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Português, Portugal
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“E as portas abriram-se de par-em-par...”

Por Jornal Sporting
22 Jun, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3629

E eis que a 21 de Junho de 2017, data que vai ficar perpetuada na história dos maiores feitos do nosso Clube, o Sporting Clube de Portugal voltou a ter a sua Casa das Modalidades, o tão ansiado Pavilhão João Rocha. 

O sonho tornado realidade! Após anos de promessas, de incertezas e desalento, eis que alguém tomou conta do leme de uma nau à deriva e lhe deu o rumo certo…

Esta inigualável infraestrutura multiusos, que vem enriquecer o património do nosso Clube, permitirá mais e melhores condições competitivas, sendo simultaneamente uma homenagem que eternizará uma figura ímpar que liderou os destinos do nosso Clube. Foi com João Rocha na presidência que Bruno de Carvalho cresceu e aprendeu a paixão e a defesa acérrima das modalidades e o respeito pelos Sócios e Adeptos como factor identitário do ADN do Sporting, e que lhe confere uma dimensão global permitindo-lhe ultrapassar fronteiras e que o tornam na maior potência desportiva nacional. Este foi um contributo decisivo para moldar e alicerçar toda a visão que permitiu que Bruno de Carvalho, enquanto líder de uma resiliente e determinada equipa, se propusesse e concretizasse a edificação daquilo que poucos já acreditariam como possível, o Pavilhão João Rocha. Esta obra vem evidenciar, mais do que nunca, dois Presidentes como símbolos maiores do ecletismo do nosso Clube e marcar de forma indelével o nosso rico historial: João Rocha e Bruno de Carvalho. 

Até no voleibol os seus percursos acabam por se cruzar. Esta modalidade, que ao longo dos tempos foi intermitente no nosso Clube, depois de um período de inatividade regressou de novo à competição em 1981, na vigência da Direcção de João Rocha – que fora também ele praticante nos anos de 1950. Bruno de Carvalho não praticou voleibol, mas é na sua presidência que o voleibol regressa, após novo período de inactividade, com a curiosidade de se estrear no Pavilhão João Rocha quando este receber as suas primeiras competições. Aqui, para além do voleibol, será a casa que acolherá as equipas seniores masculinas de andebol, futsal e hóquei em patins.

Esta é uma enorme obra dos Sócios e Adeptos que a todos nos orgulha e onde esperamos viver grandes alegrias e conquistas. MUITO OBRIGADO a todos aqueles que contribuíram das mais diversas formas para a sua concretização, nomeadamente através da Missão Pavilhão, e ao Presidente Bruno de Carvalho, como o primeiro dos adeptos e enquanto líder responsável para que este sonho de todos nós se concretizasse.

O Pavilhão João Rocha é motivo mais do que suficiente para deixar para depois um qualquer outro tema, até porque temo que, mesmo que quisesse, não me lembraria qual é! Poderei tentar ler e-mails, talvez de um qualquer “primeiro-ministro”, membros do “clero” – ordenados ou não – e as suas “práticas religiosas” quer se tratem de “missas” mais ou menos “bem rezadas”, mas não sei se será suficiente. Mas há uma coisa que nos parece clarividente: a “eucaristia”, ou seja, a suposta ressurreição de práticas que há muito se queriam erradicadas e que se querem eliminadas. No entanto, percebe-se agora que, além de uma cartilha, há também uma catequização onde todos aprendem a rezar em uníssono e de igual forma. Quem assim o fizer é premiado e ascende na hierarquia, caso contrário, sofrem represálias e são votados ao ostracismo. Como corolário da partilha pública das supostas “práticas religiosas” e das suas tentativas de (in)justificação, foi espoletada um(a) Guerra sem fim. Sabendo-se que abyssus abyssum invocat (um abismo atrai o outro) a vinda à Luz de um “acólito” vindo da sombra num acto desesperado e com um esfarrapado argumentário para tentar salvar a “catedral”, é apenas mais uma evidência. Com uma narrativa que na gíria futebolista se definiria como “a melhor defesa é o ataque”, veio o referido “acólito” ler uma epístola num processo (des)culpabilizante que mais não faz do que atirar atoardas, tentando criar cortinas de fumo como é timbre, mas à laia de disputas de crianças: “Ele é que começou primeiro”, “eles é que começaram” ou ainda “eles também se portaram mal”. Neste despautério verbal não faltam alucinações, numa prática habitual de vale tudo… com inverdades, mentiras e difamações como ingredientes deste repasto (sem direito a voucher), numa ladainha incriminatória, embora sem se aperceberem disso, que acaba por ser um acto de confissão, um mea culpa, o reconhecimento público e em “on” de tais supostas práticas criminosas.

Boa leitura!

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Raios Te Partam

Por Jornal Sporting
08 Jun, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3627

Há quantos anos nos conhecemos? Sabes bem que te vimos nascer, tínhamos nós já 51 anos. Que bem te recebemos, uma excitação e enorme alegria. Eras o centro de todas as conversas…

É fácil perceberes porque para nós és tão especial, és a primeira, nossa desde o primeiro dia que nasceste e te vimos naquela curiosa caixinha mágica.

Foste tu que a partir de 1957 começaste também a mostrar ao mundo os feitos da maior potência desportiva que tanto enriqueceram as tuas emissões e o teu tesouro, o teu rico arquivo, onde guardas por exemplo a chegada dos nossos heróis de 1964 ou a conquista da primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, do nosso Carlos Lopes.

