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Português, Portugal
Foto César Santos

“Conexão aos fãs é a base do futebol”

Por Jornal Sporting
22 Mar, 2018

Andrea Traverso, responsável da UEFA pela sustentabilidade financeira, encerrou o congresso The Future of Football lançando os principais desafios para o futuro

A IV edição do congresso internacional The Future of Football terminou, nesta quinta-feira pela hora de almoço, com uma palestra de Andrea Traverso, responsável da UEFA pela sustentabilidade financeira, sobre os desafios do futuro no mundo do futebol. O italiano discursou para o Pavilhão João Rocha dizendo que, para melhorar o futuro, há que entender os desafios… do presente.

“Antes dos desafios para o futuro, quero falar dos desafios para o presente. Ouvir sobre o presente faz-me reflectir sobre o que o futebol significa para mim, mas ainda mais o que significa para os meus e os vossos filhos. A nossa geração deve decidir se quer ter este futebol ou um diferente para a que a seguir virá”, começou por afirmar, explicando depois que, na sua óptica, a relação com os adeptos é onde os organismos e os clubes têm de intervir, de forma a restaurar a confiança dos mesmos.

“Perceber o que se passa ao nosso lado representa uma ameaça ou uma oportunidade? Para mim, representa uma oportunidade. Ainda assim, as mudanças também podem ser negativas. A tecnologia pode afastar-nos dos adeptos. A conexão aos fãs é a base do futebol. Enquanto fãs nós damos tempo, paixão, dinheiro, por isso, enquanto dirigentes, temos de repor a confiança. Eliminar os problemas de que se falou nesta manhã, como os jogos combinados, a corrupção ou a violência, e fazer com que acreditem no jogo”, finalizou Andrea Traverso.

Foto César Santos

A corrupção foi debatida ao detalhe no TFOF

Por Jornal Sporting
22 Mar, 2018

A manipulação de resultados, a lavagem de dinheiro e a violência foram apenas alguns dos tópicos que abriram o segundo dia do congresso The Future of Football (TFOF)

O segundo dia do IV congresso internacional The Future of Football abriu com um painel incontornável: o pior do futebol. Assim foi apelidado e abrangeu temas como a corrupção e a manipulação de resultados, a lavagem de dinheiro e as propriedades perversas, a violência e as transferências de jogadores fantasmas. Os oradores foram Fred Lord, conselheiro interno da organização internacional anti-corrupção, Rob Harris, jornalista da Associated Press, Chris Walley, antigo chefe de segurança da Associação Inglesa de Futebol, e Pippo Russo, jornalista italiano que tem investigado a corrupção no futebol.

O primeiro a discursar foi Fred Lord, sobre a corrupção e a manipulação de resultados, e o palestrante alertou para o perigo dos problemas em questão, procurando expô-los e, simultaneamente, explicando como se combatem. “Todos sabemos que há muita manipulação no desporto. É um problema global e precisamos de ter uma solução bem coordenada. Ao nível das apostas não reguladas, houve uma explosão: hoje em dia circulam 11 milhões de euros por minuto em termos de apostas nos jogos através de redes globais muito bem financiadas. A ICSS trabalha ao nível da investigação, monitorizando tudo o que se passa nesse mundo. Desenvolvemos uma rede de atendimento que trabalha 24 horas por dia em mais de 220 línguas”, afirmou, não deixando de mencionar outros problemas reais como o tráfico de jogadores e a criação de passaportes falsos para o mesmo fim.

Mais direcionado para a lavagem de dinheiro e para os diferentes tipos de proprietários de clubes – focando, claro está, nos maus exemplos –, Rob Harris deixou sobretudo questões para reflexão. “Temos visto alguns clubes tornarem-se brinquedos nas mãos dos seus proprietários. Temos de colocar questões profundas sobre esta matéria: de onde vem o dinheiro que os clubes gastam cada vez mais? Quem são as pessoas por trás dos clubes?”, começou por perguntar, prosseguindo, deixando um aviso: “Quão sustentáveis são os investimentos chineses ou árabes que se têm assistido? É normal o governo russo envolver-se nos negócios das equipas? Quando dão por isso, os adeptos muitas vezes já não conseguem reclamar, são calados pelos próprios presidentes. Não conseguem lutar contra o aumento do preço dos bilhetes e outras questões que lhes tocam directamente”, disse, explicando que as massas associativas muitas vezes se deixam levar pela promessa de vitórias e, muitas vezes, não têm triunfos nem poder no seu próprio clube.

