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Opinião

Em nome do atletismo

Por Miguel Braga
12 Jan, 2023

Editorial da edição n.º 3906 do Jornal Sporting

O nome do professor Mário Moniz Pereira é indissociável da história do atletismo português. Figura incontornável do Sporting CP, elevou a modalidade e o desporto nacional a patamares nunca antes vistos. Um dia confessou: “Uma vez perguntaram-me o meu objectivo número um e eu disse: ‘que um dia um atleta treinado por mim vá aos Jogos Olímpicos ganhar a medalha de ouro e que eu ouça o hino português ouvido em toda a parte do Mundo.’ Responderam que era maluco, mas disse que ia tentar. Demorou 39 anos.”

O homem que afirmou que “a sorte dá muito trabalho” teve uma vida dedicada ao desporto. Ainda há pouco tempo, fiquei a saber que o professor Moniz Pereira também teve mão na fundação do CDUL (Centro Desportivo Universitário de Lisboa), ao lado do Eng. Vasco Pinto de Magalhães e de outros nomes como Serafim Cordeiro Marques, Dr. António Sá Lima, Prof. José Eduardo Berrado Santos, Prof. Joaquim da Calça e Pina e Dr. Ruy Sanches da Gama. E foi no CDUL que através do rugby que tive a passagem de valores transversais a estes homens do desporto: lealdade, integridade, honestidade, respeito e paixão.

O professor Moniz Pereira acreditava no trabalho e na dedicação individual em prol do objectivo final: “Só há uma coisa comum a todos os métodos de treino: treinar todos os dias. Treino todos os dias com quaisquer condições atmosféricas. Num terramoto? Se isso acontecesse, só tínhamos de correr sempre para baixo, em direcção ao centro da terra”.

Era, de facto, um homem de métodos, mas alguém que também ganhava tempo para conversar e sentir a vida. Lembro-me de assistir a longas conversas entre o próprio e o meu pai (um apaixonado pelo Sporting CP e pelo atletismo) sobre meetings, sonhos e conquistas do Clube, fosse depois do recorde do mundo de Fernando Mamede, do ouro alcançado por Carlos Lopes ou das batalhas do corta-mato que na altura seguia religiosamente através da televisão.

Além do Sporting CP e do desporto, o meu pai e o prof. Moniz Pereira tinham também outras paixões em comum: a língua portuguesa e a música. Aliás, no seu currículo, o prof. Moniz Pereira foi autor de mais de 130 temas, como compositor e letrista, tendo sido cantado por nomes como Deolinda e Celeste Rodrigues, Maria da Fé, Tony de Matos, Camané, Carlos do Carmo ou… João Braga.

No próximo dia 22 de Janeiro, terá lugar na Expocentro, em Pombal, o Meeting de Atletismo Prof. Moniz Pereira, com organização do Sporting CP, com provas de 60 metros barreiras, salto com vara, salto em altura, salto em comprimento, lançamento do peso, 60 metros, 400 metros e 1500 metros, com início marcado para as 17h00.

Nota final: partiu um dos meus primeiros heróis de verde e branco, Ferenc Mészáros, guarda-redes campeão e um homem que deixa saudades dentro e fora do campo. Até sempre.

Que 2023 seja 'à Sporting'

Por Juvenal Carvalho
05 Jan, 2023

Terminado que está 2022, um ano que no plano social foi marcado, entre outros factores, por uma ignóbil guerra na Europa, entre outras guerras que se arrastam no tempo, embora com menor mediatismo por outros locais do globo, e ainda por uma crise económica sem precedentes, com os portugueses a sentirem com estrondo na carteira o efeito da mesma, o tempo tem - é obrigatório - de ser o de reagir às adversidades.

Chegada que foi a hora de nos despedirmos do ano velho, que, como disse atrás, pouco de abonatório trouxe à grande maioria de nós, coube-nos pedir um ano de 2023 francamente melhor, aproveitando aqui para parafrasear Luísa Semedo, professora e cronista do jornal Público, numa crónica ainda recente naquela publicação em que termina a mesma dizendo:  “A esperança é a última a morrer, aprendi como Sportinguista”.

