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Português, Portugal

‘Sir’ Nuno Dias

Por Juvenal Carvalho
07 Jan, 2021

(...) Um grande treinador e um Homem que respira e sabe de futsal como muito poucos. Tem nos genes a marca identitária dos ganhadores. Que assim continue. No dicionário dele a palavra derrota é muito residual. Nasceu para ganhar!

Começo o ano a falar de um Homem do desporto que nasceu para ser grande, tão grande como os maiores da Europa. Apropria‑se a ele a velha máxima dos nossos fundadores, a par de tantos outros que representaram o nosso símbolo, na tão linda e ímpar história de quase 115 anos do nosso Clube.

Também a Europa, mesmo lutando com armas desiguais e contra orçamentos estratosféricos de equipas de Espanha, da Rússia ou até do Cazaquistão, já caiu a seus pés em 2019, depois de em Portugal já ter ganho, e por diversas vezes, tudo o que havia para ganhar.

Não é meu hábito fulanizar conquistas ou atribuir méritos individuais, até porque no Desporto como na vida ninguém ganha nada sozinho. Ele faz até da humildade a sua imagem de marca e põe a cada declaração o tónico do “nós” em detrimento do “eu”.

Claro que falo de Nuno Dias, o nosso treinador de futsal. Com o Esforço, a Dedicação e a Devoção de todos os que compõem o grupo de trabalho por ele liderado, a Glória é o nome do meio do nosso futsal desde há vários anos a esta parte, sendo até de bom tom dizer que também já o era antes. Desde que se chamava futebol de cinco, aquando da fundação no Clube, que a palavra vitória é recorrente na modalidade.

Nuno Dias tem a marca que só os grandes, aqueles que nasceram predestinados para ter sucesso, a têm. 

Para ele a sorte, como tão bem o dizia o nosso professor Mário Moniz Pereira, dá muito trabalho. E é feito de trabalho e método tudo aquilo que consubstancia as inúmeras vitórias do nosso futsal.

O ano de 2020 acabou com a conquista da Taça de Portugal com um recital de bem jogar. O ano de 2021 começou da mesma forma. Sei que para ele os festejos são efémeros, porque o trabalho é já a seguir e logo o rumo é olhar para a obtenção de mais e mais títulos. 

Tive o privilégio, no ano de 2014, de ter sido galardoado por um Núcleo do Sporting CP e a coincidência de ele ter recebido nesse mesmo dia o mesmo galardão a meu lado.

Passei algum tempo à conversa com ele. A aprender com ele. Uma pessoa que respira o treino. Que tem tudo planeado e escalpelizado ao pormenor a cada dia. A cada jogo. A cada deslocação. 

É até contagiante a forma apaixonada como fala da sua modalidade. Feita de conhecimento raro. Tive o privilégio de ter trabalhado no Sporting Clube de Portugal com treinadores conceituados que também me ensinaram muito, ganhando mais conhecimento. Nuno Dias tem, porém, um toque de magia. Um não sei quê de fantástico.

Fez recentemente 48 anos e já ganhou muito. Terá ainda muito mais para ganhar no longo trajecto que ainda terá pela frente. Que se mantenha por muitos e bons anos no nosso Clube. 

Ele é para mim o “Sir”, porque pese a designação ser de origem britânica, eles só atribuem esse estatuto a quem é Enorme. Um grande treinador e um Homem que respira e sabe de futsal como muito poucos. Tem nos genes a marca identitária dos ganhadores. Que assim continue. No dicionário dele a palavra derrota é muito residual. Nasceu para ganhar!

Um 2021 ‘à Sporting’

Por Juvenal Carvalho
31 Dez, 2020

Do futebol às modalidades, queremos conquistas. Sabendo que temos adversários que irão esgrimir argumentos fortes para nos combater, também sabemos que as nossas armas são fortes e que um Leão só se baixa para beijar o símbolo

Poucas horas após este jornal estar impresso nas vossas mãos, ou através da plataforma digital, estará quase a expirar um ano que, do ponto de vista humano nada, ou quase nada, nos trouxe de positivo.

No entanto, o positivismo em cada um de nós tem de fazer escola. Desistir é coisa para os fracos. E a palavra fraco não rima com a família Leonina.

