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Português, Portugal

As Leoas

Por André Bernardo
19 Nov, 2020

O mundo do Desporto é de homens e mulheres e de muitas Leoas que de verde e branco nos orgulham e que hoje fazem capa da edição n.º 3794 do Jornal Sporting

Há cerca de dois anos, num pequeno-almoço digital promovido pela Google, assisti a uma apresentação de Fuencisla Clemares, Directora-Geral da Google de Espanha e Portugal, sobre a temática “Futuro do Marketing” onde a líder da gigante tecnológica destacava, entre outros temas, a importância da tomada de decisões baseada em dados. A sua apresentação ilustrava esta relevância com o exemplo de quatro segmentos – Homecare, Gaming, Carros e Desporto - para os quais deixava a pergunta à audiência de qual consideravam ser o target tipo de cada um?
 
A resposta intuitiva é a politicamente incorrecta porque é instintivamente baseada em estereótipos fundados numa percepção muitas vezes desfasada da realidade. Salvo algum erro de memória no detalhe, as respostas dos dados da Google, que recebe cerca de 3,5 mil milhões de pesquisas por dia, revelavam que:
i) 40% das pesquisas sobre produtos de casa eram efectuadas por homens;
ii) mais de 45% das pesquisas efectuadas sobre Gaming resultavam de indivíduos com idade superior a 35 anos;
iii) mais de 50% das pesquisas sobre carros eram efectuadas por mulheres;
iv) e cerca de 60% dos compradores online que interagiam com conteúdo desportivo relevante no Youtube eram mulheres.
 
O mundo do Desporto é de homens e mulheres e de muitas Leoas que de verde e branco nos orgulham e que hoje fazem capa da edição n.º 3794 do Jornal Sporting
Foram 11 as atletas do futebol feminino do Sporting CP convocadas para a selecção nacional, equipa que lidera a classificação da série Sul da Liga BPI com seis vitórias em seis jogos, com o melhor ataque (40 golos) e a melhor defesa (três golos sofridos), e com oito jogadoras da formação do Clube. Raquel Fernandes é a melhor marcadora desta série Sul (dez golos) e presenteou-nos com um golo na vitória por 3-0 no clássico do último fim-de-semana*.
 
Fim-de-semana de Sporting com quase pleno de vitórias em todas as modalidades e em que no feminino se gritou vitória de forma expressiva no futsal, hóquei em patins, voleibol e râguebi. E a propósito desta última modalidade é de ver e rever o ensaio de Antónia Braga que meteu o turbo antes dos 22 metros nos 7-0 contra os nossos rivais e com sublime técnica já só parou após cruzar a linha de ensaio. Assim como é também de ver e rever (e ouvir!) os clips de vídeo onde se ouvem as decisões dos árbitros em conferência com o TMO (Television Match Official) relativamente a algumas jogadas de falta nos recentes jogos internacionais masculinos de râguebi: Austrália vs. Nova Zelândia e Argentina vs. Nova Zelândia. O Sporting CP liderou o movimento que visa a introdução de áudio nas decisões arbitrais do VAR no futebol e brevemente vamos promover um Webinar com vários players internacionais no sentido de podermos rapidamente introduzir esta melhoria em Portugal.
 
Termino com as palavras muito à frente do seu tempo do nosso fundador José Alvalade com uma passagem de um texto que data dos inícios de século passado e que já aqui parafraseei por outros motivos – Lawn Tennis – que espelha bem o legado do ADN do nosso Sporting CP: “Com uma orientação nova, em que haja a preocupação de que todos joguem, sem distinção de forças, orientação que deve partir das direcções dos clubes, muito se poderá conseguir n’um desporto em que é fácil introduzir em larga escala o elemento feminino, poderoso auxiliar neste movimento de propaganda”. 
 
* As Leoas têm um jogo em atraso relativo à quinta jornada frente ao CF Benfica. O encontro está agendado para o próximo dia 12 de Dezembro.

 

Editorial da edição n.º 3794 do Jornal Sporting

O Sonho começa aqui... a obra nasce

Por André Bernardo
29 Out, 2020

A obra nasce. O sonho torna-se realidade (...) Mais de 80% dos atletas da formação que hoje fazem parte da equipa sub-23 e Equipa B vieram do Pólo EUL

Match Point. A bola sai da raquete e bate na rede. A imagem congela e permanece a dúvida para que lado vai cair. A bola e a rede são de ténis e esta é a cena inicial do filme “Match Point” de Woody Allen. 
Há factores na vida que nós não controlamos. Às vezes a bola bate na trave, vai ao poste, desliza pela linha de golo e…
Cabe-nos sim dedicar aos factores que podemos controlar e que decidem o caminho do nosso futuro, minimizam os efeitos do Acaso e nos aproximam do nosso objectivo final. 
Escrevi no meu segundo editorial e volto a repetir que "'a melhor forma de prever o futuro é criá-lo' e o Sporting CP de amanhã será a consequência das decisões de hoje".
 
E Hoje (mais precisamente há três dias atrás) completámos a remodelação do Pólo EUL. São 11 o número de anos que passaram sem o Pólo receber uma única intervenção que não fosse paliativa para corrigir temporariamente as fissuras que deixavam entrar água e eram aparadas por baldes. 
 
