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Uma noite no Pavilhão João Rocha

Por Pedro Almeida Cabral
31 Mar, 2023

Há noites assim. Chegamos ao Pavilhão João Rocha certos de que algo irá acontecer. Foi o que sucedeu há dias, nos oitavos-de-final da Liga Europeia de andebol. Vínhamos de uma desvantagem de três golos do encontro fora com o Bidasoa Irun, actual quarto classificado do campeonato espanhol e vencedor de uma Liga dos Campeões, em 1995. Apesar da clara superioridade técnica do Sporting Clube de Portugal, a experiência da equipa espanhola parecia poder fazer a diferença. Havia quem dissesse que o mais provável era não conseguirmos reverter a diferença e que poderíamos ganhar, mas dificilmente pelos quatro golos necessários para seguir em frente para os quartos-de- final. Pela afluência ao Pavilhão, que ficou bem composto, parecia afinal que havia muitos Sócios e adeptos convictos de uma reviravolta.

Desde o início do jogo que o ambiente criado se revelou um oitavo jogador, sempre a empurrar a equipa para a frente, com cânticos constantes e palmas efusivas nas jogadas de golo e nas defesas apertadas. Numa primeira parte de grande intensidade, cedo deixámos claro que queríamos passar e iríamos lutar até ao último lance. Os espanhóis não pareciam ter reação e foi com naturalidade que chegámos a uma vantagem de cinco golos. Martim Costa, o nosso melhor marcador com dez golos, selou mesmo o 11-6 pelo meio da primeira parte. Porém, o Bidasoa Irun não se dava por vencido. Reagiu e conseguiu reduzir substancialmente a desvantagem. Fomos para intervalo a vencer por números insuficientes para seguir em frente, por 15-12. 

Na segunda parte, veio ao de cima a razão pela qual o Sporting CP a jogar no Pavilhão João Rocha alcança tantas vitórias e títulos. O público empolgou-se ainda mais e os nossos jogadores souberam devolver em jogo jogado. Quando o nosso avanço emagreceu para dois golos, em 22-20, o Pavilhão reagiu em força. Com dois contra-ataques bem-sucedidos, além de quatro golos seguidos de Salvador Salvador, ganhámos uma confortável distância de cinco golos, que acabaria dilatada para os 34-28 finais. 

Uma equipa afinada, um treinador sapiente e um sete alinhado só poderiam resultar numa vitória assim, num Pavilhão a rebentar pelas costuras de Sportinguismo. No final, o tradicional grito Sporting com palmas a condizer fechou mais uma noite de magia no nosso Pavilhão. Rumo aos quartos, para defrontar o Montpellier, líder do campeonato francês. Por maior nome que tenha este adversário, a jogar assim podemos ir longe. E, sobretudo, teremos, de certeza, mais uma noite como esta no Pavilhão João Rocha.