Valor proveio das 17 camisolas vendidas na Loja Verde online e contou com a presença de Bruno de Carvalho

Recuemos ao dia 22 de Outubro, data em que o Sporting CP se associava à iniciativa 'Mês Rosa', de prevenção contra o cancro da mama, para lhe explicarmos a doação do Clube na quantia de 3.400€ à Associação Amigas do Peito. O cheque foi entregue esta segunda-feira por Bruno de Carvalho na sede da instituição. No entanto, a história começa no momento da entrada das equipas em campo em jogo a contar para a nona jornada da Liga NOS (Sporting CP-Chaves). 22 mulheres que superaram a doença 'deram a cara', subindo ao relvado ao lado dos jogadores. Mais: a camisola de jogo personalizada pelo laço rosa, símbolo correspondente à prevenção do cancro da mama, esteve disponível na Loja Verde online (200€ cada uma) com o intuito de angariar o valor que hoje, 13 de Novembro de 2017, chegou ao seu destino. 

Mais de 750 Sócios presentes na maior cerimónia de entrega de emblemas da história do Clube, com perto de um milhar de acompanhantes nas bancadas do Pavilhão João Rocha

O Presidente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho, entregou durante a tarde deste domingo, os emblemas referentes aos 25 anos de Sócio a mais de 750 memebros da família que se deslocaram ao Pavilhão João Rocha, no mais participado evento do género da história do Clube. Isto sem contar com os perto de mil acompanhantes que ocuparam a bancada principal da nova casa das modalidades.

A cerimónia distinguiu todos aqueles (de um universo de 1663 associados) que, entre Janeiro de 1991 e Junho de 1992, viram a sua vida mudada por terem passado a pertencer oficialmente à família verde e branca. No palco, para além da presença dos membros do Conselho Directivo Carlos Vieira (vice), Rui Caiero, José Quintela, Luís Gestas e Luís Loureiro, estiveram também outros nomes do universo leonino para a entrega. Entre eles, elementos da equipa vencedora da Taça das Taças (1964) como Carvalho, Alexandre Baptista, Hilário, Manuel Pedro Gomes, Perides, Mário Lino, bem como Fernando Mamede e Cátia Azevedo.

Entre os homenageados, alguns funcionários e dirigentes do Clube, como é o caso de Gilberto Borges, director da secção de hóquei em patins: "Só tenho 15 anos de dirigente mas é tudo uma questão de paixão, dedicação e devoção. Sobretudo, conseguir transmitir estes ideais aos filhos e aos netos, todos Sócios. No mesmo dia em que me fiz Sócio, também fiz o meu filho Pedro e a minha filha Inês, pelo que vimos os três receber hoje o emblema. O neto vem já para seguir as pisadas. É preciso ver o que ganhámos no futebol nestes últimos 25 anos. O meu neto Vicente, por exemplo, tem no seu jogador prefertido o Gelson Martins. E tem dois anos. Já vai crescer assim".

Bruno Jacinto, Oficial de Ligação aos Adeptos dos leões, também foi outra das figuras distinguidas: "Fui Sócio aos 15 anos porque era jogador de andebol. Mantive o pagamento das quotas, o que trouxe até hoje, aqui. É um sentimento sempre especial porque 25 anos de Sócio não é todos os dias. Estando a trabalhar para o Sporting CP confere-me mais responsabilidade mas também o orgulho. Tudo misturado, faz-me querer estar cá daqui a 25 anos com a mesma força e energia para ver o Sporting a triunfar. A minha filha Matilde, de seis anos, já é Sócio há quatro. Espero estar aqui com ela quando for a sua vez de receber o emblema".

O secretário técnico da equipa profissional de futebol, Vasco Fernandes, foi também outros nomes que subiu ao palco para receber o seu emblema: "São 25 anos de decidação ao meu clube do coração, um marco especial e só espero cá estar para receber o de 50 anos. Foi o meu pai que me fez Sócio quando eu tinha 10 anos. Sempre houve um sentimento especial lá em casa por este clube. Se o plantel profissional sabe? Não, nem imaginam, mas estou para o que for preciso amanhã, no regresso à Academia", disse enre sorrisos.

Rui Regueiro, Sócio sempre bastante activo nas Assembleias Gerais, foi outro dos nomes distinguidos este ano. "É uma ligação tão especial quanto sentimental. A minha paixão por este Clube vem desde que me lembro de ser pessoa, de ter consciência do que queria e não queria. Fui Sócio mais tarde por motivos de orgulho: queria que acontecesse só quando eu tivesse possibilidade de o assegurar por mim. Algo que me arrependo hoje, pois gostava de ter começado mais cedo e ter hoje mais anos de ligação. Este é muito mais do que um clube. Convém que esta paixão seja regada com títulos, mas no fundo consigo ultrapassar essa questão. Já assiti a vários e de várias modalidades, a base do nosso ecletismo. Aliás, não há qualquer espécie de comparação nos últimos anos, antes e depois da entrada deste Conselho Directivo".

