Editorial da edição n.º 3999 do Jornal Sporting

…recorda-se.

E escreve-se diariamente em capítulos que ficam perpetuados no tempo.

A História do Sporting Clube de Portugal será para sempre evocada e relembrada por todos nós, Sportinguistas.

Feita de várias histórias, atravessa gerações e deixa marcas em todos aqueles que vivem o Clube com mais, ou menos, intensidade.

Para muitos, a memória colectiva é também selectiva e escolhe aquilo que quer relembrar: momentos de consagração, recordes, o passado e o presente.

Relembrar é também uma forma de eternizar e de reconhecer quem contribuiu para engrandecer a nossa História e o nosso legado.

Quem trilhou um caminho de sucesso e de excelência, onde foram escritos capítulos inesquecíveis e vividos momentos marcantes.

A História não se apaga. Junta-se à vontade de escrever um novo capítulo e de perspectivar o futuro.

Na nossa História recordaremos sempre esta "aventura inacreditável".

Obrigada, míster!

Terça-feira, 5 de Novembro de 2024. O ponteiro do relógio apontava para as 21h55 e, assumo, foi de lágrimas nos olhos que esperei pelo apito final. Que momento lindo. Que momento único.

O Estádio José Alvalade foi um vulcão em erupção. Desde os netos até aos avós estavam todos em perfeito êxtase. Como que não querendo acreditar naquilo tão inolvidável que estavam a ver. Arrisco que muitos se beliscaram. Mas era mesmo verdade. A noite foi épica. 

Imagino, porque ainda não tinha nascido, que no dia 18 de Março de 1964, ano da conquista da Taça dos Vencedores das Taças, culminada em Antuérpia com o famoso 'Cantinho do Morais', os Leões que estiveram no estádio, e não só, tenham vivido algo muito parecido aquando da goleada ao Manchester United, que tinha então, como o rival City de hoje, a nata do futebol mundial da época. Uma verdadeira constelação de estrelas que contava com George Best, Bobby Charlton, Denis Law, entre outros, terá sido algo muito semelhante. 

Tenho o privilégio de ter falado, no meu percurso de vida, nos anos que passei pelo futebol juvenil, com alguns dos intervenientes nesse jogo. Falavam sempre dele com os olhos a brilhar. 

E falei desse jogo, fazendo um paralelismo, porque a história não se apaga. E também este, com outro colosso mundial da mesma cidade, o Manchester City, ficará obviamente na história. Que se irá recordar igualmente daqui a muitos anos. Para descrever este momento, apenas me sai uma palavra: ÉPICO.

A equipa soube sofrer no último jogo de Rúben Amorim em Alvalade – obrigado míster, por tudo o que representou para o Sporting CP. Proporcionou-nos momentos únicos.

Ter entrado no jogo literalmente a perder não abalou minimamente um Leão com uma confiança inabalável. 

Foram Leões indomáveis aqueles que envergaram o símbolo. Fizeram história. Garantiram matematicamente a continuidade do clube na UEFA Champions League e não vão ficar por aqui. Queremos continuar na senda daquilo que os fundadores preconizaram. Ser grandes, tão grandes como os maiores da Europa. 

De um extremo ao outro do campo, mais concretamente de Franco Israel – um "muro" verdadeiramente intransponível – ao "monstro" Viktor Gyökeres, mais um hat-trick, foram todos uns heróis. A equipa é um colectivo único. Onze irmãos em campo com uma vontade indómita: ganhar!

Falei de um momento épico com 60 anos, ante o Manchester United. Agora chegou outro com o Manchester City. Também pela particularidade de terem a mesma cidade inglesa em comum.

Uma certeza tenho, arrisco a dizer que estamos a viver um dos melhores momentos da nossa existência enquanto clube. Não posso, por perfeita justiça, passar sem deixar de dar uma palavra de apreço e reconhecimento ao trabalho feito pelo presidente Frederico Varandas e pela sua equipa directiva. Não faço futurologia, porque não tenho esse dom. Mas tenho uma convicção. O Sporting Clube de Portugal está alicerçado para continuar a ganhar. 

Todos seremos poucos para dar continuidade a esta Onda Verde. O #ondevaiumvãotodos terá que continuar a ser regra. Unos e indivisíveis à conquista do objectivo do "Bi".

Agora, depois da inusitada alegria europeia, o chip já está direccionado para Braga. Manter a primeira posição isolados é o objectivo e o desígnio a que nos vamos propor.

