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Opinião

Mais do que um número

Por Pedro Almeida Cabral
23 Jul, 2020

(...) não consigo conceber que alguém queira o engrandecimento do Clube, exigindo títulos e glória, sem que isso implique quaisquer deveres

Como acontece a cada cinco anos, teve lugar há bem pouco tempo a renumeração dos Sócios do Sporting Clube de Portugal. É sempre um momento especial sentir o estreitamento da nossa ligação ao Clube. Não que o número mais baixo indicie maior ou menor Sportinguismo. Mas é sempre uma altura que nos lembra todo o nosso percurso associativo até aos dias de hoje, bem como o que significa ser Sócio do Sporting CP.

Não tinha pais Sportinguistas. Quis o acaso que nos meus verdes anos andasse numa escola a poucas centenas de metros do nosso antigo estádio. Por insistência minha, achando que deambular pelas imponentes arcadas desse estádio me fazia mais crescido, quis, desde muito novo, praticar um desporto lá. Qualquer desporto. E assim, pelos meus cinco anos, inscreveram-me na ginástica do Sporting CP. Foi quando me tornei Sócio do Sporting CP. Sob o olhar desgostoso do meu pai benfiquista, claro. Os anos foram passando e a ginástica ficou para trás. Exercendo o seu poder paternal de malus pater benfiquistus, o meu pai discretamente deixou de me pagar as quotas uns anos mais tarde, argumentando que não pagava quotas de outros clubes. Algures por aí, recordo com saudade o tempo em que o Senhor Amaro ia a nossa casa fazer a cobrança das quotas. Sempre se trocavam dois dedos de conversa sobre o Clube. Mal comecei a trabalhar, tendo recursos próprios, dirigi-me à secretaria do Clube para tornar a ser Sócio. O que nunca mais deixei nem vou deixar de ser.

Conheço bons Sportinguistas que sofrem pelo Clube tão ou mais que muitos Sócios. Procuro sempre convencê-los a fazerem-se Sócios. Não é somente pela garantia de que as quotas pagas vão direitinhas para o orçamento das modalidades, permitindo-nos vibrar e celebrar tantos títulos, nacionais e europeus, num Clube que é muito mais que futebol. É também porque não consigo conceber que alguém queira o engrandecimento do Clube, exigindo títulos e glória, sem que isso implique quaisquer deveres. É um sacrifício que todos temos de fazer para termos um Clube maior. Ser Sócio do Sporting CP é ainda entrar numa galeria de milhões de pessoas que, nos últimos 114 anos deram, nalgum momento da sua vida, um pedaço de si ao Clube. Fazer parte desta história, que se confunde com a história do desporto em Portugal, é um privilégio. Por isso, ser Sócio do SCP é muito mais do que um número.

Militância e amor Sportinguista

Por Tito Arantes Fontes
23 Jul, 2020

Somos mais de 106 mil Sócios! (...) Somos, também por isso e de modo indiscutível, um dos maiores clubes do mundo!

O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL procedeu à renumeração dos seus Sócios. Foi um processo “burocrático-administrativo” antecedido de uma campanha de manutenção e recuperação de quotas junto de Sócios que tinham deixado de pagar as mesmas de modo regular. Foi uma campanha de indiscutível sucesso. Bem gerida. Bem direccionada para os seus alvos. Sem “publicidade” desnecessária. Com resultados plenamente alcançados. E de indiscutível mérito! Só em Junho, o valor das quotas recebidas pelo SCP foi de mais de um milhão de euros! Impressionante!

Aproveitou-se o processo para – finalmente – se fazer uma renumeração capaz, o que não era feito há mais de dez anos. Foram, naturalmente, desconsiderados os Sócios que, entretanto e com nosso comum pesar, já partiram desta nossa vida terrena, bem como não se consideraram como Sócios todos aqueles que não tivessem quotas pagas de 2018 até ao presente. É, pois, uma fotografia real de Sócios activos aquela que agora o Sporting CP apresenta. Somos mais de 106 mil Sócios! Activos! Presentes! Vivos! Actuantes! Somos, também por isso e de modo indiscutível, um dos maiores clubes do mundo!

