Após o apito final no encontro em casa do CD Nacional, vencido pelo Sporting CP por 1-4 graças a uma reviravolta na segunda parte, Rui Borges, treinador dos Leões, fez o rescaldo do triunfo – o terceiro em três jornadas da Liga – em conferência de imprensa, no Estádio da Madeira.
Análise ao jogo
“O que desbloqueou [o jogo] foi a seriedade da equipa por se manter rigorosa e perceber que ia ser capaz de dar a volta ao resultado. Foi um jogo sempre difícil, mesmo contra dez. Na semana passada, o CD Nacional, mesmo com dez jogadores, empatou [1-1 Rio Ave FC]. Às vezes não torna o jogo mais fácil, mas mais difícil, e neste caso, ainda por cima, encontrava-se a ganhar por 1-0. O CD Nacional criou-nos perigo em três lances: dois cantos e um livre. De resto, o jogo foi nosso e com várias situações de finalização. Na primeira parte faltou-nos alguma proatividade, estávamos muito reactivos. Acho que alguns jogadores sentiram o facto de jogar na Choupana e quando tinham uma acção ou duas de alta intensidade demoravam mais para recuperar. Na segunda parte melhoramos, senti a equipa mais solta e ligada. Foi um jogo em que mandámos do início ao fim. O CD Nacional foi feliz na bola parada, com mérito, porque já o era e continua a ser uma equipa forte nesse aspecto. Nós estivemos focados e tornámos a fazer um grande jogo.”
Regresso da “melhor versão” de Pedro Gonçalves?
“A melhor versão do Sporting CP: ‘Pote’, Trincão, Luís [Suárez], Geny, Quenda… A malta que entrou, entrou muito bem, como o Harder, o Quenda, e o Vagiannidis manteve a dinâmica que estávamos a conseguir ter na segunda parte pela direita. Conseguimos criar perigo e desequilíbrios. O Giorgi [Kochorashvili] também entrou muito bem por infelicidade do Morita. É a melhor versão do Sporting CP. Vejo-os focados, ambiciosos e somos uma equipa, acima de tudo, feliz a jogar. Cada um quer fazer o que de melhor faz dentro do colectivo.”
A saída forçada de Hidemasa Morita aos 32 minutos
“Sentiu um pequeno desconforto e não quisemos arriscar mais, e ele também fez-nos logo sinal. Vamos perceber qual a gravidade da lesão e perceber se é possível recuperá-lo.”
No final do encontro no reduto do Casa Pia AC, vencido pelo Sporting CP (0-2), Rui Borges, treinador dos Leões, fez o rescaldo do triunfo na jornada inaugural da Liga em conferência de imprensa, deixando rasgados elogios à exibição rubricada.
O domínio conseguido
“Já tinha sentido isso na Supertaça, independentemente do resultado. A equipa deu uma boa resposta. Fomos ainda mais fortes e consistentes, acima de tudo. Acho que foi das melhores primeiras partes e dos melhores jogos que fizemos desde que cheguei ao Sporting CP. Faltou-nos finalizar da melhor forma, porque foi uma primeira parte em que merecíamos sair com outro resultado ao intervalo, pelo que fomos capazes de fazer e pelo que nem deixámos o adversário fazer, porque nem chegou à nossa baliza. Fomos muito fortes nas transições defensivas. Não podia estar mais feliz. As lesões na segunda parte quebraram um pouco o jogo. Era natural que caíssemos um bocadinho, mas o adversário não nos criou grande perigo. Era importante manter o rigor, a equipa conseguiu-o e com o passar do tempo ainda criamos mais e várias oportunidades, mesmo depois do 0-2. A vitória peca por escassa, mas é incontestável.”
Só faltou o golo à estreia a titular de Luís Suárez?
“Por tudo o que foi capaz de dar à equipa nos 90 minutos. Fez uma grande exibição, ao nível do Trincão, e o ‘Pote’ também merecia sair com um golo por tudo o que criou e jogou. Tivemos muita dinâmica e, se for ao individual, todos fizeram grandes exibição. O Suárez procurou o golo, criou, assistiu, fez um belíssimo jogo. Em tão pouco tempo, acompanhou a dinâmica dos colegas e acrescentou muito à equipa. Muito feliz por tudo o que todos foram capazes de demonstrar.”
Adeptos podem estar descansados em relação à continuidade de Hjulmand?
“Vou falar sobre o que foi capaz de demonstrar no jogo. Deu mais uma resposta com um belíssimo jogo, à imagem do que faz sempre. Segurou e orientou a equipa. O capitão é isso, ajuda muito. Aos adeptos um muito obrigado pelo que fizeram hoje ao longo do jogo, que foi o que fizeram na última época. Acreditaram, apoiaram e isso é que importa: sentir os adeptos com a equipa.”
Sporting CP quer provar que também consegue ser campeão sem Gyökeres?
“É o Sporting CP que é campeão. Já passaram por aqui muitas pessoas e muitos não ganharam. O importante é o Sporting CP continuar a ganhar. O grupo demonstrou hoje a ambição e a ‘fome’ de continuar a ganhar.”
A importância de vencer depois do desaire na Supertaça
“Era importante sermos capazes de demonstrar a consistência do nosso jogo. Na Supertaça, os jogadores deram uma demonstração do que queriam. Acreditaram e hoje demos consistência ao que já tínhamos demonstrado. Deixa-me satisfeito que a equipa não perdeu a confiança apesar de perder um troféu. Acima de tudo, feliz pela consistência e por sentir que acreditam que as coisas estão a ser bem feitas.”
