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Português, Portugal

O ‘João Rocha’ está de volta!

Por Juvenal Carvalho
23 Jul, 2020

A próxima época terá que ser sob o signo do Leão. Aquele que nós aprendemos a amar e a trazer no coração, como canta a tão nossa Maria José Valério

Tenho o ‘defeito’ de ler os jornais desportivos de trás para a frente. Querendo saber tudo sobre as modalidades. É assim desde sempre, embora, como quase todos nós, seja Sportinguista muito por causa do futebol, pese a minha fase de criança me ter contemplado, e levado a ser um fervoroso defensor do eclectismo, devido a ‘monstros’ como Carlos Lopes e Joaquim Agostinho, para citar apenas dois de uma panóplia de atletas que marcaram para todo o sempre a imensa História do Sporting Clube de Portugal.

Este início foi só para vos situar na falta que sinto de ver as nossas equipas de pavilhão retomarem o regresso à luta pelos títulos. Felizmente, no passado dia 10 de Julho, a Direção-Geral da Saúde deu luz verde ao regresso à ‘nova normalidade’ das competições no andebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins e voleibol, a partir do próximo dia 1 de Agosto.

Desta forma, e depois do malfadado vírus que em Março obrigou à suspensão das competições quando lutávamos por ganhar em todas as modalidades, inclusive liderávamos no basquetebol e no futsal, e em todas as outras dependíamos apenas de nós, em 2020/2021 lá estaremos de novo para dignificar o símbolo e fazer o que sabemos. Lutar pelas conquistas. Os tempos, sabe-se, não estão fáceis. O lado económico ditará regras, não só para o Sporting CP como também para os seus adversários directos. Agora teremos que ser ainda mais assertivos, para alcançarmos o tão propalado mais com menos.

Mas numa coisa tenho a certeza. Iremos estar na luta. Rui Silva, Luís Magalhães, Nuno Dias, Paulo Freitas e Gersinho, serão os ‘comandantes’ de umas ‘armadas’ que irão ser fortes. Até lá iremos seguramente começar a ter certezas sobre a composição dos plantéis. Com a premissa que teremos de estar na linha da frente para lutar para ganhar em todas. Aqui e na Europa. Claro que com mais hipóteses numas que noutras para almejar conquistas europeias que acresçam às actuais 35 já conquistadas, mas onde entrar o emblema do Leão, a obrigação é dignificar e lutar pela vitória.

Mesmo que 2020/2021 surja atípico devido à pandemia em que vivemos, o ansiado regresso ao ‘João Rocha’ começa a despertar aquele sentimento lindo de ver a ‘verde a branca’ a passear classe por onde passar.

Claro que o eclectismo do Sporting CP não se confina, termo agora tão em voga, às modalidades de pavilhão. São mais de meia centena as que temos no nosso Clube, e todas elas começam paulatinamente a regressar para uma nova época. A época passada, pelos motivos conhecidos, não nos foi permitido ganhar. A próxima terá que ser sob o signo do Leão. Aquele que nós aprendemos a amar e a trazer no coração, como canta a tão nossa Maria José Valério.

Agora, que está quase chegada a hora, é convosco: Nós acreditamos em vocês!

Miguel Maia, o ‘Rei Leão’!

Por Juvenal Carvalho
09 Jul, 2020

(...) Esse sonho, o de continuar de Leão ao peito vai manter-se. Irá fazer os 50 anos de Leão ao peito e vai querer continuar a ganhar. Como só ele sabe. Como só ele luta para isso

23 de Abril de 1971. A cidade de Espinho, também conhecida como Costa Verde, viu nascer Luís Miguel Barbosa Maia. Naquele dia, e naquela cidade, veio ao mundo aquele que viria a ser um dos maiores desportistas portugueses de todo o sempre. Um exemplo de classe. Um exemplo de abnegação. Um ganhador como só ele. Miguel Maia é mesmo um caso raro de longevidade por quem os anos parecem não passar, e que joga aos dias de hoje com a garra de um menino, a que umas mãos de ouro e uma intuição rara para o jogo e uma valia verdadeiramente inusitada, o diferencia dos demais.

