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Português, Portugal
Foto D.R.

"Causa ou Consequência?"

Por Jornal Sporting
05 Abr, 2018

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3670

Cada vez mais se torna evidente que vivemos, a nível global, numa crise de valores que implica e revela outros males maiores que afectam profundamente a nossa Sociedade. Também por isso, é com algum incómodo que assistimos a que queiram considerar o desporto, e em particular o futebol, como o mal de todos os males. 

A tendência é abordar o futebol de forma isolada, sem considerar que o futebol é, ele próprio, um reflexo da própria Sociedade. Esta abordagem é recorrente, seja por explorar o tema pela rama, por falta de conhecimento ou por simples demagogia. Mas mais grave ainda é que, por vezes, é feito intencionalmente para desviar atenções e defender interesses opacos. 

A Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto organizou, na passada terça-feira, uma Conferência Parlamentar subordinada ao tema “Violência no Desporto”. O primeiro painel – A Violência no Desporto Vista pelas Organizações do Fenómeno Desportivo – teve a participação dos presidentes da FPF, Liga, Confederação do Desporto, APAF, Sindicato dos Jogadores e dos Comités Olímpico e Paralímpico. Entre os convidados, esteve o Presidente Bruno de Carvalho, o qual teve oportunidade de relembrar que já em 2013, naquela casa, esteve reunido com todos os Grupos Parlamentares, apresentando um conjunto de propostas para a melhoria do futebol, na qual se incluía precisamente, entre as diversas temáticas, a violência no desporto.

Por esta ser uma temática com que o nosso Clube muito se tem preocupado, sobre a qual, aliás, tem produzido um válido e aprofundado trabalho, não podemos estar de acordo com uma das ideias-chave ventiladas que faz da punição a base da resolução dos problemas da violência. Dito isto, quem quiser de facto atacar a fundo os problemas do futebol, tem de, em primeiro lugar, perceber a sua origem e o que realmente os provoca. Caso contrário, não irá muito além de medidas profilácticas que apenas podem momentaneamente atenuar sintomas, mas não os solucionar e uma vez mais adiar uma necessária e premente intervenção estruturante. 

Como referiu o Presidente Bruno de Carvalho, o maior activo do fenómeno futebol são os seus adeptos. Sem tirar relevância naturalmente a jogadores e outros protagonistas, considerou que são os adeptos quem devem ser a primeira prioridade, salientando a sua preocupação pelos milhões de adeptos que por este mundo fora se têm afastado do futebol. Isto sim, é um problema que a todos nos deve preocupar, no sentido de percebermos as suas razões, para que possamos tomar medidas que possam inverter esta realidade. Acreditamos que mais transparência e mais verdade desportiva podem contribuir decisivamente.

O Director International Football Association Board (IFAB), Lukas Brud, afirmou na última edição do Congresso Internacional The Future ao Football (TFOF) relativamente à exibição de imagens do VAR, já implementada na Liga Americana de Futebol (MLS), que não há, por parte daquele organismo, quaisquer objecções para que tal aconteça em Portugal. Por seu lado, o Presidente Fernando Gomes, veio agora reafirmar na Conferência Parlamentar que os regulamentos não permitem a passagem de lances duvidosos nos écrans dos estádios, adiantando ainda que na sequência das intervenções no TFOF, está em contacto com o IFAB sobre esta temática. Percebe-se assim que não havendo impedimento do IFAB, mas apenas dos regulamentos em Portugal, então a passagem das imagens do VAR nos ecrãs dos estádios, permitindo maior transparência e escrutínio, depende tão só da vontade política da FPF para tal. Sendo assim, a simples alteração dos regulamentos, torna-o viável, permitindo aos adeptos acompanharem em tempo real as incidências do VAR, introduzindo mais transparência e valorizando o seu papel.  

Fica também claro que na organização actual do futebol, os clubes não estão a ter o reconhecimento da sua real importância e do seu contributo nas suas múltiplas dimensões. 

Quem quiser debater e resolver seriamente estas temáticas não se pode deixar levar pelo ruído, ou seja, não se pode preocupar apenas com o fumo e esquecer o fogo que lhe dá origem. Sobretudo quando as cortinas de fumo são provocadas por cartilhas estrategicamente trabalhadas, tendo por base a propaganda e o terrorismo comunicacional tentando abafar os crimes que estão a ser investigados.

Boa leitura!

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“A sorte dá muito trabalho”

Por Jornal Sporting
29 Mar, 2018

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3669

A semana terminou, e começou, em festa! Na sexta-feira passada, completaram-se cinco anos que a equipa liderada pelo Presidente Bruno de Carvalho foi eleita pela primeira vez. Neste dia, foi inaugurada a nova Loja Verde, na baixa lisboeta, junto ao elevador de Santa Justa. Os Sportinguistas inundaram a Rua Augusta, tornando-a numa correnteza verde e branca, onde a alegria, entusiasmo e orgulho foram notas dominantes. Na segunda-feira seguinte, assinalaram-se cinco anos da tomada de posse dos órgãos sociais sufragados em 2013 e fez-se a inauguração da exposição temporária no Museu Sporting sobre o saudoso Prof. Mário Moniz Pereira.

Estamos, naturalmente, satisfeitos e orgulhosos pelo trabalho efectuado, mas não deslumbrados. Sabemos bem das exigências e responsabilidades, bem como das adversidades que teremos de superar para manter o Sporting no rumo certo. 