O talento de cada um é obra do Acaso. Mas o motivo pelo qual escolhem o Sporting CP, permanecem, se desenvolvem aqui e se tornam os melhores é fruto de um trabalho de muita gente que o torna possível
 
O Sonho começa aqui. É a frase que podemos ver logo à entrada do “novo” Pólo EUL do Sporting CP com uma imagem de Cristiano Ronaldo quando era criança. A Academia de formação do Sporting CP começa também aqui. E é aos seis anos de idade que muitos miúdos começam a decidir o seu futuro no desporto.
O modelo que definimos para a Formação do Sporting CP assume o formato de uma pirâmide, cuja base se inicia nas Escolas Academia Sporting (EAS), Academias de Formação Sporting (AFS) e no Pólo EUL e cujo desenvolvimento vai progredindo pelos vários escalões. Esta pirâmide já inclui hoje a Equipa B que também regressou este ano e que constitui um passo fundamental nesse desenvolvimento, servindo como porta de entrada ao objectivo final: formar jogadores com ADN Sporting para a Equipa sénior principal. 
 
A remodelação do Pólo EUL é mais uma etapa decisiva na implementação e consolidação dos dois pilares da nossa visão estratégica - Pessoas e Estrutura – e que recordo aqui, resgatando-as do documento “Regresso ao Futuro”:
 
1. Pessoas
a. O principal activo dos Sporting CP são os seus atletas e colaboradores. Eles constituem a base para que a organização consiga assegurar os demais objectivos;
b. Captar e desenvolver os melhores talentos no plano desportivo e operacional, através de um processo holístico de transformação organizacional interna.
 
2. Estrutura:
a. O rendimento das Pessoas é, em grande parte, resultado das condições de espaço e equipamento que as mesmas têm para trabalhar;
b. É fundamental que os espaços de trabalho de atletas e colaboradores sejam modernizados no sentido de proporcionarem novas formas de trabalho e relacionamento. 
 
A obra nasce. O sonho torna-se realidade e Nuno Mendes, Tiago Tomás, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Daniel Bragança e Joelson são exemplos de jogadores que começaram precisamente no Pólo EUL. Mais de 80% dos atletas da formação que hoje fazem parte da equipa sub-23 e Equipa B vieram do Pólo. 
O “novo” Pólo EUL foi idealizado pela equipa de Filipe Vedor que merece uma palavra de destaque, de parabéns e agradecimento pelo trabalho que desempenham todos os dias. 
 
Tipping Point é o título do livro de Malcolm Gladwell e refere-se “ao momento de ponto de inflexão no qual uma série de pequenas alterações se torna significativo o suficiente para causar uma alteração muito maior e importante”*.
 
As rodas da engrenagem da Formação do Sporting CP acabam de fazer um Match Point no projecto de recuperação que se iniciou em Setembro de 2018 e que representa a nosso ver um eixo fundamental para um modelo desportivo sustentável e sustentado. 
 
O rumo está traçado, o primeiro jogo e mais difícil está ganho, agora é continuar o caminho. 
 
* Definição de Oxford Language Dictionary. O autor no livro define este momento como o que despoleta o fenómeno viral das epidemiologias sociais

Editorial da edição n.º 3791 do Jornal Sporting

Diferenças que fazem a Diferença

Por André Bernardo
22 Out, 2020

A introdução da tecnologia, nomeadamente a adopção do VAR, marcaram uma verdadeira revolução positiva no futebol (…) Mas como quase todas as soluções, elas trazem consigo novos desafios e necessitam de evolução

Em 1975, Muhammad Ali e Joe Frazier enfrentavam-se pela 3.ª vez no “Philippines Coliseum”*, no combate que ficaria conhecido para a história como “The Thrilla in Manila”. 
Diluído pelo mediatismo do combate, reconhecido como um dos maiores eventos desportivos de que há memória e que bateu o recorde de audiência televisa de mil milhões de espectadores, ficou a polémica que envolveu a escolha do árbitro para esta luta.

O motivo é que no 2.º combate entre ambos o árbitro Tony Perez viria a ter uma grande influência na luta, primeiro ao terminar o 2.º round 20 segundos antes do tempo, prejudicando Ali, e posteriormente favorecendo este último ao não impedir a sua estratégia ilegal de clinch durante o combate. É impossível prever qual teria sido o desfecho do combate, mas certamente o desenrolar do mesmo teria sido muito diferente. 

São pequenas diferenças que podem fazer uma grande diferença no desfecho final. 

A introdução da tecnologia, nomeadamente a adopção do videoárbitro (VAR), marcaram uma verdadeira revolução positiva no futebol, permitindo à equipa de arbitragem o suporte da tecnologia nas decisões mais complicadas. Mas como quase todas as soluções, elas trazem consigo novos desafios e necessitam de evolução.