Chris Walley trouxe à discussão o tema da violência, dando como exemplo a sua experiência no combate aos hooligans, em Inglaterra. Depois de relembrar o problema, mencionando várias tragédias decorridas sobretudo na década de 80, o inglês apresentou a solução que a federação, os clubes e o governo britânico encontraram em conjunto. “Integração de câmaras, criação de um organismo de segurança (os chamados spotters), aumento do nível de stewards e redução de polícias”, frisou, sublinhando que 10 anos depois da reforma a nível da segurança no futebol 3.500 pessoas estavam banidas de ir aos estádios ingleses. Hoje, Inglaterra tem quatro divisões profissionais e em todas a legislação é igual, envolva o maior ou o mais pequeno clube de cada uma.

Por fim, Pipo Russo abordou as transferências de jogadores fantasma e a gestão das finanças dos clubes, apresentando o caso controverso do Chievo e do Cesena, que afirmou tratarem-se de “clubes gémeos”, isto é, que negoceiam jogadores entre si de forma a equilibrar as respectivas contas (foram vendidos jogadores de 15 anos por dois milhões para esses efeitos). “Quando falámos do futebol de hoje em dia, falamos de falta de transparência. Há grandes quantias de dinheiro a envolver a modalidade e a tendência é aumentarem – não porque todos os clubes gastam mais, mas porque alguns gastam muito mais”, disse, finalizando com um outro caso que se revelou dramático: “Em 2002, o Parma tinha uma dívida muito considerável, que resultou destes sistemas e os clubes, de acordo com a lei, deviam pagar essas dívidas no prazo de 10 a 15 anos. No entanto, na Itália e no futebol em geral, os clubes vivem numa bolha. Foi uma lição não aprendida por todos”, mencionou, sobre um clube que caiu nas divisões secundárias, onde continua até hoje.

Foto César Santos

Liderança da Argentina à Rússia em Alvalade

Por Jornal Sporting
21 Mar, 2018

No terceiro painel debateram-se os diferentes tipos de liderança, da teoria à prática e nos mais variados países. Paulo Futre, Gonzalo Moya, Francisco Rodrigues e Alexander Atamanenko foram os oradores

Depois do vídeo-árbitro e dos modelos de governação, o tema do terceiro painel do congresso internacional The Future of Football foi a liderança. De uma equipa de futebol ou de todo um clube; na Argentina, em Portugal, em Espanha ou na Rússia, a liderança exerce-se de diferentes formas e foram essas as diferenças que serviram de mota. Paulo Futre, antigo jogador do Sporting CP e capitão do Atlético Madrid, Gonzalo Moya, advogado do River Plate, Francisco Rodrigues, coronel da Guarda Nacional Republicana (GNR) e Alexander Atamanenko, director comercial do Spartak de Moscovo foram os palestrantes. Tomaz Morais, antigo seleccionador português de râguebi, foi o moderador.

O argentino Gonzalo Moya foi quem abriu as hostilidades e, na sua apresentação, falou naturalmente do caso do River Plate: um gigante que há poucos anos desceu para a segunda divisão e que mergulhou numa profunda crise global. “O que foi que nos levou à segunda divisão? É difícil um clube como o River descer só por uma má temporada desportiva. Tratou-se de uma crise que contabilizou três temporadas e não apenas algo desportivo. Houve uma sucessão de três maus mandatos administrativos, cada um de quatro anos. Criou-se um enorme passivo que levou à falta de credibilidade no mercado financeiro porque se disse que o River não cumpria. O fervor dos adeptos, que ganharam demasiado poder dentro do clube, também agravou a situação. Os Barras Bravas ganharam tanto dinheiro no River que se geraram divisões internas, violência e mortes”, revelou, explicando que para dar a volta ao problema foi preciso uma liderança firme e essa só surgiu depois da mudança da direcção.