Miguel Maia, tanto no voleibol de pavilhão como na praia, onde formou com João Brenha uma das melhores ‘duplas’ do Mundo, é um ídolo que tem atravessado gerações. A sua carreira iniciou-se cedo, já que em Espinho o voleibol é quase uma ‘religião’, mais propriamente na Académica de Espinho, onde se sagraria campeão nacional, bem como no Sporting de Espinho onde ganhou vários títulos nacionais e onde venceu ainda a CEV Top Teams Cup de 2000/2001, a única competição europeia da modalidade ganha até ao momento por um clube português.

Nunca escondeu o seu amor incondicional ao Sporting Clube de Portugal. Respira o Clube por todos os poros. Aos 20 anos de idade chegaria ao seu Clube do coração, e foi chegar, ver e vencer. Entre 1991/1992 e 1993/1994 sagrou-se sempre Campeão Nacional, numa equipa verdadeiramente fantástica. Veio a sair e posteriormente viu a modalidade ser suspensa. A cada entrevista, a cada aparição no universo Leonino falava no quanto queria de novo a modalidade no ‘seu’ Sporting CP. Eu sei do que falo, porque várias vezes abordei com ele esse tema. Moveu montanhas, não desistiu, e como quem porfia sempre alcança, em 2017 viu as portas do voleibol serem escancaradas no reino do Leão.

A história repetiu-se e foi de novo chegar, ver e vencer. Logo no ano do regresso, como ele preconizou, sagrou-se Campeão Nacional. Festejou com a alegria de um menino. Como se não houvesse amanhã. Estava concretizado o sonho. Esse sonho, o de continuar de Leão ao peito vai manter-se. Irá fazer os 50 anos de Leão ao peito e vai querer continuar a ganhar. Como só ele sabe. Como só ele luta para isso. Além de um fenómeno de classe, é um fenómeno raro de longevidade. Sei o quanto vale, e sei até que muito gostaria e muito ganharia o Sporting CP com os seus conhecimentos após terminar a carreira. Ele é da raça que nunca se vergará. Obrigado, Miguel Maia. E continua a fazer-nos felizes!

 

P.S. – Parabéns ao ténis de mesa. O penta é nosso. Venha o hexa!

Parabéns e obrigado por tudo, SCP

Por Juvenal Carvalho
01 Jul, 2020

114 anos passaram, meu querido Sporting CP. És tão grande que consegues abarcar gentes mais ricas ou mais pobres. Gentes de várias raças, credos e ideologias

114 anos de vida. Uma vida feita de Esforço, Dedicação, Devoção e Glória. Uma vida que, como aqueles rapazes da elite aristocrática da época, que foram os nossos fundadores, muito bem preconizaram, e hoje vêm concretizado. 114 anos a sermos Grandes... Tão Grandes como os Maiores da Europa.

114 anos. Como dizem os jovens de hoje. Estás “cota”, Sporting Clube de Portugal. Mas és um “cota” especial para milhões que te veneram. Milhões que de coração cheio estiveram e estão a teu lado. 

No meu caso particular – meu querido Sporting CP, tens sido um companheiro inigualável. Por quem rio e choro. Que nas tristezas estou ao teu lado mais do que nas alegrias. Já percorri o país e o estrangeiro a teu lado. Já estive a teu lado em estádios, pavilhões, pistas, estradas, salas de bilhar, de ténis de mesa, etc. A gritar por ti, a amar-te incondicionalmente.

Deste-me até o privilégio, e logo a mim, miúdo então de bairro, que coleccionava os cromos dos meus ídolos e os guardava religiosamente, de te servir como dirigente. De ter convivido e ganho amizades para uma vida. É difícil apagar as velas contigo e cantar os parabéns sem me recordar do que me dizia a minha mãe: ‘Filho, só falta levares a cama e dormires com o Sporting’. É verdade que só me faltava dormir em Alvalade em criança e adolescente. O que também é verdade é que hoje, de forma diferente, porque como tu – já passei o meio século – estou a ficar “cota”, mas ainda sinto o “acne juvenil” quando vejo o símbolo do Leão rampante. 

114 anos passaram, meu querido Sporting CP. És tão grande que consegues abarcar gentes mais ricas ou mais pobres. Gentes de várias raças, credos e ideologias. És o Clube que foi de Francisco Stromp, de Mário Moniz Pereira, e é também do Paulo Gama, o nosso Paulinho. É essa tua versatilidade que também me fascina. És de todos nós.

