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Português, Portugal

Um Natal 'À Sporting'

Por Juvenal Carvalho
23 Dez, 2021

Que este Natal, que quando este jornal estiver nas vossas mãos estará quase a chegar, e com ele a reunião em família de milhares e milhares de Leões e de Leoas, seja repleto de coisas boas, em harmonia, com paz, amor e fraternidade

O Natal é uma época de família. E este Natal, o de 2021, é de um enorme simbolismo para a nossa família. A 'família Leonina'.

E para que esse simbolismo tenha um cariz diferente, muito tem a ver com a forma como decorreu o ano de 2021, pese a pandemia que teima em persistir, e em mudar de forma vincada tantos dos nossos hábitos e liberdade de viver. As vitórias no futebol e em diversas modalidades, com títulos nacionais e internacionais − que lindo foi voltar a ver o Marquês de Pombal engalanado, bem como um enorme ambiente de festa um pouco por todo o país e pelo Mundo, 19 anos após o último título de futebol. O Natal começou assim para nós no dia 11 de Maio, quando após o apito final, os Sportinguistas espalhados pelo Mundo, independentemente da idade, e que bom foi perceber que tantos e tantos são jovens que nunca haviam assistido a um fenómeno tão arrebatador, que até eu, que por ausência de conquistas duvidava de tanta implementação do nosso Clube, sobretudo entre a juventude, fiquei em êxtase e arrebatado em plena Rotunda da Boavista, na cidade do Porto, onde me juntei a milhares de pessoas naquela noite em que nem a chuva intensa e persistente impediu aquele 'Natal', em que os comandados por Rúben Amorim puseram no sapatinho de todos nós uma prenda tão importante quanto ansiosamente desejada.

Foi, pois, uma espécie de prenda de Natal antecipada aquela que recebemos e que faz com que, muitos de nós tenhamos agora como verdadeira prenda de Natal produtos do Sporting CP para ufana e garbosamente ostentarmos por todos os estádios e pavilhões o apoio ao nosso Clube com o escudo ao peito.

Imagino a noite de Natal e a abertura das prendas em casas de famílias que trazem o Leão no coração. O sorriso, sobretudo na face das crianças pelas prendas 'à Sporting'. E que bom é assistir à alegria de uma criança, em contraponto com tantas outras crianças espalhados por continentes mais deficitários, onde muitos meninos amariam vestir o jersey com o Leão rampante ao peito e não lhes é, infelizmente, possível.

O Natal é, pois, muito mais do que só, e apenas o Sporting CP, no entanto, e sendo que para nós o nosso clube, é encarado com o espírito de uma família, logo é como se fosse Natal todos os dias.

Que este Natal, que quando este jornal estiver nas vossas mãos estará quase a chegar, e com ele a reunião em família de milhares e milhares de Leões e de Leoas, seja repleto de coisas boas, em harmonia, com paz, amor e fraternidade.

Que no momento da troca de presentes impere a tonalidade a 'verde e branco', com a felicidade estampada no rosto.

Um Natal de Leão, para todos os que trazem o Sporting Clube de Portugal no coração, são os meus sinceros votos.

Fez-se História em Sines!

Por Juvenal Carvalho
30 Set, 2021

Esta época, no fundo não só no basquetebol como nas outras, começou como acabou a anterior, sob o signo da vitória.

Dizer que em pequenino fugia literalmente aos meus pais para ir ver tudo o que fosse modalidade do Sporting Clube de Portugal, num processo que se iniciou no velhinho Pavilhão de Alvalade, ainda na fase da minha infância, e que depois teve continuidade na Nave, não é manifestamente exagero algum. Guardo ainda amigos desses imemoriais tempos, com verdadeiras sessões contínuas em Alvalade, bem como em outros pavilhões ou estádios.

Via todas as modalidades com a mesma paixão, todas com o sentimento uno e indivisível de ganhar em tudo, e felizmente era − ontem como hoje − quase sempre bem-sucedido.

Ainda hoje assim é, quero sempre, e indiferenciadamente que o Sporting CP ganhe em todas as modalidades.

Mas, comum dos mortais, se defeitos tenho, o de ser cínico não faz parte de mim. E hoje, até porque desde tão jovem entrei pela porta do dirigismo no Clube através do basquetebol, mantendo o amor por todas as outras, é nesta que o meu coração mais palpita.