Estamos felizes. Mas queremos sempre mais. O nosso ADN é feito de conquistas. O nosso lema fala por ele. Esforço, Dedicação, Devoção e Glória!

P.S – O nosso João Coelho, recordista nacional de 400 metros, foi operado a um tumor maligno na tiróide e está agora em recuperação. Força, João. Mesmo mais longa, é mais uma corrida que vais vencer. O regresso será à tua imagem...'à Campeão'.

O tema do momento deslocou-se nos últimos dias e de modo inopinado para a questão da continuidade, sim ou não, de Rúben Amorim como treinador do Sporting CP.

É matéria que não estava nos nossos horizontes. No nosso Clube vivemos, felizmente, um tempo de estabilidade criativa, que potencia novos voos e novos feitos. E que tem permitido a criação e desenvolvimento de novos valores.

Rúben Amorim é um desses novos valores. Chegou, em Março de 2020, como um “novato”, quase que “não existia”, foi – como hoje se sabe – uma aposta pessoal do presidente Frederico Varandas, numa escolha olhada por muitos com total e até natural desconfiança. Está um treinador feito e de créditos firmados. Deve isso ao seu trabalho e à sua valia profissional. E deve também isso e em modo superlativo ao Clube! Pois foi o Sporting que – num palco de primeiro nível – potenciou e lhe deu possibilidades de se desenvolver e maturar.

Do ponto de vista desportivo não podíamos estar melhor do que estamos. Temos uma senhora equipa de futebol! Somos Campeões Nacionais em título! Lideramos destacados a classificação da Primeira Liga, com três pontos de avanço sobre o segundo classificado e oito sobre o terceiro. Ao fim de nove jornadas, temos nove vitórias, trinta golos marcados e apenas dois sofridos. Somos o melhor ataque da prova e temos a defesa menos batida. Passámos à eliminatória seguinte da Taça de Portugal. E, na última terça-feira, atingimos a final-four da Taça da Liga. Na Champions, ao fim de três jogos, temos sete pontos e estamos no grupo dos oito primeiros classificados (o grupo do apuramento directo para a fase seguinte). Ou seja, temos tudo para sonhar com uma grande época e – neste momento, com mais de um quarto da mesma já decorrida – estamos a lutar de modo muito competitivo e mesmo superlativo em todas as frentes.

Subitamente, contudo, apareceu o tema do treinador, colocado pelo Manchester United, numa iniciativa que – tanto quanto sabemos – mereceu e merece atenção por parte de Rúben Amorim (e sim, porque o futebol – como agora se ouve – também é o “momento”, vamos esquecer todas as “juras de amor”, declarações pró Bicampeonato e até a cena do mic drop na festa do título no Marquês de Pombal, tudo actos e ditos protagonizados pelo nosso treinador).

Sejamos claros! O meu clube, o nosso clube, é o Sporting Clube de Portugal! Esse e só esse! Os treinadores, sejam eles quais forem, servem o nosso Clube, são contratados por nós. E não o contrário! No caso, Rúben Amorim teve indiscutível sucesso em Alvalade, ganhámos cinco títulos com ele, dos quais dois Campeonatos Nacionais! É obra! Estou-lhe pessoalmente reconhecido por isso. E muito! Mas isso não me transforma, pelo menos a mim, em Sócio do Rúben Amorim Futebol Clube! Eu sou Sporting!

A hora é de apoio e confiança total no presidente Frederico Varandas, na sua equipa directiva e na demais “estrutura” do Clube. Essa confiança não é cega, mas – isso sim – fundada nos mais de seis anos de presidência e de trabalho feito! Bem feito! Temos um Clube estável! E seguramente iremos continuar a ter! É essa a matriz de Frederico Varandas e das suas gentes!

A hora é também de incondicional apoio à nossa equipa profissional de futebol! Os nossos jogadores merecem e têm de sentir o nosso carinho e o nosso fervoroso apoio! Nós acreditamos em vocês! E vocês, jogadores, equipa, sabem que podem contar connosco! Sempre! Força, Leões!

A hora é ainda de apoio total à solução que Frederico Varandas e a sua equipa, nomeadamente ao nível do Conselho de Administração da SAD, venham a tomar quanto ao comando técnico da equipa do Sporting. Por isso, daqui já digo, que o que for decidido terá o meu incondicional apoio! Pois sei, que o que for feito será sempre tendo em vista o que seja melhor para o Clube!

