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Opinião

Parabéns ao nosso grande amor

Por Juvenal Carvalho
01 Jul, 2023

Escrever no Jornal Sporting a cada aniversário do nosso grande amor, e já tive o privilégio de o fazer em algumas edições, é algo que, não o escondo, me faz sentir como de regresso à minha adolescência. Tempos em que faltava à escola e em que mentia aos meus pais, dizendo-lhes que ia para casa de amigos, mas que a generosa semanada por eles dada, era para ser gasta a ver o Sporting, fosse na modalidade que fosse.

É, pois, um aniversário especial, neste caso já lá vão 117 anos de uma vida intensa com tantos a caminhar a seu lado nunca o deixando só. Tão especial que é de algo que faz parte integrante e incondicional de mim − de nós. Que aprendi a amar em criança e jamais saiu do meu coração. E isto nos momentos bons − já vivi inúmeros, mas também, e obviamente, nos maus, que também aconteceram, e que me provocaram até, não o escondo, umas lágrimas de tristeza mas que, nunca por nunca ser, seriam motivo para ousar pensar em desistir desta causa que abracei, e que é de um amor que se entranhou em mim de forma tão vincada, que é difícil de explicar por palavras.

Como repetidamente o digo, ser do Sporting CP não se explica, sente-se. E é neste sentimento que temos todos que estar agradecidos àqueles dezanove rapazes de então que, sob o signo do Leão, e sob a batuta de José Alfredo Holtreman Roquette (José Alvalade), que seria o primeiro Sócio do nosso Clube, fundaram um Clube que o quiseram premonitoriamente grande, tão grande como os maiores da Europa.

E onde eles hoje estiverem estarão profundamente orgulhosos. Desde o dia em que fomos fundados, no já longínquo dia 1 de Julho de 1906, já tivemos grande figuras do desporto nacional e internacional a envergar o símbolo do Leão rampante. O desejo dos fundadores concretizou-se na plenitude. Somos mesmo tão grandes como os maiores da Europa, graças a um enorme Esforço, a uma fantástica Dedicação, e a uma Devoção sem paralelo, para que a Glória seja esta inevitável realidade que tanto nos orgulha.

Somos também um Clube que é o pioneiro de tanta coisa no desporto nacional e internacional. Que é das elites, mas obrigatoriamente também do povo. Que não diferencia, e tem uma massa adepta composta pelas mais diversas ideologias, raças ou credos. Que acolheu tantos e tantas atletas de renome mundial. Que tem tido ao longo dos tempos uma componente social que extravasa o plano meramente desportivo. Que é, em suma, um clube de dimensão planetária.

O Sporting Clube de Portugal é mesmo tanto, e ao longo dos tempos, ilustrado e representado pelo simbolismo desta célebre frase de Francisco Stromp: "Não é o Sporting que se orgulha do nosso valor. Nós é que nos devemos sentir honrados por ter esta camisola vestida".

Parabéns, Sporting Clube de Portugal!

O Primeiro

Por Pedro Almeida Cabral
01 Jul, 2023

Em muito boa hora recordou o Jornal Sporting o centenário da conquista do primeiro dos nossos campeonatos de futebol. Foi na edição passada que todos pudemos ler a notícia do então Boletim Sporting Club de Portugal sobre a merecida conquista ocorrida no dia 24 de Junho de 1923, com uma vitória por 3-O na final do Campeonato de Portugal perante a Associação Académica de Coimbra. Seria somente o primeiro dos nossos 23 títulos de campeão. O primeiro passo de uma longa caminhada de glória.