As saídas forçadas de Maxi Araújo e Ousmane Diomande
“Não perguntei ainda ao doutor. Ainda requer alguma análise, mas espero que não seja nada de grave. Não sei responder sobre a gravidade das lesões”
Ainda à procura de mais
“Lutámos sempre para ser melhores. Na primeira parte fomos fortíssimo em todos os momentos: pressionantes, competitivos, com qualidade de jogo… Só podíamos ter melhorado na finalização. Na primeira parte, no seu todo, fomos muito bons e na segunda baixámos um pouco, mas fomos bons na mesma. Sabemos que temos de ser melhores e queremos ser sempre melhores.”
Aposta maior em jogo interior com Suárez na frente de ataque?
“Isso são leituras vossas. Eu sei bem o que quero para tornar o colectivo mais forte. O Suárez dá-nos profundidade, jogo associativo, transição defensiva… Acrescenta muito ao colectivo. Na percepção do jogo é mais maduro do que o Harder, que está no seu crescimento também, mas com o tempo vai melhorar nisso. Um tem 19 anos e outro 27. O que me importa é que as dinâmicas que quero estão lá. Eu, como treinador, dou 15 ou 20 por cento, os outros 80 são eles e as suas tomadas de decisão. A mim compete-me fazê-los acreditar na minha parte.”
Sobre a solução conjunta de Suárez e Harder e a opção de Geny sobre Quenda
“[Geny e Quenda] São dois jogadores que têm trabalhado muito bem. Tem sido só opção, tem mais que ver com o estratégico e o sentimento do jogo. Feliz por ter os dois no Sporting CP e como solução. Os dois avançados podem ser uma solução ao longo da época. Há muitos jogos, por isso é que queremos ter um plantel mais equilibrado em termos de opções.”
Sporting CP arranca Liga com visita ao Casa Pia AC na sexta-feira (20h15)
Já está ao virar da esquina o início da Liga 2025/2026, cujo pontapé de saída será dado no jogo entre a equipa principal de futebol do Sporting CP e o Casa Pia AC, no Estádio Municipal de Rio Maior. Na véspera desse encontro da jornada inaugural, Rui Borges, treinador dos Leões, esteve em conferência de imprensa, esta quinta-feira, para fazer a antevisão, embora tenha começado por enviar “um abraço de conforto e as condolências a toda a família de Jorge Costa e à família portista”.
Depois, em respostas aos jornalistas, o treinador dos Bicampeões Nacionais começou por destacar a boa resposta do grupo durante a semana após o desaire na Supertaça, alertou para a motivação e valia de um Casa Pia AC “equilibrado”, falou sobre os mais recentes reforços – Ricardo Mangas e Georgios Vagiannidis - e o aumento do seu leque de soluções e apontou, desde logo, à importância de entrar com uma vitória na Liga.
“Boa energia” para dar o primeiro passo na Liga
“A equipa está bem, esta foi uma semana de trabalho e de treinos boas. Houve uma entrega e uma resposta muito boas depois de não termos conseguido ganhar um troféu que queríamos [a Supertaça] e que fizemos por merecer. Estamos com boa energia e um bom sentimento para o jogo.”
As recentes contratações de Georgios Vagiannidis e Ricardo Mangas
“São duas soluções para as laterais, ambos jogadores que já tínhamos identificado, tanto a equipa técnica como a estrutura em si. Acrescentam valor ao plantel para conseguir dar resposta às competições em que estamos inseridos. Queremos ter cada vez mais soluções.”
Análise ao Casa Pia AC
“É um Casa Pia AC que manteve uma base muito grande da equipa e tem princípios bem definidos. Só perdeu cinco jogos em casa na época passada e tirou pontos a SL Benfica e SC Braga, por exemplo. Vem da sua melhor época de sempre, por isso é uma equipa muito motivada. É uma equipa bastante equilibrada também, porque não marca muitos golos, mas também não sofre muitos. É competitiva, bem organizada, à imagem do seu treinador. Jogam em casa contra os Campeões Nacionais no início do campeonato, estão motivados, por isso temos de ter a noção de que vai ser um jogo complicado. Não podemos entrar a pensar que, por sermos Campeões, vai ser um jogo em que mais cedo ou mais tarde vamos marcar e sair com os três pontos.”
Oportunidade no ‘onze’ a reforços?
“Luís Suárez trabalhou para jogar, tal como o Harder. Entregaram-se muito ao treino e ao que foi pedido em termos estratégicos. São duas boas soluções, com características diferentes e consoante o que acharmos que for melhor logo se verá quem jogará. O Suárez chegou ao jogo do SL Benfica sem jogos, porque, contrariamente aos colegas, ele não jogou nenhum jogo de preparação. Entrou muito bem e tem dado uma resposta muito boa, e o Giorgi [Kochorashvili] também. Veio de uma época muito desgastante e nível físico, tivemos de ter algum cuidado com ele pela época longa e difícil que teve [no UD Levante]. Ambos têm dado uma resposta diária muito boa e agora resta esperar pelas oportunidades do míster. O Mangas já vem com jogos oficiais na Rússia e o Vagiannidis também pelas competições europeias. Por isso, são jogadores preparados na parte física, claro que ainda têm de entrar no conhecimento do colectivo, mas estão disponíveis para jogo, fisicamente e mentalmente capazes.”