Nuno Barbado, do Núcleo do Sporting Clube de Portugal de Elvas, é também do pelouro do desporto da câmara municipal da sua cidade e hoje até teve de faltar à chegada da corrida internacional que liga Elvas a Badajoz – só esteve na partida –, para poder estar presente no Pavilhão João Rocha. "14 de Janeiro de 1992 foi a data que mudou a minha vida. Aquilo que se mistura na minha vida é a família e o Sporting CP, sendo que o Clube foi a família que escolhi aos 12 anos. Nesse dia, o meu pai Joaquim fez-me esta surpresa (também ele se fez Sócio no mesmo momento) e tenho todos os meus cartões de Sócio guardados. Aliás, cinco dias depois vim ver o meu primeiro jogo ao vivo: Sporting CP-FC Porto".

Também Fernando Fernandes (kickboxing) e Ricardo Guerreiro (departamento de núcleos e expansão) receberam as suas distinções.

No final das mais de quatro horas de cerimónia – na qual o Presidente posou juntamente com todos aqueles que não quiseram perder a oportunidade de registar o momento com o líder máximo –, Bruno de Carvalho chamou ao palco todos os se mantiveram até ao final para a foto de família.

Discurso do Presidente Bruno de Carvalho na cerimónia de entrega dos emblemas de 25 anos de Sócio

Em primeiro lugar, como dizia ontem em Castelo Branco, é para nós uma honra e um prazer estar ao pé de vocês. São a alma do Sporting CP, atletas, Sócios, adeptos, as nossas Glórias que nos fazem querer fazer, cada dia, mais e melhor. São o maior património do Sporting Clube de Portugal.

Talvez seja difícil explicar às pessoas o que é ser do Sporting. O que é olharmos para imagens que foram magníficas que consegui viver, dos títulos depois de 18 anos e olhar agora para Estádio José Alvalade ou aqui, para o Pavilhão João Rocha e ver imagens iguais quando no futebol, que acaba por ser uma das forças motrizes do Clube, apesar do orgulho que tenho das nossas 55 modalidades e ter uma visão e um sentimento iguais. Continuamos com a mesma força, com a mesma garra, o mesmo Esforço, Dedicação e Devoção e é isso que vai trazer e tem trazido a Glória ao Sporting CP.

É isto que nos faz ser diferentes. É passar anos e anos de cabeça erguida com vontade cada vez mais de lutarmos pela verdade desportiva, pela dignificação e credibilização do desporto e acreditarmos que um dia – que estará para breve – estaremos em todas as modalidades no lugar que merecemos, estar em 1.º e sermos campeões.

O Sporting CP é uma família que nós escolhemos, que adoptamos. É um amor que não se explica. É algo que faz de nós um clube de família, que tem de estar mais unido e coeso. Tenho dito bastante, nestes últimos dias: cada vez temos de estar mais conscientes de que quanto mais fortes estivermos, mais ataques sofreremos. É nesta família que nos temos de apoiar. Nunca nada nos foi dado. Aliás, continuamos há dois anos à espera da resposta da Federação Portuguesa de Futebol para nos explicar por que nos tiraram quatro títulos de campeões nacionais no futebol. É uma falta de respeito para com os atletas que nesses momentos representaram o Sporting CP, para com os Sócios e adeptos do Clube, da altura e dos actuais.

Talvez seja necessário, cada vez mais, os Sportinguistas saírem da sua zona de conforto. Os Sportinguistas lutarem por aquilo que é a sua identidade e a sua história. Não podemos ter aqui Mário Lino, Manuel Pedro Gomes, grandes atletas de todas as modalidades e, de repente, esquecermo-nos que é da nossa identidade e da nossa história que se fez o grande Sporting Clube de Portugal. As nossas 25 conquistas europeias, do atletismo ao andebol, ao futebol e hóquei em patins, os nossos títulos nacionais, europeus, mundiais e olímpicos. Temos que lutar por isso. Faço por isso o apelo para que todos os nossos adeptos se tornem Sócios. É fundamental que esta família esteja mais unida. Lembro que esta direcção criou escalões variados que dá para cada pessoa, mediante as suas condições, poder participar na vida do Sporting CP.

Lembro também que estamos no Pavilhão João Rocha, tão prometido durante 20 anos, e se tornou uma realidade. O Sporting CP tem de ser isto: ter objectivos e cumpri-los e uma dessas metas tem de ser as nossas modalidades. Aquelas que aqui nos têm dado vários alegrias e que ainda nos vão dar muitas alegrias. Para isso, precisamos dos associados. Passámos 100 por cento das quotas para o Clube, que têm sido integralmente usadas nas modalidades. Naquelas que teimam em reaparecer e mal o fazem conquistam títulos atrás de títulos. Recordo o hóquei em patins que, no primeiro ano, conquistou logo a Taça CERS; recordo o voleibol, que já vai com mais de uma dúzia de jogos e teve aqui, infelizmente, uma única derrota; recordar o futebol feminino que, no ano do regresso, ganhou tudo o que havia para ganhar; o râguebi feminino que, no primeiro ano, conquistou tudo; recordo o renascimento do andebol que, no ano passado, venceu a Taça Challenge e sagrou-se campeão nacional. Nos últimos quatro anos, ganhámos mais três títulos europeus (atletismo, hóquei em patins e andebol). Vamos com 25 títulos em quatro modalidades.