Ao contrário do que alguns pretendem fazer querer, o Campeonato de Portugal, jogado em eliminatórias, predecessor do Campeonato Nacional actual, foi a competição nacional de futebol mais relevante do país entre as épocas de 1921/1922 e 1937/1938. Daí que, como é evidente, os vencedores do Campeonato de Portugal tenham de ser considerados campeões nacionais. De 1934/1935 a 1937/1938, houve outra competição paralela, em sistema de poule, ou seja, todos contra todos, a duas voltas, que foi jogada de forma experimental, para testar a adesão do público ao novo formato. Essa competição foi denominada Liga Experimental, mas não era mais relevante que o Campeonato de Portugal, sendo até inicialmente esquecida pelos jornais desportivos da época, para além de a primeira edição nem troféu ter tido. Tudo mudou quando, em Agosto de 1938, a Federação Portuguesa de Futebol decidiu que a competição principal deveria assumir o formato que conhecemos hoje, poule a duas voltas, deixando o Campeonato de Portugal (e o seu formato a eliminar) de coroar campeões.

Mas recuemos novamente a 1923. O Campeonato de Portugal ia na sua segunda edição. Tinha sido criado para a época de 1921/1922. Até então, todas as competições tinham âmbito regional. Foi o Campeonato de Portugal a dar uma dimensão nacional ao futebol português. A vitória Leonina em 1923 foi uma desforra do campeonato anterior, perdido para o FC Porto. Na meia-final encontrámos os portistas e vencemos por 3-0, em Coimbra, o mesmo resultado que alcançaríamos na final, face à Associação Académica de Coimbra, jogada em Faro. Rezam as crónicas desportivas que o Sporting CP dominou os dois jogos sem dificuldades. Francisco Stromp, figura incontornável na história do Sporting CP, eterno Sócio n.º 3, marcou um golo em ambos os jogos. Recordar o passado é honrar todos os que suaram para elevar o nome do Clube e fazer dele o que é hoje. Sobretudo quando lembramos o primeiro título de campeão nacional de futebol do Sporting CP.

Uma Nova Era

Por Frederico Varandas
01 Jul, 2023

Editorial da edição n.º 3930 do Jornal Sporting

Hoje celebramos 117 anos de existência do Sporting Clube de Portugal, o início de uma nova época, mas também o início de uma Nova Era.

Em 2018 idealizámos o futuro do Clube e temos, desde então, estado a construir as bases para, a cada dia, estarmos mais perto de o atingir, para cada dia sermos melhores.

Estas bases assentam, porém, noutras que em 1906 José Alvalade estabeleceu e que celebramos sempre no 1 de Julho. São princípios, valores e uma forma de estar que fazem parte do nosso código genético, que devem sempre pautar o desenho do nosso futuro.

É precisamente no regresso às nossas origens, e em homenagem aos nossos fundadores, que, na continuidade desse ADN, projectámos o futuro e arrancamos esta Nova Era. Ela inicia-se hoje a partir do Esforço, Dedicação e Devoção que foram fundamentais nestes cinco anos.

Celebramos os 20 anos do Estádio José Alvalade e com ele iniciamos um novo ciclo. A nossa casa será o espelho deste (re)começo.

O Estádio José Alvalade será Verde, por dentro e por fora, como o nosso ADN e a esperança que representa. Esperança que temos de nutrir todos os dias no investimento que fazemos na preservação do nosso património, mas também na sua modernização. A esse propósito, deixo a promessa que teremos novidades em 2023/2024.

Será assim, em casa nova, que em 2025 receberemos com enorme satisfação a final da Women’s Champions League, num passo relevante para o crescimento do futebol feminino em Portugal, caminho de inclusão preconizado pelo nosso fundador há 117 anos. Agradeço à Federação Portuguesa de Futebol pelo trabalho de equipa que permitiu mais esta conquista.

Lançamos também hoje a nossa segunda pele de Leão nestas mesmas linhas. As linhas que contam a História de quem Somos, do que representamos e que nos definem. As linhas que continuaremos a seguir.

Tritricampeões!