Ambição renovada para 2025/2026
“Penso que não [há risco de relaxamento]. Todos os treinadores do campeonato querem jogadores com essa ‘fome’. Em relação ao Bicampeonato e à ‘dobradinha’, houve esse mérito, mas os jogadores têm de ter noção de que já passou. Apesar de não termos saído vitoriosos da Supertaça, acho que demos uma demonstração do que queremos para esta época. Demonstraram que estão com vontade de vencer, com uma ambição enorme, por isso estou tranquilo. Acredito na capacidade do grupo e na resposta, acima de tudo, que têm dado.”
A importância de entrar a ganhar na Liga
“É importantíssimo, até para passar essa confiança ao grupo e iniciar uma fase positiva. Todos temos noção disso, mas também de que vamos defrontar uma equipa motivada por jogar contra o Sporting CP, em casa e pelo que foi capaz de fazer na época passada. Estamos bem cientes de que vai ser cada vez mais difícil ganhar, por tudo o que este grupo foi capaz de vencer, mas nós temos de arranjar formas para que essa ‘fome’ que falámos tenha de existir a toda a hora. O que importa agora é o presente e agora estamos em igualdade com todos os outros. Temos de fazer muito para ganhar, se calhar o dobro do que fizemos na época passada.”
As (várias) opções no centro da defesa
“As soluções existem e nós temos de dar resposta. Vai ser uma época longa, com muitos jogos e diferentes competições, felizmente, e temos de estar preparados e com cada vez mais e melhores soluções. É nessa perspectiva que temos acrescentado [jogadores] e temos um plantel, como referiu, com cinco centrais e o Matheus Reis, que tem jogado a lateral também. Há jogadores que dão várias soluções e o Edu [Quaresma] é um deles. No ano passado, em alguns momentos, era central com bola e lateral sem ela. É um miúdo com muitas condições e dá-nos soluções diferentes daquilo que temos nos laterais e também dos centrais. Acima de tudo, feliz com o plantel e as soluções que temos.”
Confiança em Geovany Quenda
“Tem dado uma resposta fantástica e nesta fase inicial da época está muito bem, ao contrário do final da época passada, em que caiu um bocado. Agora está muito bem e está também à espera de uma oportunidade. No último jogo entrou para a lateral esquerda porque o Maxi [Araújo] teve de sair. Não tínhamos opções claras para ali, estávamos a perder e tentamos arriscar com o Quenda. Acredito que fará uma grande época no Sporting CP.”
Novas ideias e busca pela reinvenção para lá do sistema táctico
“A crítica faz parte. É muito subjectivo falar do sistema, porque se olharem para o jogo, há coisas que mudam e outras não. O sistema é só um início, depois é uma questão de dar mobilidade à equipa. Aqui a intenção é conseguir ser melhores. Perdemos uma referência destes dois últimos anos [Viktor Gyökeres] e nós temos de nos reinventar a cada ano que passa. Queremos acrescentar algo diferente, ser melhores, mas sem abdicar do que éramos.”
Ponto de situação da recuperação de Nuno Santos e Daniel Bragança
“Estão a evoluir dentro dos seus prazos e da gravidade da lesão de cada um. É uma luta difícil, mas são lutadores natos e diariamente mostram uma alegria enorme. Deixa-me muito feliz ver a sua ambição e vontade de voltar o mais rapidamente possível.”
Técnico fez a leitura do encontro em conferência de imprensa
Após uma vitória muito importante e conseguida à ‘última hora’ sobre o Gil Vicente FC (2-1), Rui Borges, treinador da equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal, analisou o jogo em conferência de imprensa, no Auditório Artur Agostinho, no Estádio José Alvalade.
Análise ao jogo
“Um jogo onde nos faltou alguma inspiração, de forma geral. Sofremos o golo no único lance de aproximação do Gil Vicente FC e deixou-nos algo intranquilos. Ao longo da primeira parte, tivemos tomadas de decisão erradas, a bola muito lenta… Estávamos tensos e ao intervalo tentámos ajustar um ou outro comportamento. Na segunda parte conseguimos que o Gil jogasse no último terço quase sempre. Foi um jogo difícil contra uma equipa a defender com 11 jogadores atrás da linha da bola. As substituições ajudaram a tranquilizar o jogo, com o Morten [Hjulmand] e o Zeno [Debast]. Fomos tentando, era um jogo para insistir. Melhoramos na reacção à perda, tivemos imensas recuperações e acabámos por ser felizes com todo o mérito e com toda a crença deste grupo que tem sido incrível”.
Dificuldades para rematar à baliza e mexidas tardias na equipa
“Houve uma equipa do outro lado a defender em cima da área com 11 jogadores, essa é a justificação. Não vamos fazer sempre cinco golos e rematar muitas vezes. A equipa adversária, se fosse tão competitiva como foi hoje, certamente teria mais pontos no campeonato. Vencemos, era o objectivo. Acho que as substituições deram alguma energia. Mexer tarde ou cedo é a sua opinião. Acho que mexi na hora certa porque ganhei o jogo. O acreditar de toda a família Sportinguista tem sido incrível. Em termos emocionais, a equipa está muito forte”.
Ilações para o dérbi
“Temos de trabalhar e focar-nos no jogo e naquilo que controlamos. É um jogo como outros, decisivo como era o de hoje, como será o último, talvez, consoante o resultado na Luz. Todos nós sentimos que estivemos desinspirados, mas é natual, a equipa nem sempre vai estar a ‘mil à hora’. Importa-me frisar a alma e a atitude competitiva que a equipa teve até ao fim do jogo, e só por isso é que ganhámos”.
