Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

O Regresso do Campeão

Por Pedro Almeida Cabral
29 Jul, 2021

Se esta acalmia prenuncia sucessos, não é possível adivinhar. Mas que demonstra uma política desportiva consistente e bem pensada, não há dúvida.

Está para breve o regresso do campeão nacional de futebol da época 2020/2021. Mal-habituados a extensas e discutíveis pré-épocas, com crónica instabilidade no plantel, entradas e saídas imprevistas e polémicas várias, as últimas semanas pareceram um mar de tranquilidade. Se esta acalmia prenuncia sucessos, não é possível adivinhar. Mas que demonstra uma política desportiva consistente e bem pensada, não há dúvida. Sobrou tempo para analisar e seguir atentamente os jogos de preparação e tirar algumas conclusões. Cada Sportinguista tirará as suas e eu não sou exceção. Destacaria três reflexões.

Em primeiro lugar, na defesa, afirma-se, prometendo boa época, Gonçalo Inácio. Impressionante exibição contra o Angers, equipa primodivisionária francesa, com a nossa vitória selada por 2-0 também por um golo do jovem jogador. Gonçalo Inácio jogou no meio da defesa, fazendo de Coates, ajudando nas dobras nas laterais com competência e afinco. Já contra o Lyon, na nossa merecida conquista do Troféu Cinco Violinos, não só esteve seguro, limpando diversas jogadas de ataque, como também formoso, ao desencantar o extraordinário passe de meia distância para Pedro Gonçalves, que faz o importantíssimo 2-1.

Uma palavra para Paulinho. Terminou a época passada com menos golo do que ele próprio gostaria. Porém, pelas suas palavras e atitudes, sempre denotou Paulinho uma força mental capaz de se traduzir em campo com prestações com mais qualidade. Esta pré-época mostrou um Paulinho bem desinibido, com seis golos, destacando-se a forma como encheu o último terço no terreno nos dois desafios contra os gauleses. Não só marcou o segundo golo contra o Angers, como, nesse jogo, deu a jogar na frente e recuou quando a equipa estava presa atrás, recusando o papel de mero vadio na parte avançada do terreno. Contra o Lyon, mostrou com eloquência o que pode ser uma bela temporada: dois golos, uma bola ao poste, passes milimétricos para desmarcação e apoios frontais, dando acutilância ao ataque.

Por fim, o que talvez todos os Sportinguistas mais tenham gostado: a segunda parte contra o Lyon em noite de Cinco Violinos, foi uma verdadeira sinfonia. Equipa coesa, intensa, reativa, concentrada, aniquilando a boa equipa do Lyon. Continua forte a influência de Amorim, a exigir tudo o que a equipa pode dar. Só com este domínio avassalador, melhorando drasticamente a ocupação do campo em relação à época anterior, o Sporting CP conseguirá estar mais próximo de ser bem-sucedido nas várias frentes em que terá que lutar. Vem agora a Supertaça contra o SC Braga. E o melhor que podemos dizer é que estamos prontos. Não podíamos pedir mais.