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Raça de Leão

Por Pedro Almeida Cabral
28 Out, 2022

As grandes equipas não se vêem quando ganham. As equipas que admiramos são aquelas que perante a adversidade lutam e deixam tudo em campo. O que mais tenho apreciado no nosso treinador é, justamente, essa capacidade de contornar obstáculos e, contra expectativas derrotistas, fazer regressar o bom futebol ao nosso onze. A seguir a um jogo azarado que nos custou a eliminação da Taça de Portugal e após dois jogos desafortunados contra uma equipa que todos subavaliaram, o Olympique de Marseille, poder-se-ia pensar que não haveria reacção. Mas não.

No sábado passado, recebemos o Casa Pia AC, e o que vimos foi um jogo à Sporting Clube de Portugal. Na primeira parte, embora tenha havido um turbilhão de oportunidades claras de golo, foram os gansos, como são conhecidos, que encostaram a bola nas nossas redes. Um golo fortuito e demasiado castigador para o futebol que estávamos a produzir. A segunda parte contou outra história. Rúben Amorim leu o jogo magistralmente e percebeu que Paulinho poderia ser a referência que faltava na grande área adversária. Dito e feito: em 120 segundos demos a volta, com uma cabeçada à ponta de lança de Paulinho e um portentoso remate de Nuno Santos. Escassos minutos depois, o penálti de Pote fechou a contagem. Nunca com Rúben Amorim se tinham marcado três golos tão rapidamente. Foi um Sporting CP de raiva que calou crítica avulsa e sem fundamento, até de alguns sectores do Estádio que, pela forma como assobiaram a equipa na primeira parte, mais pareciam desejar outro resultado.

E, na quarta-feira, o jogo grande da champions contra o Tottenham FC. O Sporting CP entrou destemido e com vontade de vencer, não se amedrontando pelo facto de a equipa inglesa seguir em terceiro na competitiva Premier League. Esta atitude em campo deu frutos tinha ainda decorrido pouco tempo de jogo. Edwards, com um remate surpresa, aproveitou o espaço disponível e corporizou a vantagem Leonina. A resistência durou quase até ao fim. Não fosse um pequeno deslize defensivo e teríamos saído de Londres com os merecidos três pontos. Destaque para a linha mais recuada, com Adán, Inácio, Coates e Matheus Reis a fazerem um grande jogo. E Ugarte e Paulinho a mostrarem a sua extrema importância no esquema táctico de Amorim. O empate a um golo faz com que só dependamos de nós para seguir em frente na prova.

Foi esta a raça de Leão que tivemos nestes dois jogos, deixando uma fase menos boa para trás. E é esta a raça de Leão que vamos mostrar nos próximos dois. Primeiro, contra o FC Arouca já amanhã e, depois, na terça-feira para o derradeiro desafio da fase de grupos da UEFA Champions League. A nós, Sócios e adeptos, só nos cabe apoiar esta equipa que, estou certo, vai continuar a reerguer-se e a lutar até ao fim por todos os títulos que ainda pode ganhar.