Neste processo cumpre também salientar o modo como o Clube sob gerir a “boa nova” do novo número de sócio junto da sua dedicadíssima massa associativa! Foi um excelente momento de Sportinguismo. Momento esse a que os Sócios corresponderam de modo grandioso. São inúmeros os Sócios, os grupos de Sócios, no Facebook e no WhatsApp, e por todo o lado, que trocaram milhares e milhares de mensagens inquirindo pelos novos números de Sócio, afirmando com garbo o seu! Dando notícia do seu reafirmado amor ao Sporting CP! Estou a falar de gente de todas as idades, de Sócios mais antigos e mais novos, de gente conhecida do universo Sportinguista e de gente anónima… todos, mas todos mesmo, unidos no seu Amor ao Sporting CP pelo seu novo número de Sócio! E todos os números são “bons”! Mas – porque a vida tem números mágicos – fiquei também a saber que um dos meus amigos Leões mais “doentes”, o Luís Mira, é o novo sócio 1000! A felicidade estampada no rosto e no coração deste nosso querido Sócio mais que cinquentenário! Uma felicidade genuína, verdadeira e autêntica… fantasticamente “infantil”, num cinquentão com quase dois metros de “envergadura”! A expressão do verdadeiro amor ao SCP! Fiquei, pois, deveras surpreendido com esta avalanche de emoções Leoninas pelo seu “novo número”… com a grandeza, a dimensão desses festejos! E a verdade é que não me devia ter espantado com todo este Sportinguismo… tenho, pois, de dizer mea culpa… estou a chegar aos 50 anos de Sócio e já devia saber que somos assim, de uma fé imensa, de uma esperança enorme, de um amor incondicional! Por isso somos gigantes, maiores como os maiores do mundo! Um Grande Clube, tão Grande como os maiores da Europa! Como o nosso Fundador José Alvalade quis! E assim o “dixit” em 1906! E assim “o” cumprimos! Todos os dias, todos os anos!

Futebol – fomos ao Dragão. Não ganhámos. Foi insuficiente, ainda que tenha sido digno o nosso jogo. O Rúben Amorim já disse que quer mais. Também queremos. Sabemos que temos uma equipa jovem, melhor dizendo, muito jovem. E sim, queremos apoiar e muito! E sim, também queremos mais! Rebobinei, no rescaldo desse jogo, a nossa equipa… e andei uns meses para trás, situando-me sempre nesta época… quem diria que sem Bruno Fernandes, sem Mathieu, sem Acuña, sem Vietto, sem Luiz Phellype… e com a juventude de Plata, Jovane, Nuno Mendes, Matheus Nunes, Quaresma e Max… mais os suplentes que jogaram Joelson, Camacho e Tiago Tomás faríamos um jogo tão igual com o agora declarado e destacado novo campeão nacional. Quem diria? Acreditemos, pois! Temos muita matéria-prima! E temos um Senhor Treinador! Deixemos, pois, o “folclore de milhões… inconsistente e incoerente” para outras paragens! E trabalhemos nós na verdadeira, autêntica, persistente e única fábrica de talentos em Portugal… Academia Sporting! É o nosso futuro! São os nossos meninos! É a nossa equipa!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Sporting CP, Kasparov e MTQ

Por André Bernardo
09 Jul, 2020

Qualquer estratégia começa com um objectivo futuro, que depois é trabalhado daí para trás. Hoje estamos muito mais perto do destino que definimos há dois anos atrás

No livro “A vida imita o Xadrez”, Garry Kasparov, ex-campeão mundial de xadrez, descreve que a base de cada jogada assenta no equilíbrio entre três conceitos: de material, de tempo e de qualidade (MTQ).

“O material descreve os nossos bens tangíveis. O tempo refere-se a quanto tempo demoramos a alcançar um objectivo específico. A qualidade, o elemento mais importante e um objectivo em si mesmo, representa o valor. O objectivo é ser bem-sucedido em cada uma das áreas e também investir e equilibrar os factores de forma correcta”.

São os mesmos factores que estão por trás de qualquer estratégia e que usarei como paralelismo ao tema da capa de hoje: “Eu Sou Formação”.

