Um legado que perdurará no tempo
30 Out, 2025

Hoje, como mote para este texto, vou falar do Sportinguista que era Francisco Pinto Balsemão. Apesar de ser um homem que não estava próximo de mim ideologicamente – sim, porque além de ser do Sporting Clube de Portugal, também sou um cidadão comum que tem ideologia política e crença religiosa, mas isso para aqui pouco importa, quero apenas falar do Leão que existia neste político, que reunia consensos e que lutou por causas como muito poucos outros.
Da voz de seu filho, Francisco Pedro Balsemão, que não sem alguma emoção, e em plenas cerimónias fúnebres no Mosteiro dos Jerónimos, leu uma carta, que se tornaria viral nas redes sociais, onde destacou orgulhosamente os muitos valores do seu pai. Entre eles, e tantos foram, o de ter deixado o legado à família do seu Sportinguismo.
Um dos nossos que parte, mas que passou aos seus o que é ser do Sporting CP. Um bonito legado que, esteja onde estiver, o encherá de orgulho.
Mas esta passagem de Sportinguismo, porque ser do Sporting Clube de Portugal não se explica, sente-se, é comum a tantos outros homens e mulheres, desde a mais cosmopolita das cidades até à mais recôndita das aldeias e, por sermos um clube interclassista, dos mais variados estratos sociais e também um clube pluralista.
Somos, até porque tivemos décadas menos ganhadoras, decididamente um caso de estudo pela positiva. Quando muitos nos faziam crer que tínhamos perdido as novas gerações de adeptos, que cada vez éramos mais um clube só de Lisboa e áreas limítrofes, a verdade é que, e já passaram no tempo 25 anos, vimos no dia 14 de Maio de 2000, após a conquista do Campeonato Nacional 1999/2000, uma verdadeira loucura espalhada pelo país, naquela célebre viagem de Paranhos, no Porto, até ao Estádio José Alvalade.
Se então, muitos se espantaram, sabem lá eles o que representa a força do nosso Clube, hoje a realidade de um Sporting CP cada vez mais ganhador faz ser inequívoca a força do Leão, que é – sempre foi – verdadeiramente arrebatadora. Estudos credíveis dizem que em Lisboa somos o clube que mais adeptos temos. E isso alastra-se a mais cidades, vilas e aldeias, no país e espalhadas pelo Mundo. Por falar em aldeias, um abraço daqui deste espaço que o Jornal Sporting me concede semanalmente para os meus amigos de Parambos, aquela que é a Aldeia Mais Sportinguista de Portugal e onde se respira Sporting CP por todos os poros.
E somos isto tudo nunca subvertendo nada nem tentando, como outros, fazer passar mensagens de antiguidade duvidosa, ou "vendendo" uma grandiosidade no número de Associados longe de corresponder à realidade.
Nós somos diferentes. Não, não tem a ver com tiques elitistas, até porque eu, por exemplo, sou de bairro popular com muito orgulho e o Clube é de todos e para todos. Tem mesmo a ver com aquilo que nos faz ser únicos. E no únicos, sem exagero algum, só a nossa crença, perseverança e amor ao símbolo fez com que tivéssemos atravessado diversos períodos menos bons sem nunca desistir. À chuva, ao sol, com frio ou com calor, um Leão nunca desiste e só baixa a cabeça para beijar o símbolo.
P.S 1 – Desde a minha última coluna de opinião, o nosso futebol venceu o Olympique de Marseille (2-1) para a Champions League, o CD Tondela (3-0) para o Campeonato e o FC Alverca (5-1) para a Taça da Liga. Continuamos vivos e em todas as competições. A ambição é só uma: Ganhar!
P.S 2 – O judo masculino sagrou-se Octacampeão Nacional. A demonstração cabal do claro domínio do Leão, num trabalho sustentado, e no qual será impossível não destacar o responsável da secção e treinador, Pedro Soares, que é indubitavelmente a figura principal de uma modalidade que não se cansa de ganhar.
P.S 3 – O triatlo venceu pela primeira vez na História a Taça de Portugal em ambos os géneros. Que tenha sido a primeira de muitas mais. O museu tem sempre espaço para troféus.