Por Pedro Almeida Cabral
23 Jun, 2023

Não, caro leitor, não é gralha no título. O Sporting Clube de Portugal sagrou-se tricampeão em futsal, como é sabido. O que talvez não saiba é que foi a terceira vez que tal sucedeu. Fomos pela primeira vez tricampeões na longínqua década de 90 do século passado, nas épocas de 1992/1993 a 1994/1995. Eram os primórdios da modalidade, que o Sporting CP ajudou a criar. O segundo tricampeonato veio num tempo mais recente. Foi conquistado nas épocas 2015/2016 a 2017/2018. Já com Nuno Dias ao leme, ficaram na memória os duelos técnico-táticos com o então treinador do SL Benfica, Joel Rocha. Por fim, veio novo tricampeonato, nos últimos três anos, coroado com uma vitória no jogo 4, no Pavilhão da Luz, por 2-1 após prolongamento. Igualmente com Nuno Dias, esta sequência de três campeonatos defrontando na final também o SL Benfica nunca deixou dúvidas da justiça dos campeões.

Para alguns, pareceu que este campeonato resultou num menor domínio da equipa Leonina. Mas não é verdade. Terminámos em primeiro lugar, com um ponto de vantagem sobre o SC Braga, que foi a segunda melhor equipa da fase regular. A única derrota foi com os bracarenses num infeliz lance do nosso guardião Guitta, que escorregou e permitiu o golo da vitória adversária. De resto, fomos de longe a equipa com mais golos marcados e a segunda que melhor defendeu. Já na fase a eliminar, ultrapassámos o ADCR Caxinas e os Leões de Porto Salvo para encontrar, na final, o nosso grande rival, SL Benfica. Desde 2010 que o Sporting CP chega todos os anos à última série de jogos e só por duas vezes não encontrou os benfiquistas. São jogos que dão o que de melhor tem o futsal para oferecer. E estes quatro jogos não desiludiram. A abrir, no nosso Pavilhão João Rocha, um domínio avassalador do Sporting CP com vitória por 5-1 e um grande golo, de primeira, do nosso grande capitão João Matos. No segundo jogo, o SL Benfica reequilibrou, ganhando por 3-2, conseguindo uma reviravolta na segunda parte, pois os benfiquistas sabiam que perdendo esse jogo, dificilmente seriam campeões. Seguiram-se os jogos mais interessantes de toda a série, os jogos 3 e 4, que são sempre aqueles onde há mais risco e a disciplina tática, a destreza individual e a mentalidade ganhadora vêm ao de cima. O Sporting CP triunfou em ambos, no prolongamento, com todo o mérito, por 3-2 em casa e por 2-1 fora. No jogo 3, Zicky Té marcou um dos melhores golos de sempre da modalidade, que tive o privilégio de ver ao vivo no PJR. Uma obra de arte, delicada e preciosa, com toques subtis de calcanhar, plena de confiança e alegria como só este jovem jogador do Sporting CP sabe fazer. Estou certo de que mesmo os adversários terão admirado uma jogada só ao alcance de um génio. Já no último e decisivo jogo, Pauleta, que já tinha sentenciado o jogo 3, marcou o tento final, que selou o tricampeonato e inaugurou a festa Leonina.

Tudo está bem quando acaba bem. E ainda melhor quando ganha quem mais mereceu. O tritricampeonato não é um ponto de chegada. Mas sim um ponto de partida para o tetra. As palavras não são minhas, são do nosso treinador Nuno Dias. E a verdade é que Nuno Dias costuma estar à altura do que diz!    

Futsal tricampeão… e CR7!!!

Por Tito Arantes Fontes
23 Jun, 2023

Futsal − Tricampeões! O Sporting é Tricampeão nacional de futsal! Foi épico! Uma grande vitória, com grandes golos de Zicky Té e de Pauleta! Recuperámos da desvantagem de um golo, demos a volta ao resultado, ganhámos o jogo… e − com isso − ganhámos a final! E tanto que o Sporting merecia esta vitória! Melhor equipa nacional durante todo o ano, como bem o demonstra o facto de ganhar inequivocamente a denominada fase regular do campeonato! Campeonato com um vencedor justo, inteiramente justo! Sem mácula! Na final four foi assim: primeiro jogo no João Rocha em que goleámos o nosso adversário depois de uma primeira parte verdadeiramente extraordinária da nossa equipa! E um monumental golo do grande capitão João Matos! No segundo jogo perdemos com uma arbitragem que mereceu o mais vivo repúdio por parte do Nuno Dias! Na terceira partida, mais uma vitória do Sporting, abrilhantada por um fantástico golo marcado pelo genial Zicky! E nesta última noite de 4.ªfeira, no “ninho” deles, mais um “show de bola” e a consequente vitória, depois de termos estado a perder o jogo. Parabéns, Nuno Dias! Parabéns equipa! Parabéns Sporting!

