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Opinião

Faces da mesma moeda

Por André Bernardo
15 Jun, 2023

Editorial da edição n.º 3928 do Jornal Sporting

“Esta competição é uma moeda, mas estava escrito nas estrelas, ela pertence-nos”. A frase é de Pep Guardiola em declarações após a vitória na UEFA Champions League.

Aproprio-me da citação para estendê-la às vitórias do Sporting CP na Taça de Portugal de andebol e no Campeonato de ténis de mesa feminino a que damos hoje destaque na capa.

A probabilidade de Glória numa competição desportiva não é equivalente ao atirar de uma moeda ao ar, nem muito menos se trata de um jogo de sorte ou azar. A análise mais comum é ver qual a face que saiu da moeda em termos de resultado, vitória ou derrota, e a partir dela fazer uma análise. As vitórias e as moedas têm em comum, porém, o facto de terem duas faces que fazem parte de uma entidade só, em várias dimensões.

A primeira face é a dos factores que controlamos, muitas vezes subvalorizados ou enviesadamente interpretados pelo resultado final.  Também referiu Guardiola que, não tivesse o guarda-redes do Manchester City FC defendido um dos lances de perigo do FC Internazionale Milano e certamente surgiriam várias interpretações diferente sobre os méritos do trabalho realizado.

No final do dia, mesmo fazendo tudo bem, às vezes a bola bate na trave e entra, outras não.

Giannis Antetokounmpo, actual estrela da NBA dos Milwaukee Bucks, teve recentemente uma brilhante resposta a um jornalista a este propósito, após a derrota da sua equipa nos play-offs, utilizando inclusive o percurso da lenda Michael Jordan como exemplo, que merece a pena ser revisitada*.

A outra face da moeda é a dos factores que não controlamos, que são vários, como por exemplo algum tipo de lesões ou influências de decisões de arbitragem (favoráveis ou desfavoráveis).  Anteontem, no segundo jogo da final de futsal, análises técnicas à parte, isso foi bem notório, tendo até um verdadeiro ippon a Zicky Té passado despercebido.

A propósito, saltando para o futebol, e tal como já manifestado pelo Sporting CP em comunicado, é de louvar a proposta da Federação Portuguesa de Futebol para um modelo de organização da arbitragem independente.

Noutra dimensão, a mesma moeda tem também o lado invisível de todo o trabalho de preparação, motivação, disciplina, e detalhe por trás do caminho até à vitória. Muitas vezes pouco enaltecido na hora do diagnóstico final.

Algumas moedas ganham também valor simbólico. A conquista do andebol ganha o número 17 da colecção existente no Museu, conferido por um especial simbolismo de revivalismo de termos sido os primeiros a conquistá-la em 1972.

Não sei se estava escrito nas estrelas mas, vitórias à parte, as boas sensações destas modalidades que vinham de trás materializaram-se “justamente” no presente, e deixam bons augúrios para o futuro.

Marcas para a vida

Por Juvenal Carvalho
07 Jun, 2023

Se existe factor pelo qual o Sporting Clube de Portugal se tem distinguido ao longo dos tempos, é por deixar marcas que ficam para a vida nos profissionais que passam pelo nosso Clube. E falo desde portugueses a estrangeiros, e seja em que modalidade for. 

Entre os jogadores portugueses, e pela experiência própria de ter vivenciado como dirigente esse conhecimento, são vários os que, não sendo sportinguistas de berço, e chegando adeptos de outros clubes a Alvalade, saem com o Sporting CP no coração e com um orgulho infinito de ter servido o Clube e o símbolo do Leão rampante, que um dia foi também usado por Francisco Stromp, entre tantas outras figuras gradas do desporto português e internacional. 

E é esta fidelidade para uma vida, unida pelo símbolo do Leão, que nos torna um clube marcante pela diferença. De tantos episódios que poderia lembrar, de jogadores que por mais afastado que vá sendo o seu tempo a representar o nosso símbolo, cada vez que a ele se referem é sempre marcado pela saudade e pelo trato que receberam. E poderia, como disse, falar de tantos. 