Por isso, e porque o novo ano está prestes a iniciar‑se, é tempo de erradicar de vez o velho e malfadado 2020 e fazer pedidos renovados de esperança para um 2021 de retoma da vida rumo à normalidade.

Qual de nós, nas célebres doze passas da passagem de ano, por mais atípico que seja o momento, não vai pedir algo pelo nosso Sporting Clube Portugal? A resposta é fácil. Todos pediremos, além de um futuro humano e social diferente, também muito sucesso desportivo para o nosso Clube. É inerente à nossa condição de Sportinguistas uma inabalável confiança para os tempos vindouros.

E, como a grande maioria de vocês, eu não fujo à regra.

Não só irei pedir sucesso, como acredito no mesmo. O ADN do Sporting CP é feito de sucesso. Teremos que continuar a honrar os fundadores, que no já tão longínquo ano de 1906 nos quiseram um Clube grande... tão grande como os maiores da Europa.

Que 2021 faça crescer em troféus aquele que é o Museu mais ganhador do desporto português. 

É nesse pressuposto, o de termos uma história de conquistas, que não o queremos diferente em 2021. Do futebol às modalidades, queremos conquistas. Sabendo que temos adversários que irão esgrimir argumentos fortes para nos combater, também sabemos que as nossas armas são fortes e que um Leão só se baixa para beijar o símbolo.

Em todos nós existe a secreta esperança de vivermos momentos de exaltação Leonina. Que no futebol consigamos inverter uma espiral de insucesso e que voltemos a acreditar num Portugal de Norte a Sul pincelado de ‘verde e branco’. Que nas modalidades as vitórias sejam uma realidade aquém e além fronteiras. Sim, porque como dizia em tempos um homem do desporto, com o tão célebre “deixem‑me sonhar”.

E é nesse sonho feito de esperança numa bonita realidade, que eu me junto a milhares e milhares de Leões, que das grandes cidades às aldeias mais recônditas deste país, bem como nas comunidades emigrantes, querem um 2021 repleto de sucesso para as nossas cores. Todos somos poucos, porque não há divergências pontuais que nos façam desviar do mesmo desejo para aquilo que temos comum, o de títulos para o nosso Sporting Clube de Portugal.  

Aguardamos‑te então, 2021. Que sejas um ano ‘à Sporting’.

P.S. – O passado dia 25 de Dezembro foi triste. Morreu um Leão imenso com sotaque do Norte. Morreu o José Maria Saraiva Gonçalves. O Sporting CP ficou muito mais pobre. Até sempre, enorme Leão!

Um Natal de Leão

Por Juvenal Carvalho
24 Dez, 2020

Uma coisa é certa, do ponto de vista desportivo, este Natal em família – na família Leonina – traz esperança. A esperança inerente à nossa cor

Não é quadra que viva efusivamente do ponto de vista meramente pessoal. Não sou até muito de datas e destes simbolismos. Como se convencionou dizer, ninguém é igual a ninguém. Uma coisa sei, porque sou de mente aberta, e habituado a respeitar, e neste caso a ter que respeitar uma larga franja de pessoas, que familiarmente vivem o Natal de forma arreigada, não me quero fechar numa “bolha”, termo agora tão em voga nesta época de pandemia, e o meu propósito é desejar um Feliz Natal a todos os Sportinguistas espalhados pelo Mundo. Que tenham tudo o que almejam do ponto de vista pessoal e profissional, e que no plano desportivo desejem o mesmo que eu. Um Natal de Leão para todas as modalidades onde entrar o símbolo do Leão rampante.

Este é até um Natal que nem os mais pessimistas previam. Os tempos de hoje estão estranhos. A pandemia que nos veio ‘visitar’ não tem contemplações a raças, credos ou ideologias. Apanhou-nos a todos de surpresa e ninguém mais viveu como nos dias anteriores à Organização Mundial de Saúde ter declarado oficialmente a pandemia do século XXI provocada pela COVID-19.

As famílias terão de se cuidar. Os festejos estão muito limitados. As crianças aguardarão pelos presentes, mas sem a alegria de outrora. Sinais dos tempos, com a esperança que outros mais alegres hão-de vir.