“Em 2013 fizeram-se novas eleições, mudou o presidente e, perante um contexto complicado, a sua gestão passou por eliminar passivos tóxicos, cancelar a dúvida com a Federação Argentina, criar estruturas profissionais em todas as áreas do clube e valorizar o plantel profissional, com o qual passou a cumprir os compromissos laborais. Esta gestão aproximou o clube dos adeptos e traduziu-se em vitórias”, disse, recordando que de 2012, ano em que a equipa subiu de divisão, até 2015, o emblema argentino passou a disputar a final do Campeonato do Mundo de Clubes com o FC Barcelona e ganhou 10 títulos.

De um ponto de vista diferente, até porque a realidade apresentada também era distinta, Alexander Atamanenko, do Spartak de Moscovo, explicou como o clube russo, sem vencer títulos, aumentou o seu número de adeptos. A liderança, neste caso relacionada com a massa associativa, também assumiu um papel relevante. O director comercial explicou como. “O que é importante em tempos de insucesso é segurar os adeptos. Passámos 14 anos sem vencer o campeonato e nos últimos seis anos aumentámos o nosso número de adeptos de 12 para 18 milhões. Nós vemo-los não só como adeptos, mas como membros de uma família. Diferentes entre si, mas todos com um objectivo comum”, afirmou, abordando algumas das medidas concretas que o clube promoveu. “Fizemos acções com eles e com os jogadores, de forma a aproximarem-se, como por exemplo conferências de imprensa com crianças a fazerem perguntas”, indicou, dando exemplos de outras acções, como uma em que um adepto com problemas graves de saúde deu o pontapé inicial de um jogo ou da habitual presença dos adeptos nos treinos.

Num plano mais teórico, até por não se tratar de alguém do meio do futebol, Francisco Rodrigues, coronel da GNR, definiu os vários géneros de liderança, não deixando de direcionar os casos para o meio desportivo. “Falar sobre liderança é acima de tudo praticá-la, senti-la e partilhá-la. Os treinadores, quando reúnem os jogadores no balneário ou lhes dirigem instruções assertivas, praticam liderança. Quem será do treinador, comandante ou qualquer outro líder que não consiga transmitir confiança. Uma equipa não é um conjunto de pessoas que se junta à pressa, mas sim um conjunto de individualidades que se focam nos objectivos colectivos e que se envolvem na concretização dos mesmos. Os estágios são bons exemplos, no futebol, de alturas em que se procura desenvolver este espírito de que falo”, indicou Francisco Rodrigues.

Em plano oposto, Paulo Futre, sempre no estilo bem-humorado por que já se fez conhecer, entreteve a plateia através de várias histórias da sua carreira em que a liderança foi denominador comum, nomeadamente quando foi nomeado capitão do Atlético Madrid com apenas 22 anos. “O dia em que soube que ia ser capitão do Atlético Madrid foi o pior dia que tive naquele balneário”, começou por revelar, prosseguindo: “A seguir ao presidente dispensar o capitão da altura, foi-me dito que tinha de ir ao escritório dele e foi aí que me disse que tinha sido eu o escolhido. Respondi-lhe que tinha 22 anos e que havia jogadores com 30, da formação. Pedi-lhe para não o ser, disse-lhe que me iam matar, mas respondeu que era ele quem mandava”, revelou, explicando que na sua opinião ninguém com aquela idade estava preparado para liderar o balneário. Ainda assim, a decisão não foi revertida e Paulo Futre teve de lidar com ela.

“Ganhei o balneário pouco a pouco, mas ganhei-o definitivamente quando um miúdo da formação subiu para a equipa profissional e lhe foi diagnosticado um cancro na tíbia. O presidente anunciou desde imediato que lhe ia renovar o contrato mas, antes de o fazer, tocou-me a mim renovar. Aí, disse que só renovaria depois de o miúdo renovar à minha frente. Ele chateou-se, mas lá o fez. Quando entrei no balneário, foi a primeira vez que vi respeito nos olhares dos meus companheiros e me senti um líder”, terminou o antigo jogador.

