Vitória do Sporting CP frente ao SL Benfica por 37-21 na final

Na Póvoa de Varzim, a equipa de andebol do Sporting CP venceu, este domingo, o SL Benfica por 37-21 e conquistou pela quinta vez no historial a Supertaça, revalidado o título nesta competição que havia alcançado já em Dezembro do ano passado, em Santo Tirso.

Foi um grande jogo da formação orientada por Ricardo Costa, um recital de bem jogar e um triunfo concludente frente às águias, com uma primeira parte em que o Sporting CP teve momentos a roçar a perfeição – chegou a limitar a formação da Luz a quatro golos marcados nos primeiros 18 minutos da etapa inicial.  

Uma notável entreajuda defensiva, aliada a uma exibição também de grande nível de Andre Kristensen na baliza verde e branca explica uma parte importante de uma vantagem que os Campeões Nacionais foram ‘cavando’ no primeiro tempo e que teve um dos ‘picos’ quando a formação de Alvalade passou de 3-3 para 7-3, com perfeitas ligações entre a primeira e a segunda linha e a chegar com grande critério ao pivô Edney Silva.

Apoiados pelos vibrantes adeptos Leoninos na bancada, o Sporting CP foi conseguindo distanciar-se cada vez mais e pouco depois dos 10’ já dobrava a marcação de golos do SL Benfica (8-4), com uma magnífica saída em contra-ataque finalizada por Diogo Branquinho. 

Foi entusiasmante a prestação dos Campeões Nacionais, com trocas defensivas exemplares, que mais não permitiam ao SL Benfica do que tentar meter a bola no pivô ou nas pontas, tal o pressing defensivo colocado em cima da primeira linha dos encarnados e no central, que não encontrava linhas de passe na defesa de aço do Sporting CP. 

Com um andebol cheio de vivacidade, circulação rapidíssima de bola e boas soluções de ataque, foi sem surpresa que o Sporting CP aumentou a diferença no marcador em relação aos rivais, com Martim, João Gomes (somou muitos minutos depois de Francisco Costa ter sofrido uma falta duríssima, em que caiu desamparado) logo no minuto inicial, e também Salvador, Gurri e Natán Suárez ‘confundiam’ a defesa do SL Benfica. 

Ao intervalo, o Sporting CP vencia o SL Benfica por 20-10, com o último golo dos Leões a ser apontado por Martim Costa. 30 minutos de luxo dos Campeões Nacionais, com o público Sportinguista entusiasmado com o que lhe era dado a ver, em grande prestação do conjunto de Ricardo Costa. 

No segundo tempo, o ascendente Leonino manteve-se a e vantagem no marcador até foi aumentando, o que aconteceu por exemplo aos 24-12, ou seja 12 golos de vantagem no marcador para o Sporting CP, já depois dos primeiros cinco minutos. A expulsão de Alexis Borges por uma falta - conduta violenta - sobre João Gomes. O golo de sete metros de Portela e dois de baliza a baliza de Andre Kristensen colocaram um ponto final, se dúvidas houvesse, quanto ao vencedor da Supertaça, que seria o Sporting CP, ao estar com uma vantagem de 27-13 já nos segundos 10 minutos do segundo tempo. 

Até final foi mesmo uma questão de números definitivos, com o SL Benfica a pedir um tempo técnico com 18’21 jogados, depois de William Hoghielm ter marcado um golo de ‘rosca’ em grande execução, que colocou o marcador na maior diferença no jogo (32-16), e por isso 16 golos à maior. 

Foi uma exibição portentosa dos Campeões Nacionais, que somaram a quinta Supertaça do historial, em mais uma tarde memorável para o andebol do Sporting CP. 

Sporting CP: Edney Silva (4), Pedro Portela (1), Francisco Costa, Natán Suárez (2), Jan Gurri (2), Pedro Martinez (2), William Hoghielm (4), Salvador Salvador [C] (4), Orri Phorkelsson, Mamadou Gassama, Andre Kristensen [GR] (2), Diogo Branquinho (1), João Gomes (6), Christian Moga, Martim Costa (9), Mohamed Ali [GR].