Aguardemos, pois, com serenidade os próximos dias. Temos o fundamental para fazer desta temporada mais uma grande época do nosso Sporting! Temos um presidente! Temos dirigentes! Temos estrutura! Temos equipa! Temos jogadores! Temos e sempre teremos –seja ele quem seja – treinador! E – fundamental e decisivo – temos uma gigantesca massa Associativa e adepta que apoia e apoiará, sempre e sempre, o Sporting!

Por último, um apelo muito forte e muito sentido aos extraordinários Sócios e adeptos do Sporting! Nesta hora precisamos estar unidos e temos de dizer que estamos presentes, que estamos aqui! Nós queremos mesmo o Bicampeonato! E vamos ganhá-lo! Vamos ser o 12.º jogador! Sempre ao lado da equipa! Repetindo a herança boa de Rúben Amorim (nós sabemos, Rúben, nós temos memória!), isto é a herança do “Onde vai Um, vão Todos”! De braço dado, lado a lado, Sportinguistas! Vamos à luta! Rumo à Vitória!

Lembrando e tendo sempre presente o nosso lema… Esforço, Dedicação e Devoção… em busca da Glória do nosso Sporting!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!

P.S 1 – Nuno Santos: Caríssimo, Nuno! Estamos contigo! E queremos que também tu, já recuperado, levantes a Taça de Bicampeão! Será o teu terceiro título de Campeão! Força, Leão!

P.S 2 – Jogo de Famalicão foi bem ganho. Máquina eficiente. Quenda a subir ainda mais e a estrear-se a marcar no Campeonato com um golo de “jogador inteligente”! E agora segue-se o Estrela, no José Alvalade! Força, equipa!

Editorial da edição n.º 3998 do Jornal Sporting

Igualdade. Empatia. Solidariedade.

São valores que o Sporting Clube de Portugal defende e promove, através do desporto, ao longo dos anos.

Pioneirismo, é também algo que caracteriza o Clube e nesse sentido, acaba de ser escrita mais uma página na sua História interminável, ao tornar-se no primeiro clube europeu a juntar-se ao projecto Goleadoras.

Falamos de uma organização sem fins lucrativos que possui como principal objectivo usar o futebol como ferramenta transformadora na vida de raparigas e jovens adultas por todo o mundo.

Implementado nos Estados Unidos, Colômbia e Venezuela, o Goleadoras impactou já mais de 500 raparigas, desenvolvendo soft skills como a auto-estima, criatividade, liderança, comunicação e união.

O Goleadoras chega agora à Europa, através do Clube, alinhado com a missão da Fundação Sporting – transformar a vida de crianças e jovens através do desporto.

Nesse sentido, o projecto será desenvolvido no Centro Social da Musgueira onde será possível desenvolver as capacidades sociais e emocionais de crianças e jovens do sexo feminino, algo que fará toda a diferença no futuro das mesmas.

Através do desporto em geral, e do futebol em particular, será sempre possível quebrar barreiras e desigualdades e promover o empoderamento destas jovens – together we change de game.

E VOLTOU A FAZER-SE HISTÓRIA…
Desta vez, e pela sétima vez consecutiva, a equipa masculina de judo conquistou o Campeonato Nacional de equipas. Uma demonstração de força e dedicação que levam o judo verde e branco a manter a hegemonia a que já nos habituou. Parabéns, Leões!

Editorial da edição n.º 3997 do Jornal Sporting

Tinha cerca de dez anos de idade. Lembro-me de ficar, largos minutos, parada, imóvel a olhar para a montra de uma loja de desporto perto da minha casa.

No interior, estava exposta, em grande plano, a mais recente novidade verde e branca.

Passava por ali todos os dias, muitos deles com a minha avó que me dizia sempre a mesma frase: “Tens de escolher: comprar a camisola do teu clube ou guardar o valor que ias pagar por ela. Não podes ficar com as duas coisas”.

E eu escolhi. Sem me arrepender. Há muito que sabia qual seria a minha escolha.

Os anos passaram e sempre que é apresentada uma nova camisola recordo este episódio com saudade. E com todo o simbolismo que representa para mim enquanto a criança que era e aquilo que sou hoje.

Vesti-a sempre de forma orgulhosa. E é com orgulho que ainda a guardo. Não só por ser a camisola do meu clube, mas também porque simboliza alguns dos ensinamentos e valores que transportei para a vida.