 

Material

Material é o elemento fundamental. No xadrez é o número e tipo de peças que a cada momento temos versus o nosso adversário. Noutros desportos são os jogadores. E para ter os melhores jogadores é preciso uma combinação variada de factores: capacidade financeira, os próprios verem valor no clube, capacidade de recursos com aptidão de identificar os melhores e uma estrutura capaz de os acolher e desenvolver. 

E isto faz-se com base numa estratégia pensada e com investimento. Mas exige tempo.

 

Tempo

“Tempo de tabuleiro” é o número de jogadas necessárias para alcançar um objectivo. Há duas maneiras de “ganhar” tempo: i) efectividade ii) dinheiro.

No primeiro temos de ser mais eficientes que os demais, seja estando um passo à frente, seja na melhor capacidade de desenvolvimento do material à nossa disposição. Foi o que conseguimos fazer com a introdução do modelo Centralizado no Jogador - que nos permite hoje ter na equipa principal seis jogadores de escalões menores que tiveram um desenvolvimento acelerado (ver entrevista central).

O segundo, dinheiro, passa pela possibilidade de ganhar tempo adquirindo material que consideramos aportar qualidade de forma mais imediata ou crítica no processo. E é o que fizemos, por exemplo, na contratação de Šporar e Rúben Amorim.  

Evidentemente, dependendo da situação financeira do Clube podemos partir de uma posição “aberta” (várias saídas possíveis) ou “fechada”.

Mas para chegar a ter uma posição aberta, que é o ideal, é fundamental dar prioridade aos factores dinâmicos versus estáticos. Ou seja, em cada momento perceber o que é mais importante para chegar ao destino final.

E se o material é um ponto de referência fundamental e o tempo é acção, estes dois elementos só fazem sentido guiados por um terceiro: qualidade.

 

Qualidade

O valor de uma peça no xadrez varia conforme a posição da mesma e o momento do jogo.

Todas as decisões envolvem um custo de oportunidade. Abdicar do melhor marcador da equipa, com salário anual de 6 M€, na fase final e decrescente da sua carreira é uma decisão táctica em nome de uma estratégia.

Alocar 12 M€ para a Academia Sporting (2 M€ até à data), 10 M€ num treinador que aposta na juventude, desenvolver um modelo centralizado no jogador e aplicar a reduzida liquidez na retenção de 89 recursos identificados como alto potencial, é um investimento na Formação com base numa estratégia definida desde 2018.

 

Tenacidade

Só erra quem decide. E só aprende quem reconhece os erros e não os repete. E todos queremos acertar mais e errar menos. Porém, existe uma crucial diferença entre teimosia e tenacidade.

E é por isso mesmo que aos factores MTQ , Kasparov acrescenta um outro factor decisivo: confiança, destacando que “as nossas tácticas devem ser guiadas pela nossa visão estratégica global e pelos nossos objectivos. (…) Essa força psicológica é a base. Se ela enfraquecer, toda a estrutura se desmorona”.

E, portanto, quem decide não pode andar a ziguezaguear ao sabor dos ventos da pressão.

Qualquer estratégia começa com um objectivo futuro, que depois é trabalhado daí para trás. Hoje estamos muito mais perto do destino que definimos há dois anos atrás. Nesta edição damos a conhecer aos Sportinguistas parte de um dos pilares desse futuro: a Formação.

 

* Editorial da edição n.º 3780 do Jornal Sporting

Não, obrigado

Por Miguel Braga *
09 Jul, 2020

O nosso rumo está traçado, o nosso grupo unido. Para desgosto de muitos, vamos ser fiéis a esse plano, cumprindo o nosso caminho, independentemente das pedras que coloquem na estrada

Fará no próximo dia 15 deste mês três anos desde que Marcos Acuña assinou pelo Sporting Clube de Portugal. Mais de mil dias de Leão ao peito, 132 jogos pelo Clube, duas Taças da Liga conquistadas e uma Taça de Portugal. Internacional argentino, com 27 presenças na “La Albiceleste”, Acuña faz da raça uma das suas imagens de marca, não desistindo de uma luta, de uma bola, de conquistar o seu espaço com “ganas” e com vontade de Leão.