E por falar de tempos alegres, e porque naquilo que nos une, que é o Sporting Clube de Portugal, os tempos de hoje, ao contrário dos da sociedade, são de esperança e de crença num futuro com prosperidade. No futebol, que é aquilo que mais apaixona a grande maioria de nós, faz algum tempo que não íamos à frente no Natal. Claro que ninguém ganha nada neste momento, mas uma coisa é certa, e como naquele velho ditado popular, candeia que vai à frente alumia duas vezes. Esta alegria ninguém nos tira. É factual. Também nas principais modalidades o nosso Clube está a liderar no basquetebol, no hóquei em patins, no futsal e no ténis de mesa. No sector feminino estamos na liderança no futebol e no hóquei em patins, o que elucida do bom momento vivido. Sabemos que em todas as modalidades só ganha um e que a disputa é árdua. Também nas designadas modalidades de alta competição, os clubes vivem tempos estranhos financeira e desportivamente. Uma coisa é certa, do ponto de vista desportivo, este Natal em família – na família Leonina – traz esperança. A esperança inerente à nossa cor.

E agora cuidem-se, para que o próximo Natal seja diferente para melhor. Sem máscaras, sem privações. Normal, portanto.

Um feliz Natal a todos sob o signo do Leão!

As vozes do dono

Por Juvenal Carvalho
17 Dez, 2020

(...) um pedido aos Leões comandados por Rúben Amorim. Continuem a praticar bom futebol e a ser uma muralha inexpugnável. E deixem-nos falar... porque será a voz da razão – neste caso a do bom futebol – contra as vozes do dono

Ainda sou do tempo, como dizia aquele bem conseguido spot publicitário, que as discussões de futebol se faziam entre amigos, de forma calorosa, e tinham como palco os cafés ou mesmo as ruas dos locais onde vivíamos. Eram discussões acaloradas, mas vividas de forma desinteressada, até porque as cartilhas eram única e simplesmente o amor fervoroso pelo nosso símbolo, fosse ele qual fosse. 

Eu como Sportinguista estive em tantos momentos desses, que eram mesmo de antes quebrar que torcer. Afinal, qual de nós não teve momentos desses entre amigos, que começavam aos gritos, e acabavam – refiro-me só aos civilizados – com umas cervejas e com um abraço fraterno, depois de cada um defender o seu clube até à exaustão.

Eram tempos saudáveis e sem agenda. Falava-se do jogo – sim, porque o futebol não é uma ciência exacta, desassombrada e apaixonadamente.

Quando digo eram, coloco mesmo o tempo do verbo no passado. Hoje essas discussões não só deixaram de ser saudáveis, como passaram também a ser viciadas no pensamento, porque é na sua maioria com base em opiniões de outros, só porque ouviram algumas intelegentzias dizer em determinados canais televisivos.

Hoje proliferam os programas sobre futebol, e não generalizando na mediocridade dos intervenientes, porque também existe algum bom senso e conhecimento do jogo por parte de alguns, na sua maioria é composto por pessoas sem conhecimento algum, até porque muitas delas que nem desporto praticaram, e que falam de “nadas” com tão douta sapiência.

Hoje promove-se o ódio e a viciação de pensamento, por pessoas que dizem o que lhes mandam, num vale-tudo que não deveria existir. Felizmente já deixaram de proliferar alguns habitués da guerrilha porque, e muito bem, por mudanças nas grelhas televisivas, foram extintos os programas onde participavam alguns proeminentes incendiários, que viam tudo aquilo que as imagens repetidas vezes sem conta diziam o seu contrário

Este “jogo falado” é contraproducente. Tem até cariz de promoção de uma guerra de guerrilha que em vez de valorizar o futebol e os seus agentes, tem sim, e cada vez mais, o condão de afastar as pessoas do fenómeno.

Nada me move contra ninguém, porque nem conheço pessoalmente a grande maioria dos intervenientes, e até evito de ver os mesmos depois de ter aderido à causa durante algum tempo, sobretudo pelo que a novidade acarretava então.