Quando evocamos os cincos anos da primeira eleição da equipa liderada por Bruno de Carvalho, tal como na Pirâmide de Maslow em que a hierarquização das necessidades parte dos níveis mais básicos e só depois de estes estarem satisfeitos é que se passa para níveis hierárquicos superiores, a realidade hoje vivida no Clube situa-se em níveis de exigência tal que muitos ignoram ou não se lembram das necessidades básicas que se sentiam em 2013.

Porque a memória é um alicerce do futuro, nomeadamente para que não se cometam os erros do passado e destes se retirem lições aprendidas que nos tornem mais conhecedores e robustos para os desafios a enfrentar, recordamos aqui alguns episódios. Poucos se lembrarão que, contrariamente a todos os membros da sua equipa, o Presidente Bruno de Carvalho não tomou posse, no dia 27 de Março de 2013, mas sim na véspera. Esta antecipação deveu-se à gravidade extrema em que o Clube então vivia, pelo que só por aqui se percebe a mudança drástica a que assistimos…

De um Clube desrespeitado, descrente, com Sócios e adeptos afastados, com o orgulho ferido, situação desportiva e financeira calamitosa, passámos para uma recuperação extraordinária que os Sócios vieram, aliás, a reconhecer e a premiar com o seu voto nas eleições de 2017 e mais recentemente, na última AG, de 17 de Fevereiro de 2018.

Quem for honesto e queira fazer uma análise séria e objectiva, verifica que melhorámos em todas as dimensões do nosso Clube. Vivemos, actualmente, uma situação robusta no plano desportivo e financeiro; temos um Clube em expansão a nível global, marcando a agenda internacional (p.e. TPO ou VAR); reconhecemos os nossos ídolos tão injustamente esquecidos (veja-se o caso de Peyroteo e a criação dos Prémios Honoris); aumentámos o número de Sócios, quase duplicando a sua cifra, chamando simultaneamente a nós figuras galácticas, como Cristiano Ronaldo e Cantona; reforçámos este Jornal, que celebra esta semana o 96.º aniversário, e criámos a Sporting TV; aumentámos o património, concretizando o sonho de milhões, construindo o Pavilhão João Rocha; quase duplicámos o número de modalidades praticadas, não esquecendo o desporto paralímpico; ganhámos mais seis títulos europeus por equipas (em quatro modalidades distintas); aumentámos decisivamente a nossa competência e competitividade com as nossas modalidades na liderança ou na disputa das mesmas.

Tratou-se de uma recuperação extraordinária num ambiente e contexto particularmente difíceis, pelo que, parafraseando Moniz Pereira, “a sorte dá muito trabalho”. 

É verdade sim, há um titulo que todos procuramos e ainda não conseguimos, o de Campeão Nacional, em futebol sénior masculino (pois no feminino já estamos a caminho do “bi”). Partimos, em 2013, de uma situação em que ficámos na 7.ª posição e arredados da Europa. Neste período, no entanto, já estivemos muito perto (15/16) mas não chegámos lá, apesar de termos batido o recorde de pontos alcançados. Talvez a muita informação que ultimamente tem vindo a público possa ajudar a perceber a sua razão. Mesmo assim, conquistámos uma Taça de Portugal (14/15), uma Supertaça (15/16) e, já esta época, a Taça da Liga. Neste momento, estamos em três frentes, situação que há muito por esta altura não vivíamos. 

Somos muito mais que um Clube de futebol! A nossa grandeza, e aquilo que nos torna na maior potencia desportiva mundial, é prova disso mesmo. Sabemos, e não escamoteamos, que o futebol é o seu principal motor, pelo que todos, legitimamente, nos questionamos: se conseguimos ganhar em todas modalidades, por que razão não vencemos ainda no futebol? Pensamos que a resposta não se fica apenas por termos sido menos competentes…

Faça-se justiça! Sabemos que ainda não conseguimos, mas todos sentimos que estamos cada vez mais perto. 

Boa leitura!

Foto DR

Alegadamente, um gabinete de crise…

Por Jornal Sporting
15 Mar, 2018

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3667

A crise é descrita, em diferentes manuais, como uma mudança repentina que altera o estado de normalidade de uma organização, alterando as suas rotinas e equilíbrio natural. As crises podem ter inúmeras proveniências: causas naturais, tecnológicas, de mercado, má conduta, entre muitas outras. Estas, por sua vez, podem dar origem a diferentes tipos de crises, como por exemplo, de litigância, jurídico-legais ou reputacionais.

Há várias ferramentas e instrumentos de apoio à gestão de uma crise no sentido de minimizar o seu impacto negativo, possibilitando uma gestão mais eficaz ou até mesmo evitá-la. Para isso, é necessário trabalhar de forma preventiva antes mesmo das crises eclodirem. A gestão de crise está, assim, intimamente correlacionada com a gestão de risco. Quando se gerem cenários de crise, o primeiro passo é a elaboração de uma matriz de risco. Esta assenta na exposição ao risco, probabilidade de ocorrência e impacto causado, caso o risco identificado venha de facto a ocorrer.

Percebe-se assim que seja através da análise da matriz de risco que venha a ser preparada a resposta da organização, e respectivos planos de contingência, em função dos diferentes cenários que eventualmente se perspectivem. Toda esta informação, responsabilidades, procedimentos, meios e recursos para dar resposta a uma crise são sistematizados num documento que tem o nome de Manual de Gestão de Crise. O conceito de crise, tipologias, cenários, alertas e respostas estão nele tipificados, com a responsabilidade de intervenção claramente definidas para cada uma das situações. Um dos instrumentos previstos, em função da gravidade e da evolução da própria crise, é a necessidade de juntar, num mesmo local, aqueles que têm a capacidade legítima de decisão e de alocar os recursos necessários com a maior brevidade possível. Trata-se da constituição de um Gabinete de Crise a quem competirá, nos moldes definidos, a responsabilidade de gerir a crise instalada.