Com os meus dez anos de idade não conhecia a célebre frase de Francisco Stromp: “Não é o Sporting que se orgulha do nosso valor. Nós é que nos devemos sentir honrados por ter esta camisola vestida”.

Mas, tenho a certeza de que tinha noção da importância de dignificar e respeitar um clube como o Sporting Clube de Portugal, e do sentimento de pertença que sentia, sem imaginar que um dia também eu faria parte da sua História.

Como anunciado esta semana, e após 100 anos desde a última vez que Stromp vestiu de Leão rampante ao peito, importa relembrar que o nosso passado define o nosso futuro e a mais recente camisola do Sporting CP simboliza o elo entre ambos, num legado que atravessa gerações.

Gerações que fazem parte da História do Clube e que representam cada um de nós.

Gosto do Sportinguismo vivido com a mais genuína das paixões. Gosto de quem respira Sporting por todos os poros. Gosto também muito de quem, marcado pela diferença, arranja motivos para exacerbar o seu Sportinguismo. Gosto, por isso, dos Supporting. E gosto desde a primeira hora. Oriundos da Curva Sul, os quatro indefectíveis Sportinguistas e Associados do Clube, Pedro Marques, na voz, Paulo Seixas, na guitarra, Luís Piedade, no baixo e Pedro Branco, na bateria, fundaram esta banda, a 10 de Setembro de 2013 e têm tido a arte, feita da tal paixão, de pôr todos aqueles que trazem no coração o símbolo do Leão a cantar as músicas da sua autoria, desde os estádios aos pavilhões, passando pelos Núcleos e por inúmeros locais onde estiver presente algo que tenha a ver com o nosso Clube.

São muitas as que me ficaram no ouvido. São viciantes e feitas de duas cambiantes decisivas: amor e conhecimento da história. As suas letras tocam no coração do mais insensível dos Leões. São mesmo cantadas a plenos pulmões, desde os netos até aos avós. Não têm faixa etária nem estrato social. Têm, apenas e só, puro amor a uma causa... a causa verde e branca. 

Mas nos últimos dias lançaram algo que já ouvi vezes sem conta. E que cada vez que a ouço, desculpem confessar a minha pieguice, emociona-me muito. O lançamento do "Chirola o Mago da Bola" em homenagem aos 50 anos da entrega da Bota Ouro pelos seus 46 golos na temporada de 1973/1974, tocou-me de forma especial, sobretudo por ter a particularidade de ter sido nesta a época que a minha lembrança, por ser então ainda muito criança, recorda o primeiro título de Campeão Nacional do nosso Clube. 

Mas é mais lata esta minha emoção. É que Héctor Yazalde, o sempiterno Chirola, foi aquele que me levou a ser do Sporting Clube de Portugal. O que me dividia em termos familiares que pendia para o azul de Belém, foi ele que me amarrou a um amor que perdurou no tempo. O amor ao Sporting Clube de Portugal. Queria ter o cabelo comprido para ser igual ao Chirola, nas cadernetas de cromos, ainda no tempo dos rebuçados e do "boneco da bola" ficava em êxtase sempre que me saía o Héctor Yazalde, o homem das Pampas que fez as minhas delícias de menino.

Agradeço, pois, aos Supporting por me fazerem recordar, passado meio século, o meu/nosso eterno goleador, que marcava golos de todas maneiras e feitios. Como só ele.

Partiu cedo do mundo dos vivos. Recordo com imensa tristeza esse dia. Permanecerá, contudo, no coração dos Sportinguistas para a eternidade.

Depois do Chirola habituei-me a idolatrar tantos outros, das mais diversas modalidades. Como já escrevi aqui em outras colunas de opinião, houve outros que me forravam as paredes do quarto em criança. Que gostei tanto como dele. Tenho a felicidade de ser apaixonado por um Clube a quem não faltam referências, do passado ao presente. Mas como naquele ditado que diz que não há amor como o primeiro, esse foi mesmo Hector "Chirola" Yazalde.

Mas não ficou por aqui. Também Rui Jordão, a Gazela de Benguela, foi homenageado por eles aquando da passagem dos cinco anos da sua morte. Também Jordão, obviamente, marcaria a minha adolescência. Pintou obras de arte feitas de golos. Que elegância. Que classe. Que jogador. 

