Rúben Amorim: "Vamos jogar da nossa maneira: a querer dominar e ganhar o jogo"
28 Fev, 2024
Leões e águias frente-a-frente na primeira mão das ‘meias’ da Taça de Portugal
Quinta-feira (20h45) é dia de dérbi eterno no Estádio José Alvalade. A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal recebe o rival SL Benfica na primeira de duas ‘mãos’ para discutir o acesso à final da Taça de Portugal.
Na véspera do duelo, Rúben Amorim, treinador dos Leões, esteve em conferência de imprensa para perspectivar este primeiro passo nas meias-finais da prova-rainha e começou por desconstruir o actual momento da sua equipa, vinda de dois empates.
“Acho que no [dérbi do] ano passado estávamos num pior momento e isso não ficou demonstrado no jogo [2-2 frente ao SL Benfica]. A segunda parte não foi tão boa, mas jogámos muito bem. Agora, tivemos dois empates muito diferentes: com o BSC Young Boys devíamos ter goleado e com o Rio Ave FC não fizemos as coisas que devíamos ter feito num campo difícil”, começou por dizer na sala de imprensa da Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, antes de se debruçar sobre o dérbi.
“Agora é uma competição diferente, a duas ‘mãos’ e por isso temos de ser inteligentes na abordagem ao jogo. Como é óbvio, vamos jogar da nossa maneira: querer dominar e ganhar o jogo, sabendo que do outro lado vai estar um adversário com muitos jogadores com muita qualidade, são os campeões nacionais e estão em primeiro lugar [à condição] no campeonato”, realçou Amorim, acrescentando: “Vai ser um bom jogo e estamos claramente preparados”.
Depois, questionado sobre o a abordagem ofensiva que espera das águias, que ultimamente têm apostado num ataque mais móvel, o técnico verde e branco apontou vários cenários, referindo, porém, que “o jogo pode tornar-se diferente consoante os jogadores” apresentados.
“Sabemos o posicionamento e como vamos encaixar na pressão, mas jogar o [David] Neres ou o João Mário na mesma posição é completamente diferente, por exemplo. Estamos preparados para tudo, vimos os jogos e mesmo com pouco tempo preparámos os jogadores para isso. Perceber que se o Rafa jogar a avançado, a velocidade é diferente da do Arthur [Cabral] ou do Tengstedt”, detalhou, passando a virar o foco para aquilo que foi trabalhado pelos Leões defensivamente.
“Nós temos uma forma de defender que não passa pela marcação homem-a-homem, portanto temos de ser fortes nos nossos princípios e perceber que tipo de jogador apanhamos à frente. Nas laterais, jogar o Morato ou o Aursnes muda completamente a forma de defender”, acrescentou.
Rúben Amorim adiantou também que espera um SL Benfica “forte” e que “este ano vai variando mais os seus jogadores”. Já do lado Leonino, parte da missão vai passar por “ao longo do encontro, ir adaptando a forma de defender, porque a atacar vamos fazê-lo da mesma forma”, sublinhou, antes de considerar que este dérbi é, acima de tudo, “um jogo importante para levar um bom resultado para a segunda mão”.
A seguir, o treinador do Sporting CP garantiu que tanto Francisco Trincão como Gonçalo Inácio “estão fora do jogo”, depois de terem saído lesionados da partida em Vila do Conde, enquanto o avançado Paulinho estará de regresso às opções. “Ainda ontem estava a fazer trabalho com o fisioterapeuta, hoje disse que se sentia bem, nós não temos quase jogadores para o ataque, e disponibilizou-se logo para jogar. Revela muito do carácter dele e vou levá-lo, mesmo que esteja muito limitado no número de minutos. É sempre um jogador que até no banco nos ajuda a ser mais forte”, destacou sobre o camisola 20.
Por sua vez, Amorim garantiu desde já que Franco Israel será o titular na baliza verde e branca no dérbi, dando continuidade à aposta no guardião uruguaio na prova-rainha. “Temos um jogo da Taça e quem tem sido titular [na prova] é o Franco, por isso vai jogar o Franco. Depois, logo fazemos a nossa avaliação de jogo para jogo”, justificou.
Já abordando o momento de forma de Antonio Adán e também de Marcus Edwards, o técnico dos Leões aproveitou para explicar a forma como gere a equipa a partir de dentro. “Quando eu acredito que é o melhor para o plantel, continuo a apostar mesmo que as pessoas achem que não. Eu conheço o plantel, sei as opções que tenho, entendo o momento e sei a dinâmica que existe dentro do grupo. O meu principal objectivo é ganhar jogos”.
Depois, sobre o menor impacto do extremo inglês actualmente, Rúben Amorim considerou que “são fases dos jogadores, das épocas e das equipas”, mas realçou que isso não o preocupa, até porque acredita que Marcus Edwards, “principalmente em jogos grandes, tem um impacto muito grande e faz a diferença”.
Por fim, confrontado com a estatística que mostra que nos últimos três dérbis, embora tenha sido o primeiro a assumir a vantagem, o Sporting CP não conseguiu mantê-la para vence, o técnico refutou a ideia de “falta de experiência”. “Temos é de saber entender o jogo em cada momento e isso requer muita concentração. Se calhar somos a equipa que recebe menos ataque e sofre mais golos do que outras equipas, portanto temos de crescer nesse aspecto e temos de continuar a marcar muitos golos”, frisou.
Olhando para este embate com o SL Benfica referente à primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, Amorim não escondeu que o dérbi tem “sempre impacto psicológico”, mas “que pode mudar logo no jogo a seguir” e, seja como for, nada ficará decidido.
“Tem impacto, sobretudo, na preparação do jogo a seguir. Quem ganhar este dérbi e for com melhor resultado para a segunda mão, vai com mais confiança para o resto da época. Isso vai decidir alguma coisa? Não. Nem vai decidir a eliminatória, nem vai definir o resto do campeonato. As equipas grandes vivem semana a semana”, sentenciou na antecâmara do primeiro dérbi da época no Estádio José Alvalade.