Dito isto, e conhecendo os nossos rivais tão bem esta realidade, foi com alguma surpresa que fomos confrontados com a declaração de Luis Filipe Vieira que iria, a partir de segunda-feira passada, contar com um gabinete de crise. Primeiro, porque a crise existe de facto e já é reconhecida para os lados da Luz há muito tempo, pelo que “das duas, três”: não souberam avaliar correctamente a situação por se considerarem impunes ou intocáveis; entraram em negação e meteram a cabeça na areia; ou então, haverá uma outra qualquer razão que a própria razão desconhece.

Curioso, ou não, é que o anúncio da criação do gabinete de crise não foi mais do que um ultimato, uma ameaça e tentativa de coacção, sobre aqueles que coloquem em causa ou questionem o que se está a passar, sejam eles quem forem. Desde adeptos, agentes desportivos, agentes da justiça e de investigação ou jornalistas... Quanto a estes últimos, clara e inequivocamente visados e intimados no seu direito à informação, à opinião e à liberdade de expressão, não escutámos, até agora, reacção alguma. Nem dos próprios, nem tão pouco das instituições que costumam ser tão diligentes no que respeita ao Sporting CP e ao seu Presidente, mesmo sem razão ou motivo para que se pronunciem, como foi o caso do Sindicato dos Jornalistas, do CNID ou da ERC, para não falar em outros.

Este gabinete de crise, como li algures, é constituído por juristas e mais juristas, reforçado com mais juristas, com a missão de atacar tudo quanto mexe numa estratégia de intimidação e eventual coacção, remetendo o caso para o que realmente é, embora queiram fazer parecer o contrário, um caso de polícia e de justiça. Este é para ser tratado pelos tribunais, não esquecendo a silenciosa justiça e disciplina desportiva. Não se trata, de facto, de uma crise comunicacional ou reputacional (esta é, quanto muito, a consequência) apesar de o lugar-tenente da propaganda de Vieira ser, aparentemente, o coordenador deste gabinete. 

As ameaças à justiça, tentando inverter papéis entre os titulares do direito e os eventuais prevaricadores, são de facto uma grande paródia. O líder da luz, nas suas persecutórias afirmações, diz que não quer acreditar na clubite da justiça. Sendo verdade as revelações feitas pelo Expresso, os responsáveis do Benfica teriam tido conhecimento prévio das buscas e outras diligências ao estádio da Luz que, entre outras coisas, revelam uma violação clara do segredo de justiça, mas não só. Aliás, ao que parece, existem mesmo alegadas toupeiras equipadas a rigor.

Pelo nosso lado, continuaremos a acreditar que a justiça, pese algumas toupeiras e outros eventuais bicharocos, continua tal como é simbolizada pelo equilíbrio de uma balança e vendada. Ou seja, cega não olhando a cores ou outras quaisquer diferenças.

Boa leitura!

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Verde no Branco

Por Jornal Sporting
01 Mar, 2018

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3665

A liberdade de expressão é um dos direitos maiores e, também por isso, deve ser merecedora de maior responsabilidade de quem dela faz uso. O jornalismo é uma arte nobre quanto aos seus princípios e utilidade, mas, outra questão, é quem, ou que uso em seu nome, dele fazem. 

Como em tudo na vida, temos bons e maus jornalistas, gente séria e honesta, mas também falsos e trapaceiros. Temos publicações e jornalistas mais credíveis, rigorosos e factuais, e outros menos credíveis, especuladores e manipuladores.

Como afirma o Professor Manuel Chaparro, no seu livro “A Linguagem dos Conflitos”, as notícias não representam o interesse público, mas sim um conjunto de interesses particulares, tantas vezes conflituantes entre si. Afirma ainda este investigador que as empresas jornalísticas são negócio e devem ser olhadas e geridas como tal, enquanto que o jornalismo está do lado dos valores. É neste último ponto que, talvez reflexo do que se passa um pouco por toda a sociedade, se vive uma crise de valores. A confusão entre empresa jornalística e jornalismo parece coexistir em muitas mentes e profissionais. 

O jornalismo em si mesmo não é negócio. As empresas jornalísticas, essas sim, e têm por base o trabalho jornalístico. E isto faz toda a diferença! O jornalista contribui para o negócio da empresa jornalística, não violando códigos de ética ou de conduta da profissão mas sim, através do seu trabalho sério e rigoroso que, pela sua credibilidade, seja gerador de relação de confiança, e com isso contribua para a preferência dos leitores pelo seu trabalho. Tudo o resto é ilegítimo e é uma subversão do trabalho jornalístico.

Os últimos dias, como fizemos também referência neste espaço na última edição, têm sido de grande alarido com manifestações de corporativismo exacerbado, sem que se preocupem em analisar com isenção e rigor as fontes primárias. Preferiram assumir uma posição extemporânea, histérica e desproporcional face a uma legítima demonstração de indignação perante uma perseguição de que se é alvo e onde nunca se impõe ou restringe a liberdade colectiva ou individual. Como é claro e evidente, a decisão continua a ser de cada um de acordo com as prerrogativas que lhe são conferidas pelo estado de direito.  Esta situação é tanto ou mais preocupante, mesmo com níveis de intervenção e conteúdos diferentes, por as mesmas envolverem entidades como o CNID e o Sindicato dos Jornalistas que acabaram mesmo por forçar a ERC a tomar também posição pública. Um regulador deve ser independente, rigoroso e equidistante, não devendo deixar-se ir por estados de alma.