Talvez por isso, Marcos Acuña transformou-se num alvo apetecível da intriga que gravita em volta do futebol português. Se dentro de campo, esse estigma paga-se com amarelos à primeira falta e vista grossa às constantes provocações de que é alvo, fora dele, a entrega e inconformismo de Acuña levaram à criação de novelas, de histórias paralelas fruto da criatividade e imaginação de quem quer atingir não só o jogador, mas especialmente o Sporting Clube de Portugal.

Diz-me a experiência e o respeito que tenho pela profissão que os jornalistas não inventam notícias. No entanto, há várias fontes que giram à sua volta, umas credíveis, outras nem tanto, umas que enfrentam a verdade, outras que a contornam a seu bel-prazer ou a pedido de um interesse alternativo ou não declarado. Uma táctica de guerrilha utilizada é lançar uma “notícia” tarde e a más horas, de forma concertada, com uma ou duas fontes alinhadas, de forma a passar a informação como certa e credível.

O Sporting Clube de Portugal orgulha-se de ter um grupo forte e unido, composto por pessoas íntegras, honestas, trabalhadoras e que tudo fazem para honrar o nome e a história do Clube. Todos os dias trabalham para isso, em conjunto e com o apoio de uma estrutura altamente profissional.

Ao longo dos anos, o modus operandi tem-se repetido, transformando o Sporting Clube de Portugal no alvo preferencial para o desvio de atenções, essas sim, razão de ser notícias, tanto nacionais, como até internacionais.

O nosso rumo está traçado, o nosso grupo unido. Para desgosto de muitos, vamos ser fiéis a esse plano, cumprindo o nosso caminho, independentemente das pedras que coloquem na estrada. Quem atira pedras assim deveria estar mais preocupado com o seu próprio telhado. Mais tarde ou mais cedo, a verdade virá ao de cima. E para que não restem dúvidas, Acuña está com o grupo e o grupo com Acuña. Tudo o resto são apenas tentativas de destabilizar o Clube.

Não, obrigado.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Miguel Maia, o ‘Rei Leão’!

Por Juvenal Carvalho
09 Jul, 2020

(...) Esse sonho, o de continuar de Leão ao peito vai manter-se. Irá fazer os 50 anos de Leão ao peito e vai querer continuar a ganhar. Como só ele sabe. Como só ele luta para isso

23 de Abril de 1971. A cidade de Espinho, também conhecida como Costa Verde, viu nascer Luís Miguel Barbosa Maia. Naquele dia, e naquela cidade, veio ao mundo aquele que viria a ser um dos maiores desportistas portugueses de todo o sempre. Um exemplo de classe. Um exemplo de abnegação. Um ganhador como só ele. Miguel Maia é mesmo um caso raro de longevidade por quem os anos parecem não passar, e que joga aos dias de hoje com a garra de um menino, a que umas mãos de ouro e uma intuição rara para o jogo e uma valia verdadeiramente inusitada, o diferencia dos demais.

Miguel Maia, tanto no voleibol de pavilhão como na praia, onde formou com João Brenha uma das melhores ‘duplas’ do Mundo, é um ídolo que tem atravessado gerações. A sua carreira iniciou-se cedo, já que em Espinho o voleibol é quase uma ‘religião’, mais propriamente na Académica de Espinho, onde se sagraria campeão nacional, bem como no Sporting de Espinho onde ganhou vários títulos nacionais e onde venceu ainda a CEV Top Teams Cup de 2000/2001, a única competição europeia da modalidade ganha até ao momento por um clube português.

Nunca escondeu o seu amor incondicional ao Sporting Clube de Portugal. Respira o Clube por todos os poros. Aos 20 anos de idade chegaria ao seu Clube do coração, e foi chegar, ver e vencer. Entre 1991/1992 e 1993/1994 sagrou-se sempre Campeão Nacional, numa equipa verdadeiramente fantástica. Veio a sair e posteriormente viu a modalidade ser suspensa. A cada entrevista, a cada aparição no universo Leonino falava no quanto queria de novo a modalidade no ‘seu’ Sporting CP. Eu sei do que falo, porque várias vezes abordei com ele esse tema. Moveu montanhas, não desistiu, e como quem porfia sempre alcança, em 2017 viu as portas do voleibol serem escancaradas no reino do Leão.