E uma certeza é incontornável. Vais continuar como te conhecemos: Grande... Tão Grande como os Maiores da Europa.

Parabéns, e continua a fazer-nos felizes e orgulhosos por sermos Sportinguistas! Porque isso não se explica, sente-se. É sem igual.

‘Eu Sou’… Sporting CP!

Por Juvenal Carvalho
16 Jun, 2020

Ser do Sporting CP é um estado de alma. É um sentimento que a todos nós nos deve fazer lutar pelo ideal acima de qualquer simpatia por este ou por aquele jogador, treinador, dirigente

Na sequência da tão bem conseguida campanha do nosso Sporting Clube de Portugal, a mesma despertou-me a consciência e arranjei motivos mais do que suficientes, não só para exacerbar o meu Sportinguismo, como também para partilhar convosco os motivos porque ‘Eu Sou’… Sporting CP.

Para isso, recuei no tempo, e imaginei-me de novo sentado nos bancos da escola, fazendo para todos os que são tanto do Sporting CP como eu, uma espécie de redacção explicando porque ‘Eu Sou’… Sporting. CP

E porque é que ‘Eu Sou’… Sporting CP?

Sou garbosamente desde criança, motivado pela diferença que nos norteava dos demais. Porque o Sporting CP é o clube mais ecléctico e ganhador do desporto português. Porque, aquando da minha meninice, cresci com João Rocha a presidente e vi os maiores vultos do desporto português a envergar o nosso emblema. Enumerar todos é impossível. Dizer nomes era repetir-me e esquecer tantos e tantos que não o mereceriam, numa História tão imensa, que me fazia ler tudo o que fosse linha que falasse do nosso Clube.

‘Eu Sou’… Sporting CP ainda por tantas e tantas jornadas que vivi no país e no estrangeiro a acompanhar o Clube com a minha família, a imensa família Sportinguista. Ser do Sporting CP é um estado de alma. É um sentimento que a todos nós nos deve fazer lutar pelo ideal acima de qualquer simpatia por este ou por aquele jogador, treinador, dirigente… o que for. Porque todos passamos e fica o Sporting Clube de Portugal. Dizer que ‘Eu Sou’… Sporting CP também serve para que as gerações vindouras não deixem cair este ideal. O ideal de pertencer a este enorme Clube. Que tem núcleos espalhados pelos cinco continentes. Que tem uma mole humana fiel. Que nos orgulha. Que nos diferencia. Que passa de geração em geração. Dirão até os que não são da nossa cor. Nenhum clube resistiria a não ganhar no futebol como eles – o eles somos nós – somos o Sporting CP.

‘Eu Sou’… Sporting CP, e tive igualmente a honra de servir o Clube como seu dirigente em modalidades como o basquetebol o andebol, ou o futebol juvenil. Terei sido até, e lembrado por amigo dessas contabilidades, o mais novo dirigente de uma equipa sénior do Clube, no caso o basquetebol, e por  ter também o orgulho de escrever umas linhas para o nosso Jornal desde há mais de trinta anos, onde comecei a escrever sobre futsal, sem amarras a nada nem a ninguém que não ao Sporting CP. Só assim sei estar. Só assim entendo o Sporting CP.

Estaria aqui uns dias levado pela emoção a dizer porque é que ‘Eu Sou’… Sporting CP. E sou por tudo o que aqui escrevi, e por muito mais que ainda poderia escrever. Sim, ‘Eu Sou’… Sporting CP! E é um sentimento tão bom. Único!

Somos todos Djaló

Por Juvenal Carvalho
28 maio, 2020

Estamos todos a teu lado, ‘puto’. Mostra a tua têmpera. Um Leão só se curva para beijar o símbolo!

Em tempo de pandemia, seria muito melhor estar a falar do futuro, daquele futuro que todos esperemos que seja melhor, não só na vertente da saúde pública, como também na económica e, claro, para que o Sporting Clube de Portugal seja cada vez mais forte, e que o pós-COVID-19 nos traga sucesso, aquele sucesso que é imagem de marca de um Clube que os quase 114 anos de vida nos diferenciam dos demais.