Foto César Santos

Vídeo-árbitro: como apareceu e como vai crescer

Por Jornal Sporting
21 Mar, 2018

O congresso The Future of Football reuniu representantes dos Estados Unidos, Alemanha, Portugal e do International Board para debater o desenvolvimento do vídeo-árbitro

A mesma metodologia, diferentes exemplos e implementações: foi este o mote da discussão no primeiro painel do congresso The Future of Football. Greg Barkey, director técnico da MLS, dos Estados Unidos, Florian Goette, responsável da arbitragem da Associação de Futebol da Alemanha, José Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e Lukas Brud, CEO do International Board, foram os oradores, à medida que Keith Hackett, antigo árbitro inglês de 73 anos, foi o moderador. Foram contados exemplos, apresentados dados e discutidas ideias: no fim, ganhou a plateia – e a decisão não precisou de vídeo-árbitro.

“Há quatro anos estive aqui a falar do futuro, da forma como poderíamos usar o vídeo para ajudar o processo de decisão dos árbitros. Aí, não pensei que a mudança fosse tão rápida no que toca às leis do jogo. À velocidade da luz, mais de 20 países passaram a ter o VAR. Tenho visto algumas mudanças globais e a entrada do VAR foi uma das maiores”, começou por dizer Keith Hackett, à medida que lançou a discussão. Um dos primeiros países a introduzir as tecnologias no futebol foi os Estados Unidos, e talvez por isso o primeiro a expor a sua experiência foi Greg Barkey. Com a ajuda de vários vídeos auxiliares – lá está: o papel da tecnologia! – o representante da MLS falou do processo de implementação do vídeo-árbitro.

“A nossa época começou há seis meses e começámos com o vídeo-árbitro. No início, tivemos boa imprensa. No entanto, foi importante educar os diferentes agentes: os adeptos, a imprensa, os clubes e os jogadores. Houve, por exemplo, uma pessoa responsável por clarificar as dúvidas que surgissem por parte dos envolvidos assim que os jogos terminavam e, ainda antes, efectuámos seis meses de testes ‘offline’, com treino da prática do VAR, torneios e jogos simulados”, explicou, adiantando que se perderam, em média, mais dois minutos por jogo. “O VAR funciona perfeitamente quando os árbitros são bons: nunca se reverteu uma boa decisão para uma má”, atirou, fazendo a ressalva: “Temos de entender que o VAR não vai eliminar todos os erros, vai apenas diminui-los”.

Já num contexto europeu, Florian Goette foi o primeiro a discursar. O alemão falou nalgumas dificuldades iniciais (apesar de não o ter mencionado, o responsável pelo vídeo-árbitro na Alemanha foi despedido por alegadamente favorecer o Schalke 04) e explicou como foi possível ultrapassar essas questões inerentes à introdução da tecnologia no apoio à arbitragem. “Acredito que a forma como introduzimos o processo e como o comunicámos, através da imprensa, com os adeptos e todos os elementos relevantes no futebol, foi importante para a implementação e a aceitação do VAR na Alemanha. O objectivo é interferir o menos possível e, neste momento, a média é de uma revisão por cada três jogos, sendo gasto em média um minuto por interferência”, disse.

No final da sua intervenção, Florian Goette falou do futuro e da forma como o mesmo pode passar por introduzir outras ferramentas para comunicar melhor o vídeo-árbitro com os adeptos, ideia que José Gomes revelou ir ser estudada em Portugal no futuro. O presidente do Conselho de Arbitragem sublinhou o sucesso do vídeo-árbitro, revelando, como na MLS, que foram tomadas muitas medidas para esse mesmo êxito. “Este projecto tem tido bastante sucesso, embora nem sempre como queríamos, mas estamos num bom caminho e temos feito tudo o que está ao nosso alcance para melhorar a experiência com esta ferramenta. Desde o início houve os primeiros workshops, houve treinos, jogos simulados e formação a todos os clubes da primeira divisão e aos media. Continuamos com essa formação aos árbitros três dias por semana. É um trabalho contínuo e que a FPF não deixará de fazer”, esclareceu, dizendo que na Liga NOS houve 243 jogos com VAR e 1493 lances visualizados, 79 revisões e 57 lances revertidos.

Por fim, Lukas Brud, do International Board, mostrou um vídeo com vários números e declarações dos intervenientes, esclarecendo simultaneamente algumas dúvidas da plateia, inclusive do Presidente Bruno de Carvalho, ao qual assegurou que cabe às federações de cada país os detalhes da implementação do VAR. “A comunicação e a educação foram aspectos importantes na introdução desta mudança, e foi uma das coisas em que nos focámos. Claro que não foi tudo perfeito – nunca nada o é na fase de implementação”, disse, esclarecendo, sobre as limitações que os estádios apresentam: “Mais importante do que o número das câmaras, é a posição das câmaras”.

