José Fernandes Rodrigues foi homenageado esta terça-feira pela acção durante a passagem do furacão Irma nas Caraíbas
134 mortos. Foi este o balanço do furacão Irma, tempestade de nível cinco – o mais elevado possível – que assolou as Caraíbas durante o último mês de Setembro. Com ventos a superarem os 250 km por hora, foi o mais forte furacão atlântico em termos de ventos desde o Wilma, em 2005, e o mais intenso em termos de pressão desde o Dean, em 2007. José Fernandes Rodrigues, português natural de Mortágua, em Viseu, e emigrante na ilha de Guadalupe foi condecorado pelo Governo português com a medalha de mérito grau Ouro e explica ao Jornal Sporting como ajudou as vítimas do Irma: "Foram entre 110 a 120 pessoas. Começaram por chegar 10 a 15, depois 20 a 30. Conseguimos colocar, em média, 15 pessoas nos aviões por dia e, no último dia, no C 130, estavam 71 pessoas".
No Palácio das Necessidades, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, entregou as medalhas a José e a Armindo Paulo Carvalho Fernandes, este último natural da Figueira da Foz, pela ajuda dada à comunidade portuguesa, entre 8 e 10 de Setembro, nas ilhas de Saint Barth e Guadalupe, destacando-se a retirada de 12 portugueses para Paris e o regresso de 71 lusos ao nosso país, em viagem no avião C-130 da Força Aérea Portuguesa. “Somos um pequeno estado, mas uma grande nação. Quando aconteceu a tragédia, tínhamos 160 inscritos na jurisdição de Paris [por serem ilhas pertencentes a França], mas estavam lá mais de 2.000 em Saint Barth e na Guadalupe. Há aqui um sentido de reconhecimento muito grande e a prova está na atribuição da medalha de mérito das comunidades portuguesas grau Ouro".
A família Nascimento trazia Matilde Vitória nos braços, uma bebé nascida a 24 de Setembro em Portugal, devido à maternidade local ter sido devastada pelos ventos: “O José é uma das pessoas que é raro encontrar. Quando chegámos a Saint Barth, estava grávida de oito meses. Não sei se sem ele conseguiríamos chegar a Portugal. Garantiu-me que logo que se resolvessem os problemas de saúde, arranjaria maneira de chegar a Portugal. Quem conseguiu o voo foi o José. Esteve três horas ‘atrás’ dos responsáveis da Air France… Fez o inimaginável", adiantou.
Esta homenagem diz-nos muito pelo fervor pelo Sporting CP demonstrado por José, contagiante até para o filho Matise, de 11 anos, admirador confesso de Cristiano Ronaldo. Foram juntos a Alvalade para ver o Sporting CP-Juventus e o progenitor garantiu: "O Sporting CP nunca perdeu quando estive presente". Espera-se que a tendência se mantenha, mas o foco aqui deve mesmo ser a união e a solidariedade a toda a prova. Grande leão.