No passado sábado, com os meus amigos Edgar Vital, Raul Castanheira e Jorge Patinho, todos eles Leões e homens da modalidade, o caminho foi até Sines.

Era a primeira competição de uma caminhada que queremos repleta de êxitos. No vocabulário do nosso basquetebol a palavra derrota não faz parte do léxico da modalidade.

Regressada em 2019 a equipa sénior masculina, vinte e quatro anos depois de um inusitado interregno, e que em boa hora este Conselho Directivo decidiu reactivar, sábado em Sines o Museu ficou mais rico com a conquista da primeira Supertaça do nosso basquetebol, juntando este êxito ao Campeonato Nacional e a duas Taças de Portugal, tudo isto num percurso de apenas dois anos, e com a particularidade de estarmos a liderar o campeonato no primeiro ano de competição, quando a pandemia em que vivemos interrompeu a prova.

Esta época, no fundo não só no basquetebol como nas outras, começou como acabou a anterior, sob o signo da vitória. Que Sines tenha sido o tónico para que os comandados por Luís Magalhães, um treinador feito para ganhar, arrancarem para mais uma época de sonho, para que se faça história... acrescentando mais história à já tão imensa que temos.

Depois deste grupo de trabalho ter honrado Stromp, ao vencer o Lusitânia no Troféu com o seu nome, a semana haveria de culminar da melhor forma. No fundo, 'à Sporting'. Com aquele ADN como somos nós.

Com a continuidade de Diogo Ventura, Micah Downs, Afonso Guedes, Diogo Araújo, João Fernandes e Travante Williams, chegaram ainda os reforços Miguel Maria Cardoso, Josh Martin, Daniel Relvão, Daniel Machado, Tanner Omlid, Mike Fofana, António Monteiro e Joshua Patton. Serão estes Leões que estarão às cavalitas do professor Luís Magalhães para ganharem mais uma "guerra". Nós na bancada faremos o resto, e nunca os deixaremos sós.

Sábado próximo será o arranque do campeonato em Ovar, frente a um histórico da modalidade, a AD Ovarense. Que seja o início de algo que lá para Junho de 2022 nos faça felizes. E não só no basquetebol. Porque no Sporting CP não existem limites para sonhar!

É nossa, Leoas!

Por Juvenal Carvalho
02 Set, 2021

Afinal, o futebol feminino do Sporting CP está vivo e recomenda-se.

A capa do nosso Jornal Sporting da semana passada, com o título "O Arranque das Leoas", parecia premonitória quanto ao sucesso, e nada como começar a época a ganhar, ainda para mais ao eterno rival. E porque não, melhor ainda ter acabado também a temporada anterior a ganhar, no caso a jovem treinadora Mariana Cabral, e algumas das jogadoras, que pela equipa B, se sagraram campeãs nacionais da segunda divisão, depois de terem vencido na final, igualmente por 2-0, as minhotas do Vilaverdense.

E se fui buscar esta vitória da nossa equipa secundária, foi essencialmente porque muito do rumo traçado para esta época passa pelo aproveitamento do excelente trabalho na formação, complementando-o com a contratação assertiva de jogadoras mais experientes, e com a manutenção de algumas das suas "pérolas" como, entre outras, a "capitã" Ana Borges, peça vital num grupo de trabalho muito jovem, mas pincelado de talento, aliado a uma garra incrível, em que a disputa de cada bola é como se fosse a última das suas vidas.

No passado sábado, dia 28 de Agosto, que ficará marcado como sendo aquele em que o nosso Sporting Clube de Portugal trouxe para o Museu a sua segunda Supertaça do futebol feminino, depois de a primeira ter chegado em 2017, foi com o lindo cenário do Tejo à vista, num Estádio do Restelo que acolheu imensos Leões, que uma das partes mais bonitas da transcendental cidade de Lisboa viu as Leoas espalharem perfume e porque não beleza, num relvado bem tratado, que abrilhantou ainda mais o palco do espectáculo.

Se na primeira parte soubemos sofrer e vimos a guarda-redes croata Doris Bačić, recém-chegada da Juventus, ter mãos de ferro para segurar o empate, foi com Esforço, Dedicação e Devoção que as nossas Leoas chegaram à Glória na segunda parte. Aí, apareceram umas Leoas transfiguradas e determinadas. Logo no recomeço a irreverência da linda Leoa Brenda Pérez, chegada recentemente do Espanhol, fez anichar a bola nas redes adversárias, para, já perto do final do jogo ser Joana Marchão, uma Leoa de antes quebrar que torcer, com um chapéu de aba larga, aproveitando o erro da guardiã adversária, selar a conquista, e que sabor ela teve.