Somos o clube do Mundo com mais títulos. Não é o de Portugal, não é da Europa. É do Mundo! Temos mais de 22 mil títulos nacionais e internacionais. Faz de nós não a maior potencia desportiva nacional e mundial.

Lembro-me de ver alguém a quem agora se apelida de merceeiro – não sei porquê –, a mostrar um quadro, todo feliz, no qual o seu clube estava à frente nas várias modalidades, esquecendo-se que o Sporting CP não estava em grande parte delas. Agora, gostava que mostrasse o quadro deste momento. Talvez se virar a folha ao contrário consiga colocar o seu clube à frente. É esse que tem de ser o nosso orgulho e o nosso trabalho. Não somos o Sporting de Lisboa. Nem sei por que razão, durante décadas, permitimos que os nossos dirigentes deixassem aquilo que é o nosso nome ser abandalhado como Sporting de Lisboa. Nós somos o Sporting, Clube de Portugal. Esse é um dos grandes orgulhos deste Clube e foi para isso que foi feito.

Não falo dos bastidores. O Sporting CP não preciso disso. Não precisa de andar nos meandros dos emails, de ser apanhado em escutas. Desde há cinco que, de uma forma sistemática, não tem medo e diz aquilo que se passa no desporto e no futebol. Vamos continuar a fazê-lo. Cuidado que sabemos muito e muito mais. Muito tem dito o Presidente, mas muito tem guardado. Vou, com alguma paciência, revelando quando acho que é o momento certo. Que não tenham dúvida que não vão poder continuar a dar a resposta que ‘é assim porque sim’. Somos 35 por cento da população portuguesa. Somos milhões espalhados pelo Mundo. Tem mais de 400 infra-estruturas activas no Mundo e na sociedade em que estão inseridas. Que trabalham, que têm modalidades, responsabilidade social. Fomos o único clube que na Taça de Portugal teve a coragem de ir a Oleiros, onde realmente era o jogo e fazer uma homenagem às populações e aos bombeiros. Agora é bonito falar de bombeiros e fazer jogos de caridade, mas bonito mesmo é ir às populações, estar e conviver com elas e não ter medo daqueles que sofrem e merecem o nosso apoio. É essas, também, a nossas diferença: nós fazemos, outros fazem filosofia e hipocrisia.

Quero então, nesta altura, e porque estamos perto do Natal, pedir a todos vocês – sendo que me irrita solenemente que uma marca de refrigerantes tenha mudado a cor original do pai natal, tendo ficado muito mais feio –, que gastem dinheiro no nosso Gift Card. Não se esqueçam que temos à venda um cartão pré-pago, de Sócio, que serve para oferecer a familiares e amigos. Investir dinheiro naquele que é o vosso amor, deve ser a prioridade dos Sportinguistas nesta quadra natalícia. Ofereçam a possibilidade se pertencer a esta família de corpo e alma. Ofereçam a possibilidade de apostarmos cada vez mais nas nossas modalidades e conquistarmos títulos nacionais e europeus.

Neste momento, desde que chegamos, apesar de nunca termos estado no top 10 de número de associados, estamos prestes a atingir o top 3. Também nos títulos europeus, quero passar o mais rapidamente para segundo lugar. É por isso que digo que o 2.º é sempre o 1.º dos últimos. Não me interessa ser ‘vice’ de nada e que me perdoem os meus ‘vices’ da Direcção, que são muito importantes. Quem estiver no Sporting CP para comemorar segundos lugares não está no clube certo. Como treinador, atleta ou adepto. Aqui, comemoram-se primeiros lugares, a superação, a atitude, a garra. Somos leões e nascemos para sermos os primeiros, os reis. É isso que temos de exigir e ser. Temos de acordar todos os dias e pensar: ser bom não basta, temos de ser os melhores. E já não é tão grandes quanto os maiores da Europa. Felizmente, neste momento, somos tão grandes quanto os maiores do Mundo e nas modalidades não há ninguém no Mundo que nos ultrapasse. Os nossos fundadores estarão certamente com muito orgulho destes 111 anos de história.

Obrigado a todos vocês que nestes 25 anos têm feito parte, de corpo e alma, do Sporting Clube de Portugal. É, para mim, uma honra já ter entregado os emblemas de 75 e 50 anos. É uma honra presidir e liderar um Clube onde se vê tanta juventude em todos os campos e pavilhões. É uma honra e um privilégio ver pais e avós com o orgulho de manter os filhos e netos Sportinguistas. É, de facto, um clube onde a vitória é o apanágio, mas onde o orgulho de ser verde e branco é uma marca que nos define, que nos orienta e nos torna tão diferentes.

Não somos diferentes por sermos mais ricos ou bonitos, mais nobres. Somos diferentes por sermos o clube que representa Portugal. Somos diferentes porque abraçamos todos, por sermos o clube com mais modalidades paralímpicas do Mundo. Até aí somos uma referencia na Europa e no Mundo. Diferentes porque somos o clube onde os associados fazem a camisola alternativa, que vejo por aqui. Não apenas desenhada pelos Sócios mas também em braile para que todos se sintam juntos e unidos nesta família.