O tempo e carinho que sempre te dedicámos, vendo-te e ouvindo-te, acompanhando-te no crescimento, fizeram de ti uma companhia diária. Começaste a entrar na nossa casa sem avisares, a qualquer hora do dia ou da noite, porque tu és da casa.

Mas nos últimos tempos, é já uma série de maldades que nos fazes e não nos venhas com desculpas esfarrapadas, com conversas de prémios e audiências para justificar os teus desvarios, porque nós conhecemos-te demasiado bem.

O que se passa contigo? É a crise da meia-idade? Os 60 anos estão-te a pesar?

É necessário abanar-te para caíres na real? Há coisas que tens que ter sempre presente para não perderes a tua identidade e consequentemente pirares da cabeça de vez.

Lembra-te que também tu tens um historial inigualável, com excelentes profissionais ao longo dos tempos, uma reputação que não podes desbaratar e por isto tens também responsabilidades acrescidas. Não desbarates o legado que te deixaram. Sabemos, como tu sabes que o mundo mudou mas não pode valer tudo, não podes ceder à tentação fácil.

Tu és nossa! És pública, dos cidadãos, dos contribuintes e da inclusão! E isto não podes em momento algum esquecer, nem os teus profissionais que têm de ser o seu principal garante.

Aquilo que fizeste no passado Domingo é inqualificável e é o corolário do desrespeito e ingratidão com que nos últimos tempos nos tens tratado. Tal como as crianças, quiseste os brinquedos pensando que podias brincar com todos em simultâneo mas como já deves ter percebido, isso não é possível. Isto foi aquilo que parece ter sucedido contigo e com isto não só desiludiste como desrespeitaste as mulheres, os nossos 3,5 milhões de adeptos mais os adeptos do Sporting Clube de Braga, além de todos os outros cidadãos e contribuintes nacionais.

Quando as instituições internacionais e nacionais tanto esforço centram na igualdade de género, conseguiste apenas numa emissão destruir o investimento na paridade de género mas não só! Tu que tanto apregoas inclusão e paridade de género fizeste precisamente o contrário porque se tratava de uma final da Taça de Portugal feminina…farias o mesmo se fosse a masculina? Terias coragem de o fazer na última transmissão deste troféu que levaste a cabo no passado mês de Maio?

E o investimento que o Sporting CP e o Sporting de Braga fizeram neste regresso ao futebol feminino não te merece um mínimo de respeito? E os patrocinadores? E a Federação Portuguesa de Futebol que tanto apostou e investiu? Os bilhetes para promover o futebol feminino foram gratuitos, bateu-se o recorde de assistências que anteriormente tinha sido também batido em Alvalade. A FPF cedeu-te os direitos de transmissão com legítimas expectativas que tu cumprisses o expectável e te era exigido, a transmissão do jogo na íntegra e sem interrupções ou divisões, tal como fazes nos masculinos e que nos mostrasses a festa da consagração. Apesar da autorização da FPF para a Sporting TV difundir o jogo em simultâneo tu não permitiste, porquê? Para isto?

Se querias transmitir um concerto de música, tinhas que programar melhor, pois tens outras opções e canais… mas não, quiseste mostrar um jogo de futebol a ouvir música e ver um concerto de música a ouvir relato de futebol… assim não! Raios Te Partam! Não nos podias ter feito isto! Imagino também o que devem estar a sentir todos aqueles que queriam assistir calmamente ao Concerto de Manchester…

Face a esta tua atitude discriminatória não podemos ficar impávidos e serenos pelo que não iremos ficar por aqui, mesmo que como se diz usualmente, no final e para a história, o que fica é o resultado! Este ficará com certeza até porque a Taça conquistada irá permanecer no Museu Sporting ao lado do troféu de Campeão Nacional, uma dobradinha que permanecerá para memória futura. Nós honramos o nosso passado, demonstrando respeito no presente e assim sermos considerados no futuro.

Boa leitura!

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O Silêncio ensurdecedor

Por Jornal Sporting
26 Abr, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3621

Há figuras na história mundial, e são tantas que é impossível enumerá-las que, apesar de nunca terem sujado as mãos, não deixam, por esse facto, de serem criminosas nem, tão pouco, de se tratarem dos responsáveis máximos pelas práticas mais horrendas do crime organizado. O facto de alguém não ser interveniente físico num crime, mas ser o seu mandante ou, nem que seja por omissão, conivente com essa prática, não o poderá ilibar do mesmo e não deixa, por isso, de ser culpado ou até mesmo o seu principal responsável.

De igual forma, ninguém poderá invocar uma prática silenciosa como exemplo impoluto a seguir, quando, na realidade, este não passa de um silêncio ensurdecedor em que as suas marionetas, tal como os papagaios, repetem infinitamente uma maléfica cartilha. Aqui, provavelmente, teremos aquele que é o maior acto de comunicação terrorista contra uma instituição desportiva e uma individualidade de que há memória. Se de cinema se tratasse em vez do filme “O Silêncio dos Inocentes” estaríamos perante um dos principais candidatos aos Óscares, neste caso da malvadeza, mas sob o título: “O Silêncio dos Culpados”.

