Cruzamos o ano com esperanças desportivas e certezas financeiras. Seguimos em primeiro nos campeonatos de futebol, futsal, andebol, hóquei em patins e basquetebol. E, nos últimos dias do ano, com a notícia de que o Sporting Clube de Portugal adquiriu ao Novo Banco as VMOC que faltavam. Há quem diga que juntar desporto e finanças é como juntar água e azeite: são coisas que não se misturam. Mas é exactamente o contrário. Um clube arruinado pode ganhar por uma vez, mas estará condenado a ver sempre os outros a comemorarem vitórias. Tal como um clube rico, caso abandone a paixão desportiva, rapidamente se transforma em algo sem alma, mais próximo da extinção, e também falho de vitórias.

Por isso, apreciei deveras o fim do garrote financeiro que nos sufocou durante mais de uma década. Como disse o Clube em comunicado, é o ponto final no acordo quadro de restruturação financeira assinado em 2014. Com a compra das VMOC ao BCP em 2022, o Sporting Clube de Portugal já tinha passado a controlar a maioria do capital da SAD. Agora, com a aquisição desta segunda tranche das VMOC, passamos a deter 88% do capital da SAD. Inicia-se um outro ciclo, bem mais consistente e sustentado, que irá permitir honrar a História ganhadora do Sporting CP.

Não terá sido certamente coincidência que a conclusão da operação financeira de aquisição das VMOC surja num momento em que lideramos em tantas frentes. De nada serve competência financeira sem competência desportiva. E vice-versa. As competições ainda vão no adro e as contas fazem-se no final. Porém, não deixa de ser revelador que, pelos mesmos dias, a equipa de futebol dê luta em qualquer campo, com Gyökeres a justificar cada cêntimo do seu investimento. E que Zicky Té, os irmãos Costa, João Souto ou LoVett Jr. encantem, cada um no seu ofício, Sócios e adeptos do Sporting CP.

Faltam muitos jogos que serão vividos com muita emoção. Cada ponto em cada campeonato será um desafio que teremos de superar com esforço, dedicação e devoção. É esse o único caminho para a glória. Saber que o podemos fazer com a segurança de que as finanças do Clube estão finalmente em ordem e projectadas para o futuro é poder sonhar mais longe.

Editorial da edição n.º 3957 do Jornal Sporting

Paira no ar um clima de renovação e recomeços.

A chegada de um novo ano leva-nos a colocar em perspectiva variadíssimas resoluções. 

No Sporting CP as resoluções para o ano de 2024 iniciaram-se em 2018.

Actualmente, podemos dizer que o Clube concluiu a última etapa que permite acelerar o seu percurso na Nova Era.

A restruturação financeira de que foi alvo é hoje um marco histórico. 

Com o início de um novo ciclo na sua História, o Sporting CP é hoje um clube mais competitivo, mais sustentado e mais sustentável. Capaz de disputar a liderança de todas as competições desportivas.

Michael Jordan eternizou a seguinte frase: “O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipa ganha campeonatos”. E na verdade este marco histórico não seria alcançável sem a união e o apoio de todos os Sócios Sportinguistas. 

Os mesmos que contribuíram para que o Clube terminasse 2023 com mais um recorde de vendas de merchandising. Em menos de seis meses, superámos os 9,2 milhões de euros do melhor ano completo de sempre (época 2022/2023). Um registo que resulta do orgulho em ser Sporting. 

Seremos melhores a cada dia que passa. Leais ao nosso ADN, líderes pelo exemplo, inspiradores através do desporto e preservando os mesmos valores de sempre. 

Obrigada por mais este passo na Nova Era. 

Vamos continuar a pintar o futuro de verde e branco!

Prestes que está a chegar ao fim um ano que desportivamente nos trouxe conquistas um pouco por todo o universo do Sporting CP, porque não há ano em que isso não aconteça, mas é óbvio que num Clube como o nosso almejamos sempre mais, aproveito a minha última coluna de opinião deste ano - mais um em que tive o privilégio de escrever para o nosso Jornal - para desejar a todos aqueles que me lêem, seja na edição em papel, seja pela via digital, um ano de 2024 pleno de felicidade e de sucesso pessoal.

