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A primeira memória em forma de poesia

Por Juvenal Carvalho
15 Jul, 2021

Todos nós, no fundo, nos recordamos do primeiro momento em que vivenciámos o nosso Clube, e que acabaria por nos marcar indelevelmente

O Sportinguismo não se mede, nem em forma de poesia nem em outra forma qualquer. Sou dos que rejeito até, liminarmente, o "Sportingómetro", e as discussões estéreis do quem é mais Sportinguista do que quem. O que há, e sempre houve, é os que serão mais presentes, em detrimento de outros, que amando também o Sporting Clube de Portugal, não serão tão militantes. Ou por opção, ou tantas e tantas vezes por questões geográficas, ou mesmo outras.

Nesta coluna de opinião, que prima pela diferença das demais por mim escritas, por ser desta feita em forma de poesia, surgiu em conversa com um amigo de infância, daqueles que nunca esquecemos, que ficam para a vida, e que comigo se deslocou tantas vezes a Alvalade em criança. Decidi então, optar por dar ao Mário Franco, meu companheiro de clube, e vizinho de bairro da "minha" Lisboa, ele da Madragoa e eu da Bica, o seu sentir, que sei genuíno como poucos, da sua primeira memória do nosso Sporting Clube de Portugal, feita em forma de poesia carregada de sentimento. Todos nós, no fundo, nos recordamos do primeiro momento em que vivenciámos o nosso Clube, e que acabaria por nos marcar indelevelmente. Uns de uma forma, outros de outra, mas com um denominador comum: Um amor sem paralelo ao clube. Neste caso expresso em forma de poema, de um poema saído bem de dentro, feito de esforço, de dedicação, de devoção e de glória, mas sobretudo de um Sportinguismo genuíno e arrebatador. Com este poema do meu amigo Mário, que respira Sporting, acredito que cada um de vós se recordará, acto contínuo, do seu primeiro momento, e também, porque não, em forma de poema, ou noutra qualquer, vai dar asas à sua criatividade e inovando dedicar um pequeno momento ao nosso Sporting CP. Porque amar este clube não se explica, sente-se. E o que se sente é isto, transcrito pelo poeta Franco, e que sente francamente o Sporting CP:

No velho peão de Alvalade
não sei se foi cedo ou tarde
perante o estádio cheio
a sul e a norte
nasci eu, leão
por minha sorte.
Às cavalitas de ti, irmão
e de um amigo,
vi as fintas e as defesas
os ataques e o aliviar do perigo.
Um jogo empolgante e europeu
muito mais verde e branco fiquei eu.
E quando, um dos nossos teve essa coragem,
de quebrar, a trazida desvantagem,
no estádio se sentiu essa linhagem,
de Esforço, Dedicação, Devoção e
Glória na passagem.
E se o sangue verde já era,
não mudou,
mesmo com a tristeza no final
ao ser eliminado,
alguém sem noção me perguntou:
se queria mudar para o outro lado?
Eu disse: Não!
Por saber, o futuro verde branco
estar traçado!

Sporting CP vs. Vasas Budapeste (2 - 1) 1975/1976
JBFranco
(Julho 2021)