É um prazer cada vez maior trabalhar para e com vocês. Foi um prazer ter retirado o n.º 13 das camisolas de todas as modalidades e ter dado o números aos Sócios e adeptos.  Não quero um clube de accionistas, parecido com o clube de ténis ou bridge. Quero um clube do povo e para o povo, de Assembleias Gerais onde os Sócios digam o que querem, onde todos se sintam bem e que tenham prazer e honra de vir receber o seu emblema. Quero que todos sintam a vibração do que é ser do Sporting Clube de Portugal. Já fomos o clube crónico e vamos recuperá-lo. Outros inventam datas de nascimento, nomes e cognomes, o crónico sempre fomos nós. Aqueles que sempre deram o exemplo, aqueles que deram 10 dos 14 elementos que foram campeões europeus de futebol sénior.

Não é o Sporting CP que está a ficar com o ADN de Bruno de Carvalho, é o Bruno de Carvalho que teve a sorte de nascer com o ADN do Sporting CP. Nunca endeusem aqueles que vos servem. Todo o trabalho que fizemos e nos orgulhamos, devemo-lo a vocês. Era impossível, fosse o que fosse, inclusive este Pavilhão, se não fosse esta paixão que não tem igual no Mundo, estes adeptos que não têm comparação com quaisquer outros. Somos apenas um veículo. Apenas temos a sorte, o privilégio e a honra de servir esta tão nobre instituição. Aqueles que realmente importam, que têm de estar sempre unidos e coesos e nunca se deixar desestabilizar são vocês. Nós só vos servimos.

Viva o Sporting Clube de Portugal!

Bruno de Carvalho discursou no 25.º aniversário do Núcleo de Castelo Branco e reforçou necessidades de os leões continuarem unidos

Foi à margem do 25.º aniversário do Núcleo do Sporting CP de Castelo Branco que o Presidente dos leões, Bruno de Carvalho, discursou para os mais de 250 Sportinguistas presentes. Depois de agradecer aos condecorados António Ramalhete, Fernando Mendes e Alfredo Pinheiro pelo que fizeram de verde e branco e a todos os núcleos do Clube pelo trabalho desenvolvido em prol do Sporting CP, o Presidente do Clube de Alvalade dirigiu-se aos seus Sócios e adeptos, avisando para as tentativas de desestabilização que irão chegar no futuro... não apenas dos rivais.

"Vou continuar a pedir aos Sportinguistas que se mantenham cada vez mais fortes, coesos, unidos e que se foquem no essencial: o seu apoio a 55 modalidades do Sporting CP. Aos atletas, às equipas técnicas e aos dirigentes. Os ataques vão suceder-se cada vez mais de fora e, infelizmente, de dentro. Vão querer lançar cada vez mais calúnias, ruído, poeira e cabe a nós, Sportinguistas, fazer a sua dispensa. Não pode andar o Presidente do Sporting CP a justificar tudo e a todos", atirou Bruno de Carvalho, indicando a solução para combater este problema.

"Temos de escolher um caminho e esta Direcção escolheu-o desde o primeiro dia - é o caminho do Sporting CP que me ensinaram a amar. Do esforço, da dedicação e da devoção para atingir a glória. Um caminho de exigência, de trabalho árduo, sempre com os pés assentes, com muita disciplina, muita humildade e muito compromisso", disse, relembrando depois a legitimidade que a reeleição de Março lhe conferiu e, sobretudo, a confiança que a mesma reflecte por parte dos Sportinguistas.

"Ainda há pouco tempo tivemos as eleições mais concorridas de sempre do Clube e o Presidente eleito com a maior votação de sempre do Clube. Isso deixa clara a confiança que os Sportinguistas têm em quem dirige os seus destinos e objectivos - não só em mim, mas também na minha equipa. Temos de tentar ao máximo manter a cabeça fria. Exigentes? Claro. Insatisfeitos? Serei sempre o que acha que nada está feito. Mas não podemos num dia apelidar uma equipa de bestial e, no outro, de besta. Temos de nos manter calmos. Contamos com o nosso 12.º Jogador que, como sabem, são vocês", finalizou o Presidente leonino, apelando ao crescimento da família Sportinguista através dos novos Gift Card Sócio Num Minuto, com algum humor à mistura, sugerindo a oferta na quadra natalícia que se avizinha. As palmas não faltaram.

Grupo organizado de adeptos comemorou em conjunto com vários jogadores e treinadores do Clube verde e branco

A Torcida Verde celebra, neste sábado, 33 anos de vida. Nesse sentido, o grupo organizado de adeptos reuniu-se na sua sede, situada no Estádio José Alvalade, durante o dia de forma a comemorar a data e a conviver entre os seus e com a presença daqueles por quem tantas vezes cantam: os jogadores e treinadores. Gonçalo Vieira e Luís Martins, da equipa B; Manuel Coimbra, José Costa e Nuno Lopes, dos bês de hóquei em patins; Cláudio Pedroso, do andebol; Djô e Divanei, ambos do plantel de futsal, estiveram com os adeptos.