Depois foi desfrutar, no estádio ou através da televisão, à genuinidade dos festejos de um grupo de trabalho repleto de jovens sedentas de êxito, que festejaram como se não houvesse amanhã.

Afinal, o futebol feminino do Sporting CP está vivo e recomenda-se. Depois da Supertaça, já no próximo domingo será ante o Marítimo, na Pérola do Atlântico, que será dado o pontapé de saída do campeonato nacional 2021/22 para as pupilas da míster Mariana Cabral. Não sendo pedir muito, porque sabemos da fibra de que são feitas, ganhem por nós. Nós acreditamos em vocês!

Os 'Cinco Violinos' são nossos!

Por Juvenal Carvalho
29 Jul, 2021

Eles marcaram indelevelmente o nosso Clube. São ainda, e continuarão a ser, uma marca que perdurará no tempo... em todos os tempos.

É incontornável que existem troféus para os Sportinguistas que são tão ou mais importantes, pelo simbolismo que acarretam, do que qualquer competição oficial. Refiro-me, como é óbvio, ao Troféu Cinco Violinos, uma bonita forma de, em todas as pré-épocas o nosso futebol profissional, homenagear ano após ano aquela nossa linha avançada das décadas 40 e 50 do século passado que marcará para todo o sempre a história do Sporting CP. A sua realização prova cabalmente que o Sporting Clube de Portugal tem memória e, logo, tem uma história imensa que nos orgulha a todos nós e que desde 1 de Julho de 1906 é feita de muito Esforço, Dedicação e Devoção para que a realidade de hoje seja feita de Glória.

No passado domingo, dia 25 de Julho, rondava o relógio as 22 horas, e, onde estivessem, muito orgulhosos estariam seguramente Peyroteo, Vasques, Travassos, Albano e Jesus Correia quando os nossos jogadores da actualidade, campeões como eles o foram, levantavam com um sorriso nos lábios o Troféu, após derrotarem os franceses do Olympique Lyonnais (3-2) e acrescentarem ao nosso Museu mais um pedaço de história com o seu nome.

Eles marcaram indelevelmente o nosso Clube. São ainda, e continuarão a ser, uma marca que perdurará no tempo... em todos os tempos. Muito poucos são hoje os que os viram jogar. No meu caso particular, a minha passagem pelo Clube permitiu-me conhecer pessoalmente todos eles, excepto Peyroteo. De todos, ouvi, como que em êxtase, estórias que me deram conhecimento. Deliciava-me com o seu passado e o orgulho do que vivenciaram e proporcionaram ao nosso Clube. Falaram-me de golos atrás de golos. Vitórias atrás de vitórias. Conquistas atrás de conquistas. Com Jesus Correia, como já aqui o escrevi faz tempo, fundei, juntamente com outros Leões, o Núcleo do Sporting CP de Paço de Arcos. O 'Necas', ou o 'Dois Amores', como também era conhecido, era um ser humano encantador, um Leão de excelência. Todos eles viveram e respiraram Sporting. O Troféu Cinco Violinos é nosso. Que no próximo sábado a ele se junte mais um Troféu. Que os nossos Leões de hoje sigam no trilho do sucesso. Nem que para isso se inspirem nos nossos cinco heróis.

Eles fazem parte da história eterna, de uma história que terá de continuar sob o signo do sucesso. O futuro é já ali. Façam-nos felizes. A Supertaça espera-nos. Vençam por nós

Temos uma história olímpica

Por Juvenal Carvalho
22 Jul, 2021

Somos mais uma vez a bandeira maior de uma nação, num trajecto olímpico iniciado no já longínquo ano de 1912, em Estocolmo, quando António Stromp, um dos nossos fundadores, foi o primeiro atleta português a entrar em competição

Se 2021 foi até ao momento um ano de ouro para o Sporting Clube de Portugal, todos nós esperamos que continue a ser esse o desígnio dos atletas do nosso clube no decorrer dos próximos Jogos Olímpicos, que começam em Tóquio, a partir de amanhã, dia 23 de Julho, e até ao próximo dia 8 de Agosto, naquela que é mais uma demonstração cabal da força da nossa Instituição, que não só é o clube com mais medalhados naquele que é o maior certame desportivo à escala planetária, como somos mais uma vez o clube com mais atletas representados na delegação portuguesa, um motivo que nos orgulha imenso e que prova que o facto de nos rotularmos como a maior potência desportiva nacional, não é, ao contrário de outros, publicidade enganosa.