A ‘estrelinha’ no jogo e a pressão do dérbi
“A minha ‘estrelinha’ é o meu avô, que está no céu. É uma ‘estrelinha’ grande e que está do meu lado. De resto, dá trabalho ganhar. A pressão existe desde que vim para aqui. Cheguei dias antes de um dérbi. Por isso, estou super tranquilo nesse sentido. Pode estar o título em causa, mas desde que sou treinador, os jogos grandes são aqueles em que sinto menos pressão, porque os jogadores estão motivados por eles próprios.”
O momento de emoção no 2-1
“Acabei por ir festejar com o grupo, porque acho que o merecia. Foi um extravasar de emoções. Às vezes tentamos manter-nos serenos, mas nem sempre estamos. A forma como os adeptos têm estado do nosso lado são emoções, também, que mexem connosco e o 2-1 foi a explosão de tudo isso, com o Edu e o estádio. A energia que se sente na família Sporting CP é indescritível. Feliz pelo Edu, que é um menino especial nesta casa, mas ficaria feliz se fosse outro a marcar também”.
Sobre a hipótese de ser Campeão Nacional
“Não tenho peso nenhum. A felicidade é treinar o Sporting CP. Dou muito valor a de onde eu vim, porque trabalhei imenso para estar aqui. Não é peso, é felicidade estar no Sporting CP. Estou a lutar por títulos, essa felicidade é muito maior que a pressão”.
Dificuldades para jogar por dentro e para ‘activar’ Gyökeres no jogo
“Defenderam à frente da área, o que é difícil para o Viktor e para qualquer avançado. Teve sempre dois centrais competitivos e rápidos, com coberturas de 2x1 e que lhe criaram essa dificuldade. Foram competentes, criaram-nos essas dificuldades. Tivemos demasiado interior e de ‘tabelas’, só que o espaço era tão curto que errámos mais. A inspiração nem sempre está no máximo”.
Sporting CP recebe o Gil Vicente FC no domingo (20h30)
É o momento da recta final de todas as decisões. De volta ao Estádio José Alvalade, a equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal vai enfrentar, este domingo (20h30), o Gil Vicente FC na 32.ª e antepenúltima jornada da Liga.
Na véspera do encontro, o treinador Rui Borges fez a habitual antevisão em conferência de imprensa e, no auditório da Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, apontou o foco de forma exclusiva a esta partida, elogiou o actual momento de forma da equipa de Barcelos e abordou – sem ‘abrir o jogo’ – a aposta ou não em Morten Hjulmand, que está a um cartão amarelo de falhar o dérbi da próxima jornada, mas acima de tudo destacou a confiança no seu grupo e lembrou que o Sporting CP só depende de si para chegar ao título.
Foco exclusivo no Gil Vicente FC
“Olhamos sempre para o próximo [jogo]. Não vale a pena olhar para o futuro ou para o passado. Focamo-nos no Gil Vicente FC, uma equipa que vem de duas vitórias sem sofrer golos, está motivada e quase garantiu a presença na Liga da próxima época. Vem tranquila, faz mais golos fora e como visitante não perdeu nos últimos três jogos. Temos de estar em alerta, ser sérios e focados, tudo o que temos sido nos últimos jogos. Temos crescido a todos os níveis e agora queremos manter isso e exigir sempre um pouco mais”.
Aposta ou não em Morten Hjulmand, a um amarelo de cumprir suspensão
“O Morten e o Matheus [Reis], que foram muito falados durante a semana por estarem ‘à bica’ [para o dérbi], estão convocados para o jogo, é o que posso dizer. Estão na convocatória e disponíveis. Não vou dizer a equipa que joga, porque nunca o disse. É uma decisão que fica para nós, enquanto equipa técnica. Vamos procurar disputar e vencer o jogo, independentemente de quem jogue. Estamos a falar de jogadores do Sporting CP, que estão conscientes daquilo que podem ou não fazer e do que são”.
O facto de um empate garantir a manutenção ao Gil Vicente FC pode ter efeitos na abordagem ao jogo dos visitantes?
“Acima de tudo, acredito que virá um Gil Vicente FC tranquilo para disputar o jogo. O seu treinador [César Peixoto] diz várias vezes que gosta de valorizar o jogo, por isso é uma equipa que gosta de jogar e ter a bola. Certamente ficará na Liga. Precisa de um ponto para o conseguir matematicamente, mas está praticamente conseguido. Acho que é uma equipa que vem sem essa pressão e nós temos de ver aquilo que o Gil Vicente FC tem sido ao longo do tempo. Defensivamente tem estado mais coesa e nós temos de encontrar maneira de ultrapassar essa barreira, independentemente de ser bloco médio, baixo ou alto. Temos de estar preparados para todos os momentos do jogo”.
Dérbi na Luz ainda não está em mente
“Na cabeça do treinador só está o Gil Vicente FC, e na cabeça dos jogadores também acredito que sim. É essa a resposta que têm dado. Dependemos apenas e só de nós, e o jogo mais importante é com o Gil Vicente FC. Se estivermos com a cabeça no futuro vai sair-nos caro. Agora, todos os jogos são decisivos”.