Luís Carlos, fundador da Torcida Verde, acompanhou todo o percurso destas mais de três décadas de vida e diz que o tempo mudou o Mundo do futebol e, como consequência, os seus adeptos. Ainda assim, sublinha que as convicções não se alteraram e as motivações também não. "São 33 anos de luta, luta, luta. Quero agradecer especialmente às pessoas que vieram de fora de Lisboa. Para nós é um orgulho que eles continuem a acreditar que o Sporting CP possa ser um clube dos adeptos. É para isso que estamos cá", referiu, deixando para segundo plano os resultados - apesar de afirmar gostar muito de vencer -, elevando os valores em que acredita e que defende desde o início.

"Há pessoas que não têm tantas capacidades para vir, mas aparecem. São essas pessoas que nos motivam. Isso é que são adeptos. Não aqueles consumidores, que estão cá quando o Clube ganha ou faz contratações sonantes. Aqui, tentamos promover os adeptos militantes", disse, sublinhando sempre a importância de o Clube de Alvalade continuar a pertencer aos Sócios, num discurso com pontos comuns ao de Luís Martins, treinador da equipa B de futebol.

"Estes 33 anos fazem-me lembrar um pouco a minha juventude como adepto do Sporting CP, no antigo estádio. A Torcida Verde é desse tempo, é uma claque carismática. É disto que o futebol e a sociedade portuguesa precisam: de gente comprometida, com bons valores. É com orgulho e prazer que aqui estou. O Clube são os adeptos", disse o técnico português, sem esquecer a importância dos Sportinguistas no projecto da formação, no qual está inserido. "Formar sem as claques seria impensável", atirou. 

Também Cláudio Pedroso concordou com o que havia sido dito anteriormente e diz não se esquecer de que estas são as pessoas que estão sempre atrás de quem veste de verde e branco. Neste sábado, a realidade foi a oposta. "Está a ser fantástico estar aqui. Também temos de agradecer a estas pessoas que passam o ano todo connosco. É nosso trabalho vir aqui e conviver com eles. Qualquer jogador sabe que, quando vem para o Sporting CP, tem responsabilidades acrescidas por envolver estes adeptos. Recordo-me de que, quando não tínhamos pavilhão, eles estavam lá sempre, fosse onde fosse", relembrou, agradecendo a lealdade aos membros do grupo organizado de adeptos.

37.ª edição da cerimónia ficou marcada por animação, presença de vários ilustres do Universo leonino e entrega de 12 menções honrosas

Cumpriu-se na noite de sexta-feira, dia 10 de Novembro, a 37.ª edição da Gala Rugidos de Leão. Cerimónia que se afirmou, verdadeiramente, como uma noite verde na Quinta do Paul, em Ortigosa, no distrito de Leiria e que homenageou, como habitualmente, os melhores atletas verdes e brancos e o fervor Sportinguista.

No evento organizado pelo Museu do Sporting em Leiria, foram entregues 12 distinções. Bas Dost e Daniel Podence venceram no futebol profissional, Rafael Lucas Pereira representou o râguebi, Bode Abiodun o ténis de mesa, Francisca Laia a canoagem, Pedro Cary o futsal, Nelson Évora o atletismo, Luís Gonçalves o desporto paralímpico. Rosa Duarte foi galardoada com o prémio Funcionária do Clube, Jorge Sousa, responsável técnico, representou o andebol e Nuno Cristóvão venceu como treinador de futebol feminino. O grupo musical Supporting também foi agraciado com a honra de Rugido de Leão.

Antes da subida ao palco dos acima mencionados, procedeu-se à cerimónia de entrega das faixas à equipa de andebol, vencedora da Taça Challenge e do Campeonato Nacional. Hugo Canela e a equipa técnica subiram ao palco, juntamente com os atletas Bruno Gaspar, Pedro Solha e Cláudio Pedroso. Jaime Marta Soares entregou faixas também a Rui Caeiro e Bruno de Carvalho.

Daniel Podence e Bas Dost foram laureados e, após a entrega dos troféus relativos ao futebol, Bruno de Carvalho discursou, informação que será exposta de seguida a este primeiro balanço da noite leonina.

Todo o Conselho Directivo do Clube marcou presença num evento com forte adesão Sportinguista, sendo que Bernardes Dinis, o responsável pela iniciativa, declarou: “Os Rugidos têm 37 anos de história. Já resistiu a tantas crises directivas e desportivas… Demonstra a vitalidade do Clube. Tivemos aqui pessoas de todas as idades, até do estrangeiro. Este país deve dar mais valor ao Sporting Clube de Portugal. Como é possível estar 18 anos e agora mais 15 anos sem conquistar o Campeonato Nacional? Não poderia acontecer o mesmo a Barcelona e Juventus, por exemplo. Temos títulos mundiais e o mais ecléctico do Mundo e, no futebol, o mais penalizado, aliás roubado. A presença da figura do Presidente do Sporting CP nunca nos faltou. O Conselho Directivo está cá todo, é caso para dizer que Alvalade está na Quinta do Paul. Agradeço também ao Dr. André Geraldes por ter trazido jogadores de grandíssima qualidade a este evento. O Jorge Jesus nunca faltou a um dos Rugidos de Leão. É fantástico. Esteja quem estiver, esta iniciativa nunca vai morrer”, explicou antes de informar os jornalistas presentes da lotação de 1.500 pessoas.

