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A Formação a verde e branco

Por Miguel Braga*
25 Mar, 2021

Uma coisa é dizer que apostamos na Formação. Outra, bastante diferente, é viver esse caminho, fazer conscientemente essa aposta, com a noção clara dos perigos e das dores de crescimento de um projecto assim construído

“O projecto não é meu, era do Sporting CP, sou uma pequena peça, soube desde o início a ideia. O projecto é do presidente, do Hugo Viana, dos que estavam cá. Vejo as melhorias na Academia. Passa muito por aqui, temos de ir pela formação. (…) Este é o caminho”. Foi assim que Rúben Amorim resumiu, com a arte do costume, o projecto da Formação do Sporting Clube de Portugal, depois de estrear frente ao Vitória SC o mais novo jogador de sempre a jogar pela equipa principal. Dário Essugo, com 16 anos e seis dias, entrou directamente para o topo da lista dos mais jovens de sempre a actuar pela equipa principal do Clube, passando nomes consagrados como Cristiano Ronaldo, Luís Figo, Paulo Futre ou Marco Caneira e de esperanças verdes e brancas como é Joelson Fernandes ou como foi Litos.

Em 2018, com a eleição da actual Administração, o Sporting CP anunciou o regresso ao seu ADN e ao investimento na Formação e na Academia (e no próprio Pólo EUL). Numa primeira fase, foram sinalizados 89 atletas identificados com High Potential e foram também assinados novos contratos. A estrutura passou a trabalhar de forma diferente, adoptando o modelo de performance para ser centrado no jogador. No jogo com o Vitória SC, o Sporting CP entrou em campo com três teenagers, num total de seis jogadores formados no Clube, no onze titular. No banco estavam sentados outros seis. Em relativamente pouco tempo, o Sporting CP voltou a apostar na prata da casa, ainda para mais suportada com uma conquista já nesta época (Taça da Liga) e com uma campanha de nível superior na Liga NOS – faltam ainda dez jogos para o final e estas contas só se fazem no fim.

Esta aposta explica-se não só por ser o ADN do Sporting CP, mas também por outras razões, sejam argumentos pré-COVID-19 – contexto de inflação de valores de mercado – ou pós-COVID-19 – crise de liquidez. Num ano marcado por uma pandemia, o Clube fez a sua revolução silenciosa, fortalecendo o grupo com a tal prata da casa, com contratações cirúrgicas e apostando na continuidade de jogadores de indiscutível valor acrescido.

Quase 20 anos depois de ter inaugurado a sua Academia, o Sporting CP continua a renovação do seu espaço de treino de eleição – quem viu como estava e quem vê como está, compreende o trabalho e o investimento feitos. O futuro começou ontem e prolongar-se-á no tempo, com o esforço e a dedicação de todos.

Uma coisa é dizer que apostamos na Formação. Outra, bastante diferente, é viver esse caminho, fazer conscientemente essa aposta, com a noção clara dos perigos e das dores de crescimento de um projecto assim construído. Em cada coração verde e branco reside a esperança de que Dário Essugo não seja o último a fazer a sua estreia na equipa principal em 2021. Na semana de pausa das selecções, Rúben Amorim voltou a chamar muitas caras novas para o treino. Qualidade e compromisso são os dois ingredientes exigidos na receita do míster. E é isso mesmo que se respira actualmente em Alcochete.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal