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Português, Portugal

‘Extraterreste’ CR7, made in SCP

Por Juvenal Carvalho
02 Jan, 2020

Daí para cá, por vezes custa a acreditar que é humano (...) Bateu todos os recordes possíveis e imaginários

O dia 5 de Fevereiro de 1985, e a cidade do Funchal, ficarão incontornavelmente para a história de todo o sempre daquela que é a modalidade mais bonita e mediatizada do Mundo.

Filho de gente humilde, começou a sua carreira aos nove anos, no modesto emblema madeirense do Andorinha, transitando depois para o CD Nacional [Madeira], e em 1997/1998 chegou em boa hora a Alvalade, quando os então ainda designados como ‘olheiros’, viram nele algo que era diferente de todos os outros meninos. Ele dava pelo nome de Cristiano Ronaldo e era um menino diferenciado. Tinha mais talento do que todos os outros e ainda lhe acrescentava uma inaudita vontade de trabalhar. Era – ainda é – o primeiro a chegar e o último a sair dos treinos. Vivia então no Centro de Estágio do antigo Estádio localizado na Nave de Alvalade. Subiu a pulso a corda da vida e não se negou nunca a esforços. Depois de um trajecto por todos os escalões do futebol de formação do Sporting Clube de Portugal, eis que chegaria o dia 6 de Agosto de 2003 e com ele a inauguração do novo Estádio José Alvalade. Fernando Santos, então o nosso treinador da equipa de futebol, colocou no onze um menino conhecido para a maioria dos presentes, mas desconhecido sobretudo para os ilustres convidados do Manchester United. Desde o início do jogo o menino prodígio pintou a manta e fez gato-sapato dos craques do colosso inglês. Do outro lado, Sir Alex Ferguson estava fascinado. Levou-o de imediato e fê-lo crescer de vez para a ribalta do futebol mundial.

Daí para cá, por vezes custa a acreditar que é humano. Foi campeão e melhor jogador em Inglaterra, Espanha e Itália. Foi campeão Europeu por Portugal. Bateu todos os recordes possíveis e imaginários. Marcou golos de todas as formas e feitios. No passado dia 18 de Dezembro, ante a Sampdoria, marcou um golo em que pareceu levitar no ar e saltou ‘só’ 2,56 metros para fazer mais um golo. Já são 712. Desses, 99 são pela selecção nacional, e está apenas a dez de se consagrar o melhor marcador de todos os tempos a nível de selecções.

É mesmo alguém que, sendo humano, por vezes nos custa a acreditar nisso. Temos tido, ao longo dos tempos, uma história de que muito nos orgulhamos, grandes monstros do futebol nacional e internacional. Estes, e Figo, por exemplo, igualmente da nossa formação, e que também foi eleito o melhor do Mundo, não me levarão seguramente a mal por eu considerar Cristiano Ronaldo o melhor jogador do mundo de todos os tempos. O nosso ‘embaixador’.
Simplesmente mágico. Simplesmente sublime. Made in Sporting CP! 

O futuro passa por eles!

Por Juvenal Carvalho
19 Dez, 2019

É por eles, os jovens, que acredito num Sporting CP uno e indivisível

Existirão ainda mais motivos para se ter orgulho em se ser do Sporting Clube de Portugal, que não a própria condição de ser sportinguista por si só?

A minha resposta é óbvia, porque ser do Sporting Clube de Portugal será sempre motivo de orgulho mais do que suficiente, mas este fim-de-semana, primeiro ao vivo, e depois pela televisão, não só avolumei esse orgulho, como fiquei a acreditar ainda mais no futuro que alguns teimam em adiar ou protelar.

Primeiro, quando assisti a uma criança, que ao olhar embevecida para o equipamento do Sporting CP, numa loja de desporto de uma grande superfície comercial da cidade do Porto pedia a um senhor, que deveria ser o seu avô, que lhe oferecesse como presente de Natal a camisola oficial do Sporting CP, a que juntou ao pedido que queria a mesma com o 'n.º 7', por causa de Cristiano Ronaldo, e com o nome dele, Fábio, estampado no jersey. Estava por ali perto e não pude deixar, de sorriso aberto, perceber que, pese as muito menos vitórias, principalmente no futebol, que as desejadas por todos nós, que aquela criança tinha o Leão no coração e que iria para a escola, em 'território inimigo', de Leão ao peito e a orgulhar-se de ser Sportinguista.

