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A Ressurreição*

Por André Bernardo
28 maio, 2020

A conquista da Taça de Portugal de 2019 terá sempre um valor simbólico, constituindo o epílogo do primeiro capítulo da Odisseia pós-Alcochete

25 de Maio de 2019 ficará na história do Clube como o dia da “Ressurreição” do Leão. Nesse dia, o Sporting Clube de Portugal ganhou muito mais do que uma Taça de Portugal. As lágrimas que cada Sportinguista verteu e os sorrisos que cada um exibiu carregavam um ano de angústia e superação após o período mais negro da história do Clube, marcado pelo ataque a Alcochete. E transformaram a amargura da perda da Taça de 2018, porque também ela foi muito mais do que uma derrota, numa sensação de êxtase difícil de adjectivar.

À data do arranque da época de 2018/2019, o cenário do mais optimista Sportinguista constituía na realidade o melhor cenário pessimista. Porém, o Sporting CP conseguiu completar um duríssimo ano de forma épica conquistando duas Taças: da Liga e de Portugal. Feito inédito na sua história, juntamente com outro nas modalidades: seis títulos europeus num só ano.

É impossível num ano recuperar um clube, seja ele qual for, depois daquilo que o Sporting CP passou, sobretudo com a pesada herança de problemas estruturais. É importante a gestão de expectativas neste sentido porque o caminho de travessia para sair do “deserto” dos últimos quase 20 anos no futebol continua. Mas a conquista da Taça de Portugal de 2019 terá sempre um valor simbólico, constituindo o epílogo do primeiro capítulo da Odisseia pós-Alcochete.

A memória no desporto é curta, mas, mais além dos números, ninguém se esquecerá da forma de como, há apenas um ano atrás, esta vitória nos fez sentir. 

28 de Maio é dia de Jornal de Sporting e nesta edição destacamos a entrevista a mais um talento argentino que brinda os relvados nacionais: Che Vietto! Em Dezembro de 2006, na primeira vez que tive a oportunidade de pisar Buenos Aires, assisti a um jogo decisivo (Boca Juniors vs. Estudiantes de La Plata) para a disputa do campeão de Verão – Torneio Apertura (na altura, o campeonato tinha um formato diferente do actual), no mítico palco La Bombonera, com direito à presença de Maradona na Tribuna. Uma experiência única que recomendo a quem possa vivê-la, num país que respira o futebol de maneira singular (infelizmente, nem sempre da melhor forma). Desse sangue argentino temos tido o prazer de assistir em Alvalade a vários artistas ao serviço do Sporting CP, desde o eterno Yazalde, a Quiroga, Duscher, Acosta, entre outros, e agora a Luciano Vietto. Una nota final de condolências a outro argentino, Mauricio Hanuch, campeão nacional em 2000 ao serviço do Sporting CP e que infelizmente nos abandonou esta terça-feira, vítima de doença.

Nesta edição destacamos também a “Ressurreição” da Formação, que tem sido prioridade máxima na gestão destes 20 meses, com uma análise aos seis “reforços” da equipa principal.  Rubrica elaborada por Rodrigo Pais de Almeida, a quem dou as boas-vindas como novo cronista do Jornal e que, entre outras coisas, estreia uma nova vertente de análise técnica que será certamente enriquecedora para todos os leitores.

1 de Junho é Dia da Criança. E é mais crianças que temos de atrair para o desporto, seja a praticar ou a assistir. Para isso, é fundamental trabalharmos todos os dias para proteger a qualidade do espectáculo e promover a vivência saudável do mesmo. Lançámos nesse sentido a campanha “Eu Sou Jubas” que permite o envolvimento dos mais jovens em dinâmicas divertidas, que combina realidade aumentada e o melhor uso das redes sociais.

4 de Junho é também o dia da “Ressurreição” do futebol após o período COVID-19. A bola estará felizmente de volta aos relvados e o Sporting CP apresenta-se com um dos plantéis mais jovem e com maior número de atletas provenientes da formação de sempre. Aproveito e destaco o lançamento do Alvalade em Casa, no próximo dia 2 de Junho, uma plataforma on-line que permitirá o acompanhamento dos jogos ao segundo. Não podendo ir até ao futebol, quisemos que o futebol fosse até “casa” dos nossos adeptos, para quem não possa acompanhar os jogos pela TV.

Intemporal é Héctor Casimiro Yazalde. Conhecido como “Chirola”, porteño de gema, brindou-nos entre 1971 e 1975 com um registo impressionante de 126 golos em 131 jogos, ganhando a bota de ouro na época de 1973/1974 com 46 golos em 30 jogos. Ressuscitamos a sua memória no nosso destaque de Lendas do Sporting Clube de Portugal.

 

* Editorial da edição n.º 3777 do Jornal Sporting