E porque, quando esta edição estiver a chegar às vossas mãos estaremos a poucos dias, ou até mesmo horas, de chegar o momento da passagem para o novo ano, arrisco a dizer, sem grande margem de erro, que não haverá um Sportinguista sequer que não utilize uma das doze passas para exprimir nela o desejo de muito sucesso para as nossas cores. Um sucesso que faça a felicidade em conjunto por milhares de lares espalhados por todo o país e pela vasta comunidade emigrante espalhada pelo Mundo. 

Sobretudo porque o Sporting Clube de Portugal é algo que aqueles que o trazem no coração não o explicam... sentem-no.

E sentem-no com carradas, direi mesmo doses industriais de esperança e de um sentimento único, vivenciado ao lado do nosso grande amor.

E nesse pedido feito em forma de desejo, depois de acabarmos o ano com reais esperanças e competitivos em todas as modalidades, em cada um de nós existe uma inabalável confiança para o que está para vir.

Do futebol, que de momento lidera a classificação e que em Portimão, no próximo sábado, quer garantir a passagem do ano nessa mesma liderança, às modalidades, que lideram igualmente do andebol ao futsal, passando pelo hóquei em patins, ténis de mesa e basquetebol, e que mesmo no voleibol, do masculino ao feminino, tem toda a propriedade para pensar em conquistas. Mas também nas pistas, nas piscinas, nos desportos de combate, no desporto adaptado... em suma, em tudo onde estiver representado o símbolo com o Leão rampante.

Pensar em conquistas, sabendo que ninguém ganha em tudo, faz parte integrante de um processo de vida com 117 anos. Pensar em conquistas é, igualmente, parte integrante do nosso ADN.

O desejo óbvio é que 2024 seja um ano - mais um, para engalanar o nosso Museu. 

Ano após ano, o Sporting Clube de Portugal vai aumentando o pecúlio ao seu já enorme historial. E este ano que vai entrar não foge à regra. Com respeito pelos rivais,  sabemos que têm igualmente aspirações e armas de peso, o objectivo é deliberado e, porque não, exequível: ganhar. 

As conquistas nunca são demais. Eu, e todos vós, acreditamos muito nelas.

Que 2024 nos traga títulos. Que seja o ano do Leão! 

Campeonato - Vai recomeçar a nossa caminhada no “Nacional”. Será já neste próximo dia 30, sábado, quando jogarmos no sempre difícil e complicado Estádio Municipal de Portimão, contra o mais emblemático clube dessa cidade, o Portimonense SC. Somos líderes e queremos continuar a ser. Vamos - pois - a isto, vamos trazer os três pontos para Alvalade! Queremos passar o ano no local que, por natureza, nos pertence… o primeiro lugar do Campeonato!

Taça da Liga - Ganhámos, no último sábado e como se previa, ao CD Tondela, lá na Beira, fechando só com vitórias a qualificação do SPORTING CP para a final four da Taça da Liga, em Leiria, daqui a cerca de um mês. Defrontaremos o SC Braga na meia-final e sim, queremos mesmo estar na final!

Taça de Portugal - Curiosamente jogaremos nos ‘oitavos’ da Taça de Portugal, no já próximo dia 9 de Janeiro, contra este mesmo CD Tondela, só que - desta feita - em Lisboa, no Estádio José Alvalade. É jogo para passarmos também aos ‘quartos’… nas decisões é assim mesmo, jogo após jogo elas vão-se acumulando de modo a se irem atingindo os desejados “pontos finais” de cada uma dessas competições.

Gyökeres - Uma grande entrevista nesta semana num dos históricos periódicos desportivos portugueses. Recomendo vivamente a sua leitura! Nós estamos rendidos à qualidade superlativa deste fantástico avançado e o certo é que ele próprio, Gyökeres de seu nome, está rendido à grandeza do SPORTING CP! E quer cá continuar… nós também!

Luís Neto - E estamos nos 100 jogos de Luís Neto com a camisola do SPORTING CP ao peito! Já foi Campeão Nacional pelo nosso clube e continua a dar os seus préstimos ao plantel e à equipe profissional de futebol! É um esteio e um pilar do espírito e do balneário do SPORTING CP! Obrigado pelo exemplo, Neto!

CR7 - Mais um feito notável! Agora atingiu os 1000 jogos oficias com camisola ao peito de clubes ou de Selecção! É obra! Nunca nenhum jogador da sua craveira atingiu marca semelhante! E CR7 continua a jogar, preparando-se para já nos próximos dias deixar para trás essa mítica marca que ele próprio agora atingiu! E, por outro lado, continua a fazer o “gosto ao pé”… nesta semana marcou mais dois golos! Impressionante!