Foram entregues as várias distinções aos laureados e compareceram figuras ilustres do Universo leonino. Aqui, ficam nomeados alguns destes: Jorge Jesus, Luís Martins, Rui Patrício, Coates, Daniel Podence, Bas Dost, Ary Papel, Pedro Ferreira, Guilherme Ramos, Stojkovic (futebol); Nuno Dias, Miguel Albuquerque e Pedro Cary (futsal); Carlos Galambas, Cláudio Pedroso, Bruno Gaspar, Pedro Solha e equipa técnica de andebol, Fernando Mamede, Nelson Évora e Carlos Silva (atletismo), Fernando Fernandes (pugilismo).

Quanto aos atletas, um agradecimento pela menção honrosa: “É normal que gostemos de ver o nosso trabalho reconhecido. E sentir este apoio e paixão, não poderia estar mais agradecido. Dei o meu tempo, tirei fotografias…Transmitiram-me boas energias para o resto da minha época. Dá-me mais motivação para a minha época. Sabendo que já fiz mais pela nossa nação, sentir esta gratidão dos Sportinguistas deixa-me muito feliz”, começou por dizer Nelson Évora. A funcionária Rosa Duarte explicou a surpresa pela distinção: “É o reconhecimento do nosso Esforço, Devoção e Dedicação no nosso Sporting Clube de Portugal. Estou há muitos anos no Sporting CP. Passei por vários departamentos e como é o nosso amor, não há como fazer mal”. Nuno Cristóvão agradeceu individualmente a uma extensa lista de protagonistas, garantindo que o grau de exigência subiu e que é “uma cara visível de um grande grupo competente e dedicado”. Pedro Cary agradeceu a Bernardes Dinis o telefonema para o prémio: “Um sentimento de orgulho, gratidão e um reflexo da capacidade colectiva. Este prémio é dedicado a todos e traz mais responsabilidade. Não temos noção do impacto que temos nos nossos simpatizantes. Fiquei muito lisonjeado e comovido com o telefonema do Sr. Dinis, que nos diz muito, por virmos ao Museu em Leiria em cada início de época. Já vou na oitava. Não se esconde que estamos formatados para a UEFA Futsal Cup e, não retirando o mérito ao andebol que foi enorme, sabemos que a nossa competição é de nível de Liga dos Campeões e que temos de nos focar primeiro na Ronda de Elite e passarmos esta fase. Sabemos da responsabilidade que temos”.

A cerimónia encerrou com as actuações musicais de Fernando Pereira e de Darko, além dos coros femininos. Os Supporting mereceram destaque pelo fervor leonino das suas canções.

Bruno de Carvalho abordou, na cerimónia dos Rugidos de Leão, a entrevista de Luís Filipe Vieira à BTV e pediu união no reino do leão

Foi de forma contundente que o Presidente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho, no discurso durante a cerimónia dos Rugidos de Leão, respondeu à entrevista do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira: “Estou 100% disponível para os Sportinguistas, 0% para a estupidez. Temos de decidir o que queremos. Começo a estar cansado com a questão da elevação. Temos o Bas Dost para isso, com quase dois metros. Os Sportinguistas têm de fazer escolhas: exigências e estarmos atentos, sim. Bipolares não. Ouvi nessa entrevista que o Presidente do Sporting e o treinador não se falam. Não preciso de andar de fato de treino a comer batatas fritas atrás do treinador. Isso não significa que não estejamos em sintonia quanto aos objectivos. Queremos ser campeões nacionais este ano. Não o escondemos. Não o [Luís Filipe Vieira] convidei para minha casa, portanto peço-lhe que não ultrapasse a linha. A informação não está toda só de um lado. Havemos de dar resposta a este senhor quando diz que não vamos ganhar nada. A resposta será dada dentro e fora das quatro linhas. Fala de árbitros que passaram para clubes depois da arbitragem. O Benfica foi o primeiro a fazê-lo. A entrevista que ouvi ontem é de um perfeito idiota. Cada vez tenho mais orgulho em ser do Sporting CP. Não teria orgulho em ser representado por determinada pessoa”.

O líder máximo leonino apelou à união e a uma análise focada nos interesses do Clube e não nas mensagens passadas por outros intervenientes: “No dia em que tema outros clubes é o dia em que apresento demissão porque estarei louco. Esta força que se vê aqui hoje permite que os nossos atletas se superem e atinjam os objectivos. Temos de nos manter unidos. O Sporting CP tem sido o principal a lutar pela verdade desportiva. Somos campeões em 54 modalidades e falhamos no futebol sénior. Chega, tem de acabar. Vou continuar a apontar o dedo à Federação, a Liga, à UEFA, à FIFA. As pessoas não podem ser roubadas, não podem continuar a impedir que se vença o título de futebol. As eleições foram claras e provaram como as pessoas se identificam com a cultura de exigência. Deixámos de ser um clube bonzinho. Faço tudo o que tiver de fazer em defesa do Sporting CP. Pedi para antecipar o discurso para que todos os jogadores e os treinadores me ouvissem em directo, não nos jornais ou em 10 segundos de televisão. Vamos, por vezes, sair dos campos menos satisfeitos, mas não podemos achar normal questionar os nossos atletas. Temos de confiar no projecto, temos de ser equilibrados e confio plenamente nas minhas equipas e nos meus treinadores para que possamos estar a comemorar muitos e muitos títulos no final da época. Se qualquer um puder desestabilizar o Sporting CP, não é com este Presidente que contam. Temos de estar unidos e coesos, percebendo a diferença do Clube, do temor por este Sporting CP. As pessoas temem a vontade redobrada e o voltar aquilo que é a sua plenitude. O nosso grande amor tem de estar à frente de tudo e de todos. Infelizmente, cada vez mais seremos bombardeados com calúnias… Sejam criteriosos, venham os cães que os leões tratarão deles”, vincou.