A história repetiu-se e foi de novo chegar, ver e vencer. Logo no ano do regresso, como ele preconizou, sagrou-se Campeão Nacional. Festejou com a alegria de um menino. Como se não houvesse amanhã. Estava concretizado o sonho. Esse sonho, o de continuar de Leão ao peito vai manter-se. Irá fazer os 50 anos de Leão ao peito e vai querer continuar a ganhar. Como só ele sabe. Como só ele luta para isso. Além de um fenómeno de classe, é um fenómeno raro de longevidade. Sei o quanto vale, e sei até que muito gostaria e muito ganharia o Sporting CP com os seus conhecimentos após terminar a carreira. Ele é da raça que nunca se vergará. Obrigado, Miguel Maia. E continua a fazer-nos felizes!

 

P.S. – Parabéns ao ténis de mesa. O penta é nosso. Venha o hexa!

Os Miúdos

Por Pedro Almeida Cabral
09 Jul, 2020

(...) Grandes jogadores haverá sempre. Miúdos que queiram entrar em Alvalade de leão ao peito depende muito do que nós, Sócios e adeptos, lhes queremos e desejamos

Há muitos e muitos anos, quase por acaso, tive o privilégio de jantar ao lado de Aurélio Pereira, um dos maiores recrutadores de talentos de todos os tempos. Primeiro, como treinador do futebol da formação, depois como líder da captação do Sporting Clube de Portugal, Mestre Aurélio deixou uma marca profunda no futebol. Futre, Figo, Quaresma e Cristiano Ronaldo são jogadores de classe mundial que foram descobertos e começados a delapidar por este enorme Sportinguista.

Nesse repasto Leonino, perguntei a Aurélio Pereira o que era determinante para que um jovem singrasse. Surpreendentemente, e creio não cometer inconfidência alguma, Mestre Aurélio disse que nunca havia certezas. Dependia de muitos factores. Tanto físicos e desportivos, como psicológicos e motivacionais. O actual mercado global de jogadores torna o crivo de ascensão a um patamar de excelência muito apertado. Cabe aos clubes reconhecidamente formadores, como o Sporting CP, reduzir ao mínimo os riscos neste caminho. E não deixar de apoiar quem, investindo muito de si, por alguma razão, fica para trás.

Nestes últimos dias, temos falado dos miúdos lançados por Rúben Amorim. Eduardo Quaresma, Nuno Mendes, Matheus Nunes, Tiago Tomás e Joelson Fernandes prometem. Ainda não é certo como evoluirão. Cada um de nós terá as suas certezas. Mas sabemos que tudo se define desde cedo, na primeira ou na segunda época na equipa principal.

Em tempos de esperanças nestes jovens, há a notícia que Fábio Paim visitou, tantos anos depois, a Academia que lhe deu fama, mas que, por mau destino, não lhe deu proveito. Talvez hoje não se tenha bem a noção do que se dizia de Fábio Paim, curiosamente, na mesma altura em que jantei com Mestre Aurélio. Era certo que seria um dos maiores. Mas não foi. Nem perto andou. Vê-lo na Academia, não escondendo as saudades do que poderia ter sido, faz-nos pensar em todos os que agora têm uma oportunidade. A eles, a melhor das sortes. Ao Fábio, tudo de bom. Aos Sportinguistas, a consciência de sabermos lembrar quem um dia sonhou de verde e branco. Grandes jogadores haverá sempre. Miúdos que queiram entrar em Alvalade de leão ao peito depende muito do que nós, Sócios e adeptos, lhes queremos e desejamos. 