Possíveis opções para o jogo e a confiança no grupo
“Vou pensar no jogo de amanhã e, acima de tudo, pela confiança que tenho no grupo. Há jogadores que estão a voltar, como o Morita e o ‘Pote’, que são importantes e só estamos a conseguir tê-los melhor neste momento. São jogadores em quem confio e que precisamos também. É lógico que olhamos para tudo e é importante olhar para todos os factores que existem num jogo. Há uma comunicação interna e vamos tomar a melhor decisão para o jogo de amanhã. Estou completamente tranquilo, porque vamos jogar com 11 jogadores. Lá atrás [no tempo], jogámos em Barcelos com o Zeno [Debast] e [Alexandre] Brito no meio-campo e ganhámos. Vou-me queixar por não ter o Morten nesta fase? Faz parte, é o que é o futebol.”
Importância da diferença de golos num eventual desempate
“Pode ser decisivo, mas na minha cabeça está ganhar, porque assim não precisamos dos golos. Só dependemos de nós.”
A “energia boa” no Clube
“A equipa está focada, a pensar no Gil Vicente FC, motivada e com uma energia muito boa. Isso sente-se em jogo, juntamente com a energia que os nossos adeptos nos têm passado. Não me canso de dizer que têm sido fantásticos. Para amanhã, Alvalade está esgotado e espero que [o apoio] seja igual ao que tem sido.”
Técnico "feliz pelo que a equipa produziu" em Paços de Ferreira
Garantida a passagem à final da Taça de Portugal, com uma nova vitória sobre o Rio Ave FC (1-2) – após o 2-0 em Alvalade -, Rui Borges, treinador da equipa do Sporting CP, fez o rescaldo em conferência de imprensa.
Análise ao jogo
“Acima de tudo, feliz pelo grupo e pela capacidade que tivemos em ser sérios logo na parte inicial do jogo. Pretendíamos fazer um golo na fase inicial para não deixar que o adversário ganhasse confiança. Chegamos ao golo e até aos 25/30 minutos fomos muito fortes a pressionar. Depois, o jogo equilibrou um bocado, mas sem nos criar grande perigo. Na segunda parte pedimos para entrar fortes novamente, conseguimos, chegamos ao 0-2 e, depois, tentamos gerir alguns jogadores. O grupo entrou, mentalmente, em modo de gestão e deixamos o Rio Ave FC acreditar um bocadinho durante uns minutos. O jogo foi equilibrado até final, ainda podíamos ter finalizado uma ou outra situação, mas feliz pelo que a equipa produziu hoje”.
Sentimento por chegar à final da Taça de Portugal
“É um sonho poder chegar a uma final no Jamor. Feliz por consegui-la e agora queremos muito ganhar e acrescentar esse troféu ao Clube. Este grupo merece muito”.
O regresso à titularidade de Pedro Gonçalves e os minutos para Biel
“Era importante dar tempo de jogo ao Pote, porque está a precisar de minutos e de confiança. Por tudo aquilo que é, nós acreditamos muito no que pode dar nesta recta final. Notou-se, também, que lhe falta alguma confiança, mas percebe-se a sua inteligência e aquilo que pode dar à equipa. O Biel tem treinado muito bem, tem crescido muito, embora não tenha tido muitas oportunidades. Hoje entrou e entrou muito bem. É um jogador que tem uma tomada de decisão refinada, mas joga numa posição onde temos vários jogadores importantes: Geny, Quenda, Trincão, Pote... É uma questão de opção, mas tem dado uma resposta muito boa”.
Aposta em Ricardo Esgaio como médio
“Fiz porque merece e trabalha imenso. Por tudo o que é capaz de dar em treino, pela resposta que dá, pelo que significa para o grupo, porque é um dos jogadores mais competitivos que temos, por isso merece o tempo”.
Primeiro jogo em que Quenda não jogou esta época
“É importante descansar toda a gente, quando é possível. Foi apenas e só opção”.
Vitória moralizadora para a recta final?
“O grupo queria ganhar. É um grupo incrível e se não fosse assim não estávamos nas decisões. Fomos à final da Taça da Liga, estamos na final da Taça de Portugal, que pode dar-nos também a [presença] na Supertaça e estamos em primeiro lugar na recta final do campeonato. Por tudo o que o grupo passou, têm sido incríveis. Só um grande grupo conseguiria estar em todas as decisões”.
Após a vitória caseira por 2-0 diante do Rio Ave FC, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, Rui Borges analisou a partida em conferência de imprensa, no Auditório Artur Agostinho.
Análise ao jogo e ao resultado conseguido
“Deixa-me satisfeito a demonstração de confiança e de compromisso da equipa do início ao fim do jogo. Era um jogo perigoso contra uma equipa que vinha para os momentos de transição. Não podíamos desconcentrar-nos nem um minuto e a equipa manteve-se ligada até ao final. Deixou-me satisfeito a segunda parte, onde demonstramos uma ambição enorme na segunda parte, por não estarmos satisfeitos com o 2-0. Queríamos mais. Claramente podíamos ter saído daqui com outro resultado e podíamos ter levado a eliminatória mais resolvida, mas é o que é. Feliz pela qualidade que a equipa teve ao longo de todo o jogo”.
Conversa no final com Trincão
“Está cansado (risos). É um jogador com muitos minutos, aqui e ali vai-se notando esse desgaste, mas é um jogador que a qualquer momento pode decidir o jogo. Teve algumas chances para finalizar da melhor forma, mas não tem conseguido fazê-lo como merece, até pelo que dá à equipa. Disse-me que se sente bem e está ligado para este final de época”.
Aposta inicial em St. Juste
“Foi titular quase sempre desde que cheguei, até se lesionar. Hoje fez uns bons 60 minutos e é este St. Juste que queremos sempre. Saiu porque veio de uma paragem, mas deu uma resposta enorme e é mais um jogador que tem toda a nossa confiança”.
