Falar de Carlos Lopes é falar de alguém que me faz tremer de emoção desde que me conheço. O Campeão dos campeões, aquele que ficará na História como o primeiro português a tornar-se Campeão Olímpico, aquele que fazia parar o país fosse a prova em que participava à hora que fosse.   

Um ídolo que arrastou multidões. Carlos Lopes tem uma incrível história de vida. Direi, sem margem de erro, que é o melhor atleta português de todos os tempos. 

Na entrevista que concedeu no passado sábado a Daniel Oliveira, no programa Alta Definição, apenas confirmei aquilo que nas poucas vezes que com ele privei nos corredores de Alvalade, já sabia. Além de um Campeão como nenhum outro, um homem que não renega as origens e que tem um orgulho incomensurável de ser uma força da natureza. Disse ele que "não foi fácil, mas valeu a pena...vale sempre a pena". Claro que valeu a pena, Campeão. Como lhe estou – estamos todos – agradecido pelo que representou para o país e para o seu/nosso Sporting Clube de Portugal, decorria o ano de 1967, para estar ao lado do seu ídolo de então e grande referência do atletismo, Manuel Oliveira. Estava por escrever uma página a letras de ouro daquele jovem natural de Vildemoinhos, distrito de Viseu, de uma humildade arrebatadora... "Um homem do povo" como se descreveu. Um homem que o povo amou como a poucos e acima de clubes. Um Herói. 

Falou das adversidades, sim os campeões também as têm, com a naturalidade que só os grandes, humana e desportivamente, conseguem fazer. 

Arranjar adjectivos para retratar este Campeão só me suscita algo como gigante, estratosférico, arrebatador, entre tantos outros que as linhas deste texto seriam insuficientes para descrever. 

O Carlos Lopes forrou-me com posters seus, como também outras referências do nosso Clube, as paredes do quarto enquanto jovem. Mas, sem desprimor para ninguém, até porque o Sporting CP tem uma História incomensurável que fala por si, Carlos Lopes é o maior dos maiores. O Campeão dos campeões. Único e arrebatador. 

Tão arrebatador quanto a história de vida que o "Alta Definição" – um programa simplesmente fantástico – nos proporcionou. De "um homem do povo", como se descreveu, mas que o povo venera como poucos. Falou dos pais, da mulher, dos filhos, dos amigos, do atletismo e do Sporting Clube de Portugal com a simplicidade e a naturalidade que só os enormes conseguem. Que enfrenta as contrariedades que a vida lhe trouxe, da mesma forma com que dizimava os adversários nas pistas, na estrada ou no corta-mato. Era vê-los a vergarem-se à classe deste homem franzino, mas com alma até almeida. Que chegava invariavelmente isolado, deixando os opositores para trás durante as provas. Parecia fácil, mas só estava à altura dos campeões como só ele.  

Estas linhas sobre este Campeão são tão pouco para o retratar. Ele é sempre maior do que qualquer elogio que lhe façam. Um enorme atleta. Um enorme ser humano. Uma forma de estar arrebatadora. 

Gigante nas pistas. Gigante na vida. Simplesmente gigante. Único e arrebatador, o Campeão Carlos Lopes! 

P.S – O atletismo é uma modalidade em que o Sporting CP, como é exemplo Carlos Lopes, entre tantos outros grandes atletas que envergaram e envergam o símbolo do Leão, tem uma História que fala por si, feita de títulos atrás de títulos. A somar a esses, vieram no passado fim-de-semana mais dois, através dos seniores masculinos e femininos. O Leão voltou aos títulos nos homens e conquistou o 15.º título consecutivo nas mulheres. A hegemonia, acredito, veio para ficar nos dois géneros. Onde estiver, o professor Mário Moniz Pereira estará feliz.