E em cada um de nós, que trazemos o Leão no coração, chegada que foi a altura das doze passas e de abrir o champanhe, pedimos naturalmente um ano fantástico para o nosso Clube, momento intrínseco à nossa condição, a de ter essa infinita esperança. E nestes pedidos, até tivemos também o direito de aliar o sonho. O sonho de muitas conquistas nacionais e internacionais. Afinal foi o Sporting Clube de Portugal que nos habituou a este sonho transformado inúmeras vezes em realidade. Ganhar é, desde 1906, o nosso desígnio, sabendo nós que só ganha um em cada competição.

Mas de 2022 para o ano que agora está a iniciar, faz sentido pedir conquistas nacionais e internacionais. Ter pelo menos a ambição de lutar por elas. Do futebol às modalidades. Logo no início do ano começam testes de fogo no plano internacional, do futebol ao voleibol, do andebol ao hóquei em patins passando pelo atletismo, pelo ténis de mesa e pelo futsal. É caso para dizer de tanto Sporting CP que todos nós poderemos desfrutar. Direi, sem ponta de exagero, com foros de inigualável.

Também no plano nacional, e pela amostra do que foi disputado até agora, é legítimo ter aspirações, porque parece claro que estamos na luta em todas as decisões que irão chegar mais lá para o meio do ano de 2023. E ninguém irá regatear esforços para que o nosso Museu fique ainda mais emoldurado. Essa convicção que tenho será seguramente partilhada por cada um de vós. E teremos que ser todos juntos no apoio incessante que é tão característico do nosso Clube. Faço também daqui o apelo para que este ano leve mais gente aos pavilhões e aos estádios onde estiver o símbolo do Leão rampante.

Termino com o desejo de que tenham um excelente 2023 extensivo à restante família, e que seja mais um ano de conquistas... 'à Sporting'.

PS - Morreram dois Leões de juba bem alta e amigos pessoais de muitos anos. Até sempre, António Maia, antigo atleta e funcionário do Sporting CP, e José Alvarez, uma figura marcante da vida do Jornal Sporting. O Clube fica muito mais pobre sem vocês. Descansem em paz!

Nuno Dias

Por Pedro Almeida Cabral
05 Jan, 2023

Tal como o Sporting Clube de Portugal não existe sem os seus Sócios, as conquistas desportivas nunca existem sem o trabalho de muita gente. O sucesso não resulta nunca de um homem ou de uma mulher só. Por trás de cada atleta, de cada equipa, de cada secção, está o trabalho, muitas vezes invisível, de um conjunto de pessoas unido pela mesma causa comum. Causa essa que, no Sporting CP, consiste no Esforço, na Dedicação e na Devoção pelo Clube. Sabendo sempre que a Glória não surge em último por acaso. É porque tem de ser antecedida do resto.

Por ter esta compreensão do desporto enquanto fenómeno coletivo, não gosto de destacar singularmente alguém ao serviço do Sporting CP. Há, porém, notórias exceções. São aqueles que pela força das suas convicções, pela constância da sua visão e pela intensidade da ligação ao Clube, marcam uma era. É o caso do nosso treinador de futsal. Tendo começado há 11 anos no Sporting CP, nem por um momento se afrouxou a ligação. Além de ter ganho tudo o que havia para ganhar, Nuno Dias tem sabido reinventar-se e acompanhar a evolução da modalidade. Os sucessivos títulos, em crescendo, são disso prova. Os números falam por si: mais de 30 troféus, entre os quais duas UEFA Futsal Champions League, sete Ligas, seis Taças de Portugal, sete Supertaças e quatro Taças da Liga. A melhor época terá sido a de 2020/2021, quando fizemos um inédito quadruplete: UEFA Futsal Champions League, Liga, Taça e Taça da Liga. Recordo que nesse ano a Supertaça não se disputou. Nessa temporada, sofremos apenas uma única derrota, sendo a melhor época de sempre do futsal do Sporting CP. Convém lembrar que Nuno Dias não trabalha sozinho. Paulo Luís, o seu infatigável treinador-adjunto, acompanha-o desde 2012 e tem sempre sabido cumprir com igual mestria o seu ofício. E eu não me esqueço, e os Sportinguistas também não, quando orientou a equipa em 2017/2018 nos últimos dois jogos da fase final, que nos valeram o ansiado tricampeonato.