O facto de o Sporting CP ser a equipa com mais penáltis em Portugal
“É sinal de que temos mais acções na área adversária e os adversários estão mais expostos a fazer faltas. Temos jogadores com muita qualidade técnica e força”.
Opção pelo sistema de três centrais
“O sistema inicial vale o que vale, porque dentro da estratégia vamos adaptando um ou outro movimento para dar mais conforto à equipa. A equipa está em crescendo, em termos de confiança e nalguns comportamentos, e isso vê-se no jogo. A ambição tem sido enorme desde que chegámos e se calhar por isso é que estamos na frente do campeonato”.
A eficácia total de Gyökeres nos penáltis
“Treina como tudo o resto. É um jogador que, acima de tudo, é focado e olha para todos os pormenores. Quer melhorar em tudo, é competitivo e nunca descansa. Faltam-me os objectivos para o Viktor. É diferenciado, é o melhor jogador do campeonato”.
Evolução de Debast no meio-campo
“Foi uma mudança ganha. Tem dado uma resposta fenomenal e tem crescido de jogo para jogo a todos os níveis: nas tomadas de decisão, em termos defensivos, nos posicionamentos. Com a sua qualidade técnica, adaptando alguns comportamentos… Tem-se tornado mais intenso e agressivo. Pode ser um belíssimo médio-centro”.
Era possível o Sporting CP ter resolvido a eliminatória neste primeiro jogo?
“Se calhar por eu ter falado é que falhámos tantos golos (risos). Mas não estou surpreendido [pela capacidade da equipa]. A energia que nos têm passado tem sido esta e sinto-os cada vez mais focados neste mês e meio que falta para ganhar as competições possíveis. O jogo foi dentro do que esperava, mas claro que ficava mais feliz se tivéssemos feito mais golos, porque tivemos situações para os fazer. Criámos esse objectivo ao intervalo e a ambição foi bem demonstrativa. Mereciam-no por terem querido fazer mais”.
Como se explica a importância da Taça de Portugal a um jogador estrangeiro?
“Talvez com vídeos e a História do que é a Taça de Portugal, mas os colegas e nós, treinadores, também. Eu posso falar por mim e vim de baixo, por isso sei bem a importância da Taça de Portugal. Para nós, enquanto equipa técnica, é um sonho. É especial”.
A hipótese de fazer História com o Bicampeonato e a ‘dobradinha’ em mente
“Não é fácil, mas acima de tudo vejo os jogadores focados. Têm dado uma demonstração enorme de foco, ambição e desejo. Estamos na frente do campeonato e a um pequeno passo de estar na final da Taça. Mas mais do que pensar em daqui a um mês e meio temos de pensar no jogo de segunda-feira, que é o próximo. É assim que temos feito este caminho longo e acredito, desde o dia em que cheguei, que pode ser feliz e bonito no final”.
Aposta de Geny Catamo sobre a esquerda no ataque
“Um jogador nunca pode estar preso a uma posição. Ele joga bem ali e um jogador não pode estar preso só a uma coisa, senão não vai crescer e só vai dar aquilo. Se calhar por isso é que se valorizam os jogadores. Esta posição é a dele, como extremo, e joga dentro e fora. Vai falhar? Vai, mas só assim é que cresce. Tenho é de ter a capacidade de o ajudar a ser melhor. Serve não só para o Geny como para o Quenda, que também sabe jogar à esquerda, onde fez grandes jogos quando chegámos. Já está vendido ao Chelsea FC e não tenho dúvidas nenhumas que foi contratado como extremo”.
Foi a exibição mais consistente do ponto de vista físico?
“Foi um bom jogo. Já fizemos um bom também em Vila do Conde, que foi dos melhores, mas se calhar em termos de consistência nos 90 minutos talvez este tenha sido o mais consistente. Acredito que sim”.
Sporting CP visita o Casa Pia AC para a Liga (domingo, 18h00)
A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal desloca-se, este domingo (18h00), ao Estádio Municipal de Rio Maior para defrontar o Casa Pia AC na 25.ª jornada da Liga. Na véspera do encontro, no auditório da Academia Cristiano Ronaldo, o treinador Rui Borges fez a antevisão em conferência de imprensa, onde analisou o adversário, abordou o momento da equipa, os possíveis regressos de Morten Hjulmand e Hidemasa Morita, entre outros temas.
Momento da equipa
“A equipa está bem e tem vindo a demonstrar que está a crescer em termos físicos e de confiança. Estamos melhores, a equipa sente-se melhor individual e colectivamente e acredito que vamos ser cada vez melhores”.
Análise ao Casa Pia AC
“Tem feito um grande campeonato. É uma equipa muito comprometida, coesa e defensivamente compacta. Apesar de ter perdido alguns jogadores no Mercado de Janeiro, mantém-se como uma equipa muito veloz e forte nos ataques rápidos. Joga com um bloco-médio baixo e em Alvalade veio com uma linha de seis, mas acredito que amanhã não se apresente dessa forma, porque está numa fase de confiança e, por isso, deve manter as suas dinâmicas habituais. É uma equipa confiante, que nos vai causar problemas e que não perde em casa desde Agosto. Isso demonstra bem as dificuldades, além das condições do tempo. Veremos como estará o relvado. Independentemente dessas dificuldades, temos de ser melhores e vencer”.