Bruno de Carvalho não deixou de abordar a questão do vídeo-árbitro, comunicando a expulsão de Paulo Pereira Cristóvão como Sócio do Clube: “Foi anunciada a expulsão de Paulo Pereira Cristóvão, tendo sido decidido pelo Conselho Fiscal. Não tenho pena, não sou hipócrita… Tenho pena é de que existam Sportinguistas a inventar e a caluniar o Presidente do Sporting, especialmente quando outros dois clubes estão sob investigação. Apresente os documentos. Vamos defender aquilo que é uma ferramenta muito útil ao futebol português e espero que o vídeo-árbitro fique para durar. Quem o manuseia tem de ser competente. Quando não o são, saem. Aconteceu na Alemanha”, reiterou.

A terminar, deixou-se um agradecimento à organização dos Rugidos de Portugal: “Quero agradecer aos 1.500 adeptos que aqui estiveram. Há que agradecer esta magnífica organização. É importante vivermos o Sporting CP, continuar a viver em família. Temos atletas, treinadores, dirigentes aqui e é sempre bom contar com as presenças destes para podermos viver o nosso Clube”.

Os dois leões receberam as distinções pelas mãos de Bruno de Carvalho e Sousa Cintra na Tertúlia da Cultura e do Desporto Luso Moçambicana

A Câmara de Comércio de Portugal e Moçambique (CCPM), presidida por Rui Moreira de Carvalho, também presidente do Conselho Fiscal da SAD do Sporting CP, homenageou esta quinta-feira, na Tertúlia da Cultura e do Desporto Luso Moçambicana, os antigos leões Hilário da Conceição e Mário Albuquerque, a par de Roberto Chichorro e Ricardo Chibanga, figuras “ímpares da cultura e desporto”, reconhecidos pela “simpatia, camaradagem e valores” que a CCPM considera fulcrais.

Após o jantar comemorativo realizado no restaurante Zambeze, o Presidente Bruno de Carvalho, que se fez acompanhar de Rui Caeiro e Luís Roque, membros do Conselho Directivo, assim como de Virgílio Lopes, director da Academia Sporting, abriu as hostilidades para distinguir Mário Albuquerque, uma importante figura do basquetebol leonino, com uma peça de artesanato única. 

"Quero agradecer esta homenagem. Passados tantos anos ainda se lembram de mim... É bom sinal. Foi muito importante ter a presença de Bruno de Carvalho aqui", frisou o antigo atleta de Alvalade, que conta no palmarés com os Campeonatos Nacionais de 1975/76 e 1977/78, as Taças de Portugal de 1974/75, 1975/76 e 1977/78 e os Campeonatos de Lisboa de 1975/76 e 1976/77. 

Pelo meio, ficou um desejo. "Gostava que agora, com o Pavilhão João Rocha, o Sporting CP voltasse a ter uma equipa de competição sénior. É algo que iria atrair os jovens. Seria bom também para Portugal e para a modalidade", explicou Mário Albuquerque, que ainda hoje é o jogador português com mais pontos de sempre ao serviço dos leões: 867.

Seguiu-se a vez de Hilário, um dos maiores nomes da história de futebol do Clube - tendo vencido três títulos nacionais, três Taças de Portugal e a mítica Taça das Taças durante 15 épocas com a Listada verde e branca vestida -, que recebeu das mãos de Sousa Cintra (antigo presidente leonino) o mesmo artigo de porcelana simbólico.

"Há pessoas que só se lembram de fazer homenagens quando uma pessoa morre, mas eu tive a sorte de ser homenageado em vida. Quero agradecer a todos, nunca mais me vou esquecer deste dia!", começou por dizer Hilário, que também fez parte da célebre equipa dos Magriços que alcançou o terceiro lugar no Mundial de 1966. "Estou muito sensibilizado. Isto é também uma prova daquilo que lutei enquanto atleta do Sporting CP e da Selecção Nacional. Fui sempre leão! Os Sportinguistas não se podem queixar de mim, nem eu deles", garantiu, passando a bola a Rui Moreira de Carvalho, que fez um balanço positivo do evento.

"Foi excelente, nem tenho palavras. É muito bom ter contado com o apoio do Presidente Bruno de Carvalho e do Sporting CP em pleno. Não há desporto sem valores, sem sonhos e sem futuro. As pessoas vivem de emoções. E estas pessoas, nas décadas de 60/70/80, foram ícones desportivos, referências que fizeram de nós aquilo que somos hoje", sublinhou o líder da CCPM.

