Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Foto D. R.

Sétima onda

Por Jornal Sporting
16 Ago, 2018

Editorial do director interino para a edição n.º 3.689

Não é mito mas também não será totalmente verdade a ideia comum de as ondas descansarem na costa em grupos de sete, sendo a sétima a mais forte. Não é possível prever, com cientifica facilidade, os movimentos dos oceanos e mais especificamente as ondas, que também dependem do vento e, isso sim, é absolutamente imprevisível.
São também sete – como os pecados mortais ou os magníficos de Sturge, versão do velho Oeste de uma das obras primas de Kurosawa, os seus sete samurais – os candidatos oficiais às próximas eleições de 8 de Setembro, já anunciadas pela Mesa da Assembleia Geral leonina, cuja corrida irá determinar o futuro a curto e médio prazo do Sporting Clube de Portugal.
Não há, nesta comparação dos candidatos com as ondas, quaisquer ligações temporais ou circunstâncias, sobre quem foi o primeiro ou último a submeter a lista para apreciação e respectiva validação pelos serviços leoninos, mas tão somente o facto serem exactamente sete e o último ser, efectivamente, o mais forte e aquele que poderá dar ao Clube o melhor desempenho para um 'heat' que se quer vitorioso.
Ao contrário do que se possa pensar – já Henrique Monteiro o tinha referido na entrevista concedida ao Jornal Sporting, na passada edição –, que ter muitos candidatos não é necessariamente prejudicial à escolha que os Sócios terão de fazer. Pode originar (ou não) dispersão de votos, mas aumenta o leque de opções e pode fazer com que mais votos possam cair nas urnas, já que uma das razões mais fortes para a abstenção é precisamente a falta de projectos a concurso que cativem a responsável, heterogénea (como as ondas) e preocupada massa adepta leonina. O período que agora se inicia deverá ser esclarecedor por parte dos candidatos. Há sempre muito em jogo quando se tomam decisões em relação aos comandos do nosso Clube e esta (decisão) compete exclusivamente à família leonina e do que assimilar das ideias que cada um dos sete potenciais a futuro Presidente apresentar. A parte mais relevante não é tanto a apresentação mas o compromisso assumido na execução dessas mesmas ideias. O futebol, por mais mediático e financeiramente relevante que possa ser, não deverá marcar em excesso os debates que se avizinham, até porque é nas modalidades que poderá estar a maior diferença de políticas seguidas, quando comparadas com o que se viveu até aqui e cujos frutos não deixam margem para dúvidas: será mais fácil começar a nomear as modalidades leoninas que NÃO foram campeãs nacionais...
Sétima foi também a medalha de ouro que Nelson Évora conquistou, no passado domingo em Berlim, nos Europeus de pista ao ar livre, curiosamente o título que lhe faltava na carreira. Tudo começou em 2003, quando se sagrou campeão europeu júnior do triplo salto, em Tampere (Finlândia), abrindo caminho para uma carreira que, aios 34 anos, continua a elevar bem alto no nome de Portugal... e do Sporting! Depois de ter sido desconsiderado pelo eterno rival, Nelson encontrou no Sporting, a verdadeira universidade do atletismo nacional, não apenas o seu porto de abrigo, mas o sítio certo para dar continuidade ao trabalho que o próprio sabia que ainda não tinha terminado. Em boa hora, Nelson, que em Alvalde acreditamos e temos sempre lugar para
os fora-de-série. Isto é o Sporting!