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Foto DR

Não é por morrer um piriquito que acaba a primoGuerra

Por Jornal Sporting
23 Nov, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3651

Parece que estou a viver um déjà-vu quando em tempos idos escutava na rádio: «pássaros, passarinhos e passarões, aves de rapina e cucos, é o 2 do Quelhas”. Isto a propósito do facto de nos últimos tempos as notícias em torno de aves estarem na ordem do dia, com especial enfoque nas de rapina por se descobrir por todo lado onde colocam os seus ovos.

Percebe-se assim que estando as aves na ordem do dia e pertencendo nós ao do Reino do Leão, em que espécies com penas não são o nosso forte, tenhamos decidido aprofundar um pouco os conhecimentos sobre este tipo de animais.

Neste estudo encontrámos uma ave, bastante comum até, que conquista geralmente a simpatia de quem a observa, falamos do piriquito. Num website dedicado a animais, são definidos como “aves muito sociáveis e também uma das mais populares do mundo, devido ao seu tamanho e facilidade para domesticar e pelo seu carácter tranquilo mas alegre. São animais inteligentes e podem aprender a falar se formos insistentes”.

Aquelas características, nomeadamente a inteligência e capacidade de aprendizagem para falar, a par de leituras aprofundadas e observação da realidade despertaram em nós a nossa essência enquanto académicos e o esboço da investigação apareceu de seguida. Construímos de imediato uma primeira hipótese relativa à evolução da espécie em estudo e que consistia em apurar se não seria o pombo-correio a espécie precursora do piriquito.

Segundo apurámos o pombo-correio é uma “variedade domesticada do pombo comum, fruto do cruzamento entre raças, (…), foram escolhidos pois este pombo retorna geralmente ao seu próprio ninho e à sua própria mãe”. É precisamente estes aspectos, o retornar ao seu próprio ninho e cruzamento de diferentes raças que sustentam a nossa hipótese. Assim se o cruzamento entre pombos deu origem a pombos, então caso tenha sido entre pombos e águias, então aí poderemos ter o piriquito.

No decorrer das leituras efectuadas ficámos a saber que “os piriquitos são animais que não requerem demasiada atenção pois estão sempre acompanhados por outros periquitos ou outras aves”. Quer isto dizer que esta característica permite entender a sua proximidade a pombos correio e águias, consolidando mais a nossa tese.

Considerando ainda que os piriquitos “são animais que gostam dos ruídos, da música em geral, pelo que a televisão e a rádio podem ser diversões para ele”, então somos projectados para o campo dos media. Nesta linha poderemos considerar então os piriquitos uma espécie de jornalistas, dado tratarem-se de “animais curiosos e divertidos que querem sempre experimentar coisas novas. Gostam dum bom alvoroço, mas não gostam de barulho em demasia”.

A primeira contrariedade aparece-nos quando nos confrontamos com os “10 conselhos para tratar de um piriquito”. Isto porque o texto afirma que “excetuando o vermelho e o preto, podemos encontrar periquitos de qualquer cor da escala cromática…”. Como assim? Se a espécie que observámos resulta do cruzamento do pombo-correio com águia e é um piriquito encarnado?

Esta situação originou uma nova hipótese, ou seja, para além de o pombo-correio ser o precursor do piriquito, existe uma evolução da espécie que poderemos denominar de piriquito 2.0. Esta verifica-se por a espécie analisada (amostra 1904): ser vermelha; terem o pombo-correio e a águia como progenitores; resultar de um processo de mutação federativo em que o tubinho das mensagens nas patas é substituído pelas tecnologias de informação e comunicação, tornando-se assim “Pro” no envio de e-mails.

Esta tese ganha tanto mais força quanto há evidências que esta espécie revela grande capacidade em manter a confidencialidade, as suas redes de influência que se podem traduzir em coisas que nunca "se podem escrever, só dizer e com pouca gente a ouvir”.

Concluindo, como lemos algures na internet: “não é por morrer um piriquito que acaba a primoGuerra”!

Boa leitura!