Tóquio 2020 é apenas o corolário lógico do trabalho que tem anos de sucesso, o do Projecto Olímpico do Sporting. Somos mais uma vez a bandeira maior de uma nação, num trajecto olímpico iniciado no já longínquo ano de 1912, em Estocolmo, quando António Stromp, um dos nossos fundadores, foi o primeiro atleta português a entrar em competição. Daí para cá, falar em olimpismo é falar em Sporting Clube de Portugal.

Desde que em 1976, em Montreal, Carlos Lopes, nos 10.000 metros, e Armando Marques, no tiro, conseguiram a prata, que se iniciou um percurso histórico sob o signo do Leão. Em 1984, em Los Angeles, o campeão dos campeões, o nosso Carlos Lopes levou mesmo a bandeira portuguesa ao topo mais alto do Mundo, ao vencer a Maratona, trazendo o ouro, enquanto Francis Obikwelu, em 2004 em Atenas, ganhou a prata nos 200 metros, e Rui Silva o bronze nos 1500 metros, e em 2012, mais uma vez a prata chegaria, desta feita através de Emanuel Silva, no K2 1000 metros, em canoagem.

Isto é o medalheiro Leonino no tocante ao nosso país, a que acrescem as medalhas conseguidas por Andrezj Juskowiak e por Emmanuel Amunike, respectivamente prata e ouro, em 1992 e 1996, em representação da Polónia e da Nigéria, no futebol, e ainda a medalha de prata de Ionela Torlea, em 2004, nos 400 metros barreiras em representação da Roménia. Um total de nove medalhas conseguidas por atletas que representavam o símbolo do Leão rampante. Uma inequívoca demonstração de grandeza sem paralelo.

Neste certame, como acima escrevi, o Sporting CP é de novo o clube português com mais representantes - como sempre -, e em seis modalidades diferentes: andebol, atletismo, ginástica, judo, natação e surf, numa demonstração de eclectismo que é marca identitária de um clube enorme. Somos deliberadamente um clube que honra os fundadores. Agora desfrutem, e acrescentem medalhas e diplomas olímpicos ao pecúlio do nosso país e do nosso Clube. Somos o Sporting Clube de Portugal, um clube com uma história olímpica.

A primeira memória em forma de poesia

Por Juvenal Carvalho
15 Jul, 2021

Todos nós, no fundo, nos recordamos do primeiro momento em que vivenciámos o nosso Clube, e que acabaria por nos marcar indelevelmente

O Sportinguismo não se mede, nem em forma de poesia nem em outra forma qualquer. Sou dos que rejeito até, liminarmente, o "Sportingómetro", e as discussões estéreis do quem é mais Sportinguista do que quem. O que há, e sempre houve, é os que serão mais presentes, em detrimento de outros, que amando também o Sporting Clube de Portugal, não serão tão militantes. Ou por opção, ou tantas e tantas vezes por questões geográficas, ou mesmo outras.

Nesta coluna de opinião, que prima pela diferença das demais por mim escritas, por ser desta feita em forma de poesia, surgiu em conversa com um amigo de infância, daqueles que nunca esquecemos, que ficam para a vida, e que comigo se deslocou tantas vezes a Alvalade em criança. Decidi então, optar por dar ao Mário Franco, meu companheiro de clube, e vizinho de bairro da "minha" Lisboa, ele da Madragoa e eu da Bica, o seu sentir, que sei genuíno como poucos, da sua primeira memória do nosso Sporting Clube de Portugal, feita em forma de poesia carregada de sentimento. Todos nós, no fundo, nos recordamos do primeiro momento em que vivenciámos o nosso Clube, e que acabaria por nos marcar indelevelmente. Uns de uma forma, outros de outra, mas com um denominador comum: Um amor sem paralelo ao clube. Neste caso expresso em forma de poema, de um poema saído bem de dentro, feito de esforço, de dedicação, de devoção e de glória, mas sobretudo de um Sportinguismo genuíno e arrebatador. Com este poema do meu amigo Mário, que respira Sporting, acredito que cada um de vós se recordará, acto contínuo, do seu primeiro momento, e também, porque não, em forma de poema, ou noutra qualquer, vai dar asas à sua criatividade e inovando dedicar um pequeno momento ao nosso Sporting CP. Porque amar este clube não se explica, sente-se. E o que se sente é isto, transcrito pelo poeta Franco, e que sente francamente o Sporting CP:

