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TRÊS RAZÕES PARA VOTAR NESTA AG

Por Sporting CP
21 Out, 2021

​“Não se questionem sobre o que o vosso país pode fazer por vocês. Questionem-se, antes, sobre o que podem fazer pelo vosso país”.

“Não se questionem sobre o que o vosso país pode fazer por vocês. Questionem-se, antes, sobre o que podem fazer pelo vosso país”.

É a frase mais celebre e citada do discurso de tomada de posse de John Fitzgerald Kennedy (JFK), mas cujo texto em si, brilhante, tem outras partes que merecem ser revisitadas e que aproveitarei no editorial de hoje. Já aqui regressarei no final deste texto, mas primeiro abordo as respostas ao título que escolhi para este editorial. Recordo que, no próximo sábado, dia 23, o que está em votação em Assembleia Geral (AG) é a aprovação das contas do Clube relativas aos exercícios de 2019/2020 e 2020/2021. Contas auditadas, certificadas e novamente certificadas pelo auditor. E sendo esta a natureza da AG vou apresentar-lhe três razões para votar a aprovação das contas, mas fazendo o exercício inverso: razões que poderiam ser apresentadas como racionais para votar contra (mas que não se verificam):

1.O Sporting CP apresentou prejuízo injustificado.

Tivesse o Sporting CP apresentado prejuízo nos dois exercícios em aprovação, de forma injustificada ou por neglicência, seria um motivo legítimo para a não aprovação das contas. Teria que analisar-se o contexto em concreto para perceber quais as causas raiz desses prejuízos para melhor opinião. Se um motivo de força maior, como por exemplo a maior pandemia, estivesse na sua origem, seria provavelmente aceitável.

Uso o condicional porque é meramente um cenário hipotético.

O Sporting CP não só apresentou lucro, como inclusive em 2020/2021 registou o melhor resultado líquido desde 2014/2015 com €4,3M. O que não é hipotético é que de facto existiu um motivo de força maior chamado COVID-19, e que teve todos os impactos sabidos, mas apesar disso tivemos lucro.

2.Alteração da normativa contabilística para IFRS.

A normativa contabilística mais utilizada no mundo é o IFRS. Aliás, a mesma que é utilizada na Sporting SAD. O Clube utilizava a normativa SNC, a menos utilizada, o que, por consequência, tornava a harmonização e comparativo mais difícil. Tivesse o Sporting CP alterado no sentido inverso, isto é, de IFRS para SNC, entender-se-ia algum cepticismo. Mais, fosse também o caso que, resultante desta alteração, existisse uma “inflação” dos resultados com algum intuito de cosmética, uma não aprovação seria igualmente explicável. Acontece que o Sporting CP alterou de SNC para o IFRS e, como consequência disso, o Resultado Líquido baixou de €4,3 milhões para €135 milhares de euros.

3.Manutenção do não reconhecimento das responsabilidades decorrentes da valorização das participações financeiras pelo método da equivalência patrimonial há pelo menos 20 anos.

Há pelo menos 20 anos que o Revisor Oficial de Contas aprova as contas com uma reserva que coloco abaixo em nota (*1). Situação que, diga-se, sempre se manteve até à data, e não teve, pelo menos pela parte da maioria nenhuma rejeição. Ora, aquilo que se efectuou foi precisamente a correcção dessa situação, pelo que em consequência pela primeira vez o Sporting CP corrigiu esta situação e apresentou um Certificação Legal de Contas sem reservas no último Relatório e Contas.

Em resumo, o voto de aprovação de contas é um voto de aprovação relativamente às contas. Ponto. Que exige por parte dos Sócios um dever de objectividade e responsabilidade perante a Associação secular da qual fazem parte, e por cuja imagem de credibilidade e reputação devem zelar.

Qualquer outro intuito fere este princípio e o bem superior do Sporting Clube de Portugal.

Todos os Sócios, independentemente do seu direito de opinião e liberdade de expressão, deviam ter isto presente.

O que é hoje em dia, mais do que nunca, evidente é que no Sporting CP existe um segmento de Sócios que decide proselitamente sem qualquer base de racionalidade ou evidências.

E é por isso que termino parafraseando Kennedy no seu discurso inaugural: “Unidos, há muito pouco que não possamos fazer diante de inúmeras iniciativas de cooperação. Divididos, há pouco que possamos fazer, pois não nos atreveremos a enfrentar um grande desafio se estivermos divididos e em conflito. (…) Meus compatriotas, reside em vossas mãos, mais do que nas nossas, o êxito ou o fracasso de nosso curso de acção. Desde a fundação deste país, cada geração de americanos foi convocada a prestar testemunho de sua lealdade à nação. (…) Agora, a trombeta chama-nos novamente — não um chamado para empunhar as armas (…); não um chamado para a batalha (…) — mas um chamado para suportar o peso de uma longa e incerta luta, ano após ano, regozijando-nos na esperança, pacientes nas tribulações — uma luta contra os inimigos comuns do homem: a tirania, a pobreza, a doença e a própria guerra. Conseguiremos formar contra esses inimigos uma aliança ampla e global, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, que possa garantir uma vida melhor para toda a humanidade? Querem fazer parte deste esforço histórico?”.

(*1) O Sporting Clube de Portugal valorizou em 30 de Junho de 2019 as participações financeiras detidas nas empresas do Grupo Sporting Clube de Portugal pelo método da equivalência patrimonial, tendo reconhecido por valor nulo as participações financeiras em entidades cujos respectivos capitais próprios eram negativos àquela data. (…)

Editorial da edição n.º 3842 do Jornal Sporting