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O ‘Chefe’ Lino

Por Juvenal Carvalho
16 Jan, 2020

Foi a ele [Mário Lino] que me ‘apresentei ao serviço’ (...) fez-me várias perguntas para me testar e perguntou-me quantos anos tinha de filiação clubista

A História do Sporting Clube de Portugal começou a ser escrita a 1 de Julho de 1906, quando um grupo de jovens da época se juntaram para fazer um Clube que desde logo quiseram Grande, tão Grande como os Maiores da Europa, cujo lema Esforço, Dedicação, Devoção e Glória perdurou no tempo até aos dias de hoje.

Começou aí um sonho que atravessou gerações atrás de gerações. Que conquistou títulos atrás de títulos. Que tem campeões olímpicos, mundiais e europeus. Que é uma incomensurável imagem de marca no país e além-fronteiras.

O mesmo, ao longo dos tempos tem sido servido por grandes nomes do deposto, desde treinadores a jogadores, passando por alguns dirigentes.

A mim, enquanto jovem, porque sempre ‘bebi’ tudo do que era a História do Sporting CP, parecia-me inacessível saber algo mais desses grandes vultos do nosso Clube, as referências por quem me curvava perante a sua dimensão.

Quis, contudo, o destino que cedo chegasse a dirigente pela porta do basquetebol. Desde então, aqueles que eram os meus ídolos, as minhas referências, aqueles que nunca julguei conhecer ao longo do percurso de vida, afinal passaram a cruzar-se comigo nos corredores do estádio. Ainda me lembro, quando tive a primeira reunião da comissão instaladora do Núcleo Sportinguista de Paço de Arcos – de que fui presidente durante dois mandatos –, de ter cumprimentado pela primeira vez o ‘violino’ Jesus Correia. Quase não me apetecia lavar a mão direita, aquela com que o cumprimentei, durante os dias seguintes, tal a emoção. Posteriormente viria a conhecer todos os outros, excepto o maior goleador de todo o sempre, Fernando Peyroteo. Foi tão bonito saber por eles o que vivenciaram e o que ganharam, bem como saber ainda por diversos ‘magos’ de diversas modalidades, que não os enumero, para não esquecer de nenhum, as suas estórias de vida e de Sporting CP.

Mas todo este início de texto se deve ao facto de na passada semana uma referência do Sporting CP ter feito 83 anos de vida. Falo de Mário Lino. E porque Mário Lino me inspirou para ser tema desta coluna de opinião? Porque chegado eu ao futebol juvenil do nosso Clube logo no início deste século, era ele o chefe de departamento. Foi a ele que me ‘apresentei ao serviço’. Que me fez várias perguntas para me testar e me perguntou quantos anos tinha de filiação clubista. Que me perguntou se estava preparado e se gostava mesmo de ingressar como delegado no futebol juvenil.

Aquela sensação inicial marcou-me. Percebi logo ali que aquele que foi um dos vencedores da Taça dos Vencedores das Taças em 1963/1964 e campeão nacional como jogador e como treinador no nosso Clube, e que me havia habituado a idolatrar pelo que representava, e sem o conhecer pessoalmente, era alguém diferente e especial.

Daí para cá sempre o tratei por ‘chefe’ Lino. Sim, ele era o Chefe. O ‘chefe’ Lino. 

Que Leão imenso!