Ainda não refeito da emoção desta criança, outra me chegou via televisão, quando, no passado domingo, outro menino, apanhado num primeiro plano da RTP1, a extravasar, com a felicidade estampada no rosto infantil, a marcação de mais um golo do nosso futsal em Portimão, e que selava a reviravolta no jogo. Naquele gesto genuíno desta criança recuei no tempo e revi o meu, quando a minha mãe, uma Belenenses inveterada, me dizia para levar a cama e dormir em Alvalade, tal a minha loucura pelo nosso Clube. O meu tempo de jovem já era… agora, a ganhar ou a perder é nestas crianças que me revejo. É nelas que está o futuro do nosso Clube. Faço até por aqui um humilde pedido a alguns adultos, para que não estraguem o sonho destes meninos e de muitos outros espalhados pelo país e estrangeiro.

Que o Fábio, que quis a camisola com o número de CR7, e o menino de Portimão, bem como tantos outros meninos e meninas, tenham orgulho em ser do Sporting CP. Deixem-nos crescer felizes, porque acima de tudo e de todos, o único que não passa, e será eterno, é o Sporting Clube de Portugal. 

São eles o futuro. Pese todas as pedras no caminho do Leão, é por eles, os jovens, que acredito num Sporting CP uno e indivisível. Posso ser um sonhador. Mas é um sonho que ainda acredito real.

P.S. – Um feliz Natal a todos. Saudações Leoninas.

Madjer, as lágrimas de um campeão!

Por Juvenal Carvalho
05 Dez, 2019

Fiquei emocionado com aquele momento genuíno daquele que será o melhor jogador mundial de todos os tempos

Não tenho por hábito ser pessoa de arranjar escapes aos insucessos do futebol para conseguir arranjar tema para as minhas colunas de opinião. Sabe quem me conhece, e até porque tive a honra de servir o nosso Clube também no futebol juvenil, muito além de pensar Sporting CP pelo que são os resultados da sua equipa mais representativa do futebol, embora sabendo perfeitamente que muito daquilo que é o sucesso ou insucesso do nosso Clube no seu todo se mede pelo que consegue fazer o desporto-rei, sou dos que vejo o Sporting CP pelo 
seu eclectismo.

Se o passado fim-de-semana foi imaculado em todas as modalidade de pavilhão, com especial destaque para a estrondosa passagem, pela segunda vez consecutiva, do nosso andebol na Liga dos Campeões, com 2564 leões no ‘João Rocha’ em êxtase perante tamanha demonstração de capacidade dos pupilos de Thierry Anti, que foram demolidores ante os suecos do IK Sävehof, e ainda pela dupla vitória do basquetebol, com a particularidade de uma delas ter sido, e de forma clarividente, ante o bicampeão nacional, a Oliveirense, bem como do voleibol no arquipélago dos Açores, com um duplo 3-0 frente ao Clube K e ao candidato Fonte Bastardo, e ainda da vitória do hóquei em patins em Almeirim, ante os Tigres daquela cidade, o momento que tenho a reter ocorreu perto das 22 horas do passado domingo dia 1 de Dezembro.

Ainda a carpir mágoas da derrota do futebol em Barcelos, numa exibição nada conseguida, eis que me ressurgiu o alento. Além de ver Portugal sagrar-se Campeão do Mundo de futebol de praia, facto que aconteceu pela terceira vez no seu historial, e com a particularidade da equipa ter no seu seio cinco leões – Tiago Petrony, Coimbra, Belchior, João ‘Von’ Gonçalves e Madjer –, não consegui ficar indiferente ao choro compulsivo do Leão Madjer no momento do triunfo. Fiquei até emocionado com aquele momento genuíno daquele que será o melhor jogador mundial de todos os tempos. Aos 42 anos, este enorme jogador, que ainda corre, joga e remata como poucos, e que serve de referência não só como atleta, mas como ser humano, foi apanhado num momento único de exaltação e de tributo a uma estrondosa carreira.

Naquele choro, estaria muito do dever cumprido de uma carreira, e no facto da mesma estar a terminar para este ‘monstro’ do futebol de praia e que serve de referência para todos nós. Apetece mesmo dizer que Madjer, que acredito ainda nos continuará a encantar nas areias, deveria ser imortal para a modalidade.

