda, Pedro Gonçalves, Georgios Vagiannidis (Iván Fresneda, 58’), Ousmane Diomande (Matheus Reis, 90’), Alisson Santos (Luis Suárez, 79), Morten Hjulmand [C], Eduardo Quaresma (Zeno Debast, 73’), Fotis Ioannidis e Ricardo Mangas (Geny Catamo, 73’). Treinador: Rui Borges. Disciplina: cartão amarelo para Georgios Vagiannidis (17’), Hidemasa Morita (45’), Ousmane Diomande (77’) e Pedro Gonçalves (102’).