O caminho da verdade desportiva faz-se caminhando e o passo seguinte do VAR deveria ser a possibilidade de audição das decisões da equipa de arbitragem. É aliás um modelo já amplamente testado com sucesso no râguebi e que protege os árbitros. 
Será um pequeno passo para o VAR, mas um grande passo para a transparência no futebol

Neste caminho existem sempre os “velhos do restelo” e os apregoadores de uma “falácia ludita”, saudosos de um passado sem tecnologia. Os avanços tecnológicos trazem sempre vencedores e perdedores. 
Com a audição das conversas com o VAR vence a transparência e a verdade desportiva, perde quem sempre temeu aquilo que ainda hoje, graças também ao avanço tecnológico dos motores de pesquisa de internet, se pode “escutar”, e que marca como cada uma ficará para a História. 

A possibilidade de audição do VAR teria facilitado muito o entendimento das decisões do jogo do passado domingo contra o FC Porto.

Em 1976, um ano após “The Trilla in Manila”, em Portugal, o boxe do Sporting CP construía a sua História pelas melhores razões com a conquista do Campeonato Nacional com cinco títulos individuais, derrotando precisamente o FC Porto. O vencedor da categoria “Galos” foi João Miguel, conhecido como Paquito, destaque de capa da edição de hoje do Jornal Sporting, e o nosso actual treinador da modalidade no Clube. 

Detentor de um registo impressionante de 245 vitórias em 250 combates e dez vezes campeão nacional, uma das “maiores tareias da sua vida” (palavras do próprio) acabaria por resultar numa das suas poucas derrotas em virtude de uma arbitragem politizada que daria a vitória ao seu adversário polaco na antiga República Democrática Alemã (RDA). 

É mera coincidência do acaso, mas em 2012, no mesmo ano em que Paquito seria justamente galardoado com um prémio Stromp, é quando o documentário “Searching for Sugar Man” ganha o prémio Academy Award 2012, que conta a história do músico Sixto Díaz Rodriguez.

São duas histórias que não se cruzam, mas há duas semanas enquanto estava a mostrar o nosso multidesportivo aos donos de uma escola internacional interessados em fazer uma parceria com o Sporting CP, fomos dar a conhecer o ginásio do boxe. Tinha nesse momento terminado uma aula e apresentámos o treinador João Miguel e demos a conhecer a lenda Paquito aos visitantes (estrangeiros) que ficaram impressionados. 
E a intersecção com Sixto Rodriguez está na simplicidade do homem e na grandeza da lenda. Felizmente, e ao contrário de Sugar Man, não precisamos de “procurar Paquito”. Hoje prestamos a homenagem a uma lenda viva do Sporting Clube de Portugal e do boxe português que soube defender a verde e branca nos ringues, respeitando as regras e com a dignidade do Leão que tinha ao peito.

* O Araneta Coliseum foi rebaptizado temporariamente para o efeito.

Editorial da edição n.º 3790 do Jornal Sporting

Parte I - Existem três tipos de pessoas…

Por André Bernardo
15 Out, 2020

… “as que gostariam que as coisas acontecessem, as que desejam que aconteçam, e as que as fazem ACONTECER”.

A frase não é minha, é de Michael Jordan, o “Deus” do basquetebol. 

23 é o número que Air Jordan imortalizou na sua camisola e 23 foram precisamente os anos que o Sporting Clube de Portugal esteve sem basquetebol depois da sua extinção em 1995.
Há menos de dois anos, a 7 de Novembro de 2018, o Clube “fez acontecer”. O basquetebol regressou e criou-se uma equipa de raiz. E é caso para dizer que a equipa de basquetebol chegou, viu e venceu.

40 é um número com valor simbólico forte na cultura ocidental, sobretudo pelas referências bíblicas. 
Foram 40 os dias de jejum de Jesus no deserto da Judeia e 40 anos o jejum do Sporting CP até à reconquista da Taça de Portugal de basquetebol, na passada quinta-feira. Um orgulho para todos, mas que infelizmente não teve ainda a possibilidade de contar com o calor do público que esperemos que esteja de volta brevemente. 

1980 tinha sido o ano da última conquista, sendo esta a sexta taça do Clube na modalidade, que coroa mais um fim-de-semana (quase) pleno de vitórias em todas as modalidades. A excepção foi o empate por 1-1 no dérbi do hóquei em patins que teria sido uma vitória caso existisse tecnologia de linha de golo ou VAR. 
De destacar também a presença de seis atletas da formação que participaram na vitória do futsal por 8-2 frente à AD Fundão. É um caminho fundamental no modelo desportivo sustentável que o Clube tem de trilhar progressivamente e consolidar. 

Vintage. E é também num regresso a 1979/1980 que hoje “fazemos acontecer” a estreia da linha “Vintage Limited Editions” com a edição limitada da réplica da camisola 11 em homenagem a Rui Jordão que infelizmente nos deixou há um ano. Nessa época, o Sporting CP foi campeão e a Gazela de Benguela marcaria 31 golos, um dos quais numa vitória contra o FC Porto. Que seja um pronúncio para o jogo de sábado. Jordão é também uma das Lendas que propusemos que figure imortalizada nas portas do estádio e que, tal como Damas, vamos dar a conhecer hoje. É um piloto de três portas que servirá de amostra para depois os Sócios poderem decidir em Assembleia Geral (sem limitações de COVID-19).