Este percurso, eivado de Sportinguismo, não poderia acabar. Há muito que penso que Nuno Dias ainda tem muito para dar ao Sporting CP. Ou não fosse, actualmente, o melhor técnico de futsal do mundo. A sua recente renovação até 2027, anunciada com muito humor nas redes sociais do Clube, é ter a certeza de que vamos ter uma equipa a lutar para ganhar todas as competições, nacionais e europeias, com a mesma garra que vimos na última década. Só temos de fazer a nossa parte e continuar a brindar o míster com o nosso Sportinguismo no Pavilhão João Rocha!

A galeria dos 300

Por Miguel Braga
05 Jan, 2023

Editorial da edição n.º 3905 do Jornal Sporting

Sebastián Coates é o 20.º jogador na história do Sporting CP a atingir a marca dos 300 jogos pela equipa principal de futebol. Um feito que pertence a jogadores que marcaram o Clube, os Sócios e os adeptos durante largos anos de dedicação à causa Leonina dentro das quatro linhas.

São eles*: Hilário, defesa (D), 475 jogos; Rui Patrício, guarda-redes (GR), 467; Vítor Damas, GR, 444; Manuel Fernandes, avançado (A), 433; Azevedo, GR, 408; Oceano, médio (M), 401; José Carlos, D, 353; Manuel Marques, M, 352; Pedro Barbosa, M, 342; Anderson Polga, D, 342; Adolfo Mourão, A, 339; Manuel Vasques, A, 336; Carlos Xavier, M, 334; Fernando Peyroteo, A, 325; Marinho, A, 323; Albano, A, 318; Beto, D, 315; Liedson, A, 313; Travassos, A, 310. E por último, El Capitán, que fez o seu 300.º jogo na vitória por 3-0 frente ao FC Paços de Ferreira.

Algumas curiosidades do grupo: o pódio dos maiores goleadores pertence a Peyroteo com 524 golos de Leão a peito, o que dá a sempre impressionante média de 1,61 golos por jogo; Manuel Fernandes facturou 258 vezes; Manuel Vasques marcou 214. A título de nota, atrás deste trio e fora dos grupo dos jogadores com mais de 300 jogos pelo Clube, estão Manuel Soeiro, com 207 golos marcados, e Rui Jordão, com 184.

Dos defesas do grupo dos 20, Coates, além de ser o único em actividade, é já o maior goleador com 28 tiros certeiros, destronando Beto e a sua marca de 25 golos.

Tive o prazer de ver jogar metade destes jogadores. Os outros dez, foram-me apresentados por histórias contadas pelos mais velhos desde que me lembro. Alguns exemplos: do Hilário como “o melhor lateral-esquerdo de sempre”, da “máquina de fazer golos” chamada Peyroteo ou do “Zé da Europa”, o Travassos, e da garantia que muitas vezes ouvi que “foi dos melhores jogadores portugueses de sempre”. Tenho também o privilégio de já ter conhecido alguns que, como adepto, já idolatrei no relvado, e que fazem parte do coração da família Sportinguista. Esse coração está agora maior e tem um novo membro nascido no Uruguai.

A forma como a equipa e o staff celebraram em pleno relvado a marca de Coates é prova da admiração e respeito por um dos melhores defesas de sempre de Leão ao Peito. Também por isso, nas páginas deste Jornal Sporting entrevistámos o nosso capitão, El Patrón, Sebastián Coates, o homem que lidera a equipa dentro de campo e que é um exemplo fora dele. Obrigado, Seba, pelos 300 e que venham os próximos!

*1: NOTA: Todos os dados foram retirados do site zerozero.pt.

2022 em revista

Por Miguel Braga
29 Dez, 2022

Editorial da edição n.º 3904 do Jornal Sporting

Estamos nos últimos dias de 2022, um ano marcado por vários acontecimentos e conquistas no mundo verde e branco. Nas páginas deste Jornal encontra um resumo das highlights de 2022 e nos próximos dias também teremos nas redes sociais do Clube, um vídeo resumo com todas as conquistas.