Foto DR

Vem aí o 4.º Congresso 'The Future of Football'

Por Jornal Sporting
05 Mar, 2018

Iniciativa internacional promovida pelo Sporting CP irá debater temas actuais e tendências futuras relacionados com a realidade vivida dentro e fora do terreno de jogo

O Pavilhão João Rocha vai ser palco da quarta edição do Congresso Internacional The Future of Football, que se irá realizar nos próximos dias 21 e 22 de Março.

Durante dois dias, serão debatidos temas actuais e tendências futuras relacionadas com a realidade vivida dentro e fora do terreno de jogo.

Importa ainda destacar que o Congresso é aberto à participação quer de entidades colectivas - tais como clubes, empresas e outras instituições -, quer a individuais, como académicos (professores e estudantes) e outras pessoas interessadas no fenómeno do futebol.

Recorde-se que o Sporting CP, responsável pela iniciativa, tem sido pioneiro no desenvolvimento de ideias e propostas que visam a melhoria do futebol. Entre elas: a profissionalização dos árbitros; a introdução do VAR; redução da acção dos agentes no futebol; a protecção dos clubes formadores; fiscalidade, a equiparação da taxa do IVA sobre a bilhética a outros espetáculos; ou ainda a legalização e regulação das apostas desportivas online em Portugal, entre outras.

Conheça o programa, os temas, oradores e moderadores do Congresso, a par de outras informações úteis, assim como recordar algumas frases proferidas pelos protagonistas nas edições anteriores. Para isso, basta clicar aqui.

Foto José Cruz

"É impossível estar aqui e não aprender nada"

Por Jornal Sporting
27 Abr, 2017

Aurélio Pereira foi mais um dos presentes no The Future of Football, em que um dos temas em destaque foi precisamente a formação

Entre muitas outras figuras do futebol nacional e internacional, também Aurélio Pereira marcou presença nestes dois dias do Congresso Internacional The Future of Football. O homem forte do recrutamento leonino, que actualmente tem a designação de scouting, parabenizou o Clube pela organização do evento e comentou alguns dos temas debatidos.

"Em primeiro lugar, dizer que é sempre uma honra estar em eventos desta natureza, organizados pelo nosso Clube. Quer o Luís Roque, quer a sua equipa estão de parabéns: são eventos que não são fáceis de organizar quanto à sua logística. Quanto aos conteúdos, foram aqui ditas coisas extraordinárias a vários níveis. Sobre a formação, quem quer discutir as coisas aprende a ensinar, e é isso que se pretende: aprender a ensinar", afirmou, declarando de seguida que, apesar de vasta experiência que possui, este tipo de ocasiões acabam por enriquecer sempre mais os seus participantes e ouvintes.

"O mundo é uma aprendizagem, a nossa vida é uma aprendizagem. É impossível estar aqui e não aprender nada. Uma simples frase às vezes diz tanto e é tão enriquecedora que compensa bem o tempo que temos estado aqui com toda a atenção", completou Aurélio Pereira.

Foto José Cruz

The Future of Football voltou a trazer a diversidade para um futebol melhor

Por Jornal Sporting
27 Abr, 2017

Terceira edição do congresso organizado pelos leões reuniu ilustres de várias áreas do desporto-rei

Balanço positivo de um evento que continua a crescer. A terceira edição de The Future of Football terminou por volta das 14h00 desta quinta-feira e todos os convidados partilharam duas ideias: o gosto pelo futebol e a vontade de regressar para continuar a discutir a modalidade denominada por desporto-rei.

Na quarta-feira os painéis incidiram sobre o treino de futebol e a estratégia de expansão da marca, incidindo na questão das academias. Luís Figo, Jorge Jesus foram os rostos mais visíveis, mas Pacho Maturana e Luciano Cefaratti também explicaram processos e condicionantes relevantes para quem ali esperava uma entrada no Mundo do treinador. Susana Torres abordou o coaching desportivo, antecipando o segundo grupo de convidados. A formação foi o tema seguinte, com os responsáveis pela academia do Inter de Milão e do FC Barcelona, tal como o director-geral das modalidades do Corinthians.

