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Foto José Cruz

Gelson procurou a glória nas alturas

Por Jornal Sporting
04 Jan, 2018

Dérbi dos dérbis marcado pelas inúmeras intervenções do vídeo-árbitro, válidas e correctas, terminou empatado a um golo com o rival salvo pelo soar do gongo e através de castigo máximo. Em frente!

Em desvantagem na classificação, foi natural a forma com que o Benfica encarou o primeiro desafio do ano, tendo pelo frente os leões de Jorge Jesus.

O primeiro sinal de perigo surgiu pelos pés de Gelson Martins (3'), quando pela direita deixou Grimaldo para trás e cruzou para a cabeça de Coentrão, que atirou por cima. Um aviso que não passou disso mesmo, já que o encontro entrou numa fase de maior equilíbrio até se inverterem os papéis do primeiro lance já descrito. Corria o minuto 19: Coentrão teleguiou a bola com a precisão de um relógio suíço até encontrar Gelson Martins nas alturas que, de cabeça, inaugurou o marcador.

Foi o melhor que aconteceu ao jogo. Obrigou o Benfica a arriscar mais, sucedendo-se uma autêntica cascata de oportunidades – umas mais gritantes do que outras, o que num dérbi é tudo medido pela mesma escala de intensidade –, desde logo com Piccini (que jogaço!) a salvar o empate mesmo em cima da linha de golo (24'), com Bruno Fernandes, no minuto seguinte, a largar uma das suas bombas, com Varela a encaixar em segurança. Aliás, o guardião encarnado revelou toda a sua atenção na partida no momento em que Acuña disparou (29') com ligeiro desvio ainda em Rúben Dias, que poderia ter traído o companheiro de equipa. 

Na vez seguinte do Benfica (34'), a primeira pausa para análise do vídeo-árbitro (VAR), num lance de alguma confusão, com Jonas primeiro a rematar à queima-roupa em frente a Fábio Coentrão, que apesar de ter levantado o braço foi com a cara que cortou o lance, sobrando para Krovinovic que viu a barra negar-lhe o golo.

Ultrapassado o momento de espera e depois de Krovinovic ter ainda tentado de novo a sua sorte (37', ao lado), novo momento de angústia leonina. Bruno Fernandes, num passe tão magistral quanto a diagonal em curso de Gelson Martins, ficou a assistir à jovem pérola a rematar por cima, numa das mais dolorosas perdidas do jogo (42').

Depois do intervalo, foi preciso esperar cinco minutos para se ver um remate à baliza (Krovinovic). Dois minutos depois, Acuña também tentou, mas saiu por cima. O cronómetro corria a favor dos leões e foi precisamente o Benfica que deu sinal de alguma inquietação, quando Fejsa tem uma entrada à margem das leis sobre Battaglia, embora sem ver qualquer sanção para além da falta.

Em três minutos, Jonas mostrou por outras tantas vezes os seus créditos: primeiro (58'), com Rui Patrício a encaixar; segundo (60'), com Coates a ceder canto no corte; terceiro (61'), com Piccini a cortar com o peito, não sem antes se recorrer a nova intervenção do VAR.

Foram várias as paragens para que o recurso às imagens surtisse efeito. Há quem não esteja habituado e até se sinta de alguma forma 'alérgico' às pausas, mas em nome da verdade desportiva vale a pena a espera. Rui Vitória já tinha mexido no seu 11 (56'), mas foi com a troca de Fejsa por Rafa (73') que se percebeu com as águias estavam na fase do risco máximo. Jesus, por seu lado, só respondeu mais tarde (78') e apenas para refrescar o corredor esquerdo, ao dar o lugar de Acunã a Bruno César.

Depois da enguia Salvio (66') ter bailado pela direita e de Jonas ter servido Jimenez (67'), que atirou ao lado, surgiu mesmo em cima dos 90 minutos o balde de água fria: Battaglia deu origem ao penálti que Jonas não desperdiçou. 

Os três pontos de distância entre ambos os emblemas mantêm-se e, em vantagem, os leões só têm de olhar em frente e seguir o seu caminho, isto é, foi um bom dérbi... já passou. Venha o Marítimo, no domingo, e a seguir, na quarta-feira, os quartos-de-final da Taça de Portugal, numa visita à outra margem para defrontar o Cova da Piedade, pelas 20h30.