Os Supporting revelaram ter memória, num clube com uma imensa história. E a história, essa, não se apaga. 

Será seguramente mais um sucesso. Um sucesso que nos faz recuar no tempo e relembrar dois heróis.

Obrigado por isso, aos Supporting. Recordar, em forma de homenagem, Héctor Yazalde e Rui Jordão em poucos dias, é sinónimo daquilo que os move. Um amor incrível ao Sporting Clube de Portugal e honrar a sua tão dignificante História.  

P.S – Do futebol à generalidade das modalidades, estamos vivos... e bem vivos. 

ENTREVISTA PRESIDENTE – No passado domingo, no âmbito das comemorações do programa “Trio de Ataque”, da RTP 3, Frederico Varandas deu uma nova entrevista. Foi – em termos desportivos – uma “bela exibição”! Recomendo vivamente a sua visualização por quem ainda não a viu. Vários temas da actualidade Leonina foram abordados, desde a situação de Hugo Viana, passando pelo treinador Rúben Amorim (e outras opções do passado), sem esquecer naturalmente os jogadores, desde logo o cobiçado Gyökeres. Houve ainda tempo para – mais uma vez – o presidente verberar o mal que outros dois clubes fizeram ao futebol português nos últimos quarenta e tal anos. Oportunidade ainda para se falar de futuro e da nova estrutura com que o futebol do Sporting conta para esse efeito. A palavra que, depois, mais ouvi entre os Sportinguistas foi “orgulho”… orgulho no nosso presidente e já na sua obra!

REACÇÕES À ENTREVISTA – Não surpreendeu o modo como apaniguados e comentadores de outras cores futebolísticas comentaram essa entrevista do nosso presidente. Coitados, uns tentam justificar o injustificável atirando com o facto de o Sporting também ter tido, no passado, os seus telhados de vidro (como se as situações fossem similares e – como todos sabemos, incluindo eles próprios – a verdade é que não, não foram!); outros, por sua vez, continuam a confundir-se esgrimindo com hipotéticos “perdões” de que o Sporting nunca beneficiou… e esquecendo as benesses e prebendas que – eles sim! – foram recebendo dos poderes públicos! É, por exemplo, lembrar o facto da CGD, banco público, logo também “nosso”, ter financiado – e como e com que simpáticas condições – o SL Benfica (desde logo o Seixal) e o FC Porto (o Dragão Caixa!)! E se ter “esquecido” de conceder iguais empréstimos ao Sporting! Será que somos menos portugueses? É também recordar as benesses que o FC Porto teve e continua a ter para usar a seu belo prazer um bem do erário público… o Olival! E ainda as benesses que a CM Lisboa deu ao SL Benfica em termos de terrenos para a construção do novo estádio! Já no Sporting comprámos e desenvolvemos com o nosso “dinheirinho” a nossa Academia, em Alcochete! E quanto ao Estádio José Alvalade não beneficiámos dos favores da CM Lisboa! E mais, muito mais se poderia dizer e acrescentar! Certo é que baladas como a da “ladainha do perdão” só demonstram a profunda hipocrisia em que essa gente está e ficou mergulhada!

CHAMPIONS – Uma bela vitória na Áustria onde derrotámos o Sturm Graz. Vitória convincente, graças aos golos de Nuno Santos e de Gyökeres (impressionante cavalgada!), de uma equipa cada vez mais madura! Estamos com sete pontos e lutamos para ter mais, único modo de seguirmos nesta cobiçada prova! Assim queremos continuar! Assim deveremos continuar!

TAÇA DE PORTUGAL – Na 6.ª feira passada fomos a Portimão, tendo defrontado e eliminado o nosso opositor. Dois belos golos de Harder, ambos reveladores do elevadíssimo potencial desta nossa nova esperança! De saudar a estreia na equipa principal de Bruno Ramos e de Lucas Taibo. É assim que se constrói o futuro, apostando nos jovens de hoje!

DESTAQUES – Sublinhar o prémio atribuído pela Liga ao nosso jovem Geovani Quenda, um “miúdo” de grande futuro, como todos sabemos. Salientar também o modo como Franco Israel tem agarrado o lugar de guarda-redes! Está a demonstrar todo o seu valor e tem dado garantias que podemos mesmo contar com ele! Bragança e Trincão continuam a “lançar perfume” nos relvados que pisam! Estão feitos dois astros, cada um deles sendo já um “senhor jogador”!