Nesta quinta-feira temáticas mais versáteis. Bruno de Carvalho e Oscar Moscariello deram conta do desenvolvimento nos clubes, além das recuperações financeiras de Sporting CP e Boca Juniors, antes de se enquadrar o quarto e último painel apelidado de Desafios para o Futuro. Uma mescla entre treino (Avram Grant), negócios (Oliver Seitz), arbitragem (Paul Rejer) e organização (Emanuel Medeiros) finalizou dois dias de intervenções, em evento reconhecidamente relevante internacionalmente na comunicação social desportiva. Prova disso foi a presença, entre outros, da Gazzetta dello Sport na cobertura in loco.

Aquele que deveria ser o discurso de encerramento, por parte do director de eventos da UEFA, Guy-Laurent Epstein, sintetizou a terceira edição do congresso organizado pelo Sporting CP: "Quero agradecer ao Sporting CP ter organizado o evento, de forma a podermos pensar no futebol. Agradeço ao Presidente pelo entusiasmo, por podermos viver esta emoção de desporto. O evento é vital porque nos pergunta como podemos contribuir para o futebol. Esta modalidade tem uma grande tradição, mas que deverá estar em evolução constante. Estamos perante uma Academia que construiu dois Bolas de Ouro e orgulhamo-nos de ter o palco ideal para se verem estes jogadores [Liga dos Campeões].

Foto José Cruz

"É um desafio falar sobre conhecimento no futebol"

Por Jornal Sporting
27 Abr, 2017

Quem o disse foi Olivier Seitz, do Barcelona, no IV painel do congresso, que contou também com Avram Grant, Paul Rejer e Emanuel Medeiros

Num evento em que o principal propósito, como o próprio nome indica, é discutir o futuro do futebol, nada mais apropriado do que debater os desafios que esse futuro traz. Era esse o mote do IV painel deste segundo dia de The Future of Football, decorrido no final da manhã desta quinta-feira. Nele participaram Avram Grant, actual seleccionador de Gana, Paul Rejer, da Organização Profissional de Árbitros nos Estados Unidos e Canadá, Olivier Seitz, director do mestrado de Football Business do Barcelona e Emanuel Medeiros, CEO da organização ICSS na Europa e América Latina, que promove a segurança e a integridade no desporto.

A migração jovem e o futebol africano

A discussão foi aberta por Avram Grant, antigo treinador do Chelsea, que levou ao Auditório Artur Agostinho o tema da migração jovem. A trabalhar actualmente em África, o experiente técnico começou por justificar a sua escolha. “Fui trabalhar para o Gana porque quis entender a razão pela qual lá não aparecia o talento, se há talento. Digo sempre que não há talento suficiente para se depender apenas dele. Se este congresso tivesse sido há 10 anos, como teria sido? Nestes anos houve muitas melhorias a nível do treino: hoje, tactica e fisicamente, quase todos os treinadores são mais ou menos iguais. Antes não era assim”,  introduziu, debruçando-se depois sobre a sua experiência em África, através da qual identificou os elementos essenciais para se ter sucesso no futebol: talento, paixão e força mental.

“África tem muita paixão. Têm sempre muita vontade de jogar, estão sempre felizes. Talento também há muito. Pelo que o que os impede de contribuir são os problemas do contexto. A esperança é um problema mundial, porque lá há quem lhes prometa tudo e, depois, não cumpra com o acordado. Houve um jogador, numa equipa que treinei, com talento, e que viveu uma situação destas. Disse-me que ia jogar no Qatar, mesmo tendo uma oferta da liga francesa, porque o convenceram disso, e acabou por ser prejudicado”, recordou, explicando que esta migração muitas vezes não é feita da melhor forma, dada a necessidade dos jovens africanos de arriscar, pelas situações precárias em que vivem nos seus países natal. 