E porquê, perguntam alguns de vós, se ele não vê porque critica? Fundamento a minha análise, porque nos dias que se seguiram ao nosso jogo de Famalicão, e porque o Sporting CP consegue começar a incomodar o status vigente, quis perceber se algo tinha mudado. Mas não. Tudo na mesma, ou mesmo que sendo muito difícil piorar o que já era mau, a realidade é que ainda achei pior. Até o célebre e jocoso “está a chegar o Natal”, para contrariar as críticas Leoninas à arbitragem ouvi. Numa postura, quiçá a mando de uma tal cartilha, que está mesmo em proporções inusitadas aos dias de hoje.

E não creiam que esta coluna de opinião é escrita na versão Calimero. É tão só uma questão factual. E porque a minha “cartilha” é escrever semanalmente neste espaço e dizer sem amarras o que me vai na alma, que peço aos nossos rapazes, na tal lógica do “onde vai um vão todos”, que sejamos fortes dentro de campo, para que com a qualidade da razão, deixem ainda mais aziados os profetas da desgraça, que opinam sobre futebol com a qualidade com que provavelmente Amália Rodrigues cantaria rock.

Em suma, ganhamos pouco mas incomodamos tanto os que tão céleres são a tentar adulterar o que todos vêem. 

Termino reiterando um pedido aos Leões comandados por Rúben Amorim. Continuem a praticar bom futebol e a ser uma muralha inexpugnável. E deixem-nos falar... porque será a voz da razão – neste caso a do bom futebol – contra as vozes do dono. 

#OndeVaiUmVãoTodos

Por Juvenal Carvalho
10 Dez, 2020

(...) foi viral o mote do “onde vai um vão todos” pelas redes sociais, numa onda verde gigantesca, que teremos de cavalgar para estarmos juntos contra os verdadeiros inimigos, e esses estão no exterior

Assumo que não me foi fácil escrever esta coluna de opinião. Não podia escrever o que me vai na alma sobre aquilo que é o lado marginal ao futebol. No fim do jogo de Famalicão, ainda atónito, e com a alma dilacerada, é que não poderia mesmo escrever os caracteres habituais. Seriam impronunciáveis os palavrões que proferi em frente à televisão – sim, o futebol é para mim a roçar o irracional – e transportá-los para a escrita deste espaço, não só era proibido pela linha editorial deste nosso jornal, como não me ficaria bem a mim mesmo.

O estado de alma era – é – de alguém que está cansado de todo este sistema viciado dos dois pesos e duas medidas. Ao Sporting Clube de Portugal, e não de agora, mas sim numa sina de décadas, é tão fácil prejudicar. Já fizemos até luto pelo futebol. Já tivemos formas de comunicar muito díspares, com críticas veladas aos “assaltos” constantes de que o nosso Clube é vítima quando comparado com os nossos rivais directos. É exasperante até. Nada tem resultado para que consigamos competir em igualdade neste conspurcado mundo do futebol.

Os do costume, e que de forma cínica dizem que o Sporting CP deverá estar sempre na luta do título, porque faz falta ao futebol português, e tal, são os mesmos que, mesmo que numa fase inicial, e se pressentem que podemos incomodar, nos dão uma machadada. 

É recorrente. É até alvo de chacota dos abutres, quais “Vampiros” de Zeca Afonso. Aqueles que comem tudo e não deixam nada.

Mas porque um Leão só se curva para beijar o símbolo, quis encontrar positivismo nestas linhas. E que melhor alento poderia encontrar do que ouvir o nosso treinador Rúben Amorim, também ele visivelmente agastado, dizer que “nesta equipa, onde vai um vão todos”. Como que acordei de um pesadelo e interiorizei. Não, estes rapazes não podem ser abandonados. Eles são feitos de têmpera. Eles obrigam-nos a caminhar a seu lado. Temos de estar unidos para os pedregulhos que nos querem colocar no caminho, e aqui falo mesmo dos cartilheiros e dos “paineleiros”, que discutem há décadas as “missas” e a “fruta”, sobre quem é mais beneficiado que quem, naquilo que é uma verdadeira guerra de guerrilha para o domínio do lado obscuro. Aquele que até dá títulos.