Futsal 2 − Censura nesse jogo só mesmo para as declarações de treinador e jogador encarnados! Virem com desculpas de “arbitragem”… agora, depois de terem sido altamente “protegidos” no segundo jogo, só pode ser resultado de um censurável “mau perder”, infelizmente evidente e manifesto! E a ideia de que as “audiências” são só de gente deles e que, por isso, as vitórias têm de lhes ser atribuídas é − além de totalmente falsa! − ilustradora da “doença e da cegueira” que grassa e medra naquelas bandas!

Direitos Televisivos − Corolário desse “clima doentio” que se vive nesse nosso rival são as declarações do seu presidente na última Assembleia Geral desse clube, a propósito dos direitos televisivos… um autêntico desafio ao Estado de Direito! Um quase apelo à insurreição! Um convite à desobediência civil! E isto porque, afinal, as leis não são todas para cumprir, pois que só se cumprem aquelas que “eles” considerem que não os prejudicam… sendo que são eles próprios que definem esse requisito! Era o que mais faltava! Há, na verdade, que por aquela gente, máxime o seu presidente, no sítio!

CR7 − Um verdadeiro Fenómeno! O “nosso” CR7 continua a encantar-nos! E − contrariamente a outros, bem mais novos − a servir a Selecção Nacional! Agora alcançou as 200 internacionalizações com a camisola de Portugal! E marcou mais um golo, o decisivo! São records atrás de records! O Maior Jogador Português de Todos os Tempos! Nenhuma dúvida sobre isso! E a comprovar como Fernando Santos − e muito, muito comentador que tanto o quis “enterrar”− tanto o injustiçou! Obrigado, CR7! Parabéns, CR7!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

P.s. − Ainda a temática dos “assobios”… para pontuar um “pormenor” que tem sido sistematicamente esquecido… os assobios a João Mário em Alvalade no jogo da Selecção não são comparáveis a nenhuns outros! Por duas razões: porque em Alvalade não se assobiaram outros jogadores por serem de clubes rivais! E porque os assobios a João Mário decorrem do facto de se ter portado de modo inenarrável com o Sporting… prejudicando o mesmo em dezenas de milhões de euros! Há processo judicial pendente sobre isso! E − por isso − não convém meter tudo no mesmo saco, misturando (mal!) “alhos com bugalhos”!

Depois do 'tri' venha o 'tetra'

Por Juvenal Carvalho
23 Jun, 2023

No momento em que escrevo este texto, porque optei por o fazer no cume da emoção via televisão, mas como se estivesse ao vivo a festejar com aqueles Leões colocados num dos topos do pavilhão do rival, e que foram completamente inexcedíveis uns autênticos heróis que estão sempre presentes, seja em que modalidade for, assisto à festa da entrega da taça de campeão nacional, que marcou o nosso 'tri' e com ele a conquista do décimo oitavo título do nosso historial.

Dizer que a palavra vitória é recorrente nesta modalidade, consubstanciado nos números, é dizer uma verdade completamente irrefutável. Tem até carácter de quase inevitável. Este título teve ainda a particularidade de ter sido conquistado no ano em que presenciei o mais genial golo desta modalidade − e já vi outros também fantásticos − da autoria de Zicky Té. O palco foi o Pavilhão João Rocha, no dia 17 de Junho de 2023, e o que todos vimos, até porque se tornou desde logo viral por todo o Mundo foi uma verdadeira obra prima do jovem e tão talentoso Leão, que deixou boquiabertos os adversários, e que fez explodir de alegria todos os Leões. Genial é pouco. Foi algo que é difícil definir. Majestático, talvez seja a melhor definição. 