Mas infelizmente não é esse o caso. Com a minha crónica já entregue ao jornal e que falava de uma deslocação que fiz a acompanhar o Sporting CP a Sevilha, corria o ano de 1983, uma mensagem de amigo via WhatsApp, e posteriormente um telefonema de outro amigo, ambos com ligações ao basquetebol e ao Sporting CP, chamaram-me para uma notícia que não queria receber. 

A notícia de que o nosso jogador de basquetebol, o Adulai Djaló, que fez 18 anos no passado dia 26, e que chegou ao Sporting Clube de Portugal esta época, vindo do Sport Algés e Dafundo, um clube formador como poucos, está no IPO de Lisboa a travar uma dura batalha pela vida. Aquele menino que chegou a Alvalade, e logo viu e venceu, que foi chamado à selecção nacional sub-18, e que se integrou como poucos num grupo de trabalho que liderava invicto, até às provas serem interrompidas, o Campeonato Nacional da zona Sul do seu escalão, está agora numa batalha incessante pela vida.

Se em campo era na posição 2, para os mais desconhecedores da modalidade, a posição de base-extremo, em que se assumia como um líder, agora terá de ser com esforço, dedicação e devoção da parte médica, que alcançará o caminho da glória, que será a sua recuperação lenta, mas paulatina. Que se Deus quiser o vai fazer retornar aos pavilhões, onde continuará, mesmo que como até acontece aos melhores da NBA, a fazer ‘turnovers’, mas muitas mais assistências, penetrações, e até pontos que serão decisivos. O Adulai Djaló vai contar com todos nós. Todos nós estaremos ao seu lado. Não cairá agora, porque vai levantar-se seguramente depois. Com o espírito de um Leão indomável, que uma cama do hospital e uma doença cruel não o vão deixar abater e cair.

Tão injusto é ver um jovem que atingiu a maior idade agora estar a travar esta batalha. Tão triste é para a sua família este momento. Tão triste é para a família do basquetebol e para todo o universo Leonino, este momento. Uma coisa é certa. Estamos todos a teu lado, ‘puto’. Mostra a tua têmpera. Um Leão só se curva para beijar o símbolo! E tu vais ter essa oportunidade ainda, a de beijar o símbolo do Clube que te acolheu e que te fez um de nós.

Somos todos Djaló!

O Leão ecléctico voltará….

Por Juvenal Carvalho
14 maio, 2020

E capacitemo-nos todos disto. Juntos seremos imbatíveis. Seremos mesmo uma muralha inexpugnável. À prova de qualquer pandemia!

Falar da época desportiva de 2019/2020 em qualquer modalidade, é falar de algo que nem nos nossos piores sonhos enquanto seres humanos seria expectável. Mesmo a Lei de Murphy, quando comparada com a pandemia em que vivemos, tem que ser vista como simpática.

No passado dia 29 de Abril – a Federação Portuguesa de Futebol já o havia feito anteriormente com o futsal – foi decidido através de comunicado conjunto das quatro federações dar por concluída a época desportiva no andebol, basquetebol, hóquei em patins e voleibol, por falta de condições de saúde pública para a retoma. Foi decidido, e bem, não atribuir o título de campeão desta época, como foi igualmente estabelecido, e para mim também bem, atribuir as vagas para as competições europeias da próxima época em função do mérito desportivo até ao momento em que acabaram as provas.

Uma coisa é certa. Todo o planeamento de uma época desportiva, todo o suor sangue e lágrimas foi deitado a perder por um vírus cobarde e invisível.

Falando só do Sporting Clube de Portugal, que é aquele em que estão concentradas as nossas atenções, das cinco modalidades de pavilhão liderávamos no futsal e no basquetebol, esta com o simbolismo de o ser em ano de regresso, e éramos segundos classificados, a depender só de nós para conquistar o título nacional no andebol, no hóquei em patins e no voleibol, estando ainda também, em todas elas, na disputa da Taça de Portugal e, no caso do voleibol, igualmente na meia-final da Taça Challenge.