Mas, porque o mote está dado, terá que ser em uníssono e a uma só voz, esquecendo divergências entre nós, porque aquilo que nos une é muito mais do que aquilo que nos separa, e porque do futebol às modalidades, passando pelos associados e simpatizantes, foi viral o mote do “onde vai um vão todos” pelas redes sociais, numa onda verde gigantesca, que teremos de cavalgar para estarmos juntos contra os verdadeiros inimigos, e esses estão no exterior. Capacitemo-nos mesmo, que todos seremos poucos. Sim, somos Leões de têmpera e para onde vai um vão todos. 

Vão ter que nos aturar. Somos da raça que nunca se vergará!

‘D10S’ vestiu o manto sagrado

Por Juvenal Carvalho
03 Dez, 2020

Gosto de jogadores que façam da bola o seu brinquedo. Que espalhem magia. Que tenham aquele dom só ao alcance dos verdadeiros predestinados. Diego Maradona tinha tudo isso. Era simplesmente único e genial. A sua lenda irá perdurar no tempo

A capa do nosso Jornal da passada semana, numa homenagem tão bonita como bem conseguida a ‘D10S’, retratou um momento de que todos os que como eu estiveram em Alvalade nessa noite de 12 de Setembro de 1989, se orgulham. O de ter visto, nem que fosse por breves momentos, Diego Armando Maradona de manto sagrado vestido, e de sorriso aberto. O momento foi após o jogo da primeira eliminatória da então Taça UEFA. Ficou para todo o sempre. Sobretudo para os Leões mais novos, que souberam do momento agora, e que não viram a magia e o perfume do futebol daquele que para mim, se não o melhor – é sempre discutível e o nosso Cristiano Ronaldo leva a que o nosso coração para ele penda –, será pelo menos o mais genial jogador de todos os tempos que alguma vez vi jogar. 

Sou, a nível de futebol, um romântico inveterado. Gosto de jogadores que façam da bola o seu brinquedo. Que espalhem magia. Que tenham aquele dom só ao alcance dos verdadeiros predestinados. Diego Maradona tinha tudo isso. Era simplesmente único e genial. A sua lenda irá perdurar no tempo.

Ele era o “10” e eu, amante do futebol espectáculo, é a posição do terreno com que me deleito com a magia dos craques que aí jogam. 

Por isso, e desde criança, embora o nosso Sporting CP tenha desde a baliza aos chamados “matadores” uma história imensa de craques, é os “10” que me fascinam e que destaco dos demais.

E de criança, aquela que a memória do tempo me permite lembrar, até aos dias de hoje, fez com que, e até porque as homenagens se devem fazer em vida, decidir prestar o meu tributo aos meus “magos” Leoninos dessa posição. Por ordem temporal começo por Samuel Fraguito, simplesmente arrebatador tecnicamente, e por Salif Keita, o maliano dos pés de ouro. Era muito menino, mas lembro-me bem deles. Posteriormente, já mais adolescente, lembro o “mago” António Oliveira, quanta classe tinha naqueles pés; e na década de 1990, já em fase adulta, quanto foi o privilégio de ver jogar ao mesmo tempo Krassimir Balakov, toneladas de génio, e Luís Figo, não tanto um “10”, mas com uma classe que fez dele o melhor do mundo. Também desse tempo o tão incompreendido, mas tão genial Pedro Barbosa, que pintava puras obras de arte ao seu ritmo, até ao presente com Bruno Fernandes, também ele não bem um “10”, mas com um génio pouco comum. O único em actividade e que não sei ainda onde irá parar num estrelato que está nos seus pés. Vai ser de topo mundial, seguramente.

Ter tido o privilégio de ter visto tão ilustres talentos de Leão ao peito, com o manto sagrado vestido, foi arrebatador.

Com a morte de Dieguito – que descanse em paz, e obrigado pelo que me (nos) proporcionou –, recordei os meus ‘D10S’, de verde e branco, com as devidas proporções, como é óbvio.

Sou fã da magia do futebol em estado puro. Qual poesia. Fui obviamente fã do “mago das pampas” e de todos os “mágicos” Leoninos que referenciei. 