A. Académica de Coimbra - É notícia já da semana passada, mas - por nada ter dito na minha última coluna - importa sublinhar o gesto do SPORTING CP ao entrar em campo no jogo da Liga 3 contra a A. Académica de Coimbra, no passado dia 16, com “fumos negros”, em singela mas tocante homenagem pelo miúdo da formação da Briosa que morreu com 7 anos devido a intoxicação alimentar. Tocante foi também o agradecimento público da A. Académica de Coimbra ao SPORTING CP. São momentos que elevam os dois clubes e que na sua singularidade servem exemplarmente os mais altos valores do desporto!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Editorial da edição n.º 3956 do Jornal Sporting

3… 2… 1

…começou a contagem decrescente para a chegada de um novo ano. Com ele chegam também 365 novas páginas da História do Sporting Clube de Portugal.

Nesta edição do Jornal Sporting recordamos as principais conquistas do Clube no ano que agora termina.

As vitórias e o sucesso não são produto do acaso. Para vencermos dentro de campo também tivemos de vencer fora dele.

Futebol, Modalidades e Clube são as áreas em que mostrámos inovação, pioneirismo e recebemos reconhecimento. Todos sabemos que o presente é uma consequência do passado e que o futuro irá reflectir o que fazemos agora.

Em 2024 vamos entrar em campo, nas quadras e nos rinques com a confiança e vontade de vencer que tão bem nos caracteriza.

Vamos encarar cada dia como um novo desafio, conscientes daquilo que somos e do longo caminho que ainda temos para percorrer.

O futuro começa hoje. Com foco, sabendo onde queremos chegar e o que queremos alcançar.

Como disse Henry Ford: “Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso e trabalhar em conjunto é a vitória”.

Juntos e com espírito de missão, teremos um Sporting CP cada vez mais forte e cada vez mais vencedor. E porque o sucesso nunca é permanente, a tarefa de o mantermos recai sobre cada um de nós.

Hoje, o nosso maior esforço e a nossa maior conquista é sermos fiéis ao nosso ADN.

Votos de um excelente 2024!

A vida são momentos. Guardo-os todos, desde os bons aos menos bons da minha vivência Leonina. Mas no domingo passado, foi para mim muito mais do que um simples momento. Foi mesmo algo de sublime. Estive, como não poderia deixar de ser, a menos que uma grande contrariedade o impedisse, no Pavilhão João Rocha, naquele que é um local de culto... a nossa "casa das modalidades".

Recebi o convite para estar presente e não o poderia rejeitar de forma alguma.

Revi amigos que foram verdadeiras lendas da modalidade e que fizeram tanto a minha felicidade, a de um jovem de então que ia para a bancada do velhinho pavilhão de Alvalade e vibrava com eles. Quis o destino que mais tarde, por via de ter sido dirigente desde cedo, que o nosso caminho se cruzasse. Que honra sinto por isso. Que orgulho tenho de ter servido o Sporting CP. Faltou lá o meu "pai" Edgar Vital, entre outros. Mas a festa de homenagem à "minha" modalidade cruzou gerações. Das mais distantes às mais recentes. Nove Campeonatos nacionais, oito Taças de Portugal, duas Supertaças e duas Taças Hugo dos Santos simbolizam o palmarés do "Leão" no basquetebol, apesar dos dois interregnos, para mim incompreensíveis, que a modalidade teve no nosso Clube.

Se Chico Buarque estivesse no "João Rocha" teria cantado "Foi bonita a festa, pá". E foi. Tal como antes o havia sido no andebol, futsal, voleibol e hóquei em patins. 

Mas seria cínico e esse sentimento não faz parte do meu rol de defeitos, se não dissesse que o basquetebol mexe intensa e incontornavelmente comigo. Tanto que quando desci à quadra de jogo não evitei uma lágrima marota feita de emoção. Sentimento igual vi no rosto de verdadeiros campeões, os protagonistas da História.

O topo da nossa "Casa das Modalidades" está agora ilustrado com as conquistas de todas as modalidades de pavilhão. Uma História de sucesso que irá sendo actualizada. O nosso andebol foi a primeira modalidade a "obrigar" a aumentar o pecúlio e a fazer mexer nos pendões colocados no topo do pavilhão, com a brilhante conquista da Supertaça, depois de derrotar os nossos rivais FC Porto e SL Benfica, outras, inevitavelmente, o farão. Quero mesmo crer, até em função do nosso ADN, que iremos andar em permanente mudança, tal é a sede de vencer que existe no reino do "Leão". 