Na minha qualidade de seu admirador confesso, apenas termino dizendo: Obrigado, Madjer. Até os melhores do Mundo choram. 

Os funcionários… tão importantes!

Por Juvenal Carvalho
28 Nov, 2019

Vivi grandes momentos convosco e sei o que os funcionários representam para a vida do SCP

Temos por norma tendência para nos focarmos nos dirigentes, nos treinadores ou nos jogadores. É natural. Sempre assim foi. Sempre será assim e nem é criticável sequer. É tão-somente uma constatação factual.

Eu, por exemplo, sempre fui pouco de me focar nos dirigentes, criticando sempre o que está mal e elogiando o que me parece bem, mas sim nos verdadeiros ‘artistas’. Aqueles que nos fazem rir, chorar, vibrar de emoções. Até nos fazem abraçar o vizinho do lado que nem conhecemos sequer, mas que tem em comum connosco o ideal, a cada golo ou ponto obtido, a cada conquista de troféus… a cada exaltação Leonina.

Mas existem outros, e estes tão importantes como os já referidos. Que passam mais horas nas instalações do Clube do que nas suas próprias casas. Que no anonimato são o pulsar do Sporting CP. Que na sua maioria não se negam a esforços. Que mais do que profissionais, na sua grande maioria vivem intensamente a instituição.

Desde sempre que me habituei a estimá-los. Desde que entrei para o Clube, e mesmo antes disso, que me habituei a respeitar o Pacheco, o célebre engraxador da Porta 10-A. Que quando esperava os craques em miúdo me recordo do Sr. Guimarães e do Sr. Brilhantino, os porteiros da também mítica porta. Do recentemente falecido e que me inspirou a fazer esta coluna de opinião, o ‘Ti Chico’, o homem da relva do velhinho estádio; do Sr. Miguel, sempre de cigarro ao canto da boca e da sua esposa, a D. Olinda, que eram os responsáveis das instalações do pavilhão antigo, e que ainda hoje têm a sua filha, a Luísa, como nossa funcionária; o Coronel Cunha Bispo e o Sr. Maia, os homens que cuidavam das instalações; das telefonistas da 10-A, a D. Lurdes e a D. Sofia; da Eugénia, de sorriso sempre aberto e da Madalena Gentil, na secretaria; do Sr. Filipe, o célebre mecânico do hóquei em patins; da D. Leonor, do jornal; de ainda me recordar do Sr. Manuel Marques, o massagista conhecido como o ‘mãos de ouro’, que primava pela imensa competência e simpatia; da Alda, que era quem resolvia todo e qualquer assunto relacionado com as modalidades na secretaria da Nave, e que ainda hoje trabalha no Clube; e também de tantos e tantos outros que nunca regatearam a esforços.

E nesses tantos outros, quero dizer que mesmo os que não referi por falta de espaço, me estão no coração verde e branco’. Vivi grandes momentos convosco e sei o que os funcionários representam para a vida do Sporting Clube de Portugal. O meu obrigado a todos. Aos antigos e aos actuais!

O 37.º pleno de humanismo

Por Juvenal Carvalho
21 Nov, 2019

Onde estiverem aqueles 19 homens que nos fundaram em 1906, podem estar descansados (...) o SCP é grande, tão grande como os maiores da Europa

Bucareste, 7 de Dezembro de 2018; Odivelas, 16 de Novembro de 2019.

O que é que estás datas têm em comum? Claro que isto nem chega a ser uma pergunta, tal a facilidade da resposta. São as datas que marcarão para todo o sempre as conquistas da duas Ligas dos Campeões Europeus do nosso judo.

Mas mais do que a vitória no tatami, quero começar esta coluna de opinião pelo fim, porque não poderia, pela atitude ‘à Sporting CP’, e pela nobreza de carácter, tão ou mais importante que qualquer conquista desportiva, passar ao lado de um gesto tão dignificante.

Vi o presidente Frederico Varandas, no momento da vitória, ao lado dos atletas e treinadores, dizer que o judo deveria ser um exemplo a seguir no Clube.

Pois bem, essas palavras foram completamente assertivas e premonitórias.