114 Anos (ainda)… e futebol! E estatutos!

Por Tito Arantes Fontes
09 Jul, 2020

(...) neste mundo globalizado muitas vezes não podemos mesmo estar limitados a presenças físicas em assembleias gerais. Esta “pandemia” veio-nos demonstrar isso mesmo

Fizemos, como todos sabemos, 114 anos no dia 1 de Julho. Foi também momento para o Jornal Sporting apresentar uma alusiva e memorável “edição especial”, com uma extraordinária capa! O interior estava recheado e muito bem recheado! Impressionaram-me muito as páginas dedicadas a “114 Anos, 114 Curiosidades”… é um repositório de feitos inolvidável! Inesquecível! Incomparável! Lendário! Capítulos dedicados a “Universo SPORTING”, “À Conquista da Glória desde 1906”, a “Recordes e Destaques UEFA”, a “Futebol”, a “Academia SPORTING / Formação”, a “Clube Olímpico”, a “Atletismo”, a “Futsal”, a “Hóquei em Patins”, a “Natação”, a “Ténis de Mesa” e a “Outras Modalidades”! Está lá tudo! Ou quase… menos duas referências… alguma coisa tinha de falhar… faltou uma referência a Francisco Stromp, o icónico Sócio n.º 3 do Sporting CP! E outra ao inesquecível gigante que foi e é Joaquim Agostinho! Bem sei que as suas grandes vitórias internacionais não são com a nossa camisola ao peito… mas ele é “nosso” e tudo o que ele fez é – por isso mesmo – “SPORTING”! Excelente trabalho, pois e ainda assim, que o Jornal Sporting/Paulo Almeida nos proporcionaram! Um resumo de Esforço, de Dedicação, de Devoção! Umas páginas de Glória! Umas páginas de Orgulho Leonino! Um verdadeiro bálsamo! Recomendo vivamente o “mergulho” nessa leitura!

A nossa equipa de futebol tem vindo a afirmar-se e o “nosso” Rúben Amorim merece todo o apoio que, gradualmente e de modo cada vez mais evidente, a massa associativa lhe vem concedendo. Elogia-se (e bem!) o trabalho que tem vindo a ser apresentado, os resultados que estamos a conseguir, a qualidade e o fio de jogo que desenvolvemos, a aposta na juventude e na nossa formação. É o caminho que foi traçado pela Direcção do SCP. Bem sei que a alguns custa afirmar isso. Mas é facto. Curioso até que alguns comentadores Sportinguistas apresentem uma “dualidade” interessante… quando é para dizer bem elogiam Rúben Amorim (como se este tivesse “caído do céu” e não fosse contratação decidida e assumida pelo presidente, contra muitos) e quando é para dizer mal já põem – para criticar – o nome de Frederico Varandas com todas as letras! Coerência, Sportinguistas, coerência é só o que peço!

Ainda futebol… ontem (segunda-feira à noite, para quem me lê mais tarde) voltámos aos “espectáculos deprimentes” da nossa nacional arbitragem… como começamos a “assustar”, vai de sermos presenteados, em Moreira de Cónegos, com esse “expoente rubro” da arbitragem nacional que dá pelo nome de Tiago Martins, acolitado no VAR pelo inefável Sr. Jorge Sousa. Uma dupla de “calibre”! O resultado foi, assim, o que seria de esperar: dois penáltis escamoteados ao SCP (um logo a “abrir” o jogo e outro mesmo ao “fechar” do mesmo) e uma expulsão perdoada ao defesa-lateral do Moreirense! E – não contente – o Sr. Tiago Martins ainda demorou quase duas horas a escrever o seu relatório… devia estar preocupado com o que escrevia, como justificava a sua injustificável “missão cumprida”! Pois, que isto de faltar à verdade desportiva à frente de milhões de Sportinguistas obriga a cuidados redobrados! Até quando? Até quando teremos de suportar esta gente?

Estatutos – o Clube anunciou a criação de um Grupo de Trabalho presidido, como creio que deve ser, pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral para apresentar até ao fim do mês de Julho um projecto de reforma estatutária destinado a prever a introdução de sistema de voto electrónico na vida do SCP. Saudamos esta iniciativa. É esta a verdadeira forma de aproximar, nos tempos modernos, a massa associativa e o Clube. Não ostracizando ninguém, contando com todos os Sócios. Permitindo e criando condições para que – obviamente em segurança e de modo tecnicamente adequado – sejam auscultados todos os Sócios do SCP! Estejam eles onde estiverem! É que sabemos muito bem como neste mundo globalizado muitas vezes não podemos mesmo estar limitados a presenças físicas em assembleias gerais. Esta “pandemia” veio-nos demonstrar isso mesmo. Temos, pois, de adaptar os nossos Estatutos aos interesses dos Sócios do Clube. E do próprio do Clube! Não podemos é continuar “confinados” ao espartilho estatutário em que actualmente vivemos, em que – na prática – poucos podem condicionar a vida associativa de muitos! Sou claro nesta matéria: apoio o sentido desta modificação dos Estatutos. E mais acrescento, também de um modo claro, que só tem receio da mesma quem tiver receio da massa associativa! Eu não tenho! Dito isto, espero – naturalmente – pelo projecto para o apreciar e, se for o caso, tecer os comentários que julgue que sejam necessários.