Hannah Seabert também lançou a final da Supertaça

Com a Supertaça em jogo, a equipa principal feminina de futebol do Sporting Clube de Portugal enfrenta, esta sexta-feira (20h45), o SL Benfica na final, que será disputada no Estádio do Restelo, em Belém. Na véspera do dérbi que vai decidir o primeiro título em 2024/2025, a treinadora Mariana Cabral e a guarda-redes Hannah Seabert lançaram o jogo em conferência de imprensa no auditório da Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete.

“Vai ser uma final muitíssimo competitiva entre as duas melhores equipas em Portugal”, começou por dizer a técnica verde e branca, tendo em vista uma Supertaça que pela quarta edição consecutiva terá Leoas e águias frente-a-frente – Sporting CP venceu a prova em 2021, precisamente no Restelo, e em 2017.

Posto isto, Mariana Cabral não escondeu que “as duas equipas conhecem-se muito bem”, mas realçou também que há “novas dinâmicas” de parte a parte, além dos ingredientes já inerentes a uma final: “Acaba por ser não só a parte técnica e táctica, mas também a parte emocional, psicológica ou até casual, no sentido em que pode haver um penálti ou uma expulsão, situações que também temos de saber superar”.

De seguida, a treinadora das Leoas garantiu que a sua equipa está “muito bem e com muita vontade de ganhar um troféu”. “As jogadoras estão por dentro do que queremos fazer e, portanto, estamos completamente preparadas para ganhar”, apontou, realçando ainda o significado de poder iniciar a temporada regressando aos títulos.

“É muito importante, todos os troféus o são. Temos estado nas decisões, mas não temos conseguido conquistá-los. Há muita vontade”, reforçou, preferindo manter o foco sobre aquilo que as Leoas podem controlar, uma “lição da época passada”, acrescentou.

“O adversário do Sporting CP é o Sporting CP, isso é que tem de estar na nossa cabeça. Temos de fazer melhor aquilo que nós podemos fazer, independentemente do adversário”, sublinhou Mariana Cabral antes de abordar a chegada das sete caras novas do plantel Leonino: “Têm sido muito bem integradas e temos um grupo muito jovem e com muita vontade. O que mais querem é ganhar e queremos que todas sintam o que é levantar um troféu pelo Sporting CP”.

Além disso, a técnica considerou que “não faz sentido” a sobreposição da final da Supertaça com a partida da equipa masculina Leonina, para a Liga, no Algarve, também na sexta-feira, às 20h15.

“É uma enorme falta de respeito pelas jogadoras do Sporting CP, do SL Benfica e por todas as pessoas que trabalham no futebol feminino. As instituições têm de intervir nestes casos. Queremos promover o futebol feminino, que seja mais visto, por isso é uma pena”, referiu, acrescentando: “É importante que possamos crescer todas juntas por causa do investimento e da organização e não apesar do investimento e da organização”.

Ainda assim, Mariana Cabral frisou a ambição da sua equipa em voltar a dar alegrias aos adeptos. “Vamos dar o melhor para trazer um troféu para o Sporting CP e para os Sportinguistas, tendo pena que não poderemos ter o apoio de mais adeptos, porque ficarão divididos, mas de certeza que vão acompanhar ao longe também”, destacou, por fim.

Por sua vez, a guarda-redes Hannah Seabert, uma das capitãs para 2024/2025, também falou aos jornalistas presentes e deu conta da “confiança” que move as Leoas rumo à decisão.

“Fizemos uma boa pré-época e aprendemos muito. Temos uma identidade forte e jogadoras com personalidade, por isso sentimo-nos bem e entusiasmadas para amanhã”, apontou, acrescentando também que a final é encarada como uma “oportunidade de conseguir um título perante os adeptos”.

Sublinhando “a força e crença enquanto equipa” como principais pontos fortes das Leoas, a guardiã norte-americana considerou que, apesar do conhecimento mútuo, o dérbi “é sempre um novo desafio” e “um bom jogo de preparação para o nível da UEFA Women’s Champions League”, mas agora, sentenciou, o foco está “apenas na Supertaça”. “Um jogo e uma competição de cada vez”, acrescentou.

E, tal como a sua treinadora, Hannah Seabert foi clara ao traçar a ambição das jogadoras na ‘antecâmara’ de mais uma final. “A expectativa de alcançar troféus faz parte de estar no Sporting CP. Queremos começar em força esta época e amanhã queremos dar provas das nossas intenções. Estivemos muito perto [dos títulos] na época passada, ainda temos alguma dessa mágoa, mas agora é um novo início”, concluiu.