Se dúvidas houvesse, a Sporting TV prestou um enorme serviço de interesse público apresentando de forma factual e na primeira pessoa, no programa “Verde no Branco”, emitido na passada quinta-feira, violações graves ao jornalismo, pressões exercidas nas redacções e sobre os seus profissionais, mecanismos de influência e de coacção inaceitáveis.  

Ficou ainda claro que tudo o que diz respeito ao Presidente Bruno de Carvalho, que seja para destratá-lo ou menorizá-lo independentemente do mérito das suas acções ou intervenções, é por defeito assumido, sem contraditório e tomado como verdade absoluta. A manipulação do trabalho jornalístico ou outras rubricas, a cedência a pressões condicionando aquele que deveria ser o livre trabalho jornalístico, seja por alteração dos factos, seja contratando a mando para funções de subserviência, ficou também por demais evidente. Os protagonistas, esses, são também os mesmos de sempre…

Esperamos agora que, pois até ao momento não tivemos conhecimento de qualquer tomada de posição, a ERC, o Sindicato dos Jornalistas e o CNID se pronunciem face a tão graves denúncias. 

Quem não viu o programa “Verde no Branco”, recomendamos que o faça (está disponível na internet), pois tem muitas revelações de que todos devemos ter consciência e que não podem cair no esquecimento. 

Boa leitura!

P.s. Aurélio Pereira, o “Senhor Formação” e obreiro dos “Aurélios” que conquistaram o Campeonato da Europa para Portugal, foi agraciado pela UEFA com a Ordem de Mérito. Uma distinção mais do que justa e merecida. Parabéns Aurélio Pereira, um orgulho para todos nós, ainda mais tratando-se de um dos nossos.

Foto DR

Ou Vai ou Racha

Por Jornal Sporting
18 Jan, 2018

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3659

Ou vai ou racha” é uma expressão usual e que nos é a todos familiar. Traduz um sentimento, uma expectativa, de que as coisas ocorram como desejamos ou, então, em caso contrário, e assumindo o respectivo risco, de que o resultado seja totalmente o oposto do desejado.

No início desta semana, no estádio António Coimbra da Mota, teve lugar o jogo que opôs o Estoril ao FC Porto. A partida foi para intervalo com a equipa da casa a vencer por 1-0, não voltando a recomeçar. Este foi interrompido por ter aparecido uma racha na bancada, o que obrigou à evacuação dos espectadores, perante o risco iminente de derrocada.

Se foram trolhas, as hortas regadas pela ribeira que passa por debaixo da bancada, ou outra situação qualquer, a verdade é que as causas deste incidente estão ainda por apurar. Independentemente destas, o que é incompreensível é que, após se ter verificado a impossibilidade de o jogo continuar, se tenha saído da Amoreira sem a data fixada para realizar os restantes 45 minutos. Dizem os regulamentos da competição que estes deverão ser jogados nos 15 dias seguintes. Esta data é definida por mútuo acordo dos clubes envolvidos. Caso não exista consenso, o jogo terá que se realizar nas 30 horas seguintes. Por que assim não foi? Consequências? Para já, temos um jogo em que o intervalo não são os normais 15 minutos, mas sim, e apenas... 37 dias!!! Esta situação vem beliscar a competição e os seus regulamentos. E, quando assim é…

Sentiu-se forte esta semana um terramoto com epicentro em Arraiolos. Mas, possivelmente, as ondas sísmicas terão tido início muito antes, e em Braga, dada a actividade aí registada. A racha sísmica afectou a cidade dos arcebispos, com consequências evidentes no rendimento da equipa local no encontro de amigos aí realizado com os nossos eternos rivais. Esta quebra foi tão ou mais evidente quanto nos é possível comparar com o rendimento apresentado face à nossa equipa. Além de dirigentes, treinador e equipa afectados, o abanão terá sido de tal forma que terá tido impacto nos neurónios criativos dos brincalhões do Tinder que não conseguiram perceber que “mais vale cair em graça do que ser engraçado”. Cederam à tentação do insulto gratuito e mataram aquilo que poderia ter sido, de facto, a concretização de uma boa ideia criativa e bem-humorada.

Mas, pensando melhor, a racha já abrira brechas há mais tempo e em outros locais. Recordamo-nos agora das vigas e estruturas abaladas no futebol português, situação agravada nos últimos dias por uma pseudo-equipa de reconstrução liderada pelo guru dos empreiteiros – auxiliado por uma equipa de três serventes –, que fora já o responsável pela construção do empreendimento que agora se está a desmoronar.

As ondas sísmicas propagam-se pelos mais inusitados meios, através de tickets refeição – vulgo vouchers –, sms’s, emails, empurrões e outros expedientes. Mas o que mais nos impressiona é que, com tanto estrago e à vista de toda a gente, haja ainda quem nos queira fazer crer que no pasa nada!