No velho peão de Alvalade
não sei se foi cedo ou tarde
perante o estádio cheio
a sul e a norte
nasci eu, leão
por minha sorte.
Às cavalitas de ti, irmão
e de um amigo,
vi as fintas e as defesas
os ataques e o aliviar do perigo.
Um jogo empolgante e europeu
muito mais verde e branco fiquei eu.
E quando, um dos nossos teve essa coragem,
de quebrar, a trazida desvantagem,
no estádio se sentiu essa linhagem,
de Esforço, Dedicação, Devoção e
Glória na passagem.
E se o sangue verde já era,
não mudou,
mesmo com a tristeza no final
ao ser eliminado,
alguém sem noção me perguntou:
se queria mudar para o outro lado?
Eu disse: Não!
Por saber, o futuro verde branco
estar traçado!

Sporting CP vs. Vasas Budapeste (2 - 1) 1975/1976
JBFranco
(Julho 2021)

115 anos

Por Juvenal Carvalho
01 Jul, 2021

O que vou escrever é de coração aberto. Com a emoção que os que me conhecem bem sabem que o nosso Clube me provoca

A 1 de Julho de 1906 foi fundado, por dezanove rapazes da época, o Sporting Clube de Portugal. Estava assim traçado o destino daquele Clube, o do nosso coração, que José Alvalade, desde logo, de forma tão premonitória quanto arrojada, o quis um Clube Grande, Tão Grande Como os Maiores da Europa. A este Clube assentou ainda, como uma luva, o lema Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.

Porque o Esforço de tantos, a Dedicação de muitos eméritos Leões e Leoas, e a Devoção de gerações atrás de gerações, fez com que o todo do nosso Clube tenha sido coroado por uma Glória que nos faz de longe ser o mais ecléctico e ganhador Clube do desporto nacional, e ainda uma instituição repleta de troféus.

Hoje, nesta data tão marcante, porque tenho o privilégio de escrever para o Jornal Sporting, sinto aquela alegria de menino por ter a possibilidade de dizer aquilo que me vai na alma. E o que me vai na alma é recuar no tempo e voltar aos bancos da escola primária. Imagino-me a escrever uma redacção de tema livre em que o tema és tu, Sporting CP. E o que vou escrever é de coração aberto. Com a emoção que os que me conhecem bem sabem que o nosso Clube me provoca.

Aqui vai a minha redacção, para ti, Sporting Clube de Portugal:

Meu querido Sporting CP. Hoje fazes 115 anos, e apesar de seres centenário, não consigo ter outra forma de te tratar, até devido à cumplicidade entre nós ganha com o tempo, senão por "tu". Apanhei-te no percurso de vida a mais de meio do teu caminho percorrido, e nem sabes o que me provocas, sentimentalmente, desde criança. Não te consigo explicar por palavras. É algo tão intenso e tão belo que me arrebatas o coração. Não sou de famílias Sportinguistas, e por casa em criança era o CF ‘Os Belenenses’ que me invadia o espaço. Tornei-me teu fã por causa de Hector Yazalde, quando comecei a conhecer o Clube. O 'Chirola', o Damas, o Dinis, o Fraguito, o Tomé, o Chico, o Laranjeira – homem do meu bairro – foram as minhas primeiras referências de menino. Depois foram tantas e tantas no futebol e nas outras modalidades, mas tal como no namoro, a primeira namorada é sempre recordada.

Fizeste-me fugir literalmente de casa. Dizia que ia só ali a casa de um amigo e o caminho era Alvalade. Via tudo, mesmo tudo. Do velhinho pelado, para assistir às camadas jovens, ao pavilhão para estar nas modalidades… ao futebol, ciclismo, atletismo... verdadeiras sessões contínuas de Sportinguismo.
Puto de bairro maioritariamente afecto ao rival, lá ia eu com os outros Leões bicaenses, o Tininho, o Meneses, o João, o Arnaldo e o 'Careca' para todo o lado. Onde houvesse Sporting CP, até aos treinos assistíamos.