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Uma questão de respeito

Por Miguel Braga *
07 Jul, 2020

Há certas coisas difíceis de perceber sobre a arbitragem do jogo de ontem do Sporting Clube de Portugal. Logo ao minuto 3, pontapé de penálti por assinalar sobre Jovane Cabral: “João Aurélio chegou tarde, não jogou a bola e atingiu um pé de Jovane” (Jogo); “Jovane cai na área depois de ser rasteirado (…). Pontapé de penálti por assinalar” (Record); “Lance difícil de interpretar em campo, mas que as imagens evidenciaram ser irregular” (Bola). Apesar da opinião unânime, a equipa liderada por Tiago Martins com Jorge Sousa no VAR nada viu. Pior. Quando confrontado com o erro, na zona dos balneários, por elementos do Sporting Clube de Portugal, o juiz da partida teve o desplante de afirmar “já vi as imagens e ninguém lhe tocou. O Jorge Sousa bem disse ‘Siga, siga!’”

E se Tiago Martins começou o jogo torto, a verdade é que nunca se conseguiu endireitar, terminando o encontro com novo erro grosseiro, na mesma direcção, com a agravante que terá sido avisado do puxão visível a Coates pelo VAR. “Lance que o VAR entendeu ser evidente e que o árbitro devia ter sinalizado como ilegal” (Bola); “Coates cai na área, após ser agarrado pela camisola, o que o impede de disputar a bola” (Record); “Com o recurso às imagens trata-se de dupla incompetência não assinalar o pontapé de penálti” (Jogo). E o que fez Tiago Martins? Nada. Nada o convence a fazer o seu papel. Nem uma indicação, nem um puxão claro, nem a indignação dos presentes.

Aliás, Tiago Martins acha que está acima da crítica e no seu íntimo talvez pense que errar é humano e que ele é um ser superior. Não é. Por isso mesmo, o árbitro não gostou que o director desportivo do Sporting CP lhe perguntasse como é possível não ter marcado dois pontapés de penálti claros. Sem insultos, sem impropérios, apenas uma pergunta altamente compreensível. E ao contrário do que fez com Abdu Conté, aí Tiago Martins fez valer a sua autoridade e num acto de coragem expulsou, fora de campo, Hugo Viana.

A noite má de Tiago Martins podia ter ficado por aqui. Mas não. Sabendo que a equipa do Sporting CP iria regressar nessa mesma noite a Lisboa, o árbitro demorou mais de hora e meia para escrever o seu relatório. Quando confrontado com a espera, respondeu “o senhor Severo tem de esperar, pois estou a rever umas vírgulas”. Hora e meia de espera. Estaria certo se não fosse profundamente errado.

O respeito conquista-se. E não é com comportamentos assim, dentro e fora de campo, que os árbitros portugueses vão alguma vez ganhar créditos. Muito pelo contrário.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Parabéns Sporting!*

Por Frederico Varandas
01 Jul, 2020

(...) O caminho está traçado, faz-se caminhando, com coragem e determinação, lembrando sempre que são o Esforço, a Dedicação e a Devoção de Leão que nos guiarão por mais 114 anos de Glória

O Sporting Clube de Portugal celebra hoje 114 anos de uma História ímpar, construída por várias histórias, vividas e alcançadas por todos aqueles que desde 1906 partilham de uma mesma visão e princípios que nos fazem Ser Sporting.

Parabéns a todos os Sportinguistas. Aos de hoje e aos de ontem, que de geração em geração foram e são Sporting.