Assistimos, incrédulos, ao facto de que apesar de a devastação ser tal e tão evidente, ainda persistam janelas abertas que continuam a libertar veneno e gases tóxicos sem que, quem tem poder para tal, as decida fechar. Esta situação é tão ou mais preocupante quanto já se registam vítimas, e graves, por inalação dessas toxinas. Tratam-se de jornalistas que saíram, por este facto, do recato do seu canto para andarem nas bocas do mundo. A culpa não pode morrer solteira, pelo que estes acidentados têm que se libertar destas nefastas toxinas e exigirem justiça. Caso não o façam, levam-nos a acreditar que as toxinas se tornaram, para eles, um vício ou adição.

Verificamos ainda, com preocupação, que as ondas de choque persistem e ainda nem a meio vão. A confirmar-se a veracidade dos e-mails em que Sérgio Azevedo, deputado e vice-presidente de uma bancada parlamentar na Assembleia da República, forneceu documentos sigilosos à alta estrutura do Benfica violando o dever de sigilo e confidencialidade, estamos perante uma situação que nos deixa a todos em POLVOrosa. Se assim for, só resta um caminho: as mais diversas entidades actuarem energicamente para que a legalidade seja reposta. Isto é o que é exigido num estado de direito e a instituições de bem, porque ontem já era tarde.

Boa leitura!

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Os Deuses devem estar loucos

Por Jornal Sporting
04 Jan, 2018

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3657

Os Deuses devem estar loucos” é um filme de que muitos se recordarão, e cujo argumento se centrava no desequilíbrio social provocado por uma Coca-cola atirada pelo piloto de uma avioneta.  A garrafa, “vinda dos céus”, caiu numa tribo de Bosquímanos.

A organização social vivida pelos Bosquímanos foi afectada por aquele desconhecido e estranho objecto. Tentaram descobrir a utilidade da coisa, experimentaram utilizá-lo como instrumento de sopro, pilão para amassar,… rapidamente se tornou no objecto do desejo, criando desestabilização e quebra da harmonia até aí vivida. Todos queriam a garrafa, objecto “aspiracional”, de ostentação e de pretenso poder.  

Os últimos acontecimentos do futebol português revelam, e aproveitando a analogia, uma garrafa de Coca-cola que veio colocar em alvoroço o sossegado e conivente sistema que rege o desporto-rei. Muitos continuam, e citando o meu amigo Augusto Inácio, a dizer que o que estamos a ver é uma “Pepsi” quando se vê claramente que é “Coca-cola”.  

Tudo estava “bem” na tribo do futebol, e com as suas cooperações, até cair um “objecto” que veio abanar as suas estruturas e pôr em causa a sua transparência, seriedade e credibilidade. Um processo, tal como o famoso slogan de Fernando Pessoa, “primeiro estranha-se e depois entranha-se”, que impediu que a Coca-cola fosse comercializada em Portugal, porque se tinha coca não poderia estar à venda, e se não tinha tratava-se de publicidade enganosa. Se o slogan afirmava que primeiro se estranhava e depois se entranhava, era então o reconhecimento do processo análogo aos estupefacientes que também se estranham, depois entranham-se, viciam e provocam dependência.

A era das tecnologias da informação que vivemos, forçou os “objectos estranhos” que caem do céu (ou do inferno) a assumirem as formas mais diversas, e o caso dos emails bem o comprova. O desdém com que foi, ou ainda é, tratado por entidades com responsabilidades nesta matéria que, ou ignoram e desvalorizam ou até mesmo ridicularizam aqueles que alertam ou alertaram para a gravidade do que se estava a passar. Para que fique claro, não falamos das entidades de investigação, pois acreditamos que estejam a fazer diligentemente o trabalho que lhes compete. 

O Presidente do Sporting anda há cinco anos a denunciar um conjunto de situações graves que existem no futebol português, recebendo por parte de cartilheiros e afins o epiteto de “pirómano” ou “maluquinho”. Mas não deixa de ser curioso que, o que vem denunciando, cada vez mais se revela, infelizmente, verdade. Tanto assim é, que o próprio advogado dos nossos rivais já reconheceu que o caso dos emails pode indiciar o crime de tráfico de influências. Para o crime de corrupção a distância está cada vez mais curta…

A suspeição da viciação de resultados volta a ter os mesmos protagonistas. 2018 pode ser mesmo o ano do “penta”… se conquistarmos o campeonato esta época, e se como é da mais elementar justiça, nos atribuírem os quatro títulos do Campeonato de Portugal. Mas o “hexa" também pode ser realidade. A provarem-se as irregularidades, o título de 15/16 pode ser-nos entregue. Se assim for, passaremos apenas a ter a oportunidade de jogar com o nosso eterno rival através da Equipa B… na Ledman Liga Pro.

Regressemos ao filme. Para os Bosquímanos voltarem a viver em harmonia, o protagonista desta história partiu, com sentido de missão e para preservação da sua tribo, para a terra dos deuses para lhes devolver o “objecto”. Conhecemos bem as peripécias que o Bosquímano viveu nesta sua caminhada…

Para que a transparência, credibilidade, paz e harmonia voltem ao futebol português, é necessário que Governo, FPF e Liga deixem de assobiar para o lado e parem de ignorar vouchers, e-mails e afins, pois quanto à justiça e às entidades de investigação criminal acreditamos que façam o que todos esperamos delas: descubram a verdade e façam justiça! Uma coisa é certa, ninguém apagará da nossa memória o que já pudemos ler.

Boa leitura!

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Votos para 2018

Por Jornal Sporting
28 Dez, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3656

Ao terminar mais um ano, nesta que é a nossa última edição de 2017, recordamos alguns factos marcantes neste período e expressamos alguns votos e desejos para 2018.