Se dúvidas houvessem, e já não restam nenhumas quanto a quem é o responsável número um, o mandante que se esconde por detrás da janela passou, após este fim-de-semana, a ter definitivamente um rosto e um nome. Quem é que se refugia no silêncio e ardilosamente manobra a cartilha? O ódio, intriga que se propagam no cumprimento religioso da cartilha, são os principais responsáveis pelo clima de crispação e violência que se tem acentuado no mundo do futebol. Mais do que os “papagaios”, o seu mandante não pode ser inocentado, e esperamos que as autoridades competentes não continuem a assobiar para o lado enquanto esta prática maléfica continua.

Mas o “silêncio ensurdecedor” não é prática única neste domínio, que é também replicado em outras áreas. Trata-se de uma característica genética, como se pode verificar no caso das claques ilegais, as tais que não existem e dizem não ser apoiadas, mas onde o estrago e o estrilho não deixam dúvidas quanto à sua origem e aos seus apoiantes. Aqui a postura daqueles que dão cobertura a estas claques ilegais, quiçá por terem o rabo preso, trazem-nos à memória os “três macaquinhos“ que, apesar da boca, olhos e orelhas grandes…não falam, não vêem e não ouvem!

Se fossem só macaquinhos, até poderia ser engraçado. Mas a mais triste das verdades é que, após tudo o que temos vindo a denunciar e a alertar, a previsível tragédia aconteceu. Mais um adepto Sportinguista foi morto – e aqui não nos interessa, como temos vindo a afirmar, a cor clubística, mas sim que houve mais uma vítima, um ser humano barbaramente morto – deixando, uma vez mais, uma família destroçada.

O que seria espectável de alguém que, após o final do dérbi, vem à zona mista quebrar o “silêncio” é que aproveitasse a oportunidade e a audiência proporcionada para, de forma firme, condenar os actos de violência e se demarcar, veementemente, do trágico acontecimento. Mas não, o presidente do clube rival, em vez de aproveitar o final do dérbi para passar uma mensagem de fair-play e anti-violência veio, de viva voz e sem ser através das habituais marionetas palrantes, com uma despropositada e condenável agressão verbal ao Sporting CP e ao seu Presidente. Para além de tentar justificar o injustificável, como se uma morte horrenda pudesse ser minimizada face aos contextos, acicatou ainda mais um clima de crispação e violência.

O que se esperava de um presidente de um clube da grandeza daquele que representa, é que tivesse tido a sensatez e a coragem de, de uma vez por todas, se demarcar das claques ilegais e das práticas criminosas a que estas dão corpo. Mais ainda, no final do jogo, quando se dirigiu aos jornalistas, deveria ter condenado a prática corrente dos cânticos ofensivos e alusivos ao assassinato de um adepto Sportinguista com um very light que, uma vez mais, acabara de ouvir durante o minuto de silêncio em Alvalade de homenagem ao adepto Sportinguista que morrera na véspera. 

Depois de tudo isto, haverá dúvidas? Mas afinal quem é que “atira as pedras e esconde as mãos”?

Uma palavra a todos os Sportinguistas para que continuem, com a grandeza que demonstraram no apoio à nossa equipa no dérbi, em respeito pelos valores do nosso Clube. Ser diferente é também não respondermos da forma que condenamos, nem nos deixarmos levar por provocações baixas e reles.

Boa leitura!

Foto DR

Os Papagaios da Janela Embaciada

Por Jornal Sporting
13 Abr, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3619

Os papagaios são aves que, desde crianças, achamos divertidos porque são animais que falam. Na tenra idade, não percebemos que a fala deles é apenas a repetição do que dizemos ou do que alguém lhes diz.

Aprendemos também nos bancos da escola que a notícia é uma janela aberta para o Mundo!

Ao longo da minha vida profissional, praticamente desde o início, trabalhei com empresas cotadas. As exigências e obrigatoriedades legais, em termos de informação, distinguem-nas das demais, nomeadamente ao nível da transparência.

Qual a razão de falarmos então de Papagaios, de Janelas e de Transparência?

Ficámos a conhecer esta semana, de forma factual e objectiva, aquilo que já todos suspeitávamos, apenas por assistirmos aos programas televisivos de debate sobre futebol. Há indesmentivelmente uma ‘Cartilha’, atirada pela Janela, que atinge os comentadores que estão expostos à Luz. Os imensos raios vermelhos cegam por completo quem é atingido, curiosamente através da vidraça de uma Janela completamente embaciada e esta, por o ser, cria uma opacidade que, paradoxalmente, tem um efeito bem mais nefasto e intenso do que se fosse transparente.

Esta semana, aquilo que podemos concluir depois deste introito é que a notícia não é uma janela mas “o Janela”. E não é uma janela aberta para o mundo, mas sim “o Janela” para o submundo!

Morreram as notícias e os comentadores livres e, com eles, as ideias e convicções próprias. A notícia hoje é apenas uma “Janela” de oportunidade empresarial para clientes que não se revelam, papagaios “independentes”, e em que a ética e a deontologia não vingam.

Mas como não somos de nos conformar, temos por dever denunciar esta ‘Cartilha’ por se tratar de um dos factos mais vergonhosos e indecorosos a que assistimos nos últimos anos.

Depois da revelação conhecida nada poderá ficar igual! A Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas terá que cair em cima dos jornalistas “independentes” e que são avençados de interesses ocultos. O mesmo deverá acontecer com os canais de televisão, e aqui entra a ERC, não permitindo que estes “avençados” continuem a ludibriar os telespectadores, sob pena de ser tudo “Farinha do mesmo saco”.