Quem tem Jorge Fonseca, tem seguramente um exemplo de saber estar garantido. Que comovente foi ver no final o nosso campeão ofertar a medalha da conquista a uma menina de 13 anos, Teresa Santos, também ela judoca no JC Marinha Grande. Ver as lágrimas de emoção desta jovem, que Jorge Fonseca referiu ter decidido "oferecer-lhe a medalha porque ela tem uma grande história de vida e é uma inspiração para ele. É uma grande batalhadora e uma grande mulher" Depois disto, apenas me apraz o seguinte. Obrigado, Jorge Fonseca. No dia da trigésima sétima conquista europeia do nosso Clube, este gesto, esta atitude, este saber estar, vale muito mais do que qualquer vitória no tatami, nas pistas, nos relvados, nos pavilhões, onde for.

De emoção em emoção falo agora da desportiva, deixando o meu agradecimento a todos, começando pela directora de departamento, Helena Duarte, uma Mulher que respira Sporting CP e que tem mais de três décadas ao serviço do Clube, bem como aos treinadores Pedro Soares, um 'monstro' da modalidade e que está na génese de todo este sucesso, bem coadjuvado por João Pina e por João Rodrigues, e claro aos atletas que serviram o Sporting CP neste evento, e que foram os seguintes: Kherken Ganbold e David Reis (-66 kg); João Fernando e Francisco Costa (-73 kg); João Martinho e Frank de Wit (-81 kg) Nikolaz Sherazadishvili e Mauro Pereira (-90 kg), e Diogo Brites, Alexandre Teodósio e o 'capitão' Jorge Fonseca (+90 kg).

Foram estes os protagonistas de mais uma página escrita a letras de ouro da nossa História. Onde estiverem aqueles 19 homens que nos fundaram em 1906, podem estar descansados. Como preconizaram, o Sporting CP é grande, tão grande como os maiores da Europa.

Venha o trigésimo oitavo título. O nosso ADN é o de ganhar. A nossa História fala por si!

Que Leão, o meu amigo António!

Por Juvenal Carvalho
14 Nov, 2019

Continua a ser quem és, amigo António. Se todos fossem como tu, o nosso Clube seria ainda maior.

No advento das redes sociais, o significado da palavra amigo perdeu-se, e passou a ser somado pelo lado virtual e pelos inúmeros likes que os muitos ‘amigos’ colocam a cada publicação.

Mas obviamente que aquilo de que vos vou falar, está nos antípodas de tudo o que acima descrevi.

Vou escrever sobre o meu amigo António que, como eu, é do bairro da Bica.

Um amigo real e um Sportinguista puro, genuíno, daqueles para quem o Sporting CP é muito mais importante do que qualquer ego ou guerrilha de alecrim e manjerona.

O António, de 48 anos, tem síndrome de Down, mais vulgarmente conhecida como Trissomia 21, doença que não o impede, contudo, de ser como nós na paixão, na crença e na presença assídua em praticamente todos os jogos no Estádio José Alvalade ou no Pavilhão João Rocha.

Que bom é todos os dias – termo literal – ter uma SMS do António com um lacónico: ‘Bom dia amigo Leão’, que se repete a todos os dias com o mesmo texto, mudando só para boa tarde e boa noite.

Uma amizade pura e genuína movida pelo Sporting CP. A essas SMS junta outras a dar-me os resultados dos jogos de todas as modalidades, ou a pedir-me para eu o informar daqueles que ele não consegue saber. A que hora do dia for.

O António é uma pessoa encantadora e que vive o Sporting CP com tanta e arrebatadora paixão, que todos os mais assíduos do dia-a-dia do nosso Clube o conhecem. Sempre uma palavra amiga. Sempre uma saudação educada. Sempre com os mais elevados valores que norteiam o Sporting CP. Parece que o dia já não me corre tão bem se não trocar uma SMS ou um telefonema com ele.

O António Oliveira, que tem o mesmo nome daquele craque que representou o nosso Clube, e que no dia da morte de seu pai disse que ‘por cada Leão que cair outro se levantará’, e que tinha pinceladas de génio, é também ele um génio de amor próprio, de resiliência e de Sportinguismo.

Que faz do Clube a sua casa.

Que nada mais o move que não as alegrias proporcionadas pelas conquistas do Leão rampante.

Que não quer saber de relatórios e contas.

Que menos o importa quem é o presidente.

Que quer é ver as defesas do Ângelo Girão, a genialidade de Carlos Ruesga, a classe de Bruno Fernandes, os cestos de Travante Wiliams, os golos de Alex Merlim e os passes de Miguel Maia.

Continua a ser quem és, amigo António. Se todos fossem como tu, o nosso Clube seria ainda maior. 

