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Os opinadores da desgraça

Por Juvenal Carvalho
28 Abr, 2022

Gosto pouco, mesmo muito pouco, de ser o "Calimero", ou de ver fantasmas ou perseguições ao Sporting Clube de Portugal só porque sim. Estou até nos antípodas de achar que a culpa é só das questões laterais ao jogo, seja ela a modalidade que for, quando a coisa nos corre menos bem. Tendo sempre, pese a paixão que nutro pelo nosso Clube, a tentar ajuizar de forma equidistante. Sou assim por formação, ou até mesmo "deformação", seja lá isso o que for.

Mas também, e com a aprendizagem das Primaveras já passadas pela marca inexorável do tempo, o que não sou é ingénuo, nem faço questão de disfarçar, quando a mostarda me chega ao nariz.  

E ao que assisto, numa fase menos boa da nossa equipa de futebol, são pessoas que, qual ejaculação precoce, e falo de diversos opinadores que debitam "talento" pelas televisões, rádios ou jornais, a escrever lindas prosas, ou a verbalizar coisas incríveis.

Estavam até − não generalizando − à espera de um pequeno abanão para pôr tudo em causa. O futebol do Sporting passou para eles a ser altamente previsível. O efeito surpresa já passou. Alguns jogadores tiveram a chamada sorte de principiante quando na época passada tudo lhes saía bem. Rúben Amorim é inexperiente. Levou até um banho táctico de um treinador adversário, quando o que eu e muitos vimos, sem retirar o mérito ao adversário, foi que este jogou em Alvalade como se de uma equipa pequena se tratasse para levar a água ao seu moinho, etc...

Perante esta manifesta intoxicação das mentes − alguns são clientes habituais neste género de coisas − só posso repudiar e mostrar a minha mais profunda indignação. 

Quais abutres à procura de presas, começaram desde logo a querer fazer de forte fraca gente. 

Sei que na indústria do futebol os milhões que se ganham com a entrada na Champions League, a aliar ao facto do início de preparação da época seguinte ser mais cedo e com isso alterar a planificação, faz mover os habitués, sempre ávidos que algo corra mal no reino do Leão. E esses são aqueles que se apressam em antecipar cenários catastrofistas para uns e lindas noites de luar para outros, mesmo que tudo seja conquistado no terreno de jogo e por mais que tentem não consigam inverter a realidade, porque essa é ditada pela classificação do campeonato. Não é por traçarem cenários catastrofistas para quem já ganhou duas competições nacionais esta época, que levava a quem tivesse aterrado de um qualquer planeta distante neste momento em Portugal a interrogar-se se as capas dos jornais e as opiniões dos "paineleiros" seriam consentâneas com a realidade actual. 

Ao Sporting CP nada é dado. Tudo é conquistado na base do suor. E no desporto como na vida, nem só de momentos altos se vive. Aparecem também os de menor fulgor. E quando esses aparecem, lá estão as carpideiras. São várias, e agora mais notórias pela catadupa de programas desportivos, em que todos falam de futebol, que não sendo uma ciência exacta, permite desde logo a sapateiros tocarem rabecão e dizer coisas que ferem os tímpanos até aos mais incautos.

Colocando alguns opinadores no campo musical, sobretudo por termos festejado os 48 anos do 25 de Abril, e pela liberdade de opinião o permitir, lembrei-me de Zeca Afonso, e esses serão a "Formiga no Carreiro" que anda, e aos tombos, sempre em sentido contrário. Só que estas "formigas" − os opinadores não todos, claro − dizendo coisas sem sentido... têm um sentido. E esse é o denegrir como mote.

Quanto ao Sporting CP, por mais que as carpideiras não o aceitem, está na minha opinião no caminho certo. No futebol e nas modalidades. Ninguém ganha em tudo, mas quem joga para ganhar em todas, pode ter sucesso em algumas. E que Riga seja a cidade talismã da continuidade desse sucesso já a partir de amanhã no futsal, para que a terceira Liga dos Campeões da modalidade venha para o nosso Museu. 

Força Leões, nós acreditamos em vocês. Os outros, que são os tais opinadores da desgraça, vão ter que nos aturar.