ANDEBOL – Continua a saga da nossa portentosa equipa! Agora mais uma vitória, sobre o Füchse Berlin, uma das melhores equipas da Europa! Continuamos invictos na prova! Foi mais uma noite mágica no nosso Pavilhão João Rocha! Força, Leões!

CORRIDA SPORTING – Bem sei, já foi no fim-de-semana do anterior jornal… mas eu nada disse na minha última coluna e tanto que queria ter dito! Foi lindo, com Lisboa pintada de verde! Foram mais de 10.000 a caminhar ou a correr por Lisboa fora! É recorde absoluto em Portugal para provas deste género! Parabéns, Sporting e organização!

MULTAS DE PIROTECNIA – Continua o escândalo das multas em cima do Clube por causa de alguns que não se comportam à altura da instituição Sporting! Agora, a UEFA aplicou-nos mais uma multa, esta na “simpática” quantia de 74 mil euros… apre! Assim dói mesmo! Impõe-se mesmo acabar com este tipo de comportamentos, tanto pelos montantes em causa, como pelos perigos que tais artefactos representam, pois cada vez mais e infelizmente aumentam as vítimas dos petardos! Assim não!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!

LIGA DAS NAÇÕES – Confesso que ainda não percebi a razão de ser desta prova. Sou do tempo em que existiam, só existiam, duas provas para selecções nacionais: o Campeonato da Europa e, claro, o Campeonato do Mundo. Este com muita maior projecção, uma prova mítica, mas sendo certo que o ceptro europeu era também um troféu de enorme interesse e muito cobiça. Surgiram também provas continentais nos demais pontos do globo, nomeadamente na América (sendo que na América Latina o futebol também teve sempre grande força e impacto, como resulta do facto de lá se situarem países como os campeões mundiais Brasil e Argentina e ainda outras potências futebolísticas desde o Uruguai – também campeão mundial – ao México), em África e na Ásia, continentes onde o futebol com diferentes matizes e por diferentes razões foi obtendo grande desenvolvimento. Há uns anos foi criada a nível europeu, pela UEFA, esta novel Liga das Nações, cuja primeira edição Portugal ganhou, em 2019, com a fase final a decorrer no nosso país. O resultado de tudo isto é termos as provas nacionais cada vez mais interrompidas e, simultaneamente, desde logo os melhores jogadores, os que são eleitos para jogarem pelos seus países, cada vez mais causticados com jogos e “minutos nas pernas”. Confesso – como já disse acima – que ainda não percebi a razão de ser desta Liga das Nações. É uma prova desqualificada, menor, sem qualquer possibilidade de vir a discutir o “palco” dos tais Campeonatos da Europa (ou de outro continente) ou do Mundo. Por mim, dispensava os jogadores deste esforço extra e voltava ao antigamente. Na verdade, por mim falo, prefiro muito mais os jogos do nosso Sporting CP no Campeonato Nacional ou em qualquer outra prova em que esteja envolvido do que as tristes, pachorrentas e sensaboronas partidas da nossa Selecção, nomeadamente num qualquer torneio de “segunda categoria”. Estou em crer que a generalidade do “povo da bola” pensa como eu… estamos sedentos de jogos dos nossos clubes! E no fundo é essa a base do futebol! A força motriz do mesmo… os adeptos!

SELECÇÃO NACIONAL – Acabei de ver o jogo de Portugal com a Escócia, em Glasgow. Fiquei com sono… que coisa mais chata. No outro dia, no jogo com a Polónia, em Varsóvia, o jogo até foi interessante, mas agora voltamos ao “futebol do Europeu”… uma tristeza! Que tédio! Para além do pobre e desinteressante espectáculo do “passa para o lado ou para trás”, certo é que o espectáculo deprimente a que assisti só serviu mesmo para trazer a má memória dos jogos do Europeu. O sr. Martínez achará que esta crítica não terá qualquer razão, estando convencido – como se nota pelas suas declarações – que nos proporciona bons espectáculos, espectáculos de bom futebol. Coitado, ele ainda não percebeu que nós, o país de Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do Mundo, sabemos bem o que é futebol e o que é jogar bom futebol! Por isso, sr. Martínez, tome mesmo nota que nós achamos que a Selecção tem obrigação – com os fantásticos jogadores que possui – de proporcionar jogos de outro gabarito, de outra qualidade! Bem sei que o sr. Martínez não gosta dos jogadores do Campeão Nacional, com que – semana após semana – o Sporting delicia a sua massa adepta, sistematicamente com jogos interessantes e exibições individuais de grande qualidade. O corolário disto tudo é naturalmente só um… as saudades que temos de ver o nosso Sporting! Saudades de ver jogar futebol… o futebol de um treinador como Rúben Amorim que sabe jogar, ganhar e encantar!