Começamos pelo Jornal Sporting que em 31 de Março deste ano completou 95 anos de vida. Este foi um acontecimento celebrado com grande regozijo em pleno relvado do Estádio José Alvalade, na presença dos antigos Directores do Jornal e de mim próprio, homenageando desta forma todos aqueles que contribuíram para que a publicação desportiva mais antiga de Portugal e da Europa continue em banca. Mas nem o facto desta efeméride ter sido recente evitou a forma manhosa e trapaceira como os dirigentes do nosso eterno rival consideraram o seu periódico o mais antigo, pelo facto de concluir 75 anos! Além daquilo que, no mínimo, podemos classificar de ignorância para não entrarmos no campo da demência, fica evidente os graves problemas no ensino da matemática, pois nem conseguem perceber que 95 é mais do que 75.

Março foi ainda tempo dos Sócios do Sporting Clube de Portugal julgarem o trabalho realizado pelos Órgãos Sociais no quadriénio 2013/17 e de elegerem aqueles que queriam para dirigir os destinos do Clube para 2017/21. Os resultados não poderiam ser mais esclarecedores, naquelas que foram as eleições mais participadas de sempre, ao confiarem cerca de 90% dos votos ao actual Conselho Directivo. Tratou-se de uma demonstração clara de confiança redobrada e de reconhecimento na competência da gestão, conferindo-lhe uma legitimidade e responsabilidade redobradas. É por isso difícil de entender que a expressão massiva com que os Sócios votaram no projecto eleito não mereça o reconhecimento por parte da lista rejeitada e em particular do seu cabecilha, quando isso é o que dita as elementares regras da democracia. Com um protagonismo nos media em nada proporcional com os resultados obtidos, nem nada que se pareça, continua alinhado com aqueles que querem fazer mal ao Sporting. Tenta destabilizar a qualquer custo, não se apercebendo que está “morto” e que alguém se esqueceu de o avisar. Se Roma não paga a traidores, os Sportinguistas também não querem quem lhes faz mal e serve os rivais!

O nosso ecletismo e as nossas modalidades viram no ano agora findo ser conquistado, através do andebol, o nosso 25.º título europeu. O sonho de gerações de Sportinguistas foi concretizado com a inauguração do Pavilhão João Rocha. Foram já seis as modalidades que pisaram a “quadra” da Casa das Modalidades, cinco das quais que além das competições nacionais disputaram ou disputam provas europeias. Já se realizaram dezenas de jogos e milhares de Sportinguistas coloriram as bancadas de verde-e-branco. Os nossos votos para 2018 são para que no final da temporada possamos aí celebrar o título em todas as modalidades. Para isso, não poderá faltar o apoio incondicional do nosso “Camisola 12”, pelo que apelamos para que os Sócios e adeptos encham as bancadas do Pavilhão João Rocha em todos os jogos aí disputados.

Neste dobrar de ano, verificamos ainda que são sete as modalidades em que ocupamos o lugar cimeiro (andebol, futebol masculino e feminino, futsal, hóquei em patins, ténis de mesa e voleibol) e outra que nos poderá dar já o 26.º título Europeu, o goalball. Com as restantes a poderem de seguida alcançar a 27.º e…

Se é verdade que ainda não ganhámos nada e que é no final da temporada que em cada uma das modalidades se apura o campeão, também é, com muito realismo e sem euforias que afirmamos que este é um momento positivo que queremos que perdure toda a época até ao último desafio e nos traga as tão ambicionadas conquistas e para as quais deixamos também os nossos votos para 2018.

O novo ano inicia-se com um dérbi na luz, onde todos nós iremos numa demostração de união e coesão apoiar a nossa equipa nas bancadas. O Treino Solidário demostrou uma vez mais a nossa grandeza e responsabilidade social, uma prática evidenciada todo o ano. Agora, que o espírito de solidariedade acompanhe a nossa equipa no que respeita à entreajuda em campo e com muita determinação e compromisso, mas para com o nosso rival que seja sem contemplações, desportivamente cruéis, para conquistarmos os três pontos. Estes são também os nossos votos para 2018!

Feliz 2018 e boa leitura!

Foto DR

Tal como a Pescada

Por Jornal Sporting
21 Dez, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3655

No Jantar de Natal dos Parceiros do SCP, o Presidente Bruno de Carvalho afirmou na sua intervenção que reconhecia humildemente que o nosso rival andava à frente 10 anos, numa alusão irónica ao que fora declarado por Luís Filipe Vieira numa das suas últimas entrevistas. BdC, sobre esta “evidência”, adiantou como exemplo o facto de o Sporting quando andava ainda na “era do fax” já os nossos rivais utilizavam os “emails” ou ainda quando o nosso Clube descobria os “tickets refeições” já na Luz se utilizavam os “vouchers” com consumo ilimitado. Touché!

Na verdade, aquilo que dia-após-dia o “caso emails” nos vai revelando é um enorme manto protector mas que de sagrado nada tem. Tudo indicia para uma teia de manipulação, com práticas nada recomendáveis, um “colinho” tendo por finalidade a obtenção de benefícios e privilégios ilegítimos.

Os protagonistas deste enredo passam por altas figuras do Benfica, dirigentes, quadros… ou por elementos que lhe são afectos colocados em instituições que tutelam o futebol e cuja a sua função deveria primar pela independência e equidistância clubística em vez da promiscuidade relacional que nos é sugerida.

