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A memória que perdura no tempo

Por Juvenal Carvalho
21 Jul, 2022

Existem momentos em que, mesmo ultrapassadas as Primaveras da vida, as novas tecnologias permitem-nos voltar à meninice, fazendo-nos rebobinar as lembranças até aos tempos da compra dos cromos da bola na mercearia do Sr. António, no bairro onde cresci e onde viria a aprender com alguns Leões de antanho, o verdadeiro significado de amar o Sporting Clube de Portugal.

Foi o que aconteceu ainda recentemente, quando numa página de um grupo do Facebook a que pertenço e dedicada ao futebol, vi uma publicação a falar de João Laranjeira.

Não resisti a partilhar o post no meu mural a falar de um jogador que idolatrei, não só por ter envergado o símbolo do Leão rampante como por ter a particularidade de ser do meu bairro, e vieram-me as emoções e o tal rebobinar do tempo.

Além de vários amigos reais e virtuais que o comentaram, todos eles em tom elogioso para o antigo 'capitão', e uma eterna referência 'Leonina', apareceram ainda a interagir na minha publicação dois brilhantes jogadores desse tempo, e que jogaram com João Laranjeira no nosso Clube.

Falo de Fernando Tomé, um grande jogador e Senhor. Um homem adorável e com uma postura incrível. Que me ofereceu em tempos uma fotografia de Vítor Damas, um dos meus ídolos, e com quem me viria a cruzar no meu percurso de vida no Sporting CP. O Sr. Fernando Tomé, homem com uma vida ligada ao futebol como jogador e treinador, é daqueles que não deixam ninguém indiferente pela sua forma de estar. Um sadino com uma vida ligada ao 'seu' Vitória, mas que também transporta no coração muito pulsar do Leão.

Além de Fernando Tomé, que já seria motivo de satisfação bastante, eis que também Samuel Fraguito, homem de boa cepa, originário de Trás-os-Montes, e um jogador de capacidade tremenda, viria a interagir. Era mesmo o jogador que eu, muito criança, idolatrava. Uma classe ímpar. Meias invariavelmente em baixo, cabelo comprido ao vento, daqueles pés saía magia a todo o momento.

Vi Samuel Fraguito fazer verdadeiras obras de arte com uma técnica só ao alcance dos verdadeiros predestinados. Era o jogador que eu adorava, porque essa foi a primeira equipa que me recordo de ver no Sporting, a par dos citados, a que acrescento Hector Yazalde, o "Chirola" do meu encantamento de criança, o Vítor Damas, Manaca, Alhinho, Carlos Pereira, Marinho, Dinis, Nelson, entre outros. 

Falar desta equipa, a primeira que consigo ter memória do nosso Clube, é algo que me fascina. Depois vieram outros... tantos outros. Quantos craques. Quanta história. Mas como no velho ditado, não há amor como o primeiro. E estes foram aqueles de que consigo ter a primeira memória.

Por isso, este momento no Facebook, com aqueles "monstros" do nosso Sporting fez-me rebobinar memórias. E que memórias. Ao Tomé e ao Fraguito o meu obrigado por me terem inspirado nesta coluna de opinião. Ao João Laranjeira, homem do meu bairro, a "minha" Bica, o meu grande apreço por ele.

A todos os outros desse tempo, de todos os tempos...de todas as modalidades, que bom é serem parte integrante de uma História fantástica.