Recordemos que o Sporting CP entrou em 2022 a ganhar, com a conquista, ainda em Janeiro, da Taça de Portugal pelo ténis de mesa, da Taça Hugo dos Santos pelo basquetebol e da Taça da Liga pela equipa liderada por Rúben Amorim. Nesse mesmo mês, Jorge Fonseca foi condecorado pelo presidente da República pela conquista da medalha de bronze na categoria de -100kg nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e venceu o Grand Prix de Portugal, prova do circuito mundial da International Judo Federation. No atletismo, Mariana Bento foi campeã nacional de provas combinadas de sub-23 com recorde pessoal e Jane Karla Gögel (do desporto adaptado) ficou em primeiro lugar na ronda de qualificação da Taça do Mundo de tiro com arco indoor. No primeiro mês do ano que agora termina, o futsal do Sporting CP foi eleito Melhor Clube do Mundo, Nuno Dias o melhor treinador, Guitta o melhor guarda-redes e Zicky melhor jovem jogador do mundo nos FutsalPlanet Awards 2021. E ainda estávamos em Janeiro.

Precisaria de mais algumas páginas para resumir as conquistas do Clube nos meses que se seguiram: só em Fevereiro, conquistámos o primeiro lugar seniores masculinos, o segundo lugar sub-20 e estafeta mista na Taça dos Clubes Campeões Europeus de Atletismo; Diogo Abreu e Pedro Ferreira ficaram em terceiro lugar no trampolim sincronizado na Taça do Mundo de Baku; fomos Campeões nacionais sub-20 de atletismo, Campeões nacionais sub-14 de basquetebol, a equipa feminina de atletismo venceu o Campeonato Nacional de Clubes em pista coberta e Vânia Silva sagrou-se Campeã da Europa master do lançamento do martelo, no escalão W40, com a marca de 56,70 metros. Além de várias conquistas nos Campeonatos de Portugal em pista coberta, Auriol Dongmo fez a melhor marca mundial do ano no lançamento do peso e vencemos a Taça da Liga de futsal.

Seguiram-se muitas conquistas, ao longo dos meses, fruto do trabalho árduo dos atletas, dos treinadores, do staff e de toda uma estrutura que acompanha e apoia aqueles que dão tudo pelo Sporting CP. Só em Março, entre várias outras, Patrícia Mamona conquistou o primeiro lugar no triplo salto do meeting de Paris e Lorène Bazolo bateu o recorde nacional dos 60 metros, numa marca fixada há 24 anos. Já Auriol Dongmo garantiu a medalha de ouro no peso, com 19,68 metros, no primeiro dia da Taça da Europa de Lançamentos e fez a melhor marca mundial do ano com 20,43 metros, conquistando a medalha de ouro no Campeonato do Mundo em pista coberta.

Em Abril, Teresa Bonvalot venceu o Caparica Surf Fest e a Joaquim Chaves Saúde Porto Pro, conquistámos a Taça de Portugal com o rugby feminino e a natação venceu o Campeonato Nacional de Clubes em feminino e masculino pela primeira vez na mesma época. Em Maio, foi a vez de vencer a Taça de Portugal com o basquetebol, o futsal e a equipa de futebol feminino; o voleibol feminino também conquistou a Taça Federação e a ginástica arrecadou inúmeros títulos nacionais − trampolins: 11 ouros, quatro pratas e cinco bronzes; acrobática: seis ouros, duas pratas e um bronze; e teamgym: oito ouros e um bronze.

Nos meses de Verão, o Esforço, a Dedicação e a Devoção de muitos resultaram na Glória do Clube: em Junho, o ténis de mesa foi Campeão Nacional pela sétima vez consecutiva, o andebol venceu a Taça de Portugal e fomos bicampeões no futsal; em Julho, a natação adaptada sagrou-se campeã nacional por equipas com os nossos atletas a baterem recordes: Vicente Pereira com o recorde do mundo em 50 metros mariposa e 100 metros livres e Diogo Matos alcançou o recorde do mundo em 100 metros bruços e o recorde da europa em 200 metros estilos. Isto no mesmo mês em que André Santos conquistou o título mundial Wako Pro K1, no Pavilhão João Rocha; já em Agosto, o futsal venceu o Record International Master Futsal, Jorge Fonseca conquistou a medalha de ouro e João Fernando a medalha de bronze na Taça da Europa de Seniores de Coimbra. Já Auriol Dongmo foi vice-campeã da Europa no lançamento do peso dos Europeus ao ar livre de Munique e Andriy Protsenko, no salto em altura, foi terceiro na mesma competição.