És arrebatador ao ponto de ter crescido contigo e nada mudou no nosso amor.

Ainda jovem, entrei pela porta do basquetebol para dirigente. Conheci-te por dentro e ganhei tantos amigos, além de conviver de perto com lendas que só as conhecia das cadernetas de cromos ou dos jornais. Como uma criança a quem deram um brinquedo, falava com todos eles. Fui amigo de vários, e ainda hoje os guardo no coração.

Entretanto, casei e nada mudou nesta infinita loucura por ti. Até no dia que a minha filha Ana Rita nasceu, e a quem fiz Sócia desde logo, depois de ir vê-la à maternidade fui para o Estoril, contra quem jogávamos nesse dia em basquetebol. Era dirigente e não podia faltar. Como me dizia a minha mãe: 'este rapaz nada mudou, até depois de casar, continua casado com o Sporting'.

Percorri milhares de quilómetros contigo. Estive em Portugal e no Estrangeiro. Chorei de alegria e de tristeza. És ainda hoje tão importante para mim. Estarei a teu lado acima de dirigentes, treinadores ou jogadores. Para mim só conta o símbolo. O Leão rampante deixa-me completamente fora de mim.

Meu querido Sporting CP, estaria a fazer esta redacção durante dias. Tinha tanto ainda para te dizer. Daria um livro, acredita, mas tenho só este espaço. Fica sabendo, no entanto, que estes 115 anos ficarão marcados para mim, e para sempre, pelo nascimento da minha neta, a Leonor. Vou inscrevê-la como associada logo que nasça. E prometo-te que lhe passarei a cultura que me ensinaste desde sempre. A do Esforço, da Dedicação, da Devoção e da Glória.

Parabéns, Sporting Clube de Portugal. E obrigado. Muito obrigado por me fazeres tão feliz e estar ao teu lado incondicionalmente.

 

O ano mais épico da nossa história

Por Juvenal Carvalho
24 Jun, 2021

Ganhar, ganhar e ganhar foi o lema do Leão neste ano verdadeiramente estratosférico. Daqueles que serão para mais tarde recordar

Domingo, 20 de Junho de 2021. O relógio corria célere para as 17h00 quando, tendo como palco o Dragão Arena, e com a conquista de mais um Campeonato Nacional de hóquei em patins, estava consumada uma vitória − mais uma − que deu corpo àquela que é a época desportiva mais brilhante de sempre dos 115 anos da história do Sporting Clube de Portugal.

Ganhar, ganhar e ganhar foi o lema do Leão neste ano verdadeiramente estratosférico. Daqueles que serão para mais tarde recordar. Daqueles que comprovam, se preciso fosse, que somos o Clube que mais títulos tem no desporto português no conjunto das mais diversas modalidades. 

Repito vezes sem conta, e recorro por diversas vezes ao que foi preconizado pelos nossos fundadores. Eles quiseram um Sporting CP grande, tão grande como os maiores da Europa. A vontade está mais do que satisfeita. Só que se estendeu de forma planetária. O ‘velho continente’ já é pequeno para os nossos êxitos. 

São, além de títulos nacionais e europeus, também mundiais e olímpicos. E são em diversas modalidades. Uma diversidade em forma de glória que tanto nos honra e dignifica. 

No início deste texto falei na data que nos deu o nono título nacional de hóquei em patins e a mesma serve para falar de alguém que faleceu nessa mesma data, no ano de 2017. O tempo voa, parece que foi ontem que todos nós ouvíamos a sua voz de trovão e o seu estridente SPOOORTING em todas as modalidades, em todos os pavilhões... afinal onde houvesse o símbolo do Leão rampante, ele estava presente. Sempre de sorriso contagiante e um desportista que nunca hostilizou nenhum adversário, quanto mais uma crítica a um dos nossos.

Na manhã de domingo passado fui alertado por um amigo para esta triste efeméride. Ele era para mim como uma espécie de irmão mais velho a quem cumprimentava com um beijo na testa. Mal acabou o jogo e enquanto assistia na televisão a todo o grupo do nosso hóquei em patins, desde Paulo Freitas a Gilberto Borges, passando pelos jogadores, a festejar com uma alegria como se não houvesse amanhã, lembrei‑me, também eu eufórico, o quanto o Vítor Araújo – o nosso Vítor, quereria estar a festejar com eles. O quanto ele merecia estar a viver o ano mais épico da nossa História. E logo ele, que vivia tão intensamente tudo o que fosse modalidade. Tudo o que fosse Sporting.