Dizer que é tão bom ser do Sporting Clube de Portugal é pouco perante tudo aquilo que ele nos proporciona. E a data de 17 de Dezembro de 2023 será mais uma que recordarei como um momento inolvidável. Foi tão bom estar com amigos que fizeram história. Foi tão bom ver de regresso a "casa", porque a história não se apaga, verdadeiras referências da modalidade. Desde os que vestiram apenas a camisola com o símbolo do Leão, até aos que, como por exemplo, Carlos Lisboa, regressou a "casa" 41 anos depois, ou Travante Williams, que veio de Espanha para esta homenagem, numa demonstração de amor e sobretudo gratidão ao nosso Clube. 

Está, pois, cumprido um desígnio deste Conselho Directivo, personificado no homem que respira Sporting e o seu eclectismo por todos os poros, o vogal e meu amigo Miguel Afonso. Quando se tem uma História destas ela não só se deve dar a conhecer, ainda para mais com a presença dos Homens que escreveram a letras de ouro, como uma certeza existe. A mesma não se apaga. E quão bela ela é! 

P.S - Que melhor forma tinha o futebol, mas também o andebol, o hóquei em patins, o futsal e o basquetebol que não a de passarem o Natal a liderar os seus campeonatos. Sem fazer futurologia, os indicadores são muito positivos. 

Estamos no Natal! Estamos na liderança isolada do Campeonato Nacional! Não rima… mas que bem que sabe!

Na última 2.ª feira o Estádio José Alvalade, numa noite fria, gélida mesmo, com perto de quarenta e cinco mil pessoas, a enorme maioria a regurgitar de Sportinguismo, assistiu a um grande jogo do nosso querido Sporting! Vitória categórica, sem margem para qualquer dúvida, da indiscutível melhor equipa em campo, aquela que quis ganhar o jogo e que de longe melhor futebol jogou! Foi uma noite excelente! Tão excelente que − apesar do tal frio − fomos rapidamente ficando com calor! Quentinhos pela exibição do Sporting CP, com alguns momentos verdadeiramente empolgantes, e pelo resultado, a almejada vitória sobre o nosso adversário!

Marcámos quatro golos! Mas só dois foram validados. Está “caro” o golo… mais ainda quando são contra o “dono disto tudo”… já estamos habituados e, por isso, entrámos precavidos! E bem! Por esse mundo fora comenta-se o “crime de lesa futebol” da anulação do monumental golo de Gyökeres a centro fabuloso de Eduardo Quaresma. No Estádio, pareceu-me um golo “limpinho”. Em casa, na televisão, vendo dezenas de vezes o lance, confirmei isso mesmo… o golo é “limpinho”! Nuno Almeida tem aí o seu maior erro em toda a partida. E graças ao VAR finalmente assistimos em Alvalade à expulsão de Pepe, na sequência do soco de mão fechada que aplicou a Matheus Reis. Não é a primeira vez que Pepe aplica socos a jogadores do Sporting em pleno Estádio José Alvalade (lembram-se há uns três anos, salvo erro, da “solha” com que Coates foi “premiado”?), mas − estamos em crer − foi a primeira vez que foi expulso! E bem expulso! Há muitos anos que Pepe já devia ter sido expulso no nosso Estádio!

Merecem especial destaque dois jogadores da nossa equipa: Gyökeres, claro, pelo golo e por tudo o mais que fez. É uma “ganda máquina” este sueco! E − claro − Eduardo Quaresma! Fez um portentoso jogo, só ao alcance de quem pode e sabe. E, Quaresma, tens tudo para singrar no mundo do futebol! És querido pela massa Associativa (portentosa e merecida ovação na tua substituição!) e és Sportinguista desde miúdo, com formação na nossa Academia. Só com 21 anos… tens a vida à tua frente… agarra-a! É o que todos nós, Sportinguistas, queremos e desejamos. E pode estar em ti a nossa grande contratação neste “mercado de Inverno”, que está aí a chegar.

Noutras modalidades continuou o espectáculo de exibições e resultados do Sporting! Foi assim no andebol em que conquistámos a Supertaça, em Santo Tirso, na respectiva final-four. No primeiro jogo eliminámos o FCP (mais outra derrota para este clube!) e na final ganhámos de modo espectacular ao SLB! Foi bonito! Parabéns, Ricardo Costa! Parabéns, equipa!