No mês de Setembro, vencemos pela segunda vez consecutiva a Supertaça de basquetebol e conquistámos a Supertaça de futsal, sendo que Henrique Cruz sagrou-se Campeão Nacional em X30, a classe rainha do karting nacional, e João Costa venceu a medalha de ouro em pistola 50 metros no Campeonato Europeu realizado em Wrocław.

Já em Outubro, o atletismo fez o pleno histórico ao vencer colectivamente em todas as categorias dos Campeonatos Nacionais de Estrada, conquistámos a Supertaça de rugby feminino e voltámos a dar cartas no Campeonato Mundial de natação adaptada; fomos Campeões nacionais de paintball e arrecadámos nove medalhas no IKC 2022 – International Kempo Championship (com três medalhas de ouro e seis medalhas de prata).

No primeiro dia de Novembro, vencemos a Supertaça de ténis de mesa pela oitava vez consecutiva. Depois, o judo sagrou-se Campeão Nacional por equipas pela nona vez em dez edições, a ginástica Leonina esteve em grande plano no Campeonato do Mundo e o paintball venceu a primeira edição da Taça de Portugal.

Neste mês de Dezembro, Teresa Bonvalot terminou o Haleiwa Challenger em terceiro lugar e conquistámos sete medalhas no Campeonato Nacional de judo em seniores e absolutos. No boxe, Ayrton Luz venceu o Algarve Box Cup, na categoria de 63,5 kg e Tiago Abiodun (ténis de mesa) é vice-campeão do mundo de pares mistos em sub-15, com a espanhola Maria Berzosa.

De fora deste pequeno resumo estão vários feitos que não serão esquecidos pelo Clube. A todos, o nosso profundo obrigado. Com a certeza de que 2023 será um ano de novas conquistas, feitos e recordes com as cores do Sporting CP.

Renovações no Andebol

Por Pedro Almeida Cabral
29 Dez, 2022

Depois da renovação maior do nosso treinador de futebol, Rúben Amorim, que agora ficará por Alvalade até 2026, têm-se sucedido outras renovações de técnicos e jogadores. Em todas elas, denota-se ideias claras sobre o que se pretende para o futuro do Sporting Clube de Portugal: dar condições aos plantéis para que possam lutar por todas as competições em que participam e alimentar, cada vez mais, as equipas com jovens formados no Sporting CP ou que se tenham juntado ao Clube na fase final da sua formação. Vale a pena ver algumas dessas renovações mais de perto para perceber melhor. Restrinjo-me ao andebol, ficando para outra crónica as recentes renovações noutras modalidades, como no futebol, com os casos de Dário Essugo ou de Rodrigo Ribeiro.

Salvador Salvador, o nosso capitão da equipa de andebol, ficará connosco até 2027. A formação feita no Clube conta muito. Mas creio que conta ainda mais o seu percurso desde os infantis, onde ingressou em 2014, até à equipa principal. Foi sempre em crescendo, numa evolução técnica assinalável que soube conjugar com a assunção de responsabilidades maiores no sete. Com ele, deixamos tudo em campo. 

Salvador Salvador continuará a jogar com os fantásticos irmãos Costa, também eles renovados até 2027. A dupla Costa tem brilhado na nossa equipa. Kiko Costa, lateral direito, é um prodígio do andebol nacional. Com 17 anos apenas, tem uma margem de progressão enorme e pode chegar talvez onde nenhum outro andebolista português chegou. Já Martim Costa, lateral esquerdo e central, num ano transfigurou-se e recuperou de uma fase de menos fulgor. É uma das peças fundamentais da equipa e tem também um futuro risonho por diante. Poder contar com estes dois jovens andebolistas é garantia de um excelente nível de andebol no presente e de uma equipa dominadora no futuro.

Por fim, o pivot brasileiro Edy Silva, de 24 anos, contratado por apenas um ano, prolonga agora a sua relação com o Clube. Embora tenha vindo um pouco à experiência, Edy Silva tem impressionado pelo empenho, pela técnica e pelo seu fácil entrosamento com o plantel. Uma aposta que, certamente, também será recompensada.