Nesta espécie de homenagem que a conquista do hóquei simbolizou, sobretudo pela coincidência da data, uma certeza tenho. Onde ele estiver gritou bem alto pela conquista. Como anteriormente por todas as outras.

O Vítor Araújo era feito de Sporting. O Sporting CP é feito de esforço, de dedicação e de devoção, que nos elevam à Glória. Uma imensa Glória.

Obrigado por tudo, Sporting Clube de Portugal!

Ganhar ou ganhar, eis o SCP!

Por Juvenal Carvalho
17 Jun, 2021

Esta época, culminada com o décimo sexto título nacional, com a fantástica particularidade de ter tido como epílogo uma goleada (2‑6) em casa do eterno rival, foi verdadeiramente de sonho

Na minha coluna de opinião de hoje, a exemplo das anteriores, e para gáudio de todos nós, vou escrever sobre conquistas, o que tem sido recorrente. Hoje não fujo à regra. O ouro de Jorge Fonseca e um futsal também de ouro são o mote. Que mais motivos teria para escrever pleno de felicidade? Como está no título, vou escrever sobre Sporting CP, e em duas partes: ganhar ou ganhar é este o nosso ADN. 

1 ‑ A palavra ouro começa a ser recorrente no vocabulário de Jorge Fonseca, um Leão como poucos, que nos honra e orgulha, e que ao elevar bem alto o nome de Portugal, não menos eleva o nome do grandioso Sporting Clube de Portugal.

Depois do ouro em Tóquio (2019), agora o “bi” em Budapeste (2021). Para a história fica assim o seu segundo título mundial consecutivo na categoria de -100 kg, feito só ao alcance dos verdadeiros predestinados, dos que nasceram com um dom fora do comum.

Aos 28 anos, e com uma carreira que promete ainda muitos mais sucessos, Jorge Fonseca, que ainda recentemente renovou o vínculo ao seu/nosso Clube do coração, não só entrou definitivamente para a galeria dos imortais do desporto português, como para nós, Sportinguistas, ficará eternamente imortalizado como um dos Grandes, daqueles que Francisco Stromp, onde estiver, se orgulhará imenso.

Jorge Fonseca, bem como Pedro Soares, o seu treinador, e homem que ao leme do nosso judo já conquistou colectivamente dois títulos de Campeões Europeus, entre tantos outros, estão literalmente de parabéns. Um trabalho que merece de todos nós um grande reconhecimento, e que tem anos de conquistas atrás de conquistas, medalhas atrás de medalhas. Nada é por acaso. Como disse na chegada ao Aeroporto de Lisboa, de cachecol do Sporting ao pescoço, o campeoníssimo Jorge Fonseca: “Na primeira vez disseram que foi sorte. Na segunda não pode ser só sorte, já é trabalho”. 

Claro que ninguém é campeão por acaso. Na modalidade que for. E porque a sorte é feita de muito trabalho, para daqui a pouco mais de um mês, em Tóquio, local da primeira medalha de ouro no Mundial, que chegue mais uma medalha, agora nos Jogos Olímpicos. 

Um exemplo de perseverança e de luta. Um campeão. Obrigado, Leão!

2 ‑ Falar de futsal no Sporting Clube de Portugal sem falar de vitórias, é tão estranho quanto inusitado. A palavra vitória nesta modalidade é não só recorrente, como é também o seu nome do meio.

Esta época, culminada com o décimo sexto título nacional, com a fantástica particularidade de ter tido como epílogo uma goleada (2‑6) em casa do eterno rival, foi verdadeiramente de sonho. Terá sido mesmo épica, e como referiu o nosso treinador Nuno Dias, uma época nunca conseguida por nenhum clube a nível mundial. À Taça de Portugal, Taça da Liga e UEFA Futsal Champions League, juntou‑se agora o Campeonato Nacional. 

Ver jogar esta equipa de futsal é um verdadeiro deleite. Tudo é preparado ao pormenor, cada jogada é estudada e escalpelizada com mestria, tudo é no fundo conseguido com uma sorte imensa, feita de muito trabalho.