HUGO VIANA – Foi notícia esta semana a contratação do nosso Hugo Viana pelo Manchester City FC, um dos clubes mais ricos do mundo! Tal terá efeito a partir do início da próxima época, ficando – assim – o Hugo Viana connosco até ao final da presente temporada. O Sporting emitiu a esse propósito um comunicado oficial, no qual deu igualmente nota da nova estrutura que fica – em estreita ligação com o presidente Frederico Varandas – a liderar o futebol Leonino: Bernardo Palmeiro e Flávio Costa. Teremos, assim, tempo para nos despedirmos condignamente de Hugo Viana… idealmente como bicampeão! E teremos, igualmente, tempo para dar as boas-vindas aos novos responsáveis do futebol Leonino, nos quais tanta esperança desde já depositamos. Por agora é tempo de nos congratularmos com o modo maduro e sereno com que o Sporting geriu todo este processo. Gostámos! É assim mesmo que se devem acompanhar os assuntos, incluindo este de particular importância e relevância, no “segredo” que sempre tem de, ainda que por um período de tempo, existir, aproveitando simultaneamente essa janela de tempo para encontrar uma solução de elevada categoria e que muito nos apraz registar, pois é reveladora do modo como hoje em dia tudo é tratado no Sporting! Ou seja, tratado bem!

CASOS JUDICIAIS – Soube-se, na última 3.ªfeira, que o SL Benfica foi formalmente acusado no âmbito do denominado “Caso dos Emails” de vários crimes, que mais precisamente são imputados à sua SAD e ao seu ex-presidente Luís Filipe Vieira. Qualquer que seja o resultado desse processo crime podemos, desde já, sublinhar que o simples facto do que já ocorreu é, por si só, uma vergonha! Uma verdadeira e enorme vergonha para o histórico e centenário SL Benfica. A imprensa diz que os crimes de falsificação de negócios, corrupção activa, fraude fiscal qualificada, com retirada de dinheiro dos cofres da SAD, podem acarretar consequências desportivas extremamente graves, nomeadamente o afastamento do SL Benfica das competições desportivas. O importante, sublinhamos nós, é mesmo preservar a Verdade Desportiva! Esse – e só esse – deve ser o eixo da actuação da Justiça! Apure-se a verdade, punam-se os culpados seja eles quem forem, erradiquem-se este tipo de práticas do futebol e do desporto português! A Verdade Desportiva tem de prevalecer! Exige-se justiça!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!

Hoje decidi fazer uma opinião sobre a família. A família Leonina.

Existe quem use invariavelmente a expressão: "O Sporting é uma família". E como ela faz sentido. Claro que o Sporting Clube de Portugal, pela universalidade da sua expressão, é um verdadeiro gigante, em que é mesmo impossível nos conhecermos todos.

Estamos espalhados pelos quatro cantos do Mundo onde temos filiais, delegações e núcleos. 

Somos mesmo um verdadeiro caso de estudo, espantam-se até os nossos rivais. Se o futebol é a mola real do nosso Clube, e não temos como fugir a uma realidade menos ganhadora do que aquela que todos nós desejávamos, a verdade é que isso não impede milhares de jovens, alguns que, por exemplo em 2021 ainda não tinham visto o nosso Clube ser Campeão Nacional, terem vindo para a rua e, independentemente do sítio de onde são oriundos, naquela universalidade de que vos falei, extravasar a sua imensa alegria e dar razão à enorme expressão popular de que nos orgulhamos de ter.

No meu caso – no caso de cada um nós, foi a nossa causa, o nosso símbolo, que nos deu a conhecer Sportinguistas de forma ocasional, que se tornariam amigos, e com quem acabámos por calcorrear quilómetros atrás de quilómetros pelo país e até pelo estrangeiro, no apoio ao Sporting CP. Direi que em todos nós existe um momento engraçado para contar a esse nível.