Histórico Leonino cem por cento vitorioso frente aos gansos
“Não olho muito para isso, nem pela negativa, nem pela positiva. Olho para o momento em si. Conseguimos duas vitórias, dá-nos mais confiança e até para a malta que está de fora é diferente. O ambiente é fantástico, mas acima de tudo temos de manter a intensidade, competitividade, entrega e rigor que tivemos no jogo com o GD Estoril Praia para, depois, ir aliando a qualidade colectiva e individual”.
Possíveis regressos de Hjulmand e Morita
“São dois jogadores que poderão estar disponíveis para o jogo. Tal como disse anteriormente, estão dependentes do dia-a-dia. Estão a melhorar, mas acredito que possam ser solução por algum tempo no jogo de amanhã”.
A adaptação do reforço Biel Teixeira
“Falta-lhe ter oportunidades para jogar e no momento certo vai tê-las. No dia-a-dia vamos percebendo no que podemos trabalhar melhor em relação à sua adaptação ao colectivo e ao nosso campeonato. Vejo-o muito motivado por estar a representar um grande clube e na aprendizagem também. Deixa-me satisfeito vê-lo a querer melhorar”.
Zeno Debast: central ou médio?
“No início disseram que esteve bem, depois se calhar já não fazia sentido e agora já volta a fazer. Eu olho para o Zeno pelas suas características, porque tecnicamente é muito evoluído. Com 21 anos está a crescer também. Para central não é muito agressivo. É rápido, tem qualidade técnica, mas tem de crescer nos duelos e no uso do corpo. Tanto numa posição como noutra acho que tem um potencial enorme. Acho até que como médio tem sido mais agressivo do que como central. Chamem-me maluco, mas no futuro pode ser um grande médio. Gosto muito de falar com o jogador e perceber o seu sentimento, porque só assim a equipa melhora. Neste momento, tem conseguido dar resposta”.
Ilações do último mercado face à recta final da época
“Só posso falar da minha casa e o presidente já clarificou tudo em relação a esse assunto. Eu estou tranquilo em relação ao plantel. Vamos chegar ao fim e vamos ser campeões. Na nossa cabeça só está uma coisa: ser capazes de ser Bicampeões. Nem sequer penso no mercado. Temos de ser capazes, com a equipa que temos, de ser campeões. É esse o nosso pensamento”.
Gestão diária de Viktor Gyökeres
“Na gestão física nem nós conseguimos pôr-lhe um travão, por vezes (risos). É focadíssimo e muito comprometido no trabalho e em tudo o que pedimos. Tem demonstrado um compromisso fora do normal, a ambição é enorme e isso é bom para uma equipa jovem como a nossa. Tem feito épocas extraordinárias no Sporting CP e é claro que haverá grandes equipas mundiais que o queiram, são coisas que me ultrapassam, mas vejo-o comprometido e ambicioso neste final de época”.
Variações tácticas e aposta em laterais nas alas
“É muito subjectivo. Em termos de estrutura inicial, no último jogo voltamos à linha de três e fui mais pelo conforto das características dos jogadores que tínhamos disponíveis, sem fugir à nossa ideia de jogo. Quando cheguei pusemos o 4-4-2 a defender, mas construíamos muitas vezes a três. São coisas naturais. O Rúben [Amorim] jogava às vezes com dois extremos, mas isso também vai bater com os jogadores que temos tido [disponíveis]. Ganhámos 3-1 com o Matheus [Reis] e o Iván [Fresneda] nas alas, cada um dá as suas coisas à equipa, mas criamos várias oportunidades e a equipa não deixa de ser competitiva. Feliz principalmente que comecem a voltar jogadores que estão fora para sermos mais fortes e termos mais soluções”.
Técnico realçou a forma como a equipa “mudou o ‘chip’ mental”
Alcançadas as meias-finais da Taça de Portugal, após a vitória em casa do Gil Vicente FC por 0-1, Rui Borges, treinador do Sporting CP, fez a leitura da partida em conferência de imprensa, considerando que teve duas partes muito diferentes.
“Estava chateado com a primeira parte. Nem era pela nossa falta de capacidade com bola, porque até estávamos a falhar muitos passes sem grande pressão. Podemos agradecer ao Rui [Silva] que fez boas defesas para chegar ao intervalo com 0-0. Mais do que a qualidade, a táctica ou a técnica, a nossa atitude competitiva esteve muito abaixo do que é exigido pelo clube”, apontou, realçando mesmo que “foi a pior primeira parte desde que aqui estamos”.
No entanto, “na segunda mudou o ‘chip’ mental”, realçou Rui Borges e isso fez toda a diferença, atentou. “Podemos jogar mal, mas a atitude competitiva tem de lá estar e a segunda parte foi clara nisso. Muito competitivos, intensos, pressionantes e não deixamos o Gil Vicente FC chegar ao nosso meio-campo. Fizemos o 0-1, podíamos ter feito o segundo e o único momento que o Gil Vicente FC tem na nossa baliza foi no empate que foi anulado”, resumiu, sublinhando que os segundos 45 minutos foram “claramente uma demonstração de atitude competitiva”.
Além do passo em frente que significou na prova-rainha, o treinador frisou que a vitória foi “importante” e “dá confiança” ao grupo. “Sobretudo aos miúdos que têm jogado e aos que não têm tido tantos minutos e têm jogado, porque vamos precisar de todos os jogadores”, acrescentou.
“Tínhamos de ser capazes, os jogadores tinham de o perceber e fomos capazes”, elogiou Rui Borges, sem esconder também que a abordagem adversária surpreendeu e “condicionou um pouco”, mas acima de tudo “mais do que uma questão táctica era de atitude”, reforçou.
