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Aconteceu Sporting

Por Pedro Almeida Cabral
15 Set, 2022

Veio aventurada a tarde da última terça-feira. Estádio repleto, adeptos entusiasmados, equipa motivada, técnico esclarecido e entendimento perfeito do jogo deram um merecidíssimo triunfo ao Sporting Clube de Portugal perante o Tottenham Hotspur FC, que ainda não tinha perdido nenhum jogo nesta temporada. Bem mais do que a mera conquista dos três pontos na fase de grupos da UEFA Champions League, esta vitória é uma vitória de quem sabe que o Sporting CP só pode entrar em campo – em qualquer campo – para ganhar. Não importa, sequer, que o adversário seja, como é o Tottenham Hotspur FC, de outro campeonato. É que a equipa inglesa está avaliada em mais de 600 milhões de euros, sensivelmente o triplo da avaliação da nossa.

Porém, os euros não correm em campo, nem treinam jogadores. A razão pela qual o futebol é o deporto mais popular do mundo é que em futebol tudo pode acontecer. Sobretudo, quando joga este Sporting CP, com a faca nos dentes e olhos fixados nas redes adversárias. Entrámos disciplinados, cientes de que o embate com a equipa inglesa que anda pelo topo da Premier League e tem jogadores como Son, Kane e Richarlison iria exigir paciência e sofrimento. E lá fomos, formosos e seguros, envolvendo o Tottenham Hotspur FC numa corrente defensiva que agrilhoava os ataques adversários. Na primeira parte, esta estratégia resultou em cheio, a permitir lançar ataques venenosos por parte dos Leões. Será sempre lembrada aquela jogada de Edwards, que fintou toda a linha defensiva inglesa, com Perišić a ficar a ver a bola passar por duas vezes, e só falhou o golo devido ao braço direito de Lloris que, in extremis, desviou para canto.

A segunda parte contou outra história. O jogo ficou mais aberto. Sucederam-se oportunidades para os dois lados. Mas havia algo nos jogadores do Sporting CP que fazia querer seguir o jogo atentamente. Misto de confiança e vontade. Parte de crença, parte de inconformismo. A astúcia de Rúben Amorim fez o resto. Raras vezes se viram substituições tão acertadas. Paulinho, entrado aos 76´, mostrou que sabe usar bem a cabeça e desviou oportunamente para o primeiro golo, no último minuto do tempo regulamentar. Já Arthur Gomes, aos 90´+2, na primeira vez que vestia a verde e branca, no primeiro jogo que entrou, na primeira vez que tocou a bola, fintou com arte e engenho Emerson e marcou o segundo golo, levando Alvalade ao delírio.

Das centenas de jogos que tive o prazer de ver nosso Estádio, este foi dos que mais apreciei. E não foi só pela vitória. Foi, acima de tudo, porque aconteceu o Sporting CP que por tantos e tantos anos ansiámos, sem temores nem receios, só e só com o pensamento na vitória, não importando a dimensão ou o nome do adversário. É este o Sporting CP que queremos e merecemos e que, estou certo, ainda vamos ver muitas vezes esta época.