Sob a liderança do "mestre" Nuno Dias − dele já disse por aqui, e não só, tudo o que haveria para dizer da sua incrível valia, e capitaneados pelo 'Rei Leão' João Matos − 39 títulos de Leão ao peito − esta conquista acabou por ser a cereja no topo do bolo de uma época que poderia ter sido ainda mais escrita a letras de ouro, já que na UEFA Futsal Champions League a "dupla" de arbitragem, de forma escandalosa, não quis ver um golo limpinho marcado já na fase derradeira do jogo da final, que nos dava o terceiro título europeu de clubes, e com isso não nos deixou ganhar em Palma de Maiorca, ante a equipa anfitriã. Um roubo, pois. 

Mas se o futsal foi campeão, agora fechados que estão os taipais desta época desportiva, mais tarde aqui farei um balanço da mesma, resta tirar ilações e melhorar o que correu menos bem. Uma coisa sei, e se gosto muito − gostamos todos − de ganhar, o Sporting CP esteve em todos os momentos altos e foi extraordinariamente competitivo nas modalidades de alta competição. No andebol perdemos o título por um simples golo, no hóquei em patins e no basquetebol estivemos nas finais do play-off. No voleibol chegados ao play-off do título ficámos em terceiro. Faltou-nos, pois, um pouco mais para sermos felizes. Não conseguimos o que queríamos, porque no Sporting CP queremos sempre mais... e o mais é ganhar, mas tenho a convicção que a época de 2023/2024, até porque confio em quem tem esse dossier, que já estará a ser definida, e a prioridade, essa, num clube como o nosso, não é o de apenas chegar às finais e ser vice-campeão nacional. Sabendo que só ganha um e que os rivais usufruem de fortes armas, o tempo é de preparar a próxima época.

Melhorar terá que ser o desígnio..., mas também aprender com o que correu menos bem, e extrair o que de positivo aconteceu. Porque mesmo quando não se ganha, nem tudo tem que estar obrigatoriamente mal. A fronteira do ganhar e do perder, muitas das vezes está nos detalhes. E esses, por isto ou por aquilo, e até, porque não, por factores anómalos à verdade desportiva, não caíram para o Sporting CP em algumas modalidades.

Agora é esperar que já amanhã seja a vez do ténis de mesa conquistar mais um título para o Museu. Até porque nesta modalidade a vitória surge como o respirar... é de forma natural.

Omne Trium Perfectum, "No hay dos sin tres"

Por André Bernardo
23 Jun, 2023

Editorial da edição n.º 3929 do Jornal Sporting

Ao longo da História foram vários os pensadores a manifestar-se que, enquanto algo que ocorre uma vez pode não voltar a acontecer, acontecendo duas, existe uma forte probabilidade de acontecer uma terceira.

Quando em 2012 iniciei uma nova etapa profissional em Madrid, aterrei com o Europeu de futebol a decorrer e ao ritmo de uma música-hino da selecção espanhola com o título “No hay dos sin tres” (1). Nuestros hermanos viriam a ganhar o Europeu ao ritmo desta música e do seu futebol tiki-taka, completando uma tríade seguida de títulos: Europeu (2008), Mundial (2010) e Europeu (2012).

Lembro-me de ler na altura que a expressão “não há duas sem três” teria origem na escola pitagórica, tendo como base a ideia de que a manifestação de uma dualidade não está completa até que se some um terceiro elemento. Isto simboliza-se recorrentemente no pitagorismo sob o triângulo. 

Nesta quarta-feira o Sporting CP deixou Pitágoras orgulhoso, ganhando o terceiro jogo ao SL Benfica para se sagrar Tricampeão de futsal. E, mais importante, deixou todos os Sportinguistas orgulhosos, não apenas pela(s) conquista(s) em si, mas pelo trajecto ímpar de constância que esta modalidade tem registado na última década. Assim, são já 18 títulos de Campeão Nacional, três consecutivos − desde 2020/2021 −; um percurso brilhante ao qual se somam ainda duas Champions League em 2018/2019 e 2020/2021.