Obrigado por seres assim, e sobretudo pelo orgulho que tenho por seres meu amigo.

O António é enorme.

Um verdadeiro exemplo de Humanismo e de Sportinguismo!

Os heróis também choram!

Por Juvenal Carvalho
06 Nov, 2019

Sim, os heróis também choram e têm sentimentos e gratidão

Chegava ao fim a Primavera do ano de 1951, mais propriamente o dia 5 de Junho, quando, na pequena localidade de Sarilhos Pequenos, a Sul do Tejo, mais concretamente no concelho da Moita, nasceu aquele que faria as delícias de milhares e milhares de Sportinguistas.
Falo, como é óbvio de Manuel José Tavares Fernandes, o ‘nosso Manel’, o ‘eterno capitão’, o ‘mítico número 9’.

Na passada sexta-feira, enquanto fazia zapping, parei no Canal 11 e lá estava o nosso Manel a falar do seu/nosso Sporting CP. Levava com ele um dossier com todos os golos marcados de Leão ao peito – 260, só superado até hoje pelo ‘violino’ e sempiterno Fernando Peyroteo, numa saga iniciada contra a Académica de Coimbra, e logo com um hat trick num jogo particular. Com ele levava também um álbum fotográfico imemorial, com fotos de grande simbolismo, onde não poderia faltar os quatro golos dos inesquecíveis 7-1 ao nosso eterno rival.
Mas da sua presença no programa ‘Amor à Camisola’, ficou-me na retina um Manuel Fernandes a chorar enquanto olhava uma fotografia sua ao lado de Rui Jordão – que dupla assombrosa – e lhe pediam para falar de um colega de nove anos de Leão ao peito. 

Não contendo as lágrimas, foi falando de um homem de quem gostava como um familiar, enquanto descrevia o excelente jogador que era o ‘Gazela de Benguela’. Como também eu tão bem me lembro daquela velocidade estonteante, feita de técnica sublime e de classe contagiante.
Foi mesmo um grande momento de televisão aquele que foi proporcionado pelo novel canal 11. Ver Manuel Fernandes, que sua mãe, uma apaixonada por futebol, preconizou e realizou o sonho de o ver jogar no SCP, o seu clube do coração, é decididamente comovente. Tão comovente como a forma como ele falou de Rui Jordão, seu colega de Clube, mas acima de tudo um amigo para todo o sempre. 

Sim, os heróis também choram e têm sentimentos e gratidão. 

Obrigado por este bocadinho televisivo, numa tarde melancólica e de chuva. Serás o ‘meu eterno capitão’. Um dos meus ‘Reis Leões’.

Obrigado, Manel!
 
P.S. – Era para escrever algo sobre o treinador de Hóquei em Patins do FC Porto, Guillem Cabestany. Mas ao chegar à conclusão de que gosto é de desporto, abdiquei de o fazer. Digo apenas que levou apenas mais uma lição onde se ganham os jogos. No rinque.

O senhor deixa-me entrar consigo?

Por Juvenal Carvalho
31 Out, 2019

São as muitas vivências do Sporting CP que me arrastaram desde muito jovem para Alvalade

Falar do passado não tem de ser sinónimo de não querer um futuro diferente para melhor, mas sim porque ter memória significa que por mais que a marca do tempo seja indelével, as memórias de um passado Leonino militante deixam sempre marcas pela positiva, sobretudo por inesquecíveis.

São as muitas vivências do Sporting CP que me arrastaram desde muito jovem para Alvalade, onde consumia tudo o que era do nosso Clube, que me fazem recordar tempos idos que jamais esquecerei.

Dos tempos em que às portas do velhinho pavilhão, situado onde hoje é a estação de Metro do Campo Grande, ia ver o hóquei em patins, quando pontificava o dream team que conquistou a primeira Taça dos Campeões Europeus; o andebol, onde então brilhavam Carlos Silva, Manuel Brito, Carlos Correia e João Miranda, entre outros; e o basquetebol onde pontificavam Mário Albuquerque, Nelson Serra, Rui Pinheiro e Israel, etc…, e pedia às pessoas mais idosas para me deixar entrar com elas, porque o dinheiro não abundava, ou porque queria guardar a semanada dada pelos pais. O importante era ver a listada verde-e-branca com o rampante símbolo do Leão.