Há empresários de ‘Vão de Escada’ mas também de ‘Janela’, mas mesmo estes têm obrigações e leis a cumprir. Mesmo que não queiram revelar a identidade dos seus clientes, alguns são já obviamente conhecidos, tal o descaramento, pelo menos o objecto da empresa e os seus papagaios amestrados têm de dar conhecimento. Já nem nos interessa se fazem e se vivem de jogo duplo porque, no final do dia, para eles o vil metal é soberano

Por tudo isto, mais do que conhecer o ‘Garganta Funda’, interessa conhecer os protagonistas desta rede do submundo da desinformação. Face ao ‘independente’ Janela, da comunicação social que o abriga, o que se espera é que tenha a hombridade de lhe atribuir um rótulo… mas nunca o de independente!

As entidades de investigação terão aqui também material para se entreterem…mas que não façam o mesmo que outras instituições ‘responsáveis’ estão a fazer relativamente às claques ilegais. 

Esperamos que esta ‘Cartilha’, no mínimo, tenha um efeito positivo que permita aos mais distraídos e renitentes perceberem o porquê de determinadas atitudes do nosso Presidente e o porquê de não poder ficar calado por mais ‘Leis da Rolha’ que lhe queiram impor. Começa-se assim a perceber que o estilo tantas vezes atacado, até o próprio não gosta, é a única forma encontrada para fazer frente aos insanos e terroristas ataques sobre si lançados.

A ‘Razão de Ser de 22 de Março de 1922’ contínua mais que viva para o nosso Jornal. E aqui, uma vez mais, saúdo todos aqueles que contribuíram para os 95 anos do Jornal Sporting que se viu homenageado pelos Sportinguistas no último jogo em Alvalade, numa demonstração da identidade, união e coesão do nosso Clube e que pôde reunir a maioria dos seus antigos Directores ainda vivos.

Boa Leitura!

“Um grande Clube tão grande como os maiores…”

Por Jornal Sporting
06 Abr, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3618

Coincide com a data de saída do nosso Jornal para as bancas, o aniversário do nascimento do primeiro Visconde de Alvalade. Nascido a 6 de Abril de 1837 e de seu nome Alfredo Augusto das Neves Holtreman, completaria hoje, caso fosse vivo, 180 anos. O Visconde de Alvalade foi o primeiro Presidente Honorário do Clube e aquele que tornou possível a realização do sonho do seu neto José Alfredo Holtreman Roquette, o fundador do Sporting Clube de Portugal, e que é comummente conhecido como José Alvalade. 

O Visconde de Alvalade era um homem de posses, advogado de profissão e que detinha várias propriedades. Quando José Alfredo, filho da sua filha primogénita, lhe pediu dinheiro para fundar o nosso Clube, foi ele quem de pronto o financiou com dinheiro e com os terrenos para a construção do Estádio. Permitiu assim o Visconde que, em 1906, o seu neto concretizasse o seu sonho e perpetuasse a sua visão: “Que o Sporting seja um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa” e por tudo isto lhe prestamos aqui o nosso tributo.

E porque falamos de efemérides, cumpriram-se também, na passada terça-feira, quatro anos que estou à frente dos destinos do nosso Jornal que, como oportunamente fizemos referência, completou na passada sexta-feira 95 anos, aquela que é a publicação de Clubes mais antiga do Mundo, que em 31 de Março de 1922 dava à estampa na primeira página a “Razão de Ser”. 

A “Razão de Ser” continua, mais do que nunca, actual e, felizmente para o nosso Clube, com a possibilidade de lhe dar voz numa dimensão multiplataformas. O Jornal Sporting mantém-se como a publicação que coloca toda a verdade verde no branco e a insurgir-se, sempre que necessário, contra os ataques vis que são desferidos contra o nosso Clube. O mais recente episódio é a tentativa de silenciamento e aniquilação, a todo o custo, da intervenção do Presidente do Sporting Clube de Portugal que, como é seu dever, defende incondicionalmente os superiores interesses do Clube. Legitimado pela maior votação de sempre, o nosso Presidente não cede, nem pode ceder, para cumprir a função para a qual foi eleito. Como em qualquer país democrático, o exercício do seu mandato não pode ficar refém de qualquer aplicação da “Lei da Rolha”, quando esta viola a mãe de todas as leis, a Constituição da República Portuguesa. 

Entende-se por isso que, mesmo em figuras fictícias saídas da imaginação de Walt Disney e nas quais se enquadram Huguinho, Zezinho e Luizinho, não se pode a bel-prazer deixar de cumprir o ideal de boas acções preconizado no Manual do Escuteiro-Mirim que eles transportam sempre religiosamente consigo. A criação de Walt Disney também tem regras, há que respeitar normas pelo que os três irmãos têm que usar a farda de escuteiro e não podem vestir outro qualquer adereço, qual manto protector. Este manto seria sem dúvida mais ajustado, não aos sobrinhos do Pato Donald mas, pela luz que irradiam, às sobrinhas de Margarida, esse sim que se apresenta como grupo rival: Lalá, Lelé e Lili.

Na realidade o termo "Escuteiros-Mirins" não é consensual e tem sido mesmo fonte de controvérsia por este sugerir um paralelo entre o grupo fictício de Walt Disney e o movimento de escuteiros, o que pode levar a confusões e deturpações sobre os reais princípios do escutismo.