Muitos parabéns ao Nuno Dias, à sua equipa técnica e aos vários jogadores (grande parte da formação do Sporting CP), que têm perfumado as quadras de futsal por onde passam, tornando-as o principal palco da modalidade internacionalmente.

Não poderia deixar de destacar o golo de Zicky Té no penúltimo jogo, uma verdadeira homenagem pitagórica, com dois catetos ao quadrado a ultrapassarem jogador e guarda-redes do adversário, para selar um golo de autor. Tal como referi acerca do golo de Pedro Gonçalves, num anterior editorial, para pôr em modo repeat.

Nesta quarta-feira o futsal do Sporting CP confirmou empiricamente que Omne Trium Perfectum (“Toda a Trindade é perfeita”).

Saudações Triplamente Leoninas!

(1) Canção da selecção espanhola no Euro 2012, cantada por David Bisbal e o duo Cali & El Dandee.

Saber ganhar... ou talvez não

Por Juvenal Carvalho
15 Jun, 2023

Fico sempre muito feliz quando o Sporting Clube de Portugal ganha. Gosto tanto de viver esses momentos de plena felicidade, como aconteceu no passado fim-de-semana, com a conquista da Taça de Portugal de andebol masculino e com a obtenção do título nacional de ténis de mesa feminino.

 

A minha felicidade é, contudo, sempre muito mais interior do que aquela que acabo por a exteriorizar. Cada um tem a sua forma de ser e de estar.

E se fiquei contente com estas conquistas, obviamente que, sabendo que ninguém ganha sempre, não gosto nada de perder contra ninguém, quanto mais ante o eterno rival. Como já aqui o disse, e sabem os que me são mais próximos, fico mesmo com uma descomunal azia. E isso aconteceu no basquetebol. Mas aquilo que sucedeu após o jogo, em que claramente o adversário venceu bem, provocou-me sobretudo repulsa e fez-me lembrar os meus saudosos pais que me ensinaram a estar no desporto. Não participar na entrega do troféu de campeão que era da sua pertença e não estar presente na entrega das medalhas ao finalista vencido e aos árbitros, não só me causou estupefacção, como até a mais profunda indignação. Quem apregoa a moral de que "as vitórias não são contra ninguém" deveria de ser coerente. E, mesmo que achem que lhes assiste alguma razão, deveriam sobretudo respeitar quem estava no Pavilhão, e tinham lá adeptos seus, bem como o Sporting Clube de Portugal, que era o anfitrião do espectáculo que decidia o título. Era o mínimo exigível. Quem não respeita não merece ser respeitado. Saber ganhar é tão ou mais importante do que saber perder. E isso, como terreno tenho defeitos, até por ser condição humana, um que não tenho é que prezo-me de saber ganhar e de saber perder, e como na tristeza da derrota fiquei feliz ao ver os Sportinguistas a aplaudirem a nossa equipa, no rescaldo de uma época em que conquistámos a Supertaça e a Taça Hugo dos Santos, estivemos na final four da Taça de Portugal e ainda fomos vice-campeões nacionais.

Mas o que me leva a escrever semanalmente neste espaço não é de factores colaterais ao desporto. É mesmo sobre desporto.

E aí, que bom foi assistir no sábado, na meia-final da final four da Taça de Portugal, a um jogo estratosférico de andebol entre o Sporting CP e o FC Porto, ao qual arrisco a dizer ao nível do que melhor se vê pela Europa. Caiu para nós após prolongamento, com todo o mérito. O mérito de quem quis mais e acreditou até ao último segundo. O mérito de quem valoriza o trabalho, como é o caso de Ricardo Costa e sua equipa técnica. O mérito de quem merecia mais no Campeonato e trabalhou muito para obter esta conquista - a nossa 17.ª Taça de Portugal, que seria confirmada na final ante o CS Marítimo (30-29).