Não vi outros craques e muitos mais houve anteriormente, porque cheguei ao mundo dos vivos a meio do percurso de vida do Sporting Clube de Portugal, mas o que já vi foi arrebatador. 

O desporto-rei é isto. Feito destes mágicos que dão brilho a um espectáculo tão bonito.

 

P.S. – Por falar em jogadores de classe. Pedro Gonçalves tem tudo para ser um ‘Pote’ de talento!

ADN Sporting

Por Juvenal Carvalho
26 Nov, 2020

(...) o código genético do meu Sportinguismo nunca se deixou abalar nos maus momentos. Os bons, ao assistir a tanto e tanto êxito suplantaram em muito os maus, apesar de nas vitórias ser muito menos preciso apoiar do que nos momentos menos bons

Lembro-me perfeitamente do dia em que entrei para Associado do Sporting Clube de Portugal, quando ainda criança, pela mão de meu pai, e na companhia do Sócio proponente – na altura era condição obrigatória – o Sr. Olímpio, de quem já aqui falei do quanto influenciou o meu Sportinguismo numa das minhas colunas de opinião anteriores, entrei com eles na secretaria do antigo estádio.

Como se fosse hoje, recordo essa tarde tórrida de um mês de Julho da década de 70 do século passado. A alegria era contagiante. O momento inolvidável. Ser Sócio do Sporting CP e ostentar na carteira, também ela com o emblema do nosso Clube, o cartão de Sócio com o símbolo do Leão rampante, era motivo de orgulho suplementar, e servia também para apimentar as conversas com amigos de infância de clubes rivais, dizendo-lhes que nem associados do clube deles eram, entre outras saudáveis picardias. 

A cada renumeração, fui tendo, como todos nós, mais cartões, e com todos eles, gostando mais ou menos do grafismo de cada um, o orgulho e a alegria pela sua recepção, foi o mesmo.  

Da mesada dos meus pais, gente humilde de bairro, paguei as primeiras quotas. Posteriormente, e sem atrasos até hoje, cumpro religiosamente o meu dever de Associado.  

É este ADN e a forma de viver o Sporting CP, que para mim são intemporais. De sempre e para sempre, o código genético do meu Sportinguismo nunca se deixou abalar nos maus momentos. Os bons, ao assistir a tanto e tanto êxito suplantaram em muito os maus, apesar de nas vitórias ser muito menos preciso apoiar do que nos momentos menos bons. 

Já passaram muitos anos desde que me fiz Associado, já tive até o prazer de ser dirigente do nosso Clube, e de fazer também inúmeras amizades que perduram no tempo. 

Tudo isto, essencialmente para vos dizer com a emoção que a minha escrita transborda, e os que me conhecem sabem bem da genuinidade da mesma e da forma como sinto o Clube, confesso-vos que voltei a sentir o “acne juvenil” como o do dia que me fiz associado, ao abrir diariamente a caixa do correio com a ansiedade da chegada do novo cartão. E eis que ele chegou a meio da semana passada. E recebi-o com a alegria que nem a passagem do meio século de vida, e o branquear dos cabelos, me deixam de fazer sentir um teenager na forma como vivo e sinto o nosso Clube. E acima de pessoas. Até porque todos nós passamos. Ficará sim, e para todo o sempre, o nosso grande amor: o Sporting Clube de Portugal.

O caminho do futuro

Por Juvenal Carvalho
19 Nov, 2020

(...) E eu sou dos que sempre acreditei no futuro pela base da formação com a inclusão de outras mais-valias, não de hoje, mas de sempre. Serei um romântico? Se calhar sim. Mas ser do Sporting CP tem que ter sempre o seu lado de romantismo

Sabemos todos, e é reconhecido pelos adversários, que somos um Clube eminentemente formador. Um Clube que ao longo dos anos tem dado o crème de la crème ao futebol mundial. 

Que deu duas Bolas de Ouro ao Mundo através de dois craques, vindos ambos em tão tenra idade para Alvalade. Falo, como todos vocês o sabem, de Luís Figo, vindo do UFC “Os Pastilhas”, clube da margem sul do Tejo, e de Cristiano Ronaldo, este detectado na Madeira, e vindo do CF Andorinha em tão boa hora para o nosso Sporting CP. 