Primeiro conhecemos o “Ministério da Propaganda” que opera não nas “Janelas Verdes “mas ainda assim com “Janela”… por sinal bem vermelho. Agora é-nos revelado as práticas do serviço de “inteligência”, a central de informação que além do terrorismo comunicacional, a confirmar-se o que foi tornado público, recolhe e guarda dados pessoais e íntimos, sabe-se lá com que finalidade última…

O Benfica emitiu um comunicado a ameaçar “todos aqueles que continuam a difundir informação confidencial” e preocupados com as “múltiplas ofensas ao seu bom-nome e ao seu prestígio”. A nossa interpretação não passa tampouco pelo “não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti” ou a “quem semeia ventos colhe tempestade”, mas se evidenciam tais preocupações porque suportaram e suportam uma estrutura “cartilheira” de injúrias e difamação? Agora sim, parece que “quem com ferros mata, com ferros morre”!

Para que fique claro, somos contra a devassa da vida alheia e da privacidade dos cidadãos e das instituições, que se aplica também para o “caso emails”. Esta posição, no entanto, não é contraditória com situações de crime ou de interesse público em que deve primar o dever de divulgação. Paradoxalmente, a revelação de alguns dos conteúdos dos emails evidenciam precisamente a violação da privacidade, ou seja, a base de sustentação para o crime que dizem ser alvo (violação da privacidade) é aquele que supostamente praticam com a partilha de dados pessoais que os seus emails revelam.

As tentativas de circunscrever o rombo de toda esta tramoia a Pedro Guerra parece já vir tarde, pois já se percebeu que ele é apenas um instrumento de uma artilharia bem mais pesada que inclui as mais altas patentes. Tal como os ratos… alguns agora tentam afastar-se, pese terem conhecimento desta situação há muito.

Aconteça o que acontecer, desportiva e judicialmente, há uma coisa que ninguém apaga ou impede de reproduzir, este “caso emails” existe. Indicia uma ardilosa teia tendo como propósito, no mínimo, o tráfico de influências onde se atropela tudo e todos. Tal como no Apito Dourado o que ouvimos, independentemente do resultado final, existiu! Também aqui o que lemos não poderá ser apagado, ignorado ou esquecido! Investigue-se e faça-se justiça!

Se ser juiz em causa própria já é um princípio que se deve evitar de todo, o que dizer de produzir uma sentença antes do julgamento? É inaceitável num estado de direito democrático, com uma justiça independente e cega. Mas a FPF parece não pensar assim… a decisão do presidente da FPF de propor uma comissão de especialistas para emitir parecer técnico sobre a questão dos títulos nacionais – que à partida seria de saudar e de apoiar incondicionalmente – vem a revelar-se uma manobra de diversão. A comunicação desta decisão é antecedida, na mesma missiva, da posição da FPF a qual é muito clara ao afirmar a sua “firme convicção” que o Sporting não tem razão. Temos assim uma comissão para legitimar uma sentença dada antes da mesma ser criada, tal como a Pescada, antes de ser, já o era.

Feliz Natal e Boa leitura!

Foto DR

“Matemática: os alunos pioram com os anos”

Por Jornal Sporting
07 Dez, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3653

Uma notícia publicada a 5 de Outubro de 2017 no Expresso online dava conta dos “resultados muito fracos e preocupantes (...) da generalidade dos desempenhos dos alunos do 5.º e 8.º anos nas áreas testadas no último ano lectivo pelas novas provas de aferição…”. A mesma notícia acrescentava que, relativamente aos resultados de Matemática, “mais uma vez ficou evidente que pioram à medida que os alunos avançam no sistema ou que a matéria fica mais complicada”.

Estes resultados levam-nos a compreender algo que, à partida, tínhamos dificuldade em entender: a razão pela qual os nossos eternos rivais se enganam sempre nas contas. Desde logo, com a data da sua fundação e, agora, mais recentemente ao afirmarem que o seu periódico é a publicação desportiva mais antiga de Portugal, quando acaba de completar 75 anos de vida. De facto, é uma bonita idade e aqui os felicitamos, pois sabemos o quanto é difícil manter uma publicação com tão longa longevidade, atravessando diferentes períodos históricos e convulsões.

O que custa a perceber é a vontade infantil de os nossos rivais quererem ser, ou parecer, mais velhos. Tal como os miúdos que nunca dizem a idade que têm, mas sim a que vão fazer, assim se comportam as gentes da Luz. 

Com a experiência e saber aprendido ao longo de quase um século de existência, temos a obrigação de partilhar o “saber” com os mais novos e, ainda mais, quando estudos recentes revelam problemas de aprendizagem, nomeadamente a Matemática e Português.

Para que não restem dúvidas, e para que possam aprender alguns cálculos simples, (admitimos que pelos resultados do estudo apresentado, estes cálculos possam ser complicados para os nossos rivais), vamos explicar as operações passo a passo. Então comecemos pela data de fundação do Boletim Sporting a 31 de Março de 1922. O ano em que vivemos é 2017. Assim sendo, o número de anos percorridos entre 1922 e 2017, foram…? 

Primeiro passo, têm de fazer uma conta de subtração (atenção: não nos tirem 21 anos porque, assim, de facto ficam mais velhos do que nós), calculando a diferença entre 2017 e 1922, o que dá 95 anos. 

Segundo passo, tendo o periódico vermelho 75 anos, temos de perceber se este número é menor (<), se é igual (=), ou maior (>) do que 95 anos. 