Mas os êxitos não ficaram por aqui. Também o ténis de mesa feminino foi feliz em terras transmontanas e, sob o comando técnico de Marco Rodrigues e com um plantel formado por Galia Dvorak, Anna Hursey, Patrícia Santos, Juliana Silva e Diana Gomes, de lá saiu com o seu 15.º título de campeão nacional, que era pertença do CTM Mirandela. Foi também ele um título decidido com sangue, suor e lágrimas apenas no último jogo, e que jogo ele foi, que acabou com a vitória da nossa Galia Dvorak sobre a opositora Inês Matos e com ela a respectiva posse do título nacional para as nossas Leoas chegado apenas na ‘negra’. Estamos de parabéns, e o Museu Sporting mais rico.

Agora mais títulos estão por decidir. São os de hóquei em patins e de futsal, já em andamento nas respectivas finais dos play-offs, e a do ténis de mesa masculino, com a final a começar no próximo sábado, na Madeira, frente ao CD São Roque. Mais modalidades estarão a ver chegar os grandes momentos. Recordo por exemplo o atletismo masculino e feminino na pista, depois dos títulos nacionais em pista coberta.

Que venham mais conquistas. E sabendo ganhar. Que é tão ou mais importante do que saber perder.

Arbitragem – nova vida?

Por Tito Arantes Fontes
15 Jun, 2023

Finalmente - e sim, é mesmo caso para dizer finalmente - a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) surpreendeu-nos pela positiva! Dizemo-lo sem qualquer ironia ou sarcasmo. Tudo porque desta feita a FPF tomou uma boa, positiva e - assim queremos pensar - feliz iniciativa. Fê-lo na passada semana, através de um comunicado no dia 6 de Junho no qual anunciou a criação de um “grupo de trabalho” para estudar o tema global da arbitragem em Portugal, com impacto tremendo e inevitável foco, nomeadamente, ao nível das competições profissionais de futebol.

O propósito da FPF é louvável, sendo que o anunciado é a criação do tal “grupo de trabalho” para estudar a alteração das principais normas que regulam a gestão da função arbitragem. A presidir ao Grupo de Trabalho estará José Fontelas Gomes, actual presidente do Conselho de Arbitragem, que já realizou a primeira reunião de trabalho.

Consta do comunicado divulgado que a FPF propõe que se avance em Portugal para um modelo de organização da arbitragem, designadamente nas competições profissionais, que contemple uma entidade externa.

É - ou melhor dito - será uma revolução total no sector da arbitragem nacional. Designadamente porque a entidade gestora da mesma “sai” da esfera da FPF para se autonomizar e tornar independente da FPF. Significa isto que - pela primeira vez na história do futebol nacional - a arbitragem poderá ficar “fora” do controle directo da FPF, desde logo ficando imune às pressões e equilíbrios a que o normal jogo eleitoral para os órgãos sociais da FPF sempre, naturalmente, obriga e inelutavelmente continuaria a obrigar.

O SPORTING CP - e muito bem! - já se pronunciou favoravelmente a esta iniciativa da FPF. Já antes, aliás, o Presidente Frederico Varandas tinha defendido uma “reforma profunda” na arbitragem, defendendo uma “classe de árbitros realmente independente”.

Claro que esta estrutural alteração não será fácil nem de decidir, nem de implantar. São, na verdade, de antever escolhos e dificuldades de vário tipo que seguramente surgirão. Aliás, velhos “Velhos do Restelo” (passe a expressão) já se começaram a colocar em “bicos dos pés” para criticar a FPF pela “ousadia” que teve em avançar com a sua nova proposta, ainda por cima porque o fez sem a mesma estar já e previamente “autorizada” pelo actual “poder” … emblemática nesse sentido a incompreensível posição do presidente da ANTF, José Pereira de seu nome, o tal que - até ser derrotado pelas decisões dos próprios órgãos da FPF! - tanto pugnou, há uns dois anos, pela punição de Rúben Amorim! É que José Pereira crítica o facto da proposta aparecer sem terem sido ouvidos os sócios da FPF, sendo que a FPF apresenta a proposta para ela ser debatida pelos sócios! Toda a gente percebeu! Mas José Pereira não… não quis perceber… assim dando o mote para as dificuldades que aí virão. Felizmente que, em contraponto, vários outros actores com assento na FPF, nomeadamente na sua assembleia geral, já se vieram posicionar de forma aberta como favoráveis ao desafio lançado pela FPF para a reflexão e o debate. É o caso da APAF, através de Luciano Gomes, respectivo presidente, e da própria Liga, via também o seu presidente Pedro Proença.

