Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

As virgens... e o erro

Por Juvenal Carvalho
24 Ago, 2023

Inequívoco. O primeiro golo do Sporting CP, obtido por Paulinho ao terceiro minuto do jogo ante o Casa Pia AC, não deveria ter sido validado, porque o mesmo foi ferido de legalidade, mesmo que por escassos nove centímetros. Que existiu o erro de análise do VAR, foi factual. Tão factual, como o mesmo VAR não ter tido qualquer intervenção num penálti escandaloso que ficou por marcar sobre Marcus Edwards. Mas isso, para os do costume, não interessou para nada.

Rúben Amorim, como sempre, chegado à sala de imprensa, e porque sabe estar no futebol e na vida, ao contrário de outros por outras paragens, foi célere a falar no erro e a assumir a realidade do mesmo, não fugindo ao tema do benefício. Dito assim, usar esta palavra para o nosso Clube, é algo tão estranho quanto quase inédito. Que de tão inédito, fez com que as virgens ofendidas, aquelas que "mamam da teta" desde sempre, e que sem pudor algum, tantas vezes omitindo os escândalos, vêem os clubes de que são adeptos ganhar com tantos e tantos casos, que os deveriam fazer corar de vergonha.

Até o Conselho de Arbitragem, que tão célere foi neste caso, e tão ausente tem estado em outros, veio logo a terreiro, abrindo um precedente que esperarei, curioso e sentado, para ver as cenas dos próximos episódios. Acabado o jogo, passei pelos canais de televisão, fazendo zapping, e vi como "paineleiros" de fino quilate, que deveriam ter seguido o exemplo de Filipe Martins, treinador do Casa Pia AC, que demonstrou ser um grande senhor do futebol, mas que ao invés estavam excitados com o assunto, falando até em repetição do jogo em prol da verdade desportiva, como se o futebol português fosse um local onde nunca tivesse havido erros, nem clubes beneficiados. Eu, que tenho memória, vi José Pratas correr à frente de uma equipa em fúria; vi também Inácio de Almeida omitir na mesma jogada uma grande penalidade e um golo que o levaria a ser afastado do futebol. E sei, porque a memória dos homens é curta, que tanta coisa deveria fazer corar de vergonha os que de forma tão célere foram agora os primeiros a vir a terreiro... quais virgens ofendidas. E ao lembrar estes dois casos, entre tantos outros de décadas, deixei propositadamente de referir os mais recentes, porque estão na memória de todos nós. E com um denominador em comum: o benefício ser invariavelmente para os do costume.

Dito isto, apesar de ser muito mais Sportinguista que desportista, não escondo a minha condição de "irracional" quando entra em compita o nosso símbolo embora seja, mesmo assim, bastante lúcido quando em comparação com certos comentadores "isentos", gostaria, mas gostaria mesmo, que o nosso Clube tivesse ganho de outra forma.

Falando do jogo, porque ele existiu e ganhámos, embora a procissão ainda esteja no adro, sinto um Sporting CP motivado e com muita crença. Que foi ao mercado numa lógica de contratar pouco, mas de forma assertiva. Que tem igualmente na enorme legião de Sportinguistas - somos únicos no quando toca a unir - uma nova e gigantesca onda verde de apoio... numa lógica cada vez mais próxima do "onde vai um vão todos".  

Uma certeza existe, a próxima "batalha" será já no próximo domingo, em casa, frente ao FC Famalicão. E teremos que fazer do nosso "santuário" uma muralha inexpugnável. Porque se já existiam motivos para nos unir, porque no Sporting CP, pese as divergências pontuais que possam existir, é sempre muito mais aquilo que nos une do que aquilo nos separa, a hora é de união e de combater os moralistas de pacotilha. Os que vão querer fazer uma guerra de guerrilha contra o nosso Clube. E não, não sou o Calimero. Detesto é ser comido de cebolada. E sei  que os que deveriam estar calados, estão agora preparados para lançar a teoria do caos, querendo recordar este lance durante muito tempo, para que assim possam desviar o foco do essencial.

Para o fim, porque o desporto é sempre muito pouco quando se fala de saúde e de vida, fica o meu desejo de rápidas melhoras ao enorme Sportinguista e homem de Rio Maior, Silvino Sequeira. Força, Leão!