Estas renovações atempadas demonstram uma estratégia apurada para o andebol do Sporting CP, visão de médio e longo prazo e a certeza de que haverá muito Esforço, Dedicação e Devoção no nosso Pavilhão e nos pavilhões alheios. E quando estes três ingredientes se juntam, quase sempre temos Glória. Assim seja. 

PS: nos próximos dias também se renova o ano. Desejo a todos os atletas, técnicos e staff das nossas equipas um ano de 2023 em grande, repleto de conquistas envergando o Leão rampante. A todos os Sportinguistas, num ano que se antevê difícil, os votos para que o nosso Sporting CP nos encha de alegria como só o maior Clube do mundo consegue fazer. 

Uma mesa de campeões

Por Juvenal Carvalho
29 Dez, 2022

Existem momentos que o Sporting Clube de Portugal nos proporciona, e eu felizmente já tive a oportunidade de vivenciar alguns, que nos deixam felizes e, passadas que estão as festas natalícias, me souberam como que a um presente.

Esse momento ocorreu no passado dia 17 de Dezembro, na II Gala Albano Narciso Pereira, organizada em ano do centenário do seu nascimento pelo Núcleo do SCP do Seixal, presidido por Carlos Sevilha, com uma organização sublime e com um ambiente de elevado fervor Sportinguista. 

Ouvi falar muito do 'violino' Albano − parabéns a Alexandre Belo Ribeiro pela autoria da sua biografia, simplesmente deliciosa − pelo meu avô, e por Jesus Correia, seu companheiro de equipa de tão grandes e inolvidáveis momentos. Falavam-me ambos do homem que driblava adversários passando-lhes até por debaixo das pernas, do virtuoso como poucos, do operário que se tornou futebolista e que, vim a saber agora, através de seu filho, que comia antes dos jogos bacalhau com grão, que era como que um 'fetiche' para ganhar sobretudo ao eterno rival de Lisboa.

A sala estava cheia e o dia foi de reencontros. Com Aurélio Pereira, − obrigado "mestre" pelos elogios à minha coluna de opinião − Manuel Fernandes, Fernando Fernandes, Vasco Matos e Miguel Afonso − este fez-me até comover com os elogios de uma amizade de muitos anos proporcionada pelo nosso Clube, e pelo reconhecimento que tem pelo meu trajecto no basquetebol.

Mas seria o local onde estive, a mesa número dois com o nome de Rui Pinheiro − descansa em paz, Rui − que fez o meu dia melhor e, se é que é possível, fez ainda sentir-me mais Sportinguista. Nessa mesa estavam campeões de três modalidades diferentes. O basquetebol com Carlos Sousa − o que mais títulos tem na modalidade dos que estão vivos − e Raúl Castanheira, este último é aquele que não há brincadeira entre nós que não acabe no "roubo" de bola dele a Dale Dover, um fantástico norte-americano do FCP daquela época, numa vitória épica, além de Filipe Machado, também nosso antigo jogador que não sendo campeão nas quadras é um amigo e um campeão na sua postura sempre irrepreensível.

Quis também o destino que nessa mesa estivessem dois dos homenageados pelo Núcleo. O andebolista campeão, e natural do Seixal, Fernando Nunes, acompanhado por Vanessa, sua mulher, uma senhora que irradia simpatia e saber estar, e ainda Júlio Rendeiro, o homem que era para mim, como lhe disse, o 'cérebro' da dream team que terá sido a melhor equipa de sempre tanto do nosso Clube como do hóquei em patins mundial.

Relembrei temas e conheci, em estórias deliciosas contadas in loco, momentos por eles vividos que desconhecia. 

Falou-se com fervor do Sporting CP e da sua História imensa. Não é todos os dias que se está numa mesa com campeões de três modalidades diferentes. Outros estavam em outras mesas. Somos decididamente um clube diferente... de campeões e feito de gente de valor e com valores. 