No basquetebol ganhámos também ao FCP (terceira derrota connosco no fim-de-semana!) e somos − aqui também − líderes isolados do campeonato!

É Natal! E que bem o vamos festejar! Boas Festas para todos os Sportinguistas!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!

À beira de terminar a primeira volta, recebemos o FC Porto em casa para um dos clássicos mais aguardados dos últimos tempos. Estava em causa a liderança do campeonato e o Sporting Clube de Portugal não podia ficar para trás. Não admira que tantos Sportinguistas tenham acorrido ao Estádio, que ficou quase lotado. Quem acompanhou a nossa equipa não se arrependeu. Vencemos, convencemos e passamos o Natal onde o Sporting CP deve sempre estar: em primeiro lugar. 

Dos clássicos contra o FC Porto a que já assisti – e foram muitos nos últimos 40 anos – este foi, provavelmente, um daqueles que vou recordar por mais tempo. Não que tenha sido aquele em que fomos mais superiores. E também não foi aquele em que jogámos melhor futebol. Mas foi, com toda a certeza, um dos clássicos em que a nossa vitória mereceu menos discussão, com o adversário a criar muito pouco e o Sporting CP a controlar o jogo quase por inteiro.

O FC Porto apresentou-se em Alvalade sabendo que, tal como o Sporting CP, tinha de ganhar para subir à liderança. Embora jogasse um pouco na expectativa, a equipa portista tentou lançar ataques que apanhassem a nossa defesa mais subida, o que quase nunca sucedeu. Eduardo Quaresma esteve imperial a impedir Galeno de progredir com bola, Diomande, sempre seguro, limpou o perigo que apareceu e Gonçalo Inácio fez uma daquelas exibições dele que só na aparência são discretas, sempre bem posicionado. Hjulmand continua a subir de forma e, à semelhança do que vem fazendo, boicotou de forma eficaz a construção ofensiva dos adversários. Já nas alas, Matheus Reis e Geny Catamo foram decisivos. Aliás, o esquema táctico de Amorim só carbura verdadeiramente com alas venenosos que avancem no terreno desmarcando Gyökeres. E foi o que sucedeu: Matheus Reis lançou o sueco para o 1-0 e Catamo fez o mesmo, dando origem ao 2-0, com assistência de Gyökeres para Pote encostar na baliza adversária. Quanto a Gyökeres todo o campo parece demasiado desimpedido para o à-vontade com que ele movimenta, fazendo quase sempre o que quer. A maneira como recepciona a bola e parte para o ataque já fazem dele um caso à parte nos avançados do Sporting CP das últimas décadas. Em qualquer situação consegue arrancar com vertigem e intensidade máxima. Mais que um jogador de futebol, é um atleta completo. 

Ganho o clássico seguimos líderes e dispostos a tudo para assim continuar. 

Um Feliz Natal verde e branco! 

Editorial da edição n.º 3955 do Jornal Sporting

22 de Dezembro de 2023… faltam três dias para o Natal e estão de regresso os habituais clássicos da época.

A Christmas Carol (Um Conto de Natal, 1843) livro da autoria de Charles Dickens tornou-se um dos maiores ícones de Natal de todos os tempos e uma das mais célebres obras de Dickens, vendendo mais de seis mil cópias apenas numa semana.

A obra recupera valores como a fraternidade e a amizade, por vezes esquecidos nos tempos modernos. Reconhece a complexidade da vida e, ao mesmo tempo, incentiva a fazer mais e melhor.

Nesta época de sorrisos e solidariedade, os gestos mais simples ganham uma dimensão enorme. Criam-se memórias para a vida e momentos de inspiração e esperança para o futuro.

O Sporting Clube de Portugal voltou a demonstrar que é muito mais do que um clube desportivo, em mais uma de várias acções de responsabilidade social que tem vindo a desenvolver (pág. 16).

Will Durant¹ defendia que “Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito”. O Sporting CP já nos habituou à sua excelência.

Fiel ao seu ADN na defesa e na implementação de um clima saudável e de união no desporto. Fiel aos seus princípios e valores e mantendo o seu compromisso de responsabilidade social.

Porque não há melhor presente do que um futuro com ética, profissionalismo, rigor e solidariedade.