Celebramos este marco num contexto único de pandemia, que mudou o mundo como o conhecíamos, obrigando a sociedade em geral e a indústria do desporto em particular a novas regras e a novas realidades.

Foi o esforço conjunto de todos que nos permitiu ultrapassar crises do passado e agora as primeiras consequências desta crise global.

Hoje estamos a colher os frutos de um trabalho de base que passou por uma estratégia de criação de valor assente na formação, transformação digital do Clube e valorização da marca Sporting.

Ainda estamos a meio caminho e é importante que tenhamos presente que o amanhã será tremendamente desafiador, sobretudo no âmbito financeiro.

O caminho está traçado, faz-se caminhando, com coragem e determinação, lembrando sempre que são o Esforço, a Dedicação e a Devoção de Leão que nos guiarão por mais 114 anos de Glória. E que na adversidade ou na celebração somos Sporting Sempre!

Hoje é dia de celebração. Hoje é Dia de 114 anos de Sporting.

Parabéns a todos os Sportinguistas.

Parabéns Sporting Clube de Portugal!

 

* Editorial da edição n.º 3779 do Jornal Sporting

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Parabéns Sporting

Por Miguel Braga *
01 Jul, 2020

A História e histórias do Sporting Clube de Portugal são intermináveis e de uma riqueza que só nos pode encher de orgulho. (...) Somos Sporting! E estamos de parabéns

Hoje estamos todos de parabéns. O Sporting Clube de Portugal faz 114 anos. E tudo começou a 1 de Julho de 1906, data da Assembleia Geral de um novo Clube formado pelos “dissidentes”, em que por sugestão de António Félix da Costa Júnior, o Clube alterou o seu nome de Campo Grande Sporting Clube para Sporting Clube de Portugal, sempre com o objectivo de ter “um grande clube, tão grande como os maiores da Europa”.

Curiosamente, o desporto de eleição do Sporting CP começou por ser o ténis, ultrapassado rapidamente por uma prática mais popular e em voga, o futebol. Mas naqueles primeiros tempos de Sporting CP, o Clube também se dedicava a outras modalidades, umas clássicas, como o ciclismo, outras menos, como o críquete ou a luta de tracção à corda. Esta última, desconhecida nos dias de hoje, com excepção de países nórdicos e em alguns pontos em Inglaterra, foi modalidade olímpica nas duas primeiras décadas do século XX, e rezam as crónicas que a equipa Leonina de 1911 a 1915 foi, simplesmente, invencível.

Fizeram parte desse lote de atletas de eleição como Alfredo Camecelha, o primeiro Campeão Nacional do lançamento de peso; Alberto Figueiredo, que foi também Campeão de Portugal do lançamento do martelo; Joaquim Oliveira Duarte, multifacetado atleta que foi remador, nadador e jogador de futebol e de pólo aquático, modalidade na qual foi internacional e quatro vezes Campeão Nacional pelo Sporting CP; Manuel Laranjeira Guerra, grande campeão de ciclismo e praticante de atletismo; António Soares Júnior, também um nome forte do ciclismo nacional de início de século; e por último, também fazia parte desse lote o extraordinário Francisco Padinha, algarvio de grande porte e com um bigode notável, que foi também campeão nacional de luta greco-romana e halterofilista recordista nacional, chegando a sagrar-se campeão do Mundo na modalidade flexão de coxas com barras nos ombros, batendo inclusivamente o recorde mundial de então, de outro português, Manuel da Silveira.

Padinha foi um verdadeiro Leão que conquistou seguidores não só em Alvalade, mas também em Olhão – o Sporting Clube Olhanense homenageou o seu conterrâneo dando-lhe o nome do seu estádio até meados da década de 80, altura em que foi construído o ainda actual Estádio José Arcanjo. Durante 20 anos, o estádio ainda serviu para as camadas jovens do Clube algarvio até dar lugar, sinais dos tempos, a um centro comercial.

A História e histórias do Sporting Clube de Portugal são intermináveis e de uma riqueza que só nos pode encher de orgulho. Fazem parte do nosso passado e do legado de um Clube que desde a sua génese tem trabalhado para ser “tão grande como os maiores da Europa” e que é hoje muito maior que um simples Clube. Somos Sporting! E estamos de parabéns.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

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