Estes são apenas os rostos principais de tantos, que ao enumerar todos, não só não teria espaço nesta coluna, como correria ainda o risco de me esquecer de alguns, por tão extenso ser o número. Por isso, estes dois representam todos os outros, e foram tantos que espalharam classe nos palcos do futebol mundial, e outros continuam ainda a fazê-lo a cada fim-de-semana.

Este é decididamente o nosso ADN. É com ele que teremos de continuar a trilhar o futuro. E se de futuro falamos, o presente é um bom tónico para alicerçar um futuro que todos queremos de sucesso.

E que melhor esperança num futuro que queremos já ali, e coroado de sucesso, do que ter no nosso plantel tanto jovem da nossa “cantera”. De Luís Maximiano a Tiago Tomás, passando por Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Nuno Mendes, Daniel Bragança, João Palhinha, João Mário, Matheus Nunes – este chegado para os sub-23 – Joelson Fernandes e Jovane Cabral, e ainda com vários outros na antecâmara da equipa principal, e que são chamados com regularidade por Rúben Amorim aos treinos da equipa principal.

Como tenho dito, e o discurso de dentro para fora é na minha opinião o correcto, pensando no jogo a jogo, sabendo que o caminho será longo e muito se terá que jogar, a aposta nos jovens da casa, alicerçada em contratações cirúrgicas e que acrescentem valor, terá de continuar a ser a aposta. Mesmo nos anos em que pouco ganhámos – infelizmente ganhamos menos do que todos desejávamos – foi este o rumo que nos faz ainda ser tão grandes e respeitados.

Estamos assim todos esperançados que o caminho do futuro seja já por ali. E o ali é o tentar escancarar o sucesso que anda arredio. Mas com trabalho de qualidade estamos sempre mais perto de, primeiro diminuir o fosso que foi sendo cavado para os principais opositores, para depois acreditar que o fim do mais longo período de abstinência de títulos possa ser a realidade que fará pintar de novo o país de verde e branco.

E eu sou dos que sempre acreditei no futuro pela base da formação com a inclusão de outras mais-valias, não de hoje, mas de sempre. Serei um romântico? Se calhar sim. Mas ser do Sporting CP tem que ter sempre o seu lado de romantismo. Neste belo romance de uma vida que tenho – temos todos – com o nosso Clube.

O rugido do Leão

Por Juvenal Carvalho
12 Nov, 2020

Sabemos que estamos numa fase inicial da época desportiva. Mas como também todos o sabemos, o caminho faz-se caminhando. E parece que estamos a trilhar o caminho certo que nos pode fazer ouvir bem alto o Rugido do Leão

Depois de um sábado completamente ganhador, com vitórias no hóquei em patins ante o FC Porto, e com dose tripla de conquistas frente aos vimaranenses em basquetebol, voleibol e futebol, e todas elas em forma de passear classe, eis que no domingo de manhã, e com uma noite bem dormida, com o sono dos justos de um Leão feliz, acordei cedo não só para ler a imprensa, mas sobretudo para ver a equipa B de futebol, onde estão na forja mais Leõezinhos para dar o salto – saltou-me à vista a forma como Pedro Marques cheira o golo –, mas vê-se classe sobretudo naquele colectivo, quando terminado o jogo com mais uma vitória e a confirmação da liderança, e no intervalo do começo de mais uma conquista do nosso voleibol – mais tarde também o futsal haveria de dar mais um “chocolate”, continuei sintonizado na Sporting TV e vi o sempre fantástico programa Porta 10-A. 

E se todos eles são com vultos da vida Leonina, este foi com uma referência da minha adolescência, e que simbolizou como poucos o momento vivido nos dias de hoje pelas equipas representativas do Sporting CP: garra, alma, alegria e fome de conquista.