Um sentimento partilhado por Joana Frazão, a número dois da instituição. "Tivemos cerca de 130 pessoas presentes neste jantar, entre empresas, parceiros, individualidades desportivas e várias entidades que são o cerne da CCPM. O balanço acaba por ser muito positivo. Queremos fazer mais iniciativas neste sentido", concluiu.

À margem da Web Summit, Bruno de Carvalho comentou alguns temas da actualidade

Já depois do diálogo na Web Summit, Bruno de Carvalho abordou alguns temas ‘quentes’ do panorama desportivo nacional, começando pelas questões de arbitragem e de transparência: “Na Alemanha não tiveram problemas: uma pessoa que errou, favorecendo o Schalke 04 - e nós sabemos o que é o Schalke 04 ser favorecido -, foi despedida. Gostava que isso pudesse acontecer em Portugal. Em Itália, houve uma equipa que não se portou bem [Juventus, Calciocaos] e desceu de divisão. Somos o país que vive à beira-mar plantado, sendo complexados e fazendo de tudo um grande problema”.

O líder leonino reagiu às declarações do presidente do Sporting de Braga, António Salvador, explicando como considera que o penálti não-assinalado sobre Podence é mais relevante do que a discussão sobre um fora-de-jogo que não pode ser desfeito pelo vídeo-árbitro, após ter sido invalidado pela arbitragem: “Aqui, tudo gera fitas. Parece que António Salvador me lançou um desafio. Há um que não faço, que é correr para a sala de imprensa do adversário. Que veja o lance do jogo com o Benfica de há três meses e que me mande a conferência sobre esse lance de fora-de-jogo. Em Alvalade, o jogador do Sp. Braga marca golo quando já tinha sido apitado o fora-de-jogo, portanto não há discussão. Aquele pisão sobre o Podence também podia ser abordado. Entre um golo mal anulado que não poderia ser validado posteriormente e um penálti daquela dimensão… Andamos a brincar com o que se passa no futebol”.

Depois de percorrer alguns espaços na maior feira de tecnologia, nomeadamente a AGAP2IT e a ferramenta de scouting e avaliação de jogadores utilizada pelo Sporting, Bruno de Carvalho vincou a importância de participar neste tipo de eventos: “É sempre importante darmos as nossas opiniões. O Sporting CP tem sido uma voz activa nas alterações e os valores sobre o futuro do futebol português. Vim falar de uma indústria que move 33 biliões [cerca de 28 mil milhões de euros], o que equivale à indústria cinematográfica de Hollywood. Não acredito que uma indústria destas, tenha capacidade para resolver direitos de propriedade. Temos de falar em leis, transparência e integridade no jogo, com cruzamento de dados e avaliações das várias condicionantes para as questões de fair-play". 

Bruno de Carvalho marcou presença na Web Summit 2017, abordando temáticas como as formas de financiamento, as academias de formação e o lado mais obscuro do futebol

No pavilhão Sports Trade da Web Summit, Bruno de Carvalho respondeu em Lisboa ao moderador Rob Harris, revelando uma profunda preocupação com a questão dos fundos de investimento: “A Doyen não é uma instituição. Quando lutas contra algo que a FIFA também está contra e, mesmo assim, essa empresa ganha um processo, significa que o futebol tem um longo caminho a percorrer. Temos de continuar a seguir as nossas convicções. Não se estão a usar fundos de investimento, mas usam esses mesmos agentes para comprarem clubes. As Federações e as Ligas não têm poder para o impedir. É preciso que os governos intervenham. É preciso averiguar se os proprietários são donos de vários clubes numa mesma liga. Acho que os governos têm de dizer presente”.

Para o líder leonino, o futuro passará sempre por uma aposta na formação, reiterando a importância de negar as influências duvidosas no processo de gestão de um clube: “90% dos clubes europeus não têm as contas públicas. Nós temos. A regra é: primeiro, os clubes fazem um acordo com o outro clube, depois conversa com o jogador para a transferência. Nós fazemo-lo, talvez sejamos os únicos. Agora, o agente decide por ele, dizendo que, não ganhando dinheiro com o negócio, não o autoriza. Amo o Sporting Clube de Portugal, não um qualquer Clube em que possa ser transformado. As academias são para continuar. Quem não continuar, terá a bancarrota”.

Bruno de Carvalho explicou a evolução do emblema verde e branco, vincando a importância da ligação aos adeptos, até pela vertente financeira, e comprovada pela escolha do equipamento alternativo desta época da equipa de futebol: “Tínhamos quase todos os jogadores em fundos, tivemos de melhorar a academia, apostar numa voz forte,  uma vez que estávamos a sair do palco. Provámos que era possível fazer dinheiro no futebol. Reduzimos metade dos custos, conseguimos o segundo lugar e entrámos na Liga dos Campeões, quando há muitas épocas que não lá estávamos. É bom ver que, sendo os únicos com um mandato totalmente positivo em termos de resultados financeiros, somos uma marca global e financeiramente muito bem. No futuro, vai perder-se esta dimensão estratosférica do futebol. Os melhores elementos são os fãs e queremos honrar o Clube e a história, dando-lhes mais valor. O nosso segundo equipamento foi desenhado pelos adeptos e tem, em braille, os nossos valores. Sabemos da nossa responsabilidade social”.