Um Natal dos anos 70

Por Juvenal Carvalho
23 Dez, 2022

 

Quando era miúdo, apesar de oriundo de uma família com pouca cultura natalícia, e de receber oferendas familiares, dentro das possibilidades, em que altura do ano fosse, chegada  esta época, a criança que havia em mim queria sempre receber qualquer prenda relacionada com o Sporting CP. Recordo mesmo o primeiro equipamento que vesti do nosso Clube, oferecido pela minha avó Alice, na altura em que eu, como todas as crianças naquela época, esperava pela oferenda do Pai Natal vinda pela chaminé. 

Ao abrir a prenda, e quando comecei a ver a listada verde e branca tremi agarrado à minha "velhinha", com uma emoção que ainda hoje recordo. 

Era mesmo o equipamento completo, composto por camisola, calção e meias. 

Naquele tempo não havia o que hoje se designa como camisola oficial, nem o marketing era tão agressivo, ou sequer existia. Nem ligava à marca do equipamento. Para mim bastava ser 'à Sporting', para me fazer feliz. Se era Nike, Le Coq Sportif ou Puma, ou comprado na retrosaria da esquina, era perfeitamente irrelevante para a criança que havia em mim. Eu queria era sair à rua e "provocar" os meus amigos equipado a rigor. Era um Natal do início dos anos 70 do século passado que ainda hoje me está na memória, e com quanta alegria o relembro. Tanta que a partilho aqui convosco. Só me falta a avó Alice, e que saudades sinto dela.

Na quadra natalícia, transporto este momento que vivi, para milhares de crianças de hoje que amam o Sporting CP. Que com muito mais informação, e no tempo de uma enorme facilidade de chegar à compra através das diversas plataformas, e a acreditar muito menos nas ofertas do velhinho das barbas brancas, pedem aos pais e também aos avós que lhes comprem a camisola principal, o fato de treino, a camisola alternativa ou a Stromp. 

O tempo passa, os Natais somam-se uns atrás dos outros, mas no coração de milhares de crianças de todos os tempos, o amor pelo símbolo do Leão permanece inalterado. 

Quero, ainda é cedo, porque a Leonor, a minha neta, tem apenas 16 meses de vida, fazer o papel da minha avó Alice e comprar-lhe uma prenda alusiva ao nosso Sporting CP. Para depois lhe contar o que sucedeu comigo. Sonho para já com o momento. Quantos pais, mães, avôs e avós de hoje já sentiram o mesmo momento que eu. Muitos, seguramente. Estamos no Natal, época em que as famílias se reúnem, e quantas crianças vão, por esse país fora, e não só, abrir as prendas e uma delas será seguramente a camisola "verde-e-branca", que fruto da evolução dos tempos, pode ser com o seu nome e número, ou ao invés colocar o do seu ídolo do momento estampado nas costas. Arrisco que muitas. Porque o Sporting CP é o deles e o nosso grande amor.

Que tenham um feliz Natal, com o desejo de muita felicidade, paz e amor para todos vós. 

Saudações Leoninas! 

Futebol

Por Pedro Almeida Cabral
22 Dez, 2022

Depois de passar com distinção a fase de grupos da Taça da Liga, o Sporting Clube de Portugal arrumou de forma esclarecedora a questão do acesso à final a quatro da competição, onde chegamos pela sexta vez consecutiva. Ao golear o SC Braga por 5-0, com todos os tentos marcados na primeira parte, confirmámos o que os três jogos da fase de grupos, vencidos por um total de 13-0, já haviam insinuado. A equipa joga mais solta e desinibida, as rotinas estão mais acertadas e há um fio de jogo que termina directamente em golos.

Aliás, não é por acaso que metemos a quinta vitória seguida, que é a melhor série de jogos em 2022. Aos três jogos da Taça da Liga, acrescem as duas vitórias para o campeonato, no início de Novembro, perante o Vitória SC e o FC Famalicão. No total, nestes cinco jogos, marcámos 23 golos e sofremos apenas um. Neste último desafio, frente ao SC Braga jogou-se belo futebol no nosso Estádio. As alas estiveram venenosas, com Porro e Nuno Santos a galgarem os seus corredores, a dar muita profundidade ao jogo. Em conjunto, tiveram intervenção em três dos golos. Edwards, jogou como gosta, com espaço para manobrar e fazer valer os desequilíbrios que o caracterizam. Arrancou dois penáltis e converteu um. Trincão está a subir de forma a golos vistos. Não só assistiu Paulinho para o 2-0, como marcou de forma exemplar o 4-0. Demonstrando que rende bem mais variando de lado e descaindo para o meio, esteve endiabrado a baralhar as marcações bracarenses. Finalmente, Paulinho parece ter deixado para trás uma fase menos concretizadora. Fundamental no primeiro golo, marcou o segundo e construiu sozinho, numa arrancada do meio-campo, uma jogada que merecia melhor sorte. Saiu com a ovação que merece para quem marcou seis golos nos últimos quatro jogos.