Mas seja com figuras fictícias ou reais, a verdade é que o Sporting Clube de Portugal não pode parar, e aquele que é o seu Presidente não pode, nem sabe, estar parado. No passado Domingo voou para Angola para inaugurar mais uma Escola Academia Sporting. Neste país irmão, a agenda inclui uma série de contactos com entidades oficiais locais e com a imensa comunidade Sportinguista desta nação amiga. Assim, quando evocamos o aniversário do Visconde de Alvalade e a visão do seu neto, com o trabalho desenvolvido e o crescimento que o nosso Clube vem verificando, parece-nos mais condizente com a realidade que a visão seja ajustada e, em vez de “um Clube tão grande comos os maiores da Europa”, passemos a ter, “um Clube tão grande como os maiores do Mundo”!

Boa leitura!

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Podem Tremer!

Por Jornal Sporting
16 Mar, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3615

Como aqui oportunamente dei conhecimento, suspendi as minhas funções de Director do Jornal Sporting por ter sido convidado em Janeiro último para assumir a comunicação da candidatura liderada pelo Presidente Bruno de Carvalho. Por uma questão de princípio, por considerar incompatíveis estas duas funções decidi em consciência tomar aquela decisão.

Concluído o processo eleitoral que teve lugar no dia 4 de Março e após o rescaldo da noite eleitoral ter sido tratado na edição da passada semana, entendo que terminou assim o impedimento que me afastou da Direcção do nosso Jornal, razão pela qual, com muita honra e orgulho, volto a assinar o Editorial.

Ontem tomaram posse os Órgãos Sociais para o quadriénio 2017/21, pelo que queremos, em primeiro lugar, deixar uma saudação muito especial a todos aqueles que concluíram o seu mandato e que não irão prosseguir neste próximo. Como não poderia deixar de ser, queremos desejar as maiores felicidades e votos de muito sucesso a todos os eleitos que têm a honra de poderem servir o nosso Clube nestes próximos quatro anos. 

Findo o acto eleitoral e com a tomada de posse, terminou também a divisão por listas eleitorais, agora todos os eleitos são membros dos Órgãos Sociais do Sporting Clube de Portugal. Mesmo com dois Órgãos Sociais eleitos pelo método de Hondt, Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e Conselho Leonino (CL), se no primeiro caso todos eleitos foram da mesma lista e a questão não se colocaria, no caso do CL foram provenientes de três, mas mesmo aqui também não haverá diferenças de estatuto e todos os eleitos serão em igualdade de circunstâncias membros do CL.

A vitória e a legitimação dos Órgãos Sociais foi inequívoca, com a maior votação de sempre e uma escolha clara e esmagadora em quem os Sócios querem à frente dos destinos do Clube nos próximos quatro anos. A nossa grande Instituição saiu assim reforçada deste acto eleitoral, dando um sinal da nossa grandeza ao mundo! As forças externas, algumas mais do que rivais, inimigas, que sistematicamente e a todo o custo nos tentam derrubar, não perderam tempo, nem deixaram terminar a longa noite eleitoral, para se socorrerem dos condenáveis expedientes de sempre. É bom sinal que tremam e demonstrem o quanto estão preocupados pois o Sporting Clube de Portugal está cada vez mais forte, unido e coeso!

Queremos deixar uma palavra de apreço pela isenção, imparcialidade e independência com que as plataformas do Sporting Clube de Portugal cobriram as eleições do nosso Clube e pela equidade de tratamento dado às diferentes candidaturas em disputa. Uma lição ao mundo do desporto e em particular aos clubes, pela democracia e expressiva participação dos associados. O nosso jornal disponibilizou semanalmente uma página a cada uma das candidaturas para colocarem os conteúdos que entendessem, para além da publicação inicial da composição das listas e respectivos programas. Acresceu ainda um questionário a todos os cabeças de listas aos diferentes Órgãos Sociais: Conselho Directivo, Mesa da Assembleia Geral, Conselho Fiscal e Disciplinar e Conselho Leonino. Estes conteúdos foram ainda vertidos no site oficial do Clube na internet. A Sporting TV, para além da cobertura noticiosa nos seus espaços de informação sobre as iniciativas das diferentes candidaturas, promoveu ainda uma entrevista a cada um dos cabeças de listas aos quatro Órgãos Sociais e um debate, entre os candidatos a Presidente do Conselho Directivo. Este foi, aliás, o primeiro a ser realizado por um canal de Clube, o que enquanto Sócio naturalmente nos orgulha, pelo pioneirismo e por demonstrar a liberdade e democracia que se respira no nosso Clube, um exemplo a ser seguido pelos demais.

Quero agradecer ao Pedro Figueiredo que neste período me substituiu, pela forma competente e profissional com que dirigiu o nosso Jornal, bem como a toda a equipa que o acompanhou e ajudou a cumprir com sucesso esta missão, demostrando uma vez mais toda a sua qualidade.

Uma palavra final aos melhores Sócios do Mundo pela forma cívica e expressiva com que participaram no processo eleitoral e que estoicamente permaneceram na fila de voto, que atingiu cerca de volta e meia ao Estádio, não deixando que fossem outros a decidirem por si. 

Em Tondela chegámos ao famoso 13. Este foi o número de jogadores oriundos da nossa formação que esta época já alinharam pela nossa equipa principal. Mais do que palavras, tentativas de desestabilização e delírios, nós apresentamos factos para uma vez mais demonstrarmos a razão de termos a melhor formação de Portugal e uma das três melhores do Mundo, em quantidade e em qualidade.

