'Leões' foram superiores durante os 90' mas não desfizeram empate a zero
Nem sempre ser melhor chega para vencer. O Sporting CP superiorizou-se ao V. Guimarães em todos os capítulos do jogo, mas não foi além de um empate a zero frente aos vimaranenses, numa partida onde os ‘leões’ criaram o suficiente para golear, mas não marcaram o golo necessário para vencer.
O jogo começou bem disputado e intenso, com ambas as equipas a demonstrarem vontade de atacar e levar o perigo para perto das balizas adversárias. Logo aos cinco minutos, Licá aproveitou uma boa movimentação do flanco esquerdo ofensivo vimaranense para entrar na área e, com pouco ângulo, testar a atenção de Rui Patrício, que defendeu com segurança para canto. Por esta altura, o Sporting CP era uma equipa calma: com confiança, trocava a bola em toda a amplitude do campo, à espera do momento certo para furar a muralha do V. Guimarães. João Mário comandava as operações na zona central do terreno, servindo Bruno César e Gelson Martins nos flancos ou Bryan Ruiz, que, a jogar atrás de Slimani, muitas vezes procurava zonas menos congestionadas do terreno para assumir a posse da bola.
E foi quando imprimiu maior velocidade que o conjunto de Alvalade deixou o V. Guimarães em sobressalto: cruzamento rasteiro do costa-riquenho a aproveitar o desequilíbrio da formação vimaranense e, no coração da área, desvio de Coates para grande defesa de Miguel Silva, que voltaria a salvar a equipa da casa no minuto seguinte, quando Schelotto centrou o esférico do lado oposto e Slimani, na cara do jovem guardião, o obrigou a mostrar os seus reflexos e defender para canto. Estava dada a resposta ‘leonina’, aos 20 minutos, com as duas melhores oportunidades do jogo até ao momento e uma vantagem que só não chegou graças às duas brilhantes intervenções de Miguel Silva.
A guerra a meio-campo era tremenda, mas, geralmente com ligeira vantagem para os comandados de Jorge Jesus, que conseguiam ter mais bola e manter o perigo longe da baliza de Rui Patrício. Ainda assim, aos 35 minutos, Bouba Saré, beneficiando de posição irregular não assinalada, quase chegou a uma bola cruzada para o interior da área, mas o guardião ‘leonino’ foi mais lesto e resolveu a situação. Cinco minutos mais tarde, Otávio, na cobrança de um livre em zona frontal à baliza, atirou perto do poste direito. O momento era de parada e resposta e, de imediato, Gelson Martins protagonizou uma arrancada pelo flanco direito que culminou com o remate perigoso já no interior da área, uma vez mais, travado por Miguel Silva. Estávamos nos instantes finais do primeiro tempo, com o Sporting CP a pressionar a defensiva adversária e a cheirar o golo, com vários cruzamentos e investidas perigosas e Slimani a desperdiçar uma oportunidade clamorosa: grande trabalho de Bryan Ruiz e Gelson Martins na ala esquerda, com o extremo ‘verde e branco’ a assistir o avançado argelino, que com Miguel Silva desenquadrado da jogada, falhou o alvo. Ao intervalo, o nulo mantinha-se, mas a superioridade ‘leonina’ pedia mais.
A segunda parte começou como terminou a primeira e por pouco Bruno César não chegou a um cruzamento de Schelotto, que atravessou toda a área vimaranense. A pressão ‘verde e branca’ era uma constante, numa altura em que Jorge Jesus dava um sinal claro à equipa de que apenas os três pontos interessavam e lançava Teo para o lugar de Gelson Martins, colocando-se o colombiano atrás de Slimani, com Bryan Ruiz a ocupar a faixa esquerda e Bruno César a direita. E a alteração quase fazia efeito no minuto seguinte, com a combinação entre o brasileiro e Schelotto na direita a terminar com o cruzamento mortífero do italo-argentino para a cabeça de Bryan Ruiz, que, sem o guardião vimaranense na jogada, atirou por cima, na perdida mais clamorosa dos ‘leões’ até então.
O Sporting CP surgia claramente mais dominador depois do reatamento e com as suas linhas mais subidas, deixando o V. Guimarães limitado a contra-ataques focados em aproveitar o espaço deixado nas costas da defesa ‘leonina’. Coates, na sequência de um canto batido por João Mário, ficou perto do golo, mas Miguel Silva voltou a brilhar e, com uma palmada, desviou por cima do alvo, com 62 minutos de jogo. Só dava Sporting CP: os ‘leões’ insistiam em busca do golo e empurravam o V. Guimarães para o seu meio-campo defensivo, criando espaços entre linhas, como quando João Mário encontrou Bryan Ruiz e isolou o costa-riquenho na cara de Miguel Silva, mas o guardião vimaranense foi rápido a sair dos postes e voltou a impedir a vantagem ‘verde e branca’, reforçando o estatuto de melhor elemento da equipa da casa em campo.
Aos 74 minutos, Slimani aproveitou uma bola colocada nas costas da defensiva vimaranense para ganhar a frente do lance, mas acabou derrubado por Josué, que viu o segundo amarelo e constante expulsão, deixando o V. Guimarães reduzido a dez jogadores, no último quarto de hora da partida. Jorge Jesus respondeu e, já depois de fazer entrar Aquilani para o lugar de Bruno César, lançou Barcos por troca com Slimani, deixando o argentino na frente de ataque ‘leonina’. Antes, aos 82 minutos, William Carvalho desperdiçou nova oportunidade para o conjunto ‘verde e branco’, atirando ao lado, já no interior da grande área, assistido por Bryan Ruiz. O Sporting CP fazia tudo bem, menos o golo: lançamento longo de Teo para Barcos, que tira um adversário da frente e atira para mais uma excelente intervenção de Miguel Silva, que viu o esférico passar muito perto do poste direito da sua baliza, depois de grande remate de longe de Schelotto.
Até final, o sufoco ‘leonino’ persistiu, assim como o nulo no marcador, que premiou a excelente exibição do guardião Miguel Silva, herói vimaranense, e castigou a parca eficácia do Sporting CP, que se mostrou superior durante toda a partida e criou oportunidades suficientes para conquistar os três pontos, ainda que sem sucesso.
Com este resultado, os ‘leões’ mantêm a primeira posição, com um ponto de vantagem sobre o Benfica, que se deslocará ao Estádio José Alvalade, na próxima jornada.