Parece, portanto, que o Sporting CP aproveitou plenamente a pausa forçada pelo Mundial e soube reconstruir uma forma de jogar que andava mais sumida. Só que pensar que em futebol tudo muda repentinamente é desconhecer que nada acontece por passes de magia. A subida de forma da equipa resulta do trabalho sustentado que Rúben Amorim vem fazendo nos últimos anos, bem como das melhorias das condições de trabalho na Academia. O futebol bem jogado nunca surge da sorte ou da inspiração, mas sempre do esforço contínuo, da dedicação abnegada e da devoção ao trabalho. Quando falamos de futebol, é disto que nunca nos podemos esquecer.    

Deixar a Marca

Por Miguel Braga
22 Dez, 2022

Editorial da edição n.º 3903 do Jornal Sporting

Numa noite de chuva intensa e de avisos da Proteção Civil, o Sporting CP fez uma primeira parte a roçar a perfeição, deixando a sua Marca: cinco golos sem resposta – ainda para mais a uma equipa que ainda não tinha sofrido qualquer golo nesta competição; sexta presença consecutiva numa final four da Taça da Liga; primeira equipa a vencer três vezes na mesma edição da prova com diferença de cinco ou mais golos; melhor série de vitórias da equipa em 2022, com seis seguidas e o parcial de 23 golos marcados e apenas um sofrido. Agora falta mais um jogo para fechar o ano e logo em Janeiro, mais para o final, o Sporting CP terá oportunidade de defender o seu título de vencedor da Taça da Liga.

Ao longo do mês de Dezembro, o Sporting CP deixou a sua Marca em várias acções promovidas pela Fundação Sporting. Um total de 14 iniciativas que envolveram diferentes instituições e um número alargado de pessoas com diferentes necessidades. Destaque natural para as três acções mais visíveis e que fizeram parte da campanha de Natal do Sporting CP: a equipa feminina de futebol do Clube visitou a ala dos internamentos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa; Rúben Amorim e vários jogadores do plantel do Sporting CP jogaram futsal com jovens e crianças do Casalinho da Ajuda, em Lisboa, no âmbito do projecto Ajuda 2020 – E7G; os capitães das modalidades de Pavilhão juntaram-se para fazer uma visita à Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa.

Além das acções anteriores, o Sporting CP deixou a sua Marca no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, no Centro Social da Musgueira, no Centro de Artes e Formação do Bairro da Cruz Vermelha, no Centro Educativo Navarro de Paiva e também na SOL − Associação de Apoio às Crianças Infectadas pelo Vírus da Sida e Suas Famílias. Aqui, a comitiva Leonina foi liderada pelo presidente Frederico Varandas e contou com a presença de Rúben Amorim e Hugo Viana.

“É uma alegria e uma grande satisfação ver a felicidade destas crianças ao verem-nos e proporcionar-lhes esta alegria”, afirmou o presidente do Clube. “Já o disse muitas vezes, e volto a dizer, o Sporting CP é um clube diferente, mas não podemos apenas dizê-lo temos de o demonstrar”.

Quem o demonstrou foi Hugo Viana, para quem “ver a alegria destas crianças e adolescentes enche-nos o coração. Saímos daqui com o coração cheio e, com certeza, o nosso Natal também será diferente”. Além do director desportivo, também Rúben Amorim foi impactado por esta visita: “a nós ajuda-nos a relativizar alguns problemas que nós achamos que temos no futebol. Somos uns felizardos e ficamos felizes por ajudarmos quem precisa”. E assim, o Sporting CP deixa a sua Marca.

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