Boa leitura!

A sorte dá muito trabalho

Por Jornal Sporting
02 Mar, 2017

Editorial do director interino do Jornal Sporting para a edição nº. 3613

A expressão é de uma das lendas do Sporting Clube de Portugal que mais títulos, nacionais e internacionais, proporcionou ao Clube. Mário Moniz Pereira tinha esse hábito de preparar tudo ao pormenor, meticuloso, perfeccionista e, simultaneamente, amante das artes, o que não é necessariamente contraditório ou incongruente.

Vem a expressão à memória no rescaldo de mais uma vitória da super equipa de futsal leonina. A conquista da Taça da Liga, em Gondomar, tornou-se especial por ter sido o centésimo título da secção, que abriu as portas em 1985 e que, nos últimos tempos, tem sido um exemplo dentro e fora de portas. Um trabalho de equipa que começa na capacidade organizativa de Miguel Albuquerque, passa pela capacidade técnica de Nuno Dias e da sua equipa, vertida na quadra pelos melhores praticantes da actualidade, terminando – por último, mas não menos importante – no papel que o Conselho Directivo desempenha ao proporcionar as condições para que todos os intervenientes possam chegar ao sucesso. À Glória.

A sorte dá muito trabalho e Nuno Dias que o diga. Na noite anterior à final da competição, frente ao Fundão, técnico e adjuntos estiveram até altas horas da madrugada a estudar o adversário, ao mais ínfimo pormenor. Foram as jogadas de 1x1; 5x4; estratégia ofensivas e defensivas nas suas diversas variantes; ataques pelas alas; rendimento do guarda-redes adversário; e bolas paradas, tópico que mereceu as maiores atenções. Puxando pela memória, o primeiro golo da final foi, precisamente, de bola parada, por Dieguinho a passe de Leo.

A mesma “sorte” que Nuno Cristóvão trabalha na estreante equipa de futebol feminino. Um projecto criado de raiz, sem dúvida com um lote recheado das melhores jogadoras portuguesas da actualidade, vindas de 18 clubes diferentes, a quem coube dar um rumo alinhado com as exigências do emblema que representam.

O que se viveu no passado sábado, dia 25 de Março e histórico para a modalidade, não é sorte. É trabalho. Com a equipa principal de futebol masculino a jogar no Estoril, o palco principal ficava disponível para as leoas poderem receber o adversário directo (Sp. Braga) na luta pelo título nacional. Poderia parecer loucura, mas o Clube acreditou e a equipa respondeu. Estiveram 9.263 espectadores em Alvalade, no que ficou registado como o recorde de assistências em Portugal. Mais: no momento da grande penalidade convertida por Solange Carvalhas, que decidiu o encontro e a liderança da Liga Allianz, (16h37), o share da TVI24 subiu aos 8,8, no que constituiu igualmente a maior audiência de sempre para a modalidade. Fernando Gomes, presente em Alvalade, no final do encontro congratulou-se com o espectáculo proporcionado nas bancadas e adiantou: “Desde que entrámos na presidência, definimos a aposta no desenvolvimento do futebol feminino e temos feito um investimento forte. Significa que a aposta da Federação está a ser conquistada”, incentivando outros clubes a fazer a mesma aposta. A pergunta que se impõe é simples: e se o Sporting não tivesse tomado a dianteira, em relação aos três grandes?

Sem qualquer ponta de sorte e fruto de muito trabalho, vira-se a página para as eleições. Esta é a última edição antes do acto eleitoral e, por isso, de reflexão para a família leonina. Ou de certezas, para quem já analisou o que havia a ponderar. Cada um dos Sócios em condições legais de exercer o seu direito poderá e deverá fazê-lo, independentemente da proximidade geográfica que terá de Alvalade. Podendo fazê-lo, não deixe de votar. Presencialmente ou por correspondência – carta terá de dar entrada no Clube até ao dia 3, às 20 horas. O apoio nas bancadas a todos os atletas é tão importante como ter voz nas escolhas dos órgãos sociais. Se não diz aos amigos para gritarem pelo Sporting por si, não deixe que o voto dos outros se sobreponha ao seu. Porque os votos, como as vozes, quando são muitos, “falam” mais alto. E no fim ganha o Sporting!

Boa leitura.

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Da grandeza e do amor

Por Jornal Sporting
16 Fev, 2017

Editorial do director interino para a edição nº. 3611

Numa casa como a distinta de Alvalade, com mais de meia centena de modalidades, passar um fim-de-semana com festejos de títulos tem uma probabilidade tão alta como a Glória já escrita nos 110 anos de história do Clube. Foi assim que nos foram habituando bem.

À cabeça desta edição surge a equipa leonina do Goalball, que na Suécia, por convite, venceu a Super European Goalball League Malmö 2017, com cinco vitórias em outros tantos jogos. Aliás, o domínio do Sporting foi de tal forma que antes mesmo de realizar-se o derradeiro encontro com a formação da casa do Old Power – vencedor da edição anterior da competição, em Helsínquia – já os leões festejavam a conquista do título europeu, à qual se juntou o troféu de melhor marcador do lituano Justas Pazarauskas, que à sua conta conseguiu marcar 30 golos. O feito é ainda mais relevante, se tivermos em conta que Portugal, no goalball, está inserido no Grupo C – terceira divisão.