Também no Estádio José Alvalade, o emblemático e antigo estádio, o ritual era o mesmo, começando pelo ‘peão’, acabando na central, estava sempre o incontornável ‘o senhor deixa-me entrar consigo’. O que contava mesmo era o incontido fervor Leonino, onde ganhei amigos para uma vida. É incontornável que tudo mudou. Que hoje a era digital e a muita e apelativa oferta social leva menos gentes aos estádios e aos pavilhões. Tudo isto é factual e indesmentível.

O que não é indesmentível, mas que continua a ser factual, é que recordo com saudade um ambiente único. Em que o termo família Leonina era apropriado e nos diferenciava. Em que não havia ainda bilhetes reservados pela internet. Em que os torniquetes eram um sonho longínquo no tempo. Em que os porteiros ainda usavam boné. Em que tudo, e não porque me sinta um desadaptado aos tempos actuais, eram de todo diferentes. Perguntar-me-ão se diferentes para pior? São seguramente incomparáveis, é o que me apraz dizer.

Mas de uma coisa sei, e não por saudosismo, nem porque queira recuar no tempo. Estão distantes os tempos imemoriais em que eu, sobretudo nos ‘Dias do Clube’, e em todos os jogos do pavilhão, que tinham obrigatoriamente bilhete para Sócio, arranjava sempre um ‘pai’ a quem pedia para entrar com ele. É que para ver o Sporting Clube de Portugal não existiam - nem existem, limites… ou vergonha!

Apetece-me, por inesquecível, repetir o pedido: ‘O senhor deixa-me entrar consigo?’

Wiki Sporting

Por Juvenal Carvalho
24 Out, 2019

(...) O amor ao Clube tudo faz superar, leva estes Leões a actualizar permanentemente a História do Clube

Nos dias de hoje, e até derivado ao sinal dos tempos, é claro e notório que o associativismo, e quando falo do mesmo analiso-o de forma global, não propriamente ao nível do nosso Clube, bem como o altruísmo e a dedicação, vão perdendo expressão, ainda mais quando a sociedade está tão competitiva, e o tempo que nos resta para os afazeres do dia-a-dia vai sendo cada vez mais diminuto.

Mas tudo isso não entronca, por exemplo, num conjunto de dedicados Leões que, no dia em que este jornal nos chega às bancas, mais concretamente a 24 de Outubro, mas neste caso do ano de 2007, decidiu lançar a Wiki Sporting, através de um projecto voluntário levado a cabo por foristas do Fórum SCP (Porta 10-A), muito embora apenas a 8 de Outubro de 2008, a mesma tenha privilegiado o mundo Sportinguista com a abertura das ‘suas portas’ para o universo Sportinguista.

O trabalho de páginas e páginas de história do Clube, onde garbosa mas humildemente consta o meu nome, e cujos membros tiveram como desígnio que a ‘Wiki Sporting sirva para difundir o Sporting Clube de Portugal pelos quatro cantos do Mundo e elevar mais alto o nome do Clube’.

Através da sua pesquisa, os Sportinguistas que querem saber mais e mais do Clube estão à distância de um clique, para que de A a Z, saibam mais da nossa grandiosa História. Ali está tudo, e de tudo. É realmente aliciante perceber o trabalho que, no anonimato, ‘roubando’ horas à sua vida pessoal, mas que o amor ao clube tudo faz superar, leva estes Leões a actualizar permanentemente a História do Clube.

O apogeu, em forma de reconhecimento justo para estas pessoas, chegou no dia 18 de Dezembro de 2014, quando o Grupo Stromp, numa justa decisão, decidiu galardoar a Wiki Sporting com O Prémio Stromp na Categoria Especial.

Desde que nasceu, e até aos dias de hoje, é local de culto para milhares e milhares de Sportinguistas de todo o mundo, onde eu me incluo. Numa dessas pesquisas, que são recorrentes da minha parte, e ao ver que a data do dia 24 de Outubro marcava esta boa efeméride, não podia deixar de expressar em forma de escrita aquilo que o meu coração Leonino agradece a estes dedicados leões por este trabalho. Uns que os conheço pessoalmente, outros que não fazendo a mais pálida ideia de quem sejam, são iguais no meu reconhecimento.

Um bem-haja a eles por elevarem o nome do Sporting CP… e sem se colocarem em bicos de pés!

P.S. – Até sempre, Rui Jordão. Obrigado!

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