Do treinador Nuno Dias, bem como de toda a sua equipa técnica, passando pelo “capitão” João Matos, por Guitta, que “fecha” a baliza como ninguém, e por todos os outros jogadores, que fizeram com uma categoria inolvidável um colectivo inultrapassável. Uma época em que durante o tempo regulamentar não perdemos qualquer jogo nacional ou internacional. A época, que começou com uma vitória no “João Rocha” frente ao CR Leões de Porto Salvo (3‑2) e que acabou no passado domingo, na Luz, com uma goleada frente ao eterno rival, será daquelas para mais tarde recordar. Ganhámos tudo. E aliámos à classe o esforço, a dedicação e a devoção. Que mais precisaríamos para alcançar a Glória? Nada. E também nada é por acaso. Nuno Dias sabe que o sucesso é feito de trabalho. Os jogadores sabem que trabalham como ninguém. Até parece fácil quando assim é.

Ainda agora acabou, e já estou ansioso por mais recitais e conquistas: ‘à Sporting’!

O eterno capitão

Por Juvenal Carvalho
11 Jun, 2021

A mim, como a milhares e milhares de Sportinguistas, fez as nossas delícias. Era ele, a par de Vítor Damas, Rui Jordão, Carlos Lopes, Joaquim Agostinho, e outros, que me forrava as paredes do quarto

‘Primeiro vais jogar no Sarilhense, depois na CUF e, por fim, no Sporting CP’.

Foram estas as palavras de sua mãe, uma apaixonada por futebol, ao contrário de seu pai, homem distante deste fenómeno, que acabariam por ser premonitórias para alegria de ambos.

Falo‑vos, como é óbvio, de Manuel Fernandes. No passado dia 5 de Junho, o nosso eterno capitão completou 70 anos de vida. De uma vida dedicada ao seu/nosso Clube do coração. De uma vida repleta de sucesso a fazer o que gosta, e no Clube de que gosta desde menino.

De raízes profundamente humildes, nascido em Sarilhos Pequenos, uma pacata terra de pescadores e salineiros, situada na margem sul do Tejo, e que em criança ouvia às escondidas dos pais os relatos do nosso Clube, com o rádio tapado debaixo dos lençóis, chegou a Alvalade na década de 70 do século passado, para ter sucesso, e de todos nós um cantinho guardado no nosso coração para todo o sempre.

Estava desde cedo traçado o destino de Manuel Fernandes – o ‘nosso Manel’.

A mim, como a milhares e milhares de Sportinguistas, fez as nossas delícias. Era ele, a par de Vítor Damas, Rui Jordão, Carlos Lopes, Joaquim Agostinho, e outros, que me forrava as paredes do quarto. Era ele que fazia a minha felicidade quando coleccionava as cadernetas de cromos e saía na minha colecção.

Recordo jogos atrás de jogos. Recordo golos atrás de golos. Tantos de tão boa execução, como só ele sabia fazer.

Mas há um dia que me recordo como se fosse hoje, e que naquele momento eu, como tantos de vós, não queríamos que o jogo acabasse, na esperança que acontecessem ainda mais golos. Esse dia, foi o de 14 de Dezembro de 1986. O adversário foi o nosso rival eterno. Estava escrito nas estrelas que aquele haveria de ser o jogo da vida dele. Quatro golos, numa goleada que ficará nos anais da história, os célebres 7‑1. Nesse dia, Manuel Fernandes fez ainda mais história, a acrescentar a um pecúlio já de si verdadeiramente fantástico.

Acabada a carreira como jogador, foi treinador, com uma Supertaça Cândido de Oliveira no seu currículo, e ainda dirigente. Uma vida... uma longa vida de Leão rampante ao peito. O símbolo que ele ama, tanto como cada um de nós.

Como diz um slogan bem conseguido, ele é feito de Sporting. Respira o Clube por todos os poros da sua pele.

Ele será para todos nós o eterno capitão. O tempo voa, parece que foi ontem que o camisola 9 tratava a bola como poucos. Passaram já 70 anos de uma vida cheia. De uma vida com êxitos pessoais e colectivos. De uma vida de Sporting CP.

Até aos 71 anos, Manuel Fernandes. O Sporting Clube de Portugal é o teu/nosso grande amor.

Obrigado por tudo o que representas para todo e cada um de nós!

 

P.S. – O ténis de mesa conseguiu o hexa e o trigésimo oitavo título nacional do seu historial. Parabéns a esta secção.

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