A quase 3.000 quilómetros de distância, outra prova de grandeza foi dada. Em Pombal, nos Campeonatos de Portugal de Pista Coberta de atletismo, o Sporting arrecadou, nos dois dias de prova, 18 títulos individuais de campeão, entre os quais se destaca, naturalmente, o primeiro de Nelson Évora de leão ao peito, depois de já ter vencido o Meeting Internacional de Val de Reuil, em França. Patrícia Mamona, também no triplo salto, voltou a não ter concorrência e a saltar, mais uma vez, acima da marca dos 14 metros (14,05). Um excelente ensaio para o que poderá sair deste fim-de-semana dos Campeonatos de Portugal de Pista Coberta de Clubes, também em Pombal.

Esta é, também, a edição em que se conta o que se passou no Congresso de Núcleos, que decorreu no passado sábado, em Viseu. Foram mais de duas centenas de participantes, em representação de mais de 100 Núcleos, não apenas do país mas também do estrangeiro – Núcleo do Sporting Clube de Portugal do Luxemburgo – para discutir regulamentos e outras questões prementes da vida dos “elementos fundamentais e inalienáveis entre o nosso Clube e os Sportinguistas”, conforme declarou o Presidente Bruno de Carvalho. Foi, para além de mais uma prova da grandeza do Sporting, um sinal de enorme vitalidade. E amor, a avaliar pelas palavras de Jorge Sobral, do Núcleo do Sporting Clube de Portugal das Caldas da Rainha: “Não tenham dúvidas: os Núcleos são pequenos estádios de Alvalade em dias de jogo!”

Não foi em Alvalade que a equipa principal jogou, mas quase não se notou a diferença. O relato do encontro do Hugo Alegre assim o justifica. O 12.º Jogador, independentemente dos resultados e do que o futuro ainda pode reservar à equipa, não deixa de acompanhar o Clube. Seja onde for. E foram recompensados por isso. De novo, uma primeira parte que custou, desta vez, dois golos, o mesmo número de ocasiões que o Sporting teve de recuperar de desvantagens. Sem interferências nas avaliações de arbitragem, os leões conseguiram resolver por si os próprios erros que deram oportunidade ao adversário, actual detentor da Taça da Liga, de se colocar à frente no marcador por duas vezes. De sublinhar ainda a preponderância assumida pelo “menino” Daniel na manobra da equipa ao entrar no jogo aos 64 minutos. Mais: Podence foi a primeira substituição operada por Jorge Jesus, à qual se seguiram as entradas de Ricardo Esgaio e, por fim, João Palhinha. Isto significou que o Sporting terminou o encontro em Moreira de Cónegos com oito jogadores da formação. Oito. Em 11.

Está à porta o confronto com o Rio Ave. Em Alvalade. Muito se falou do comboio verde no Congresso de Núcleos e é mesmo disso que se espera para este sábado à noite. Em mais uma reunião de família que não deverá quebrar o entusiasmo (leia-se média) das assistências que se têm registado em casa. Não por obrigação, mas por gosto. Por amor.

Boa leitura.

BAS

Por Jornal Sporting
02 Fev, 2017

Editorial do director interino para a edição nº. 3609

Do alto dos seus 1,96 metros, Bas Dost surge na sala e convívio da ala profissional da Academia de sorriso rasgado. Contrasta com o tempo cinzento e chuvoso, provavelmente mais familiar ao holandês que trocou Wolfsburgo por Lisboa. Recebeu umas fotografias do César Santos e três primeiras páginas do Jornal Sporting consigo em manchete. Natural. Os 16 golos que já leva na Liga – na qual já bisou por cinco vezes, frente a Estoril, Arouca, Feirense, D. Chaves e P. Ferreira –, colocam-no no topo da lista de melhores marcadores da competição doméstica. Melhor ainda: está ao lado de Suárez (Barcelona) e Aubameyang (Dortmund) na lista europeia de goleadores. A última vez que isso aconteceu com um ponta-de-lança do Sporting foi com Jardel, em 2001/02, época em que o brasileiro chegou mesmo ao final como o melhor de todos, com 42 golos. A segunda bota de ouro leonina da história do Clube.

Não é certo que Bas Dost possa alcançar o feito na sua época de estreia mas, convenhamos, chegar a esta altura do campeonato nestas circunstâncias é já, como se costuma dizer, meio caminho andado.

E se de sorriso rasgado entrou, assim saiu mais de uma hora depois, entre a entrevista propriamente dita, maquilhagem, sessão fotográfica e ainda mais uns trabalhos para as redes sociais do Clube. Sorriu, soltou umas gargalhadas, mostrou-se indignado, esteve pensativo, protestou e ‘mostrou os dentes’ quando confrontado com a real possibilidade do Sporting poder ser campeão. Nunca revelou qualquer ar de cansaço, aborrecimento e muito menos de frete, quando se percebe que alguém desempenha algum dever por obrigação e não por gosto. Confessou que está a apaixonar-se pelo Clube – e explica porquê –, revelando mesmo que a vida é boa.

Cultura nórdica, poderá pensar-se. Talvez, embora este tipo de generalizações tenha uma significativa margem de erro. Bas Dost pode ter sido a contratação mais cara da história do nosso Clube, mas não creio que haja alguém na família que não dê todos os cêntimos investidos no novo n.º 28 de Alvalade como seguros e de – até agora – excelente rentabilidade.

