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Foto José Lorvão

Reviravoltas, tempo extra e apuramento

Por Sporting CP
18 Dez, 2025

Num duelo intenso, Sporting CP vence CD Santa Clara e segue em frente na Taça de Portugal (2-3)

A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal visitou e venceu o CD Santa Clara esta quinta-feira por 2-3, em jogo a contar para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. Com este suado triunfo, os verdes e brancos mantêm-se firmes na caminhada rumo ao Jamor, onde procuram defender o troféu. Um bom prenúncio, já que a partida aconteceu um exacto ano depois de igual duelo, a contar para a mesma ronda da prova rainha, e que os de Alvalade venceram então por 2-1, também após prolongamento.

Num final de tarde com muito vento, os Leões de Rui Borges subiram ao relvado do Estádio de São Miguel com sete alterações relativamente ao onze que começou a partida frente ao AFS: João Virgínia foi aposta na baliza, e também Iván Fresneda, Eduardo Quaresma, Matheus Reis, Morten Hjulmand, João Simões e Alisson Santos saltaram para o tapete de jogo.

O primeiro sinal mais pertenceu à equipa da casa: ainda nos instantes iniciais, Gabriel Silva tentou a sorte à entrada da área, mas o disparo saiu pouco enquadrado. Depois, à passagem dos três minutos, Lucas Soares rematou com mais força e melhor direcção; valeu a atenção de João Virgínia, que desviou o esférico e negou o golo ao jogador insular.

Nos minutos seguintes, o Sporting CP foi crescendo em posse, embora sem criar grandes oportunidades, e chegaria mesmo ao golo à passagem dos 12 minutos: após uma combinação na direita entre Francisco Trincão e Iván Fresneda, o espanhol centrou para o coração da área e João Simões apareceu à meia-volta para, sem deixar a bola bater no chão, fazer não só o primeiro do jogo mas também o seu primeiro golo na temporada. Um grande golo do jovem médio Leonino.

Com o CD Santa Clara a responder bem à desvantagem, Gabriel Silva voltou a aparecer bem colocado na área verde e branca aos 16 minutos. Eduardo Quaresma, na hora certa, ‘tirou o pão da boca’ ao avançado e impediu o remate, desviando a bola para canto.

Os Leões continuaram a mostrar algumas dificuldades para penetrar no último terço, enquanto os açorianos se mostravam mais confortáveis em posse e construção de jogo, mas também sem incomodar João Virgínia. Até que, aos 28 minutos, Lucas Soares conduziu ligeiro pela direita, deixou um adversário para trás, flectiu para o corredor central e disparou uma bomba indefensável para o fundo das redes verdes e brancas. Um momento de inspiração do jogador da casa, que repôs assim a igualdade.

Aos 31 minutos, e com o Sporting CP já à procura de saltar novamente para a frente do marcador, Alisson Santos rematou também de muito longe, mas a bola sofreu um desvio e passou a rasar a barra da baliza de Neneca. Nos minutos seguintes, os comandados de Rui Borges foram trocando a bola entre si, instalados no meio-campo adversário, mas sem encontrar a chave para ‘abrir’ a bem organizada defensiva insular. E o camisola 27 bem tentou, com novo remate a perder-se nas pernas de um adversário. Já o CD Santa Clara, apostando na velocidade pelos corredores, procurava sobretudo as transições para tentar apanhar a defensiva verde e branca em contrapé.

Com o primeiro tempo a entrar nos seus minutos finais, nenhuma das formações foi capaz de voltar a construir com perigo, e o intervalo chegou com uma igualdade justa, num jogo equilibrado, (bem) disputado e de desfecho imprevisível.  

No regresso dos balneários, Alisson Santos apareceu endiabrado: aos 47’, o brasileiro avançou pelo flanco esquerdo e cruzou, mas o esférico desviou num defesa do CD Santa Clara e não entrou por milímetros. Os Leões voltaram mais perigosos e, aos 52’, ameaçaram novamente. Depois de um arranque de Matheus Reis pela esquerda, a bola sobrou para Maxi Araújo que, na marca de grande penalidade, rematou colocado para uma enorme intervenção de Neneca.

Com as equipas mais encaixadas uma na outra, as oportunidades de golo começaram a escassear, embora os verdes e brancos se tenham mantido por cima do jogo. À procura de mais poder de fogo na frente, Rui Borges lançou Fotis Ioannidis aos 66’, para jogar lado a lado com Luis Suárez – instantes antes, o colombiano ultrapassara Neneca mas, com pouco ângulo, não conseguiu colocar a bola na baliza.