O vídeo-árbitro em discussão

Quem também se deslocou a Alvalade foi Paul Rejer, antigo árbitro inglês, ainda que para falar sobre um tema totalmente distinto, mas também ele com incidência no futuro da modalidade: o vídeo-árbitro. Depois de explicar como começou este sistema de arbitragem e como funciona o mesmo, dando alguns exemplos práticos para a plateia presente, Paul Rejer, actualmente a trabalhar no futebol norte-americano, adiantou que na próxima época todos os jogos da MLS vão ter recurso ao vídeo-árbitro. “O mais importante relembrar é a questão da interferência mínima de forma a obter um proveito máximo. O vídeo-árbitro não vai incidir em todas as jogadas, mas tem de ser um impacto grande no jogo. Há algumas decisões de que todos nos lembramos e que facilmente seriam erradicadas com este sistema. Mas o público vai exigir zero erros, e isso não vai acontecer. Lembro-me de uma situação em que todos considerámos falta para cartão vermelho e o árbitro, com o vídeo, disse que não… e deu amarelo”, exemplificou, prosseguindo.

“O que é um erro claro? Há lances em que 50% desta sala consideraria penálti e os outros não o considerariam e isso não é um erro claro. Não é aí que temos de trabalhar. Temos de trabalhar em lances que dão golo, marcações de penalties ou expulsões. Os principais objectivos são minimizar os erros e o tempo de paragem nas decisões. É preciso alguma prática a utilizar os protocolos de forma a ser capaz de utilizar o sistema de forma correcta”, afirmou o inglês, defensor da introdução das tecnologias no futebol, tal como aconteceu noutras modalidades, tal como o próprio relembrou.

O que há a estudar e como ficar no topo?

Os dois últimos temas debatidos foram, essencialmente, duas questões que todas as pessoas do mundo do futebol se colocam frequentemente: o que há a aprender, numa altura em que a informação é cada vez mais simples de obter, e como continuar no topo da indústria, perante o aumento da competitividade? Olivier Seitz, do Barcelona, parabenizou o Clube leonino e afirmou que "é um desafio falar sobre conhecimento no futebol", apresentando de seguida as que para si são as quatro vertentes essenciais na organização de um grande clube: a da performance, dos negócios, a social e a política. O espanhol explicou melhor: a primeira, tem como objectivo aumentar a competitividade desportiva e, com isso, passar para a segunda vertente, relacionada com o jogo como um negócio, onde sublinhou a importância da gestão de activos, as incursões no mercado e o controlo de custos. “Tens de ter a noção correcta do valor dos teus jogadores e precisas desse conhecimento para gerir o clube”, disse.

A ligação para a terceira vertente, a social, faz-se através dos adeptos. aos quais é necessário saber vender o clube como um produto, e razão pela qual têm de existir campanhas de marketing, online e offline, que segundo o orador fazem com que os grandes clubes sejam cada vez maiores, e os pequenos tenham mais dificuldades. Por fim, a questão política, que acredita ser das mais importantes. “Organizar um clube de forma a dar voz a determinados valores e identidade. Como é que isso é possível? No Barcelona, o clube representa a Catalunha. O futebol é usado pelos governos para promover identidades nacionais. No Brasil, decidiu-se que o futebol seria a modalidade principal e construíram-se campos por todo o país. Faz parte das escolas, por exemplo, e isso influencia tudo o resto”, concluiu Olivier Seitz.

Quem fechou o painel foi Emanuel Medeiros, que criticou a pequena evolução que o dirigismo no futebol viveu, defendendo que é necessário olhar para as ligas mais desenvolvidas e lamentando o clima que leva à desvinculação de alguns adeptos e de muitos patrocinadores para com a modalidade. "O primeiro passo para se ser credível é reconhecer problemas e trabalhar para melhorar. Falta visão reformista", finalizou Emanuel Medeiros. 

Foto José Cruz

"Congresso já é referência na agenda do futebol internacional

Por Jornal Sporting
27 Abr, 2017

Bruno de Carvalho relevou o III The Future of Football, valorizando a evolução do projecto e as temáticas fundamentais ao desporto-rei ali abordadas

Bruno de Carvalho fez o balanço do III congresso The Future of Football, começando por salientar o crescimento do evento: "Estou muito satisfeito. Cada ano tem sido melhor. Temos conseguido evoluir um debate internacional do que é o presente, mas perspectivando o futuro. Podemos estar orgulhosos, não só os Sportinguistas, mas os portugueses por organizarmos um congresso que já é uma referência na agenda do futebol internacional".