Rui Jordão foi um artista dentro de campo e fora dele. Pela sua dedicação às Artes, mas sobretudo pela sua forma de estar. O minuto 11 de silêncio em seu apoio que ocorreu em 2019 é um marco dos melhores valores que fazem parte do ADN Sporting Clube de Portugal

A propósito de valores, este fim-de-semana assistimos no ténis a mais do que uma soberba vitória de Rafael Nadal. Assistimos também a uma vitória de uma forma de estar no desporto que o espanhol representa. O Maiorquino celebrou a sua 13.ª vitória em Roland Garros e o seu vigésimo Grand Slam, alcançando o recorde de Roger Federer. O suíço que esteve à altura do feito na sua publicação de Twitter em elogios ao seu rival. Um bom exemplo de que o problema não está propriamente nas redes sociais, está em quem muitas vezes as usa da pior forma. 

E, nem por acaso, é no único artigo conhecido de José Alvalade intitulado “Lawn-Tennis”, que o nosso fundador tão bem define esta forma de estar que está na génese do Sporting CP e que nos cabe preservar. O Sporting Clube de Portugal do futuro tem de fugir a muito daquilo que foram os seus 40 anos do passado, mas tem que recuperar o seu ADN. A alternativa é deixar vencer-se pelo bullying, pelo populismo, pelas panaceias ou pelos interesses individuais. 

Esta é a primeira parte deste editorial, voltarei mais tarde com a Parte 2 porque há muito que vamos fazer acontecer ainda este ano…

 

Editorial da edição n.º 3789 do Jornal Sporting

Parabéns e obrigado José Alvalade

Por André Bernardo
08 Out, 2020

Sejamos todos mais um a ajudar e seremos todos um só

Ao décimo dia do mês de Outubro de há precisamente 135 anos, em 1885, nascia José Alvalade. O Fundador do Sporting Clube de Portugal, pai do Eclectismo, estaria orgulhoso com o seu legado, tendo sido presenteado no passado fim-de-semana com um pleno de vitórias em todas as modalidades. 

 

Fim-de-semana Sporting 

100%. Foi um fim-de-semana de deixar qualquer Leão de sorriso aberto com 100% de vitórias em todas as modalidades, com destaque para o título de Campeão Nacional de futebol de praia que nos escapava há quatro anos e para a conquista da Supertaça de ténis de mesa
E com a curiosidade de que no futebol equipa A, futebol equipa B, futebol feminino, andebol, voleibol masculino, hóquei em patins masculino e feminino, todas as equipas alcançaram duas vitórias em dois jogos. O voleibol feminino com três jogos, três vitórias

E a adrenalina continuou em alta até terça-feira, dia de fecho de mercado no futebol nacional. 

 

Fecho do mercado

João Mário. A cortina do mercado fechou com saldo positivo e da melhor maneira com a contratação de João Mário. Ver atletas a querer regressar à casa que os formou é um reconhecimento de que neste momento o Sporting CP trata bem os seus. 
E como diz um famoso anúncio de cerveja brasileiro, João Mário “falou pouco mas falou bonito” e disse “Sou mais um para ajudar”. Sejamos todos mais um a ajudar e seremos todos um só
Nem todos os fins-de-semana serão 100% vitoriosos como o que passou, mas todos os fins-de-semana são fins-de-semana Sporting CP, porque quando a bola bate na trave e entra todos somos Sporting CP e quando bate na trave e não entra todos somos Sporting CP

Wendel. O internacional sub-23 canarinho chegou em 2017 por 7,5 milhões de euros no mercado de Janeiro, mas apenas disputou 199 minutos até à chegada de Marcel Keizer que o colocou a titular. Titularidade que manteve até à sua saída por 20,3 milhões de euros (mais 4 milhões de euros de objectivos), que representou a maior transferência do Sporting CP nesta janela e a sétima maior venda do Sporting CP de sempre, apesar dos tempos de pandemia. 

Este mercado, além de atípico e marcado pelas dificuldades resultantes da COVID-19, representa também um ponto de inflexão relativamente ao ajustamento que foi necessário efectuar nestes dois anos e que permite agora encarar o futuro de forma diferente. Temos um plantel competitivo e equilibrado, com uma estrutura de custos ajustada à realidade do Clube e sem um elevado lastro de jogadores com baixa ou nenhuma contribuição desportiva e de difícil colocação. É também um plantel muito jovem, com uma forte base da Formação do Clube (alguns deles do escalão de juniores) e com enorme potencial de valorização. 

O futuro ao Sporting CP pertence e se tudo tiver corrido bem na final four de basquetebol de ontem, hoje é outra vez Dia de Sporting e disputamos a final da Taça de Portugal.

Parabéns e obrigado José Alvalade.