Votos de um Feliz Natal para toda a Família Sportinguista!

¹ William James Durant foi um filósofo, historiador e escritor americano, conhecido pela autoria e co-autoria de A História da Civilização. 

No sábado passado, dando continuidade às homenagens que têm sido feitas às várias modalidades no "João Rocha", foi agora a vez − depois do andebol, futsal e voleibol, do hóquei em patins. E esta teve mesmo o simbolismo de ter sido feita na recepção ao Sporting Clube de Tomar, que é a nossa filial número um, a fazer desfilar pelo rinque toda uma história feita de sucesso, nacional, mas também, e muito, internacional. Uma história marcada por conquistas, como o comprovam as três Ligas dos Campeões Europeus, três Taças dos Vencedores de Taças, duas Taças WSE, duas Taças Continental, nove Campeonatos Nacionais, quatro Taças de Portugal e duas Supertaças.

Foram diversos aqueles que, de diversas gerações, que mesmo passando posteriormente por clubes rivais, disseram presente ao apelo do Conselho Directivo e lá estiveram na nossa "casa das modalidades". Alguns deles ainda do tempo em que eu, às escondidas dos meus pais, porque alguns dos jogos ocorriam durante a semana à noite e no dia seguinte havia escola, ouvia no velho rádio de pilhas, abafando o som com a almofada da cama, os relatos do hóquei em patins que eram narrados por Abel Figueiredo ou Fernando Correia, dois grandes nomes do jornalismo.

Corria então a década de 70, aquela que fez as delícias dos apaixonados Leões que enchiam invariavelmente o velhinho Pavilhão de Alvalade, para ver jogar aquele que ainda hoje é conhecido como o "cinco maravilha". António Ramalhete, Júlio Rendeiro, João Sobrinho, Chana e António Livramento, sob a liderança técnica de Torcato Ferreira, ficarão para sempre imortalizados na história da modalidade. Foram eles a trazer para o nosso país a primeira Taça dos Campeões Europeus − era assim então a designação − e patentearam uma classe ímpar... eram mesmo, e decididamente, intratáveis e quase imbatíveis.  

Desde um António Ramalhete que "fechava" a baliza, à classe e pragmatismo de Júlio Rendeiro, passando por um João Sobrinho que disparava verdadeiros "mísseis" às balizas adversárias e complementando, quiçá, com a melhor dupla de avançados de sempre na modalidade, composta pelo "mago" António Livramento e pelo "mágico" Chana. Muitos outros, ao longo dos tempos − e eu ainda sou do tempo de, no velhinho pavilhão, assistir a grandes momentos desta modalidade, que se alargaram mais tarde à Nave de Alvalade e actualmente ao Pavilhão João Rocha, marcaram igualmente a nossa história. 

Mas, respeitando todas as outras opiniões, e na actualidade vejo até grandes jogadores na nossa equipa, que nos deram ainda tão recentemente duas Ligas dos Campeões, e irão seguramente lutar por mais conquistas, recordei, ao ver o desfile da história no "João Rocha", a ausência do meu ídolo de jovem, que foi o Chana. E recordei, sobretudo pela ausência ser motivada por estar a passar um período menos bom da sua saúde.
Ele fez-me vibrar com golos verdadeiramente mirabolantes. Daquele stick eram pintadas verdadeiras obras de arte. Os guarda-redes e defesas adversários, tantas vezes, nem percebiam como ele fazia aqueles golpes que pareciam de pura magia. 

O Chana − Vítor Carvalho de seu nome, para quem não o viu, porque os que o viram jogar deverão certamente corroborar da minha opinião, era completamente deslumbrante. Driblava os adversários de forma que poucos pareciam acreditar como era possível fazer aquilo. Os adversários ficavam até atónitos − termo literal –  e curvados à sua classe ímpar. Ele e António Livramento espalhavam mesmo o "terror" completo em campo. Que felicidade tem o nosso Sporting CP de os ter visto coabitar de Leão ao peito. Tempos inolvidáveis. 

Não menos são os de hoje. Temos igualmente grandes jogadores, que espalham brilhantismo nas quadras.  

Que bonito tem sido o reviver a história do nosso eclectismo. Ainda falta o basquetebol. E esta, confesso para uns, e não é novidade alguma para os outros que me conhecem bem vai, desconfio, trazer-me até umas lágrimas marotas ao rosto.

Obrigado, Sporting Clube de Portugal!