Mas hoje, até por ser tema actual, lembro a forma apaixonada como Carlos Ruesga, uma enorme referência do andebol mundial − que privilégio tivemos que tenha representado o nosso símbolo durante sete anos − ao despedir-se do Clube se referiu a ele como sendo o seu, de que garbosamente ostentou nas redes sociais o seu número de associado, a quem declarou mesmo amor eterno. Para nós, Sportinguistas, a reciprocidade é latente e foi provada na bonita homenagem a ele prestada antes de se iniciar o jogo com o nosso eterno rival no 'João Rocha', com as claques a entoarem cânticos dedicados a ele, que além de títulos ganhos − ainda pode conquistar mais um no próximo fim-de-semana, nos honrou com a sua presença tantos anos em Alvalade. Marcou golos como só ele. Fez assistências para golo com uma chancela tão sua. Espalhou classe por onde passou. Um jogador muito respeitado por todos. Já sinto saudades dele e ainda não abandonou. Um privilégio não só ser nosso jogador, como a forma sentida como a nós se referiu na despedida. Será para sempre um dos nossos.

E por falar em nossos. E estes são do berço. Que bonita a forma como o Sporting CP dedicou o Dia dos Irmãos nas redes sociais, ilustrando-o com uma foto dos irmãos Bernardo e Tomás Paçó, ainda bem meninos, equipados com as nossas cores em festejo Leonino.

Tanto 'à Sporting' foi também a homenagem que o Clube, porque tem memória, fez a Pedro Cary, no final do jogo da meia-final do play-off ante o Leões de Porto Salvo. Saber reconhecer é nobre. E esse é o nosso apanágio. Obrigado por tudo, Pedro Cary, foram épicos, feitos de conquistas e valores humanos, os nove anos e 386 jogos de Leão ao peito. 

É tanto por isto que primamos pela diferença. Somos um Clube que deixa marcas para a vida! 

Eterno Capitão

Por André Bernardo
07 Jun, 2023

Editorial da edição n.º 3927 do Jornal Sporting

 

O aclamado filme Clube dos Poetas Mortos eternizou a cena em que um grupo de alunos se coloca de pé, cada um em cima da sua mesa da sala de aula, em homenagem e agradecimento ao seu professor, Mr. Keating (protagonizado pelo actor Robin Williams), proferindo a exclamação “O Captain! My Captain”.

É nesse mesmo espírito que lançamos a edição limitada da camisola de Manuel Fernandes e que escrevo este editorial.

Nascido em Sarilhos Pequenos, o oráculo determinou que estava destinado a dar grandes sarilhos a todos aqueles que lhe tentassem tirar a bola dos pés.  Não quis o destino, mas sim o próprio que vestisse a listada verde e branca de Leão ao peito. Quando jogava na CUF, ao intervalo dos jogos, a sua grande preocupação era o resultado do jogo do Sporting Clube de Portugal.

Conseguiu concretizar o seu sonho de jogar de Leão ao peito e, com ele, permitir vários sonhos a muitos mais.

Manuel Fernandes é uma lenda viva e um arquétipo de Sportinguista. Carimbou de golos e estilo o seu passaporte para o pódio das memórias. Tornou “jogos maiores que campeonatos”*. Porém, maior ainda que o seu talento, tem a sua maneira de ser, que carimba o seu passaporte para o Olimpo. Tenho tido a oportunidade e o privilégio de desfrutar da sua companhia e de testemunhar a sua genuína simplicidade, generosidade, boa disposição e amor pelo Sporting CP. Transportava o número 9 nas costas que, por coincidência ou não, em numerologia representa o altruísmo. É uma excelente pessoa. Muito provavelmente também por isso se tenha tornado Capitão, mas certamente por isso Eterno.

Obrigado Manuel Fernandes, o nosso Eterno Capitão.    

*referência à citação de Manuel Fernandes relativa à vitória de 7-1 sobre o SL Benfica em que marcou quatro golos.