 

Editorial da edição n.º 3788 do Jornal Sporting

O Mundo Sabe que…

Por André Bernardo
01 Out, 2020

“O torcedor, na sua impotência, joga ainda mais do que o jogador”

hoje é Dia de Sporting e jogamos o play-off de acesso à Europa League contra o LASK. A equipa austríaca é um difícil adversário que no ano passado chegou aos quartos-de-final da competição, apresenta um futebol bonito e fez um grande jogo em Alvalade na época anterior apesar da derrota por 2-1.  É dia de pôr o cachecol e vestir a camisola. E já pode ser o 3.º equipamento oficial.

hoje é dia de estreia do 3.º equipamento! Uma nova pele, “gravada” com a letra de o “Mundo Sabe Que”. Uma camisola icónica, na minha opinião pessoal muito bem conseguida e que ficará na História como símbolo do nosso ADN. 

amanhã é dia de estreia do futsal. O hóquei e o andebol já começaram, o basquetebol apenas na Europa uma vez que o campeonato só arranca a 10 de Outubro e o voleibol, depois do adiamento da primeira e segunda jornadas devido à COVID-19, só começa este sábado. No ano passado éramos o único Clube posicionado para ser Campeão em todas as modalidades quando ocorreu a suspensão das competições. Vamos iniciar o que a pandemia não nos deixou terminar.   

num outro amanhã, a definir, será também agendada nova Assembleia Geral (AG) para aprovação do Relatório e Contas e Orçamento do Clube. Dos 78.649 Sócios com possibilidade de voto, 3.115 (4%) marcaram presença e a maioria votou contra. A decisão é soberana e, entretanto, vigora o regime de duodécimos com base no orçamento anterior. Ontem decorreu também a AG da SAD para aprovação do Relatório e Contas de 2019/2020 que foi aprovado. 

hoje é dia de Jornal Sporting, com destaque para os dois jogadores mais jovens da História do Sporting CP a marcar em competições europeias: Litos e Tiago Tomás. Em 1984 Litos subiu ao pódio com um golo marcado aos 119 minutos (prolongamento), contra o AJ Auxerre. 36 anos depois, no dia 24 de Setembro, “TT” entrou, viu, marcou e o Sporting CP venceu o Aberdeen FC. Aos 18 anos fez o seu primeiro golo na equipa principal do Sporting CP e ascende ao segundo lugar do pódio. 

"quando é dia de futebol"* é dia do 12.º jogador. Recupero dos meus anos por terras de Vera Cruz uma das frases que nunca esqueci do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, também apaixonado pelo futebol: “O torcedor, na sua impotência, joga ainda mais do que o jogador”. Em consequência da pandemia, desde Março que o futebol e o desporto perderam o seu mais importante “jogador”. Saudamos assim as recentes decisões de abertura para que o 12.º jogador possa voltar à “convocatória”. Esta semana ficámos a saber que os próximos jogos da selecção nacional (que voltamos a receber orgulhosamente na nossa casa) vão ter público nas bancadas. No jogo com Espanha 5% da capacidade do Estádio e 10% no jogo com a Suécia. Também o jogo CD Santa Clara vs. Gil Vicente FC vai servir como jogo-piloto para testar o regresso dos adeptos.
E ontem, hoje, amanhã e sempre, mesmo que desde casa, equipados a rigor, levantaremos o cachecol e começaremos a cantar “O Mundo sabe que…”

* "Quando é dia de futebol" é o título do livro que reúne várias crónicas sobre futebol escritas por Carlos Drummond de Andrade.

 

Editorial da edição n.º 3787 do Jornal Sporting

The First Dance

Por André Bernardo
24 Set, 2020

A “First Dance” nunca se esquece, esse Clube chama-se Sporting Clube de Portugal, tem um estádio chamado José Alvalade, um pavilhão João Rocha e agora, e para a eternidade, uma Academia Cristiano Ronaldo

Quando era miúdo, a espera pelos domingos na RTP2 tinha um só motivo: ver os resumos e jogos da NBA. Nessa altura só existiam quatro canais de televisão, não existia internet e muito menos redes sociais e tinha de ir até à livraria Barata para comprar uma revista norte-americana de referência sobre a modalidade, porque era dos poucos sítios que a vendia. Era criança, e mais do que fã de basquetebol ou dos Chicago Bulls, eu era fã de Michael Jordan.

O recente documentário da Netflix “Last Dance” retrata a última época em que os Chicago Bulls foram liderados pelo lendário camisola 23, que apesar de reconhecido no seu tempo, teve uma direcção dos Chicago Bulls que não o soube valorizar devidamente.

Michael Jordan não pertence ao olimpo dos melhores jogadores de basquetebol de sempre, Michael Jordan pertence ao olimpo dos melhores Atletas de sempre.

Cristiano Ronaldo já entrou no olimpo dos melhores Atletas de sempre, onde “muitos são os chamados, poucos os escolhidos”, e que de forma eterna marcará a História do desporto e inspirará várias gerações a deslocarem-se às “Livrarias Barata” e a esperarem pelos "domingos de RTP2" dos dias de hoje e de amanhã.

O tempo passa e, cerca de 20 anos depois, em Madrid, tive a oportunidade de durante oito anos trocar a Livraria Barata pelo Santiago Bernabéu, onde assisti de perto a Cristiano Ronaldo a destronar lendas como Raúl, Di Stéfano, Santillana, Puskas e Hugo Sánchez para se tornar no melhor marcador de sempre do Real Madrid.