De facto, podemos verificar que 75<95 ou que 95>75. Assim, não restam dúvidas de que o Jornal Sporting é a publicação de clubes mais antiga de Portugal. Mas para que se saiba, é também o mais 'velho' da Europa! No próximo ano, mantém-se a mesma lógica 96>76.

Acredito que, nos seus números habituais de ilusionismo e de manipulação, ainda vão argumentar com a alteração do nome de Boletim para Jornal. Aliás, esta é uma prática que parece estar a fazer escola… A alteração de designações parece que dá subtração automática, e terá sido isto que, provavelmente, inspirou a FPF, que suprimiu os nossos quatro primeiros títulos de Campeão de Portugal, dos 22 títulos nacionais que realmente conquistámos. Estas situações vêm, mais uma vez, evidenciar que aos problemas da Matemática se juntam também os de Português, e que ambos são gravíssimos.

Pelo nosso lado, continuaremos, ano após ano, a acrescentar apenas um, e só um, à nossa idade. Nas nossas páginas continuaremos a relatar os feitos da maior potência desportiva nacional, que é o nosso Clube. Assim o fazemos desde 31 de Março de 1922.

A todos aqueles que ao longo destes 95 anos permitiram que chegássemos até aqui, fica o nosso profundo reconhecimento e a garantia de que tudo faremos para honrar este legado único do património Leonino e da imprensa desportiva mundial.

Boa leitura!

Foto DR

Não é por morrer um piriquito que acaba a primoGuerra

Por Jornal Sporting
23 Nov, 2017

Editorial do Director do Jornal Sporting na edição n.º 3651

Parece que estou a viver um déjà-vu quando em tempos idos escutava na rádio: «pássaros, passarinhos e passarões, aves de rapina e cucos, é o 2 do Quelhas”. Isto a propósito do facto de nos últimos tempos as notícias em torno de aves estarem na ordem do dia, com especial enfoque nas de rapina por se descobrir por todo lado onde colocam os seus ovos.

Percebe-se assim que estando as aves na ordem do dia e pertencendo nós ao do Reino do Leão, em que espécies com penas não são o nosso forte, tenhamos decidido aprofundar um pouco os conhecimentos sobre este tipo de animais.

Neste estudo encontrámos uma ave, bastante comum até, que conquista geralmente a simpatia de quem a observa, falamos do piriquito. Num website dedicado a animais, são definidos como “aves muito sociáveis e também uma das mais populares do mundo, devido ao seu tamanho e facilidade para domesticar e pelo seu carácter tranquilo mas alegre. São animais inteligentes e podem aprender a falar se formos insistentes”.

Aquelas características, nomeadamente a inteligência e capacidade de aprendizagem para falar, a par de leituras aprofundadas e observação da realidade despertaram em nós a nossa essência enquanto académicos e o esboço da investigação apareceu de seguida. Construímos de imediato uma primeira hipótese relativa à evolução da espécie em estudo e que consistia em apurar se não seria o pombo-correio a espécie precursora do piriquito.

Segundo apurámos o pombo-correio é uma “variedade domesticada do pombo comum, fruto do cruzamento entre raças, (…), foram escolhidos pois este pombo retorna geralmente ao seu próprio ninho e à sua própria mãe”. É precisamente estes aspectos, o retornar ao seu próprio ninho e cruzamento de diferentes raças que sustentam a nossa hipótese. Assim se o cruzamento entre pombos deu origem a pombos, então caso tenha sido entre pombos e águias, então aí poderemos ter o piriquito.

No decorrer das leituras efectuadas ficámos a saber que “os piriquitos são animais que não requerem demasiada atenção pois estão sempre acompanhados por outros periquitos ou outras aves”. Quer isto dizer que esta característica permite entender a sua proximidade a pombos correio e águias, consolidando mais a nossa tese.

Considerando ainda que os piriquitos “são animais que gostam dos ruídos, da música em geral, pelo que a televisão e a rádio podem ser diversões para ele”, então somos projectados para o campo dos media. Nesta linha poderemos considerar então os piriquitos uma espécie de jornalistas, dado tratarem-se de “animais curiosos e divertidos que querem sempre experimentar coisas novas. Gostam dum bom alvoroço, mas não gostam de barulho em demasia”.

A primeira contrariedade aparece-nos quando nos confrontamos com os “10 conselhos para tratar de um piriquito”. Isto porque o texto afirma que “excetuando o vermelho e o preto, podemos encontrar periquitos de qualquer cor da escala cromática…”. Como assim? Se a espécie que observámos resulta do cruzamento do pombo-correio com águia e é um piriquito encarnado?

Esta situação originou uma nova hipótese, ou seja, para além de o pombo-correio ser o precursor do piriquito, existe uma evolução da espécie que poderemos denominar de piriquito 2.0. Esta verifica-se por a espécie analisada (amostra 1904): ser vermelha; terem o pombo-correio e a águia como progenitores; resultar de um processo de mutação federativo em que o tubinho das mensagens nas patas é substituído pelas tecnologias de informação e comunicação, tornando-se assim “Pro” no envio de e-mails.

Esta tese ganha tanto mais força quanto há evidências que esta espécie revela grande capacidade em manter a confidencialidade, as suas redes de influência que se podem traduzir em coisas que nunca "se podem escrever, só dizer e com pouca gente a ouvir”.

Concluindo, como lemos algures na internet: “não é por morrer um piriquito que acaba a primoGuerra”!

Boa leitura!

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