Resta agora, e porque não vale chorar sobre leite derramado, porque não é esse, nunca foi, nem nunca será, o ADN do Sporting CP, encarar a próxima época, e mesmo que com as dificuldades inerentes ao estado de coisas que este vírus nos trouxe à colação também na vertente económica, regressarmos de novo para ganhar em toda e qualquer modalidade. Acabou tristonha esta época. Regressará seguramente rampante o Leão ecléctico para a próxima época desportiva. Temos e vamos estar competitivos. Temos e vamos continuar a encher o ‘João Rocha’ com aquele ambiente cativante e empolgante que nos caracteriza. 2020/2021 trará um Sporting CP como nos habituou. Com roupagem ganhadora. Isto porque o “Mundo Sabe Que”… pelo Sporting Clube de Portugal, lutaremos e caminharemos lado a lado, mesmo que seja até depois da morte. 

Tudo isto porque o que não nos mata torna-nos mais fortes. E capacitemo-nos todos disto. Juntos seremos imbatíveis. Seremos mesmo uma muralha inexpugnável. À prova de qualquer pandemia!

O ‘Leo’, o peluche da minha filha

Por Juvenal Carvalho
01 maio, 2020

O Sporting Clube de Portugal faz-me ainda sonhar como quando era criança

Confinamento e isolamento social são medidas obrigatórias e as palavras mais em voga neste até agora tão atípico ano de 2020. O regresso à normalidade passa obrigatoriamente pelo cumprimento desta importante premissa e queremos muito que este tempo inusitado passe para voltarmos a abraçar os nossos familiares, ou a cada golo ou ponto do nosso Clube.

Mas, como naquele velho provérbio popular, depois da tempestade vem sempre a bonança. E é neste tempo de tempestade que tenho mais tempo para as boas recordações, ou talvez mesmo para as melhores de todas as tão boas recordações. E se tenho o privilégio de ter servido o Sporting Clube de Portugal enquanto dirigente em modalidades como o basquetebol – a minha paixão de todo o sempre –, bem como no andebol e no futebol na área da formação, e muita estória teria para contar, tive ainda outros momentos fantásticos. O privilégio de me ter cruzado com verdadeiros ‘monstros’ do Sporting CP e do desporto português. De ter, aquando da primeira reunião de fundação do Núcleo Sportinguista de Paço de Arcos, a que presidi, ter cumprimentado pela primeira vez o ‘violino’ Jesus Correia, ou o ‘dois amores’, por ter jogado ao mesmo tempo futebol no nosso SCP e hóquei em patins no Clube Desportivo Paço de Arcos; ou ainda o ‘Necas’ como era tratado pelos amigos mais próximos, de quem me tornaria amigo posteriormente e de quem ouvi as mais deliciosas estórias de vivência Leonina e de desporto. 

São momentos que esta estranha fase que passamos me fazem recordar. E chegado está o momento dos momentos. Aquele em que, aquando da entrega do meu emblema de prata do SCP – e já vou a caminho do de ouro devido à marca indelével do tempo –, levei a minha filha, ainda muito pequena, comigo a esta cerimónia. Mais do que a cerimónia e do Leão de prata na lapela do casaco, recordo quando a levei à Loja Verde e lhe comprei um leão de peluche, a quem ela apelidou desde logo de ‘Leo’, e com quem dormia abraçado noite após noite, qual jóia preciosa. Este momento, por tão marcante, por tão feliz para o meu coração de Leão, jamais o esquecerei.  

Quanto eu amaria chegar o momento da entrega do emblema de ouro e, no momento, o passar com o meu neto, que ainda não existe, e lhe comprar outro ‘Leo’, e com isto fazer jus a uma passagem do hino de Maria José Valério, de que o Sporting CP é desde os netos até aos avós. 
É mais um sonho por cumprir. E o Sporting Clube de Portugal faz-me ainda sonhar como quando era criança.

Fazes tanta falta, SCP

Por Juvenal Carvalho
16 Abr, 2020

(...) com o Sporting Clube de Portugal sou(mos) todos muito mais felizes!

Os tempos estão estranhos. A melancolia e a tristeza fazem parte do nosso quotidiano. Confinados a casa e com tempo… todo o tempo do mundo, perante a adversidade provocada por este inimigo invisível, chamado coronavírus, cada um de nós tem procurado arranjar alento onde por vezes nos vão faltando as forças.

Eu, comum dos mortais, tenho momentos em que a tristeza me invade, alternando com outros momentos em que procuro, embora sem sucesso, abstrair-me da situação.

