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Foto David Santos

Igor Oliveira e Carina Paim voltam a brilhar nos Mundiais Virtus

Por Sporting CP
16 Out, 2025

Os dois atletas Leoninos conquistaram três medalhas para Portugal

De regresso a Portugal, o balanço foi de ouro. Igor Oliveira e Carina Paim destacaram-se nos Mundiais Virtus, disputado em Brisbane, na Austrália, e ajudaram Portugal a alcançar o sexto lugar colectivo entre cerca de 40 países e mais de 300 atletas. Sob a orientação da treinadora Anabela Leite, os dois Leões voltam a provar que o atletismo adaptado português vive um momento de excelência.

Campeão do mundo dos 60 metros em pista coberta, Igor Oliveira repetiu o feito nos 100 metros ao ar livre, subiu ao mais alto lugar do pódio e selou uma temporada que descreve como "perfeita".

"Estou muito satisfeito com a minha vitória. Sempre fui uma pessoa que trabalha bastante e nunca desiste. Era um dos favoritos à vitória e quando não se desiste e se trabalha tanto, as coisas acabam por correr bem", afirmou o velocista Leonino aos meios do Clube, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

A transição rápida da pista coberta para o ar livre exigiu adaptação, mas também confirmou a versatilidade do atleta, que fez uma temporada a roçar a excelência.

"A minha época foi excelente, tudo perfeito. Também graças à minha treinadora. Há dois meses, no Campeonato Nacional, bati o recorde mundial com 10.48, uma marca que dá bastante trabalho para se fazer e é recompensadora", acrescentou.

Com a final dos 100 metros decidida por centésimos, Igor destacou o caminho para o sucesso. "Tem a ver com o que faço no dia-a-dia: os treinos, a alimentação, o descanso. Na final estava um bocadinho em jejum e senti mais dor, foi disputado. Os meus adversários também são muito bons e isso deu-me ainda mais motivação", explicou.

Com ambição, o atleta do Sporting CP já pensa nas próximas conquistas. "O objectivo é continuar a melhorar os meus recordes pessoais. Tenho os Europeus da Virtus em Espanha e depois outras competições. No futuro logo se verá, mas quero continuar a evoluir", rematou.

Carina Paim, por sua vez, regressou a Portugal com duas medalhas – uma de prata nos 400m e uma de bronze nos 200m - e o sorriso de quem conseguiu superar-se.

"Consegui atingir os objectivos que tínhamos levado para as duas competições, tanto para a Índia como agora para a Austrália. Sinto que estou a conseguir voltar às minhas melhores marcas e isso é uma motivação para a próxima época", começou por dizer a atleta Leonina.

Depois de temporadas duras, este regresso ao pódio teve para a atleta um sabor especial. "As últimas épocas não correram tão bem, por isso fui obrigada a dar uns passos atrás e a valorizar o que antes não valorizava tanto. Por isso, estas medalhas têm um significado diferente, mesmo que a marca não tenha sido bem aquilo que eu queria", confessou.

Especialista nos 400 metros, Carina também brilhou nos 200, beneficiando da base de velocidade comum a ambas as distâncias. "Normalmente a minha preparação é mais focada nos 400 metros, mas é um treino que também serve para os 200", explicou, elogiando também a organização da prova, que decorreu na pista que servirá de apoio aos Jogos Paralímpicos de 2032.

"Gostámos bastante da organização e sentimos que vão ser uns Jogos impecáveis", anteviu, revelando ainda aquilo que mais a motiva na competição.

"É um bocadinho de tudo. Representar Portugal é sempre especial, principalmente quando conseguimos ouvir o hino a tocar, mas no meu caso é mais uma competição interior, de tentar ultrapassar os meus obstáculos e dificuldades. É isso que me move todos os dias", afirmou.

Sem muito tempo para descanso, a atleta já pensa na nova época. "O objectivo é ter um bom resultado no Campeonato da Europa, uma competição onde quero voltar ao meu melhor nível", finalizou.

Anabela Leite, treinadora de ambos, sublinhou o mérito da prestação colectiva e individual. "A prestação foi exemplar. Com uma equipa reduzida, conseguimos um resultado espantoso, ficando em sextos por equipas numa competição com 40 países. O Igor e a Carina atingiram os objectivos com as medalhas que ganharam, numa prova de grande nível", garantiu.

Para Anabela, o sucesso nasce da insatisfação saudável e da vontade constante de fazer mais. "Nem os atletas nem os treinadores estão totalmente satisfeitos. Mesmo com uma medalha de ouro, sonha-se sempre com o recorde pessoal, com mais uma conquista. É isso que nos faz continuar a trabalhar", analisou, destacando o lado profundamente humano destas conquistas.

"É um prazer e um dever cumprido estar com estes atletas, que têm de ultrapassar dificuldades extra. Isso transforma cada conquista numa felicidade ainda maior", frisou.

Sobre o futuro, a treinadora não hesita. "Haverá mais competições no próximo ano - o Europeu, as provas da Virtus - e eu vou fazer tudo para que o Igor e a Carina estejam na sua melhor forma, para conseguirem conquistar mais medalhas e dar esta alegria a Portugal. Levar Portugal a outros cantos do mundo, ouvir o nome do nosso país e ver o respeito que conquistam é algo de que nos devemos orgulhar", rematou.