Cristiano Ronaldo não é “apenas” o melhor jogador português de todos os tempos, não é “apenas” o capitão da única selecção nacional campeã da Europa e da Liga das Nações, não é “apenas” o jogador que superou quase todos os recordes individuais do Real Madrid, não é “apenas” o melhor marcador da Champions tendo vencido três de seguida (cinco no total), não é “apenas” o jogador vencedor de cinco bolas de ouro e não “é apenas” o jogador formado no Sporting Clube de Portugal.

Cristiano Ronaldo é tudo isto e muito mais. Nunca cortou o cordão umbilical com o Clube que o formou e o ajudou a crescer. A “First Dance” nunca se esquece, esse Clube chama-se Sporting Clube de Portugal, tem um estádio chamado José Alvalade, um pavilhão João Rocha e agora, e para a eternidade, uma Academia Cristiano Ronaldo.

 

Editorial da edição n.º 3786 do Jornal Sporting

Eu Sou ADN Sporting

Por André Bernardo
17 Set, 2020

O nosso ADN é o Desporto com causa e continuamos a ser a maior potência desportiva em Portugal

EU SOU:

Desporto. Relata a História que é num encontro ocorrido a 14 de Abril de 1906 que se começa a esboçar a criação do Sporting Clube de Portugal. Encontro organizado pelos chamados “dissidentes”, grupo cujo nome deriva do seu afastamento do Campo Grande Foot-ball Clube, do qual faziam parte. Está na origem desta separação uma visão diferente daquela que os fundadores do Sporting CP consideravam dever ser a finalidade de um clube desportivo, e que tinha na sua origem também uma visão dissidente daquele que era o status quo do desporto em 1906 em Portugal. O Sporting CP nasce assim com um ADN vanguardista na defesa da massificação da prática do desporto, inclusivo das mulheres e dos mais jovens.

O nosso ADN é o Desporto com causa e continuamos a ser a maior potência desportiva em Portugal.

Uma História Interminável. No 2.º filme “Eu Sou” uma criança percorre o Museu do Sporting CP, visualizando as várias lendas do Clube, sonhando alto, até que é transportada para dentro de campo com vários atletas que ostentam nas costas Eu Sou Damas, Eu Sou Manuel Fernandes, etc. Esta História interminável, de atletas que se tornaram lendas, é também o ADN do Sporting CP.

No 3.º filme “Eu Sou” Manuel Fernandes passa o testemunho, através da “marca da garra de Leão” que deixa em Tiago Tomás, e de Mathieu em Eduardo Quaresma.  São eles que se convertem nos ídolos dos mais novos, que escrevem parte da História do Clube e, conscientemente ou não, deixam marcas, fazendo a passagem de testemunho aos mais jovens.

O nosso ADN é a nossa História e a nossa História reflecte o nosso ADN.

Formação. A propósito dos mais jovens já escrevia José Alvalade no seu texto “Lawn-tennis”, que a prioridade da prática desportiva deveria ir para estes – “(…) abandonando-se por completo os que a principiam, esquecendo-se que são estes os que mais necessitam de estímulo”. Os dois únicos jogadores portugueses bolas de ouro, Luís Figo e Cristiano Ronaldo, foram ambos formados no Clube.  A única selecção portuguesa de futebol que foi Campeã da Europa era constituída por uma espinha dorsal de jogadores formados no Sporting CP, apelidados de “Aurélios” em homenagem a Aurélio Pereira, figura incontornável da História do desporto português. E neste momento é com enorme orgulho que o trabalho de recuperação da formação colhe frutos resultando num recorde de número de jogadores do Sporting CP na convocatória do da selecção nacional sub-21.

O nosso ADN é formação.

Eclectismo. Gravado para a eternidade da História dos Jogos Olímpicos, epítome do eclectismo, estará para sempre o nome de um Leão chamado Carlos Lopes. Medalha de Ouro na maratona dos jogos de 1984 em Los Angeles. É um nome entre muitos do Sporting CP que preenchem a nossa vitrina de títulos das várias modalidades do Clube. Porque o nosso ADN desde a origem é desporto.

O eclectismo sempre caracterizou o Sporting CP desde a sua fundação, na altura o Clube arrancou com quatro modalidades – ténis, futebol, ginástica e atletismo, onde estava incluída a luta de tracção à corda. Actualmente, são mais de meia centena as modalidades existentes, colocando o Clube no topo do eclectismo mundial.

O nosso ADN é ecléctico.

ADN Sporting. Na carta de princípios de 1923 António Stromp escreveu “a nossa vitória no Campeonato de Lisboa não se deve ao valor individual dos componentes da nossa equipa”. Porque o todo é maior que a soma individual das partes. E porque a singularidade do Sporting CP está no seu todo.

O nosso ADN é um todo, indivisível em partes.

E quando vestimos Verde e Branco por fora, carregamos todos este ADN de Leão por dentro. Venha a época 2020/2021.

 

Editorial da edição n.º 3785 do Jornal Sporting

De 1968 a 2021

Por André Bernardo
03 Set, 2020

É crítico voltar ao normal, mesmo que seja um “novo normal” com as devidas cautelas, mas do qual o sector do desporto não deve ser excluído

Em 1968:

Paul R. Ehrlich ficaria célebre pelo bestseller “The Population Bomb” onde previu que centenas de milhões de pessoas iriam morrer à fome nos anos 70 e 80 devido ao fenómeno de crescimento populacional. Felizmente, este prognóstico não se veio a confirmar.  