Abordando o discurso de Emanuel Medeiros, muito crítico com as instituições no que toca à dificuldade de alteração de paradigmas desportivos, o líder máximo leonino vincou o papel impulsionador do Clube nas altas instâncias mundiais para a evolução do futebol: "Temos estado na linha da frente, sugerindo soluções. Há que reconhecer os problemas e pensar no futuro como foi dito por Emanuel Medeiros [líder do Centro Internacional para a Segurança no Desporto]. Queremos um Sporting CP à escala global. Desde que aqui entrei que tenho lutado pelo meu clube, mas também pelo desporto, de forma a evitar a estagnação do mesmo. É necessário caminhar em conjunto, de forma séria, e não pensar apenas em cada ‘casinha’. Não basta falar de integridade e verdade desportiva ou de dar credibilização ao futebol. É preciso trabalhar para isso, queremos fazer do congresso uma cimeira nesse âmbito".     

O Presidente do Sporting CP deu o exemplo do vídeo-árbitro, congratulando o seu uso na final da Taça de Portugal: "É um motivo de orgulho ter a final da Taça de Portugal com a tecnologia do vídeo-árbitro. Temos vindo a falar da combinação de resultado, da origem duvidosa dos fundos e das questões de arbitragem. Não podemos compactuar com dinheiro e transferências que surjam de forma ilegal. O Sporting CP tem razão em provocar a mudança, sendo sempre alicerçado pelos seus fãs. Estamos disponíveis para que a discussão seja feita e queremos uma luta pelo Clube, mas também pelo futebol. Este congresso é realizado pelo Sporting CP, é idealizado pela nossa estratégia. Aqui, damos um contributo para a indústria. A temática das academias é actual, já que somos reconhecidos como um dos melhores Clubes do Mundo nesse aspecto. Só prova que o Sporting CP está na vanguarda e que o congresso afirma, cada vez mais, o Clube como um potenciador de transformações", finalizou. 

 

Foto José Cruz

"É importantíssimo falar das academias de topo e as suas vivências"

Por Jornal Sporting
27 Abr, 2017

Marco Caneira marcou presença na 3.ª edição do congresso 'The Future of Football", destacando o trabalho realizado na formação do Sporting CP

A manhã começou cedo (9h30) no Auditório Artur Agostinho com a apresentação da ferramenta Football ISM, criada à imagem do Sporting. Seguiu-se o Painel III, um dos temas em destaque no segundo dia do congresso internacional 'The Future of Football', onde foi abordado o tema da 'Gestão a nível mundial'. Antes da passagem ao último espaço de discussão, 'Desafios para o futuro', uma pausa para o café. 'Coffee Break', é anunciado. Foi nessa altura que o Jornal Sporting encontrou Marco Caneira, uma cara bem conhecida em Alvalade.

"É sempre importante estar presente num congresso destes, onde se vive o futebol e fala-se, sobretudo, da experiência vivida e daquilo que é o futuro. Existem aqui muitas ligações, não só na parte técnica, como da táctica e do marketing, que se tornou uma peça fundamental no futebol", começou por dizer o antigo jogador dos leões, elogiando o lote de convidados e os temas em discussão no congresso.

"Todos os oradores têm dado o seu contributo de forma positiva. Foi importantíssimo falar daquilo que são as academias de topo e as suas vivências. De como formam atletas e homens, não só em Portugal como também na Holanda e em Itália. É bom partilhar informação", frisou, analisando um dos caminhos para o futuro: a formação.

"No Sporting já o era no passado, é no presente e será, certamente, no futuro. É importante optimizar aquilo que são os activos de um clube, neste caso do Sporting, que é a sua formação. Nesse campo, o Sporting trabalha bem, nós sabemos, nem é preciso comentar. Há que prever e antecipar o futuro, evoluindo cada vez mais", aplicou Marco Caneira.

Por último, uma confidência (verde e branca, claro): "O regresso é sempre bom. É uma casa que sempre conheci desde que tinha três ou quatro anos e vinha ver os jogos com o meu pai. Sempre que venho a Alvalade, ver os jogos do Sporting, sinto uma sensação especial, uma vez que quando se está por fora é mais complicado do que dentro das quatro linhas", rematou.

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