Eu, pessoalmente, que já por aqui o escrevi, entrei cedo para dirigente do nosso clube do coração, foi no antigo pavilhão e estádio que conheci e ganhei muitos amigos, alguns infelizmente já desaparecidos, mas de que me recordo tanta vez. As famosas "tertúlias" de final de tarde e de após os jogos na Central do "velhinho" estádio, onde o símbolo era dissecado até à exaustão e nas quais as habituais divergências de pontos de vista alguma vez estavam acima do nosso grande amor. 

Tenho o privilégio, esta coisa da idade traz experiência, de viver a minha juventude e o meu Sportinguismo mais olhos nos olhos por não haverem ainda as novas tecnologias. Terei por isso muitos mais amigos reais do que virtuais que em comum temos o amor pelo Sporting CP. Com os quais vou divergindo ou concordando. E é nessa coisa pessoal que me revejo. O sinal dos tempos e o aparecer das redes sociais, onde o esconder a face e ofender de forma vil fazem escola, mas não serão nunca o Sporting CP que me habituei a vivenciar.

Um dia, decorria a década de 80 do século passado, António Oliveira, um jogador genial, na minha opinião um dos melhores jogadores portugueses que passaram pelo nosso Clube, disse no dia da morte de seu pai, que: "Por cada Leão que cair, outro se levantará". E nesta frase, muito simbolizou os 118 anos de uma História sublime. Os tempos, os incontornáveis tempos, levaram à partida do Mundo dos vivos de tantos Leões de juba alta. Mas a cada dia, também incontornavelmente, outros se levantarão. E estarão neles, nas novas gerações, o futuro do nosso Sporting CP. 

E o Sporting Clube de Portugal, que tem um passado que fala por si, um presente que nos dignifica, quer ter um futuro ainda melhor. 

Aqueles 19 amigos da época, que nos quiseram grandes, tão grandes como os maiores da Europa estarão, seguramente cientes, onde estiverem, que a sua premonição feita em forma de desejo foi concretizada.  

Sim, decididamente sim. O Sporting é uma família. Esta imensa família Leonina, aquela que escolhemos para a vida.

P.S 1– E na lógica da tal família, que bom foi ver no passado domingo de manhã mais de dez milhares de Leões na 12.ª Corrida Sporting, num fenómeno em crescimento ano após ano. Um evento que honra o prof. Mário Moniz Pereira. Um evento que honra o Sporting Clube de Portugal.

P.S 2 – O futsal iniciou com uma vitória o caminho que todos queremos que venha a ser o do penta. Façam História. Nós acreditamos em vocês.

Editorial da edição n.º 3996 do Jornal Sporting

10 mil participantes. Um novo recorde.

A Corrida Sporting pintou de verde e branco as ruas da capital, numa verdadeira demonstração de puro desportivismo num ambiente familiar e saudável, comprovando uma vez mais a importância, a essência e o sucesso da iniciativa.

Segundo os últimos dados divulgados pelo INE, metade da população portuguesa entre os 18 e os 69 anos praticou exercício físico no último ano, mas apenas pouco mais de um terço o fez regularmente.

A falta de tempo e o facto de não gostar de praticar actividade desportiva foram as principais razões referidas pelos não praticantes.

Na Corrida Sporting o principal objectivo é transformar vidas através do desporto. E sensibilizar crianças, jovens e adultos para a importância em adoptar um estilo de vida saudável.

Para alguns participantes a iniciativa ficará para sempre como um momento de pura diversão e convívio entre amigos, onde a vitória é o menos importante. E onde encontramos atletas, curiosos, conhecidos e anónimos, pais, avós, crianças e até mesmo animais de estimação.

Para outros, uma história de coragem e de demonstração de garra e vontade de vencer. Porque correr pode ser sinónimo de saúde, superação e prazer. Uma demonstração que testa os nossos limites. Uma jornada onde a saúde mental é fortalecida pela crença nas nossas próprias capacidades.

Há quem diga que a corrida partilhada com os amigos é uma promessa de memórias e momentos inesquecíveis.

A Corrida Sporting é tudo isso e muito mais. É uma das maiores corridas de Portugal e a maior de clubes e será sempre um elo de ligação entre o Sporting Clube de Portugal e todos aqueles que procuram superar-se através do desporto.

Porque “muitas vezes achamos que não temos qualquer tipo de talento, mas todos temos um dom, e somos capazes de fazer coisas extraordinárias, coisas que antes julgávamos impossíveis”.*

*Sir Roger Bannister, corredor britânico que correu a primeira milha em menos de quatro minutos