Dick Fosbury deixava o mundo de boca aberta, revolucionando o salto em altura nos Jogos Olímpicos do México. Desde então, todos os atletas utilizam a técnica de Fosbury, saltando a trave de costas. Mas até então ninguém o tinha feito e a técnica predominante era saltar de frente. Fosbury inovou, arriscou e fez História revolucionando a modalidade.

Vítor Damas agarrava a titularidade da baliza do Sporting Clube de Portugal, tornando-se o número de 1 dos ‘números 1’ de sempre, imortalizando o seu nome na História do Clube e do desporto nacional. O homem que se tornou ídolo e, como os verdadeiros ídolos, sem querer sê-lo.

São três histórias paralelas que apenas coincidem no ano, mas que podemos trazer para 2020.

Época 2020/2021:

“A única coisa que devemos temer é o próprio medo”. Ultrapassada a fase de maior incerteza acerca das consequências da pandemia de COVID-19, parece-me que neste momento a frase do discurso inaugural de Roosevelt, precisamente num contexto pós-crise da “Grande Depressão”, aplica-se na perfeição.

É crítico voltar ao normal, mesmo que seja um “novo normal” com as devidas cautelas, mas do qual o sector do desporto não deve ser excluído. Previsões pessimistas como as de Elrich paralisam o Mundo e nós temos de trabalhar para contrariar esse risco.

1 milhão e 894 mil foi o número de espectadores em Portugal que no passado dia 23 de Agosto assistiram à final da Champions League, registando o melhor resultado do ano de audiências televisivas. Não se pode ignorar a evidência destes números, assim como a contribuição que os clubes e o desporto têm para a melhoria do bem-estar social e da saúde pública. O Sporting Clube de Portugal, como maior potência desportiva nacional, lidera esta contribuição.

Será infelizmente ainda sem público que a 5 de Setembro arranca o Troféu Stromp nas modalidades, tema a que damos destaque nesta edição do Jornal. O Pavilhão João Rocha será o palco deste regresso que tem a marca do ADN do Clube, em homenagem a uma das figuras ímpares da nossa História. Mais uma vez, a força do eclectismo do Sporting CP será representada no campo e pelo Esforço, Devoção e Dedicação dos nossos atletas e treinadores.

Tal como Fosbury nos mostrou, cabe-nos responder ao actual contexto encontrando novas soluções para superar este novo caminho. Por isso, e apesar da incerteza que ainda paira sobre a próxima época, deixo aqui algumas iniciativas que vamos levar a cabo em 2020/2021 e que a seu tempo serão apresentadas com maior detalhe (outras apresentaremos ao longo da época e conforme a evolução do contexto e das decisões governamentais entretanto tomadas):

Novo Cartão de Sócio e Gamebox.  Tal como já anunciado, o novo cartão de Sócio, além de uma nova imagem, reunirá também as funcionalidades de Gamebox Estádio, Cartão de abastecimento Repsol e estará dotado da tecnologia Contactless. Um passo importante na melhoria da experiência do Sócio e da pegada ecológica do Sporting CP, reduzindo a emissão de plástico. Por ser também Gamebox aguardamos a clarificação das condições de público no caso do futebol para iniciar a emissão dos cartões, de forma faseada, já com a nova numeração.

Digital. Lançaremos dois novos projectos digitais, o SportingNumMinuto até ao final do ano, e uma nova Loja Verde Online até ao início da época 2021/2022. O primeiro é um microsite que permitirá, além de se tornar Sócio ou de regressar, efectuar a adesão ao débito directo, pagamento das quotas e subscrição da Gamebox (fase 2) em menos de um minuto com recurso a dois ou três passos, num processo de autenticação com um fluxo de adesão simplificado e desenvolvido sob o conceito de PWA (progressive web app).

Comunicação. O Jornal Sporting retomará a partir do próximo dia 17 de Setembro as edições semanais. Já lançámos uma nova rubrica no YouTube – Inside Sporting – que permite aos nossos seguidores uma visão mais próxima do dia-a-dia do Clube. E para reforçar esta vista mais íntima, avançaremos também para a criação de um podcast.

Merchandising. Das várias novidades destaco por enquanto o lançamento de uma nova linha de “Vintage Limited Editions” que terá início com a réplica de uma camisola icónica em homenagem a uma lenda do Clube. Esta nova colecção, como o próprio nome indica, voltará atrás no tempo, seja para homenagear atletas, como já foi feito com Yazalde, seja para assinalar e recordar épocas de referência.

Marca. Eu Sou Damas, Eu Sou Jordão, Eu Sou Carlos Lopes… Eu Sou Sporting. A História do Sporting CP foi escrita por vários destes nomes. Vamos homenagear estas lendas e imortalizar os seus nomes nos campos da Academia, nas portas de entrada do Estádio e do Pavilhão.

Eles são a referência para os de hoje.

Eles foram verde e branco por fora, e Leões por dentro.