No entanto, penso na família como factor primordial. Essa está sempre no meu pensamento. E entre a família, como é óbvio está também a nossa família. A família Leonina. Essa imensa família, que permite a cada um de nós, e pense da forma que pensar, não deixe de ser um dos meus… um dos nossos.

Com mais tempo para pensar, e com a nostalgia da marca do tempo não ter no nosso dia-a-dia o futebol, que por mais mal que nos estivesse a correr esta época, tanto nos faz vibrar, a juntar à falta da magia de Alex Merlim, no futsal; da qualidade fantástica, e que é de todos os tempos, de Miguel Maia, no voleibol; de cada defesa estratosférica de Ângelo Girão, no hóquei em patins; de cada jogada magistral de Carlos Ruesga, no andebol; ou de cada jogada mirabolante ou lançamento de Travante Williams, no basquetebol. Citei um em cada modalidade porque o espaço não me permite citar todos. Em todos, penso, e todos me fazem a mesma falta. Anseio até por chegar o dia em que vou voltar a ver no banco Rúben Amorim, Nuno Dias, Gersinho, Paulo Freitas, Thierry Anti ou Luís Magalhães a comandar a s suas tropas. Aquela imensa savana Leonina que nos faz tão feliz.

Enquanto anseio por isso, vou ao baú de recordações e rebobino mentalmente  os tempos de muito menino em que ouvia as chegadas da Volta a Portugal e da Volta a França para saber do sempiterno Joaquim Agostinho, a magia com o aléu de António Livramento ou de Chana; as defesas de António Bessone Basto e de Carlos Silva no andebol; das vitórias imensas do nosso atletismo, com Carlos Lopes e tantos outros; da mestria do campeoníssimo Pedro Miguel, no ténis de mesa; dos cestos de Rui Pinheiro ou de Nélson Serra no basquetebol, entre tanta e tanta coisa que marcou a história de um Clube centenário repleto de referências e de conquistas.

Recordar este passado tão marcante, e ansiar pelo regresso à vida normal, sem que não saiba que os tempos próximos serão árduos para todos, e para o nosso Clube não será excepção, faz-me viver mais feliz. Afinal, com o Sporting Clube de Portugal sou(mos) todos muito mais felizes!

Uma razão de ser com 98 anos!

Por Juvenal Carvalho
31 Mar, 2020

Apesar de todas as vicissitudes, somos com o inabalável orgulho de Leão, a mais antiga publicação de clubes do Mundo

31 de Março de 1922, estava o mundo então ainda na ressaca da Gripe Espanhola (1918-1920), a pandemia do século XX, quando foi lançado, com o tão assertivo título de capa “Razão de Ser”, o primeiro Boletim do Sporting Club de Portugal.

31 de Março de 2020, passados que estão no tempo 98 anos, e em plena pandemia COVID-19, agora em pleno século XXI, estamos de parabéns porque, apesar de vivermos hoje tempos complicados no Mundo e, apesar de todas as vicissitudes, somos com o inabalável orgulho de Leão, a mais antiga publicação de clubes do Mundo.

O premonitório título que deu início a este lindo percurso de quase um século de existência tem sido realmente a nossa Razão de Ser. E que linda razão de ser é o facto de ler e saber de tudo o que envolva o nosso sempiterno e majestático Sporting Clube de Portugal. Quantas conquistas. Quantos momentos inolvidáveis. Quantos lídimos Sportinguistas nos deram a conhecer mais e mais da vivência do Leão rampante. Desde antanho até aos dias de hoje, tantos Sportinguistas de Norte a Sul, passando pelas ilhas, e até mesmo os Leões espalhados pelos cinco continentes, ficaram a saber mais do nosso Clube

O Jornal Sporting deu-nos, e continua a dar nos dias de hoje, de beber toneladas de Sportinguismo. A consumir letra a letra, entre a diáspora Leonina espalhada pelo Mundo, tudo o que seja notícia e que faça escrever a História… a imensa História do Sporting Clube de Portugal.