  

Manel

Por Pedro Almeida Cabral
06 Jun, 2023

Em tempos que parecem já passados, corria desabridamente pelas redes sociais um chavão orgulhoso e vazio que parecia tornar obrigatório ao adepto Sportinguista não ter ídolos. Era o tristemente famoso “zero ídolos”. Os inconscientes que lançaram esta moda apagavam alegremente mais de um século de paixão clubística. Um clube sem ídolos não é um clube, é um amontoado de Sócios. Felizmente, o centenário Sporting Clube de Portugal tem uma imensa galeria de ídolos que resiste facilmente a estas efémeras modas. Um dos ídolos que mais contribuiu para a mística Leonina foi Manuel Fernandes, o nosso Manel.

Todos os que cresceram nos anos 80 se recordam da esguia e morena figura a marcar golos em catadupa. A facilidade com que fugia às marcações e metia a bola na baliza era assombrosa. Em 12 temporadas de Leão ao peito, ofereceu-nos 257 golos marcados em 433 jogos oficiais. É, até hoje, o segundo melhor marcador da história do Clube, atrás de Peyroteo. Foi largamente responsável pela conquista de dois Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal, duas Supertaças (uma como treinador) e pela inesquecível tarde em que ganhámos 7-1 ao SL Benfica, em Dezembro de 1986. Como se tudo isto não bastasse, o seu amor ao Clube e o seu intenso Sportinguismo pautaram toda a sua carreira desportiva. Preferiu sempre o Sporting CP a rivais e marcou uma forma de estar no Clube que muito nos orgulha. Se há um ídolo vivo que devemos ter é ele.

Por isso, todas as homenagens que lhe podemos prestar são poucas. Foi com muita alegria e alguma comoção que vi Manuel Fernandes ser homenageado onde merece ser homenageado: em campo. No último dérbi, perante o SL Benfica, o nosso eterno Capitão desceu das bancadas para ouvir uma merecida ovação, que não se ficou pelos nossos Sócios e adeptos, contagiando também os rivais. E como todas as homenagens são poucas, o Clube disponibilizou recentemente uma camisola oficial com o seu nome. É assim que um Clube honra o seu passado e que assegura que tem um futuro. Sem memória nunca seremos nada. Agora que Manuel Fernandes recupera de uma operação, desejamos todos que o nosso Manel recupere rapidamente e nos brinde novamente com o seu sorriso de Leão matreiro, como quem marca mais um golo num Estádio José Alvalade em festa.

Modalidades - Junho das Decisões… e Pote!!!

Por Tito Arantes Fontes
07 Jun, 2023

Estamos já em Junho, o mês dos play-off e/ ou das final four de várias das modalidades ditas “amadoras” ou melhor de pavilhão.

Vamos ter um mês cheio, com presença nas decisões de campeão de modalidades como o basquetebol, o hóquei em patins e o futsal. Em todas estas modalidades vamos ter como adversário os nossos vizinhos do outro lado da Segunda Circular. E nós estamos em todas essas finais para ganhar!

Basquetebol − já se iniciou neste domingo a “final à melhor de cinco”; perdemos por um ponto no primeiro jogo na Luz, mesmo ao cair do pano e num lance em que os árbitros parece que se esqueceram da fundamental regra dos “passos”; hoje (3.ª feira, dia em que escrevo) temos o segundo jogo em casa do nosso adversário… é para ganhar! A equipa já demonstrou que tem tudo para levar o título nacional para Alvalade! É aí, no nosso Museu, que o queremos!

Hóquei em Patins – já estamos há mais de uma semana qualificados para a final, tendo estado a aguardar o outro opositor; vai ser outra “final à melhor de cinco”, na qual temos tudo para levar de vencida o nosso adversário, sempre o mesmo eterno rival! Esta nossa equipa já nos demonstrou toda a sua raça e valor, ultrapassando momentos e situações de dificuldade imensa! Sabemos que podemos contar com esse esforço, essa dedicação e essa devoção… sim, queremos a Glória de mais este título em Alvalade!