Falo de António Nogueira. Um Leão, que chegado tarde – 29 anos – ao Clube do seu coração desde menino, não deixou de pincelar a sua marca com a conquista de um Campeonato Nacional e uma Taça de Portugal, na dobradinha de 1981/1982, e deixou sobretudo aquilo que expressou na entrevista. Uma vontade indomável, em que espalhou classe, mas sobretudo uma garra inusitada e uma vontade de vencer que acabaria por surgir de forma natural. Falou com estima de Malcolm Allison – o célebre “Big Mal”, treinador campeão dessa época, bem como de todos os colegas de equipa de então, mas sobretudo do “trio maravilha” formado por António Oliveira, Manuel Fernandes e Rui Jordão, que eram na realidade de uma categoria ímpar. Foi um recordar de tanta coisa da minha parte enquanto o ouvia deliciado. 

E ao recuar no tempo com a forma emocionada com que António Nogueira falava do “seu” Sporting CP, situei-‑me também no momento actual. Vejo na nossa equipa de futebol, bem como nas restantes modalidades, uma vontade e uma alegria de jogar que nos garante um momento que nos pode trazer alegrias futuras. Sabemos todos que estamos ainda numa fase inicial da época desportiva. Mas como também todos o sabemos, o caminho faz-se caminhando. E parece que estamos a trilhar o caminho certo que nos pode fazer ouvir bem alto o Rugido do Leão.

Termino como por vezes ecoa no estádio e no pavilhão através do nosso speaker. Continua, Sporting... continua!

Passo a passo…

Por Juvenal Carvalho
05 Nov, 2020

Sente-se uma boa auréola em torno do grupo de Rúben Amorim, que a cada dia vai convencendo até os mais cépticos, com a equipa a jogar com uma alegria contagiante

O bom início da nossa equipa de futebol tem devolvido aquilo que andava, infelizmente, arredio em cada um de nós. Sente-se de novo que existe esperança e que, nas inúmeras tertúlias Leoninas, se fala de futebol com muito mais alegria. Com aquela esperança tão peculiar e alusiva à nossa cor, o verde, que é imagem de marca centenária do nosso emblema.

Sei que a procissão ainda está a sair do adro, sei até que a época será longa, e que este ano, levado por esta pandemia que nos bateu à porta sem querer partir, muito poderá até ser desvirtuado pelos inúmeros surtos que assolam os atletas, e que ao Sporting CP, por exemplo, até já lhe possa ter custado, sobretudo pelas ausências de peso nos jogos que efectuou, o possível acesso à fase de grupos da Liga Europa.

Não sou de partos prematuros, porque como já referi tudo está ainda muito embrionário. Decorridas estão apenas seis jornadas. Uma coisa é certa desde o início… sente-se uma boa auréola em torno do grupo de Rúben Amorim, que a cada dia vai convencendo até os mais cépticos, com a equipa a jogar com uma alegria contagiante.

Um conjunto de aquisições bem conseguidas como Adán, Nuno Santos, Pote, Feddal e Porro, que têm sido escolhas regulares no onze, aliado aos regressos de João Mário e Palhinha, que acrescentaram “perfume” e qualidade ao meio-campo do Sporting CP, bem como ao lançamento de muitas crias do Leão vindas da formação, como Daniel Bragança – também ele regressado de um empréstimo, Nuno Mendes, Matheus Nunes, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Tiago Tomás e Joelson Fernandes, que estão na antecâmara do sucesso e que na época passada andavam ainda pelos sub-23, são elucidativos de que a aposta na juventude, complementada com jogadores já de créditos firmados, tem dado uma mistura explosiva e um cocktail de esperança no futuro.

Como escrevi no título desta coluna de opinião, e apesar da muita água que ainda irá correr por debaixo das pontes, uma coisa é óbvia até ao momento. Temos o direito à esperança no tal passo a passo. A pressão de jogar no Sporting CP é sempre positiva. Roma e Pavia, como naquele velho ditado, não se fizeram num dia. Sabemos até que os rivais principais têm orçamentos muito mais altos, e que não será num qualquer golpe de magia que as coisas acontecem.

Como dizia com a sua imensa sabedoria o professor Mário Moniz Pereira, ter sorte dá muito trabalho. E é indubitável que se vê trabalho e alegria para almejarmos a tal “sorte”, além de uma perceptível fome de conquista. No próximo sábado será em Guimarães, e espera-nos mais uma “batalha” dura.

A receita terá de ser a mesma. Trabalho e foco. Ambas, acredito, nos guindarão às alegrias.

Bem precisamos!

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