Aguardemos, pois, os novos capítulos deste “novo caminho” que se poderá abrir à arbitragem nacional. Continuar como está será sempre perpetuar “mais do mesmo”. E isso é - como bem sabemos e apesar da FPF sublinhar “diplomaticamente” no seu comunicado a evolução positiva da arbitragem nacional nos últimos anos - mau, muito mau mesmo! Independentizar pode, com efeito, vir a ser caminho viável, muito interessante e positivo, como já sucedeu noutros países, desde logo por exemplo Inglaterra.

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

P.S. - Na próxima semana voltamos às nossas queridas modalidades! Estamos na luta no futsal e no hóquei em patins, empatados a um jogo para cada lado em ambos os casos. Perdemos a final no basquetebol (ai a influência maldita daquele “último cesto” do nosso opositor no primeiro jogo da final!). Ganhámos galhardamente a Taça de Portugal em andebol… e vão 17! E no ténis de mesa somos campeões nacionais em femininos!

É nossa!

Por Pedro Almeida Cabral
15 Jun, 2023

É nossa a Taça de Portugal de andebol desta época! Um triunfo mais do que merecido numa prova em que defrontámos o SL Benfica, o FC Porto e, na final, o CS Marítimo. Foi a 17.ª Taça de Portugal para o Clube, repetindo a conquista do ano passado. Somos a equipa dominadora desta prova, deixando bem longe o ABC de Braga com 12 títulos e o FC Porto com nove. É uma conquista que tem sempre um sabor especial, pois fomos os primeiros a ganhar esta Taça, em 1972, na idade de ouro do andebol do Clube.

Após termos eliminado o SL Benfica nos quartos de final, por uns esclarecedores 34-30, rumámos à Madeira para o embate contra o FC Porto na meia-final, com os olhos postos na outra meia-final, entre o CS Marítimo e o Póvoa AC. O jogo contra os portistas foi o que é, actualmente, o melhor e mais disputado jogo de andebol entre equipas portuguesas. Vitória nossa após prolongamento por 39-38. Do lado do FC Porto, um andebol mais físico, mais experiente, com uma aposta consistente no 7x6, abdicando do guarda-redes no ataque. Do nosso lado, uma defesa vigorosa e a sociedade familiar irmãos Costa a facturar, em conjunto, 22 golos. O equilíbrio pautou a segunda parte, que terminou empatada., No prolongamento veio ao de cima não só uma maior concentração Leonina no ataque, mas também uma defesa que soube não sofrer nos momentos finais.

Já na final, perante o CS Marítimo, nova vitória por 30-29, num jogo muito disputado até ao fim. Mais uma vez, Kiko e Martim Costa renderam grande parte dos nossos golos, mais concretamente, 17. Com uma equipa esgotada pelo jogo da véspera, o esforço teve de ser redobrado. Afinal, este CS Marítimo deu boas indicações ao longo da época e sabíamos que nunca iria facilitar, muito menos, numa final. O jogo acabou por ser bem controlado pelo Sporting CP que conquistou, naturalmente, a Taça.

Fecha-se a época com a sensação de que com um pouco mais de acerto poderíamos ter sido campeões. É que a meia-final trouxe à lembrança o jogo decisivo do campeonato, em casa deste mesmo FC Porto, quando a vitória nos escapou por muito pouco. O nosso treinador Ricardo Costa, numa recente entrevista ao Record, fala de como a equipa cresceu esta época e de como na próxima esse crescimento vai fazer ainda mais efeito. Mas o que mais gostei foi quando questionado sobre o projecto disse que o projecto do Sporting CP é ganhar títulos. Já leva duas Taças de Portugal e, a continuar assim, mais virão.

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