Depois, o treinador verde e branco explicou a estreia de Kauã Oliveira e a aposta de Zeno Debast novamente no meio-campo, onde foi determinante, sublinhando que a ideia passou por “tentar adaptar o mínimo possível e procurar o conforto dentro da disponibilidade que tínhamos”.
“O Kauã treina connosco todos os dias, não tem tido muitos minutos com a equipa B e vem de uma lesão grave, mas tem-me agradado”, destacou, completando: “O miúdo estava feliz, mas acima de tudo é mérito pelo que faz no dia-a-dia”.
Já sobre o reforço belga, realçou o “conforto” que dá a equipa. “Para o colocarmos atrás, teríamos de pôr outro miúdo no meio e a equipa poderia perder algum equilíbrio”, referiu, antes de enaltecer, por sua vez, “mais um grande jogo” do jovem Alexandre Brito, “com simplicidade, ‘ligado’ ao jogo e tranquilo”, detalhou.
Desta forma, Rui Borges vai voltar a estar nas ‘meias’ da Taça de Portugal, onde já esteve à frente do Académico de Viseu FC em 2019/2020. E, por isso, “as sensações são boas”, afirmou. “O sonho de disputar a final da Taça de Portugal está incutido em toda a gente e eu não fujo à regra. Está mais perto, mas ainda faltam dois jogos difíceis”, lembrou, antes de olhar para o que se segue, prometendo apenas “trabalho”.
“Vamos ter mais tempo para trabalhar melhor e como gostamos, mas não vai ser em 15 dias que vai mudar tudo. A paragem será importante para ter mais gente para trabalhar, para o grupo ficar mais competitivo para, numa fase final, estarmos mais capazes de dar resposta à exigência e dificuldade deste final de época no campeonato e na Taça de Portugal”, concluiu Rui Borges.
Técnico destacou atitude da equipa no Signal Iduna Park
Após o 0-0 em casa do BV Borussia 09 Dortmund que ditou a eliminação do Sporting CP da UEFA Champions League (0-3 no total do play-off), Rui Borges, treinador dos Leões, fez o rescaldo da partida em conferência de imprensa no Signal Iduna Park.
Começando por olhar de forma global para a eliminatória, o treinador verde e branco não escondeu o peso que acabou por ter a segunda parte em Alvalade, onde a equipa sofreu os três golos.
“Fica essa segunda parte, porque fizemos uma grande primeira parte em Alvalade e hoje, com todas as circunstâncias, não podia ter pedido mais atitude. Podíamos ter tido, aqui ou ali, mais qualidade, porque falhamos alguns passes, mas faz parte da falta de maturidade que temos por a nossa equipa ser tão jovem”, considerou, realçando que “não há nada a apontar” aos seus jogadores. “Dignificamos o Sporting CP e agora temos de seguir o nosso caminho”, apontou.
Questionado sobre a exibição de Rui Silva, que acabou eleito como o melhor em campo, Rui Borges considerou que o guardião “fez o papel dele” com “duas ou três defesas muito boas e defendeu um penálti que, sinceramente, não me pareceu penálti”, referiu, acrescentando: “É um jogador maduro, passa essa tranquilidade à equipa e isso é importante”.
Já sobre as opções que tomou, quer no ‘onze’, quer nas mudanças que foi promovendo ao longo do jogo, o treinador Leonino não escondeu que também pensou no jogo que se segue, em casa do AVS SAD, para a Liga, embora as novas contrariedades tenham prejudicado também essas decisões. “A gestão começou um pouco lá [em Lisboa]. Aqui acabamos por não conseguir gerir muito bem, porque o [João] Simões e o Morten [Hjulmand] saíram tocados e o [Gonçalo] Inácio com algumas precauções. A gestão esteve um pouco presente, mas jamais entregar a eliminatória”, sublinhou, antes de detalhar as coisas boas que leva desta segunda mão na Alemanha.
“É de enaltecer a atitude da equipa, a estreia do Lucas [Anjos], os minutos do [Alexandre] Brito, que voltou a jogar e também o Afonso [Moreira], que entrou muito bem. Gostei muito”, elogiou sobre os jovens da formação lançados na segunda parte.
O regresso ao 3-4-3 foi outro dos assuntos abordados e Rui Borges explicou que foi uma opção “estratégica” porque “o BV Borussia 09 Dortmund teve algumas dificuldades contra linhas de cinco [defesas] e também pelas opções que tínhamos disponíveis”, justificou. Além disso, fruto do passado que a equipa tem neste sistema, a ideia passava por “estar organizados e expor o BV Borussia 09 Dortmund em transições”, revelou.
“Acima de tudo, fomos competentes e competimos”, frisou o técnico, sem esquecer a qualidade do adversário: “Do outro lado está uma grande equipa, não mudaram nenhum jogador e isso demonstra o respeito que nos tiveram”.
Por fim, garantindo-se “feliz pelo que a equipa tem sido capaz de fazer e pela atitude”, Rui Borges realçou que a comunhão é “clara” com os adeptos, a quem agradeceu o apoio em Dortmund e apontou baterias ao que está no horizonte em termos de objectivos.
“Os adeptos exigem atitude e a equipa corresponde e os adeptos, tal como nós, querem muito ser campeões. Estamos focados naquilo que controlamos”, traçou, completando: “Foi muito importante ouvi-los a apoiar a equipa do início ao fim e será muito importante também nesta recta final do campeonato”.