Com Bas Dost, não é preciso ler nas entrelinhas. Diz com clareza o que pensa e sobre todos os assuntos, inclusivamente sobre arbitragem. Com elevação. Fala da sua relação com Jorge Jesus e tem a natural humildade – foi realmente genuíno – de admitir que, apesar de gostar de ouvir as bancadas de Alvalade a gritar o seu nome ao ritmo dos AC/DC, sem os companheiros de equipa os seus golos não existiam. Metade dos 18 golos que já marcou em todas as competições vieram de diferentes fornecedores. Adaptação não constituiu qualquer problema. Desfez as malas em Alvalade, aos 27 anos, com uma força interior inabalável para mostrar o real valor. Sabemos bem que quando essa vontade vem do mais fundo de nós, venha quem vier...

A mesma vontade que se quer no Dragão, este sábado, e que André Santos demonstrou ao conquistar o título mundial ISKA, em kickboxing. Vitória por knock-out logo no primeiro assalto. A mesma vontade que teve Patrícia Mamona no 1.º lugar alcançado na New Balance Indoor Grand Prix, em Boston, ultrapassando novamente a marca dos 14 metros este ano. Vontade e entusiasmo também foi a receita levada pelas leoas à Alemanha, ao  International Turbine Hallencup. O 2.º lugar na competição, no país das bicampeãs mundiais (2003 e 2007), permitiu que equipa de Nuno Cristóvão deixasse a melhor imagem das líderes do campeonato nacional. Como escreveu Alexandre Herculano: “É erro vulgar confundir o desejo com o querer. O desejo mede os obstáculos, a vontade vence-os”.

Boa leitura.

Foto DR

Quando a realidade supera a ficção

Por Jornal Sporting
19 Jan, 2017

Editorial do Director interino do Jornal Sporting da edição n.º 3607

É nestes momentos mais sensíveis que vem à memória uma célebre frase de um Sportinguista que muito prezo: o nome do nosso Clube é Sporting Clube de Portugal e não Sporting Futebol Clube. É natural que o desporto­‑rei seja a mola impulsionadora da vida em Alvalade, a menina dos nossos olhos, objecto de peregrinações e não apenas à casa do leão mas a todo o lado em que a listada verde e branca estiver em acção. Foi o que se viu em Chaves, com muitos dos adeptos a viajarem de todos os pontos do país, inclusive do Algarve. O carinho e apoio que o 12.º Jogador tem dado à equipa torna ainda mais difícil superar a realidade de uma eliminação da Taça de Portugal, três dias depois de uma oportunidade perdida de chegarmos mais perto dos rivais, quando o líder havia perdido dois pontos em casa. A exibição pode não ter sido das mais brilhantes desta época, mas recordo que o Sporting estava a ganhar em Chaves, com menos um jogador, quando Fábio Martins igualou de novo o marcador num golo bem executado, numa das raras ocasiões que os transmontanos tiveram no segundo tempo. É duro. Assim como foi difícil voltar a sofrer aos 87’ e assim perder a viagem até ao Jamor. Este é um dos casos em que quando a realidade supera a ficção, torna­‑se doloroso o impacto. Cícero deixou escrito que os obstáculos não estão no caminho e sim na forma como se vai caminhando, mas também afirmou que quanto maiores forem as dificuldades em vencer, maior será a satisfação.

Há, ainda assim, outras realidades que superam as ficções que se vão desenhando em torno da vida do nosso Clube – quando vêm de fora de portas fica fácil fazer a devida peneira mental. No final da semana passada, a UEFA divulgou a 8.ª edição do relatório anual sobre o cenário dos clubes europeus, referentes à época de 2015/16, com o Sporting referenciado em dois dos pontos do estudo e pelas melhores razões. Desde logo, pelo facto de os leões ocuparem o 9.º lugar dos emblemas que mais cresceram em termos de assistência média, com um salto de cinco mil espectadores (em média) desde os últimos resultados (2014/15). Este é um dado mais do que relevante, uma vez que representa o justificado regresso da família leonina a Alvalade, independentemente dos resultados alcançados. Números que prometem um novo salto na próxima temporada, se se mantiver a tendência registada no início desta época, que marca uma média de assistências acima dos 40 mil espectadores, pela primeira vez na história do novo José Alvalade. Sem esquecer que três dos clubes que figuram no top 10 tiveram um aumento nas assistências devido a obras realizadas nos seus estádios que fizeram aumentar a lotação.

Mais. No mesmo estudo divulgado pela UEFA, nos lucros líquidos registados pelos clubes analisados, o Sporting surge no 13.º lugar – no estudo anterior nem nos 100 primeiros figurava – com um resultado de 24 milhões de euros, tornando­‑se num dos clubes com melhor desempenho enquadrado com os apertados critérios do fair­‑play financeiro imposto pelo organismo que superintende o futebol europeu, quando há quatro anos se vivia uma situação bem conhecida por toda a família.

A vida do Sporting Clube de Portugal não se reduz ao futebol, sem com isto se querer menosprezar a importância que a modalidade – uma entre as mais de 50 que o Clube tem – assume. É preciso não esquecer que nesta edição do Jornal Sporting há o devido destaque aos novos campeões no atletismo, com Jéssica Augusto e Hélio Gomes coroados como os melhores nos Campeonatos Nacionais de Estrada, prova na qual as leoas, colectivamente, alcançaram o seu primeiro título de uma história já de si com um palmarés invejável, nacional e internacionalmente. Assim como João Vieira, novo campeão português nos 35km Marcha. E isto é o Sporting Clube de Portugal!

Boa leitura.

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