No meu caso pessoal, e por influência de Melo Bandeira, então dirigente máximo do nosso futsal, iniciei no princípio da década de 90, quando muito jovem, a linda aventura de escrever no nosso jornal, então sobre futsal. Mais tarde, e aí a convite de Ruben Coelho, ao tempo director desta publicação, regressei pela segunda vez com uma coluna de opinião, designada de “Nave de Alvalade”, para actualmente, mais concretamente desde finais de 2018, retomar a minha colaboração, para, de forma altruísta, escrever neste nosso Jornal. Ter o privilégio de partilhar semanalmente umas linhas a falar de Sporting CP, onde escreveram e escrevem Sportinguistas por quem me curvo respeitosamente ao longo dos tempos, e que são eternas referências para mim, é motivo de um orgulho que por palavras não consigo descrever e que enchem o meu coração de Leão, feliz… incomensuravelmente feliz.

Comecei a ler o nosso Jornal em criança. Era para mim uma espécie de “bíblia” semanal. Hoje tenho o privilégio de aqui estar a escrever para milhares de Sportinguistas nesta edição de aniversário. Uma coisa é certa. Comigo, ou sem mim, porque somos muito pequenos perante a dimensão da monstruosa Instituição que amamos, e também porque a marca indelével do tempo assim o determina, o Jornal Sporting continuará a existir ano após ano, e o Sporting Clube de Portugal será sempre e para sempre… o nosso grande amor.

Depois da tempestade, que venham os títulos!

Por Juvenal Carvalho
20 Mar, 2020

Que a COVID-19 passe, porque irá passar. Quem ficará e será eterno, com fome de conquistas, é o Sporting Clube de Portugal!

A crónica que vos queria escrever era somente sobre desporto e Sporting Clube de Portugal, sem vos falar neste vírus, na pandemia COVID-19, que nos entrou pelo Mundo de forma particularmente agressiva. Não consegui, como é óbvio, por ser terreno e habitante deste planeta, passar ao lado do mesmo, até porque além de mexer com a saúde pública, não se prevendo ainda com exactidão as repercussões de tudo isto, mexe também, e aí sem percebermos igualmente ainda toda a amplitude, com questões económicas, que ditarão seguramente mais uma crise – esta planetária, e de repercussões que podem ser gigantescas.

Isto tudo para dizer, que à altura em que vos escrevo estas linhas, que o país e o mundo estão quase parados, e que por acréscimo o desporto português, e o nosso Clube, estão igualmente parados. Incontornavelmente parados. O último evento desportivo, e por sinal à porta fechada, quando era um jogo de multidões, foi o futsal para a final a oito de Taça de Portugal no Centro de Congressos de Matosinhos, e logo num Sporting CP vs. SL Benfica. Por sinal, correu-nos muito bem. Mais uma vez, e como costume nesta modalidade, voltou a correr bem, e vergámos o nosso eterno rival de forma categórica. Caso para dizer que aos comandados de Nuno Dias não existe vírus que lhes faça perder a classe. Ela é intrínseca. Ela é arrebatadora. Como uma orquestra em que os ‘violinos’ estão perfeitamente afinados e em uníssono, que sabem tudo o que fazer e como fazer. 

Dá gosto vê-los. Dá gosto ver o mister Nuno Dias explicar o jogo após o mesmo. É tudo muito profissional. É tudo muito competente. Tão competente, que já sentimos saudades de ver a retoma da vida em condições normais para nos voltarmos a deleitar com mais e mais classe desta equipa. Classe essa, que é intrínseca. 

Não sei quanto tempo iremos esperar até que a normalidade no país e no Mundo seja reposta, até porque estamos na primeira pandemia da nossa existência. E o termo pandemia faz-nos preocupar e pensar. Que durante este período, porque do lado mau, temos que ver em algo um assomo de positivismo, aproveitemos para acreditar num futuro rampante para o Mundo e para o Sporting CP. Que venha a tempo de ainda festejarmos muitas conquistas. É tudo isso o que queremos. Que com ela venham duas normalidades. A da vida, enquanto cidadãos, e a do Sporting CP, enquanto associados e adeptos espalhados pelo Mundo. Depois da tempestade, virá seguramente a bonança. E a bonança tem tudo para vir com muitas conquistas em todas as modalidades. É esse o nosso ADN. Que a COVID-19 passe, porque irá passar. Quem ficará e será eterno, com fome de conquistas, é o Sporting Clube de Portugal!

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