Administrador da SAD e membro do Conselho Directivo do Clube em entrevista à Sporting TV
O administrador da Sporting CP - Futebol, SAD e membro do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal, André Bernardo, comentou em declarações à Sporting TV, numa entrevista dividida em duas partes, o documento recentemente apresentado aos Sócios sobre “a visão estratégica para o futuro”.
Reforçando que o trabalho tem vindo a ser feito desde Setembro de 2018, André Bernardo esclareceu o porquê da divulgação neste momento: “Tem a ver com a assimetria da informação, com o actual contexto e o clima de incerteza que ele traz, assim como a questão da objectividade que era importante trazer – onde estamos, para onde queremos ir e como vamos lá chegar. Os pilares estão identificados, assim como as medidas para os atingir, embora o documento não tenha, nem possa ter, toda a informação, mas tem aquela que os Sócios precisam de saber”.
“Estamos melhor do que há um ano e do que estávamos há dois”, disse, referindo que para isso foi importante “o processo de consolidação financeira e a aposta na formação, que hoje colhe frutos”.
Assim, André Bernardo justificou que o desafio foi “corrigir sem deixar de investir”, sublinhando a importância da “sustentabilidade financeira” para um futuro com mais sucesso: “Não é um objectivo, é uma obrigação. Não podemos estar constantemente a corrigir problemas de ordem financeira e a não conseguir investir para resolver os problemas estruturais que vão possibilitar que o Sporting CP tenha um futuro de excelência desportiva e operacional. Queremos que o Sporting CP nos próximos 20 anos, e de forma constante, traga mais títulos para casa”.
No entanto, o administrador da Sporting CP - Futebol, SAD admitiu que a pandemia de COVID-19 trouxe, e ainda vai trazer, “impactos significativos”: “Neste momento, estávamos num momento melhor para conseguir ganhar um pouco de oxigénio para começar a executar algumas coisas, o que seria positivo e daria visibilidade aos Sócios, mas infelizmente temos de congelar algumas das situações, perceber aquilo que vai acontecer e trabalhar em formas diferentes para encontrar respostas para o chamado ‘novo normal’”.
“A nossa visão estratégica, a nossa missão e a nossa estrutura mantêm-se, assim como o rigor, mas inevitavelmente haverá impactos na execução de alguns projectos. Quando tomamos a decisão de investimento, fazemo-lo com análise de custo/benefício e tendo em conta a nossa capacidade de recursos. Agora, a realidade é a que é, não é a que desejaríamos, e vamos ter de adaptar as decisões ao contexto. A COVID-19 trouxe-nos – e ainda vai trazer mais – desafios enormes”, reforçou.
O certo é que o Sporting CP tentou, desde logo, minimizar os impactos desta crise sanitária, que já se está a fazer notar também como financeira: “Reagimos bem e rapidamente. Fomos dos primeiros clubes a negociar um corte salarial com os atletas – fundamental para a sustentabilidade do Clube –, que fez um corte de 50 por cento nos salários da administração e que, depois, tomou uma decisão difícil e complicada, que foi o lay-off”.