 

Editorial da edição n.º 3784 do Jornal Sporting

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Por André Bernardo
20 Ago, 2020

O objectivo cada ano é, e será sempre, melhorar relativamente ao ano anterior e entrar em cada jogo para ganhar

… aos últimos 38 anos no futebol é o que todos os Sportinguistas querem e, obviamente, no imediato, ao quarto lugar da época passada. 

A questão de sempre é: como?

Podemos alterar somente a capa do livro e persistir em tentar escrever direito por linhas tortas ou então alterar o paradigma e iniciar um novo capítulo com páginas de linhas direitas. 

LINHAS DIREITAS
A pré-época de 2020/2021 vai arrancar no futebol com nove jogadores da formação com uma média de idades inferior a 21 anos. No total do plantel a massa salarial será aproximadamente 18 M€/ano menor relativamente a Setembro de 2018. O ano de 2020 marcará também o regresso da equipa B, após a desistência de há duas épocas em consequência da despromoção para o terceiro escalão do futebol português.  

Foi assim que há dois anos nos propusemos, entre outras coisas, a iniciar um novo capítulo com base na formação (não apenas no futebol), calibrado por contratações dentro dos limites que permitam ao Clube assegurar competitividade mantendo uma estrutura de custos sustentável a médio e longo prazo. A dose que equilibra o modelo pode variar ao longo do tempo e conforme o contexto, mas o modelo não só está definido, como está a ser executado.

E dois anos passados estamos mais perto do rumo que definimos e de ter as linhas direitas.

ESCREVER DIREITO
Linhas direitas é a base para escrever direito, mas não o garante por si só. Tal como o volume de investimento é uma condição necessária para assegurar competitividade com os nossos rivais, embora não suficiente. As evidências mostram com clareza que existe um denominador comum entre os clubes que lideram as principais ligas europeias e que é o fosso financeiro que separa estes clubes versus os seus rivais. Depois há quem invista de forma mais eficiente que os demais.

No que diz respeito ao investimento do Sporting CP nas últimas três janelas de transferências, até porque mais uma vez a criatividade prolifera, gastámos 31,3 M€ em 11 contratações, mais 7,5 M€ por Vietto (no âmbito do acordo por Gelson de 22,5M€*).O Clube registou 80 saídas de jogadores (algumas são renovações), 38 definitivas e 42 temporárias.

Estratégia fundamental para a já referida redução dos custos estruturais com a massa salarial.

No mercado de Inverno de 2018/2019 saíram 28 jogadores, dez definitivamente, 18 temporariamente, e entraram sete jogadores pelo valor de 12,3 M€

No mercado de Verão de 2019/2020 contrataram-se cinco jogadores (incluindo Neto a custo zero e Vietto) pelo valor de 20,5 M€ (13 + 7,5), e entraram mais três jogadores por empréstimo. Saíram 46 no total, 27 de forma definitiva e 19 temporariamente.

No último mercado de Inverno contratou-se apenas Šporar por 6 M€, vendeu-se Bruno Fernandes e emprestámos cinco jogadores.

As análises não devem ser estritamente resultadistas, mas, em resumo das duas épocas pós-invasão a Alcochete, o Sporting CP ganhou no futebol a Taça da Liga e a Taça de Portugal no mesmo ano, feito inédito e que selou a melhor época dos últimos 17 anos e obteve um terceiro e quarto lugares de classificação na Liga NOS. 

O objectivo cada ano é, e será sempre, melhorar relativamente ao ano anterior e entrar em cada jogo para ganhar. E, portanto, na última época queríamos ter escrito mais direito nas linhas ainda tortas. Porém, demos passos fundamentais para endireitar as linhas com a subida de jovens talentos da formação à equipa sénior, a contratação de um treinador e de avanços positivos na consolidação financeira. Quanto ao último, a recuperação de credibilidade financeira está a ser crucial em momento pandémico e crítica na abordagem ao actual mercado de transferências, muito atípico.

ARRANCAR PÁGINAS 
Não podemos arrancar as páginas dos últimos 18 anos, nem as de Alcochete em 2018, nem as da COVID-19. Na minha opinião nem devemos. É preciso olhar para elas com boa memória para nos relembrar dos resultados que, por razões diversas, essas narrativas trouxeram, e do contexto e condicionantes que continuamos a enfrentar. 

Apesar disso, e da ausência na Champions League, já conseguimos contratar os principais targets que tínhamos definido, mantendo-nos em cumprimento com o fair play financeiro

A credibilidade demora muito a construir, mas muito pouco a ser destruída.

ÉPOCA NOVA, NOVA PÁGINA
Iniciamos a pré-epoca com os seguintes jogadores made in Sporting CP: Joelson Fernandes (17 anos), Tiago Tomás (18), Nuno Mendes (18), Gonçalo Inácio (18), Eduardo Quaresma (18), Daniel Bragança (21*), Rodrigo Fernandes (19), Luís Maximiano (21), Jovane Cabral (22).

E contamos com as seguintes novas inclusões: Pedro Porro (20), Antunes (33), Pedro Gonçalves (22), Feddal (30). 

To be continued

 

Editorial da edição n.º 3783 do Jornal Sporting


* correcção à edição impresa e digital do Jornal Sporting onde foi publicado o valor de 30M e a idade de 18 anos. Por estes lapsos, aqui rectificados, as nossas desculpas.

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