Por esta altura, começou a chover com intensidade no Estádio de São Miguel, o que não impediu o Sporting CP de continuar a insistir e a circular a bola em zona de perigo. Aos 70’, Morten Hjulmand armou o remate, mas acertou num adversário, e aos 72’, Luis Suárez, lançado em profundidade, voltou ao seu duelo particular com Neneca, com o guardião a levar a melhor e a chegar primeiro à bola.

A quinze minutos dos 90’, Rui Borges voltou a mexer no jogo, e já com Salvador Blopa e Giorgi Kochorashvili em campo, o Sporting CP dispôs de mais uma grande ocasião para passar para a frente. Numa jogada colectiva que começou precisamente com o georgiano a encontrar o camisola 70 colado à direita, a bola sobrou para Maxi Araújo, que apareceu pela segunda vez na área e pela segunda vez esteve muito perto de celebrar.

No entanto, aos 85 minutos, e sem ter incomodado João Virgínia ao longo de toda a segunda parte, foi mesmo o CD Santa Clara a fazer o 2-1 e a concretizar a reviravolta no marcador: Luquinhas descobriu Gabriel Silva e o brasileiro rematou, com a bola a desviar em Eduardo Quaresma e a trair o guardião Leonino.

Com o Sporting CP balanceado para o ataque e à procura de reverter o resultado, Francisco Trincão rematou em força, aos 87’, para uma enorme defesa de Neneca, e segundos depois Paulo Victor viu o cartão vermelho após uma agressão a Iván Fresneda.

Num último fôlego, Rui Borges lançou Flávio Gonçalves e Ricardo Mangas e, já para lá do tempo regulamentar, Morten Hjulmand caiu na área açoriana. Com o jogo parado para demorada análise, a equipa de arbitragem acabou por assinalar grande penalidade por agressão ao capitão Leonino. Na conversão, Luis Suárez não tremeu perante o ambiente de enorme contestação e fez o 2-2 aos 90’+14.

Com os seis minutos de compensação ainda por jogar, o Sporting CP lançou-se à procura de um golo que evitasse o prolongamento, mas nada feito: ainda se jogariam mais 30 minutos no Estádio de São Miguel. Em superioridade numérica, os Leões foram controlando a posse e, aos 94 minutos, Ricardo Mangas teve nos pés uma flagrante oportunidade de marcar, mas rematou para fora.

Num jogo a ganhar sentido único, quem não desperdiçou foi Fotis Ioannidis, que aos 98’ saltou ao primeiro andar, após um toque de Morten Hjulmand a amortecer o cruzamento de Francisco Trincão, para fazer o 2-3 e deixar o Sporting CP de novo com um pé na próxima eliminatória. A fechar a primeira parte do prolongamento, Brenner Lucas rematou de muito longe, sem qualquer perigo, e logo depois Francisco Trincão conduziu uma jogada individual e também rematou, com a bola a passar perto do poste.

No arranque da segunda parte do prolongamento, e com o cansaço a fazer-se sentir, os dois conjuntos passaram mais tempo em territórios centrais, mas aos 109 minutos Giorgi Kochorashvili apareceu na cara do guardião insular. O cabeceamento do médio verde e branco, contudo, saiu por cima da trave.

Com o cronómetro a avançar perigosamente, os açorianos tentaram ter mais bola, mas os Leões geriram muito bem a (preciosa) vantagem e nunca cederam espaços à equipa de casa. Com o apuramento na bagagem, os Leões deixaram Ponta Delgada debaixo do caloroso aplauso dos muitos Sportinguistas nas bancadas.

Sporting CP: João Virgínia [GR], Matheus Reis (Salvador Blopa, 75’), Francisco Trincão, Maxi Araújo (Ricardo Mangas, 90’), Iván Fresneda (Flávio Gonçalves, 90’), Gonçalo Inácio, Alisson Santos (Fotis Ioannidis, 66’), Morten Hjulmand [C], João Simões (Giorgi Kochorashvili, 75’), Eduardo Quaresma e Luis Suárez. Treinador: Rui Borges. Disciplina: cartão amarelo para Luis Suárez (40’), Iván Fresneda (89’), Salvador Blopa (110’).