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Simplesmente fantásticos

Por Juvenal Carvalho
23 Out, 2025

Num dos post scriptum da minha coluna de opinião da edição da semana passada, dediquei aos Associados e adeptos presentes no João Rocha uma nota de reconhecimento pela forma fantástica, e tão à Sporting, como reagiram no final de um jogo que nos correu menos bem ante os franceses do HC Nantes, ao aplaudirem os nossos rapazes da mesma forma como se tivessem sido eles a ganhar o jogo.

Num ambiente único de empatia, mas sobretudo de reconhecimento a uma equipa única. E este única é mesmo na competência, capacidade e também garra... muita garra, que a guindou aos mais altos patamares do andebol internacional, onde se bate olhos nos olhos com os colossos da modalidade, e que é, inequivocamente, temida por esses mesmos colossos. 

E se alguns menos optimistas – acredito que a existirem serão meramente residuais – pensavam que a equipa poderia reagir menos bem à adversidade de um resultado nada habitual, o jogo contra a poderosa equipa húngara do MVM Veszprém KC, confirmou que estavam redondamente enganados.

A forma apoteótica como os Leões presentes receberam a equipa, num ambiente verdadeiramente arrepiante, indiciava mais uma noite épica. E se o indiciava, daí à concretização foi um pequeno passo. Um passo de crença inabalável.

Era notória a simbiose perfeita entre a equipa e os Sportinguistas na bancada. Depois de uma entrada fulgurante, surgiu um adversário de grande valia, como já era previsível, a igualar até mesmo e até a passar para a frente do marcador. Estava dado o mote para aquele que seria um jogo para os mais nervosos colocarem o comprimido debaixo da língua. Foi de golo cá, golo lá, com alternâncias no marcador. Mesmo com as contrariedades a aparecerem, nunca a equipa quebrou, nem o apoio das bancadas diminuiu. Foi de Leão da bancada para os Leões dentro da quadra que a boa energia haveria de vingar. 

Mas depois de um equilíbrio latente de um jogo fantástico, estava guardado para o fim, literalmente para o fim o grande momento.

A 14 segundos do final e com a bola na nossa posse, Ricardo Costa pediu um desconto de tempo para preparar o último ataque. Instruções dadas e absorvidas pelo grupo, eis que com as bancadas ao rubro, Kiko Costa, mesmo agarrado num braço conseguiu passar com a mestria habitual ao seu irmão Martim Costa para este aos seis metros, na cara do guarda-redes, a fazer a bola anichar nas redes magiares e o jogo acabar logo de seguida. 

E foi um pavilhão ao rubro que festejou esta terceira vitória na fase de grupos da Champions League aquele que vibrou como se não houvesse amanhã com os rapazes que envergam o símbolo do Leão rampante ao peito.

Decididamente esta equipa é capaz de tudo, mesmo tudo. 

Comecei a ver andebol em criança, quando pontificavam jogadores como Carlos Silva, Manuel Brito, João Miranda, entre outros enormes jogadores, tive o privilégio de ter sido dirigente de uma equipa que tinha craques como Carlos Ferreira, Ricardo Andorinho, Paulo Faria, Viktor Tchikoulaev, etc.

Mas sem desprimor para tanto e tanto craque que ao longo dos anos ganhadores desta modalidade – é impossível esquecer os penta que não tive oportunidade de ver jogar mas onde tenho amigos entre eles – esta será a melhor equipa do Sporting Clube de Portugal e mesmo nacional de que tenho memória. 

Um orgulho incrível nestes rapazes. São únicos. Simplesmente únicos.

P.S 1 – À hora a que escrevo estas linhas, os rapazes da modalidade a que dediquei este espaço, ainda não tinham entrado em campo na Noruega, frente ao Kolstad IL, para aquela que é a sexta jornada da maior competição europeia de clubes. Aconteça o que acontecer, eu – todos nós, acreditamos na vitória em terras nórdicas. Com eles até ao fim... do fim.

P.S 2 – A triste notícia chegou-me fria, via WhatsApp. Assim mesmo: "Morreu o Baltasar". O Baltasar faz parte da minha memória de criança, sobretudo pela sua garra, pela sua postura de quem queria muito ganhar. Era mesmo até à última gota. Descansa em paz, 'Leão da Caparica'.

P.S 3 – O basquetebol está vivo. Duas vitórias importantes ante os italianos do Dinamo Sassari, para a FIBA Europe CUP, e no Dragão, para o Campeonato, frente ao FC Porto. O caminho faz-se caminhando.

P.S 4 – Missão cumprida na Mata Real, num jogo que não se revelou nada fácil, pese o claro domínio do Sporting CP. Agora segue-se a Champions. Será outro jogo. Vamos acreditar.