Futsal − ficámos ontem a saber qual o nosso opositor na “final à melhor de cinco”. Houve “mosquitos por cordas” nesse último jogo da meia final em Braga para definir o nosso opositor; esperemos que esses comportamentos sejam banidos dos jogos da final! Sabemos que temos uma grande equipa, com enormes jogadores, comandados pelo nosso “eterno” Nuno Dias! Temos a esperança de sempre e uma fé imensa nesta grande Team! Rumo à vitória! O título deve ficar, tem de ficar onde está… pois, em Alvalade, em lugar de destaque no nosso Museu!

Andebol − bem sei, o campeonato já foi, por um “minúsculo” ponto, resultado de um mísero golo, no final de um jogo…, mas agora temos a final four da Taça de Portugal! Este fim-de-semana, no Funchal! Esta equipa merece! E nós, SCP, também! Estamos juntos, queremos essa Taça em Alvalade!

Nestas quatro “fases finais” destas modalidades há um único clube que está sempre presente: o SPORTING! É o corolário do indiscutível poder do Leão! É a força do Eclectismo Sportinguista! É a demonstração da razão do SPORTING ser a Maior Potência Desportiva portuguesa!

Vejo, contudo, de vez em quando e de modo tímido, mas mentiroso, alguma gente por em causa o número de títulos do SCP em todas as modalidades… são mais de 22 mil… o número assusta-os e, portanto, resolvem fugir dele, negando a sua realidade e até reconhecendo que nem se querem dar ao trabalho de os comentar! Elucidativo! E demonstrador de como hoje se pratica a “fuga à realidade”!

Ilustrativo desta realidade avassaladora é o facto − e é facto, mesmo! − de o SCP ter bem mais títulos colectivos europeus e/ou mundiais em todas as modalidades do que o somatório dos seus dois principais rivais! O SCP tem 42 títulos europeus e/ou mundiais e o somatório desses seus competidores nem chega aos 30! Elucidativo!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

P.s. O golaço do Pote no Emirates contra o Arsenal foi considerado pela UEFA o golo do ano na Liga Europa! A caminho, pois, do Prémio Puskas! Entretanto, por cá, há quem nisso nem tenha reparado e há quem continue a persistir na injustiça de “proibir” um jogador desse nível e craveira de ser chamado à Selecção! Parabéns, Pote! Quem gosta de futebol sabe bem o inquestionável valor que tu tens!

Futebol: Balanço e Futuro!!!

Por Tito Arantes Fontes
01 Jun, 2023

Terminou finalmente a época 2022/2023, uma época que não nos deixa saudades, mas da qual temos seguramente ensinamentos (e muitos!) a retirar!

A temporada começou por assim dizer “torta”, com um começo de campeonato marcado pela inesperada saída de Matheus Nunes, em meados de Agosto, já com o campeonato em andamento, depois do empate em Braga (onde estivemos por três vezes em vantagem no marcador) e mesmo antes da ida ao Dragão. Perdemos esse jogo e logo depois, em casa, nova derrota com o Chaves. Ou seja, ao fim de quatro jornadas já tínhamos perdido oito pontos. O “élan” da fase inicial da temporada estava hipotecado e o Clube a viver de “jogo em jogo” para não perder definitivamente a época… foi difícil… a primeira volta ficou decisivamente marcada por essa má performance inicial e o clima em volta da equipa ressentiu-se disso mesmo.

Entretanto em meados de Outubro a equipa é eliminada da Taça de Portugal, em jogo contra o Varzim, clube que competia na Liga 3. Foi duro e pesado para todos os Sportinguistas. O campeonato a correr mal e na Taça de Portugal estávamos eliminados na 3.ª eliminatória, logo no primeiro jogo em que os clubes da 1.ª Divisão participavam.

Por seu lado, na Champions íamos alternando excelentes jogos e resultados (vitória na Alemanha e em Alvalade contra Tottenham) com os inexplicáveis dois jogos com o Marselha… e depois de um jogo brioso em Londres em que podíamos ter sido mais felizes… acabámos a baquear em casa contra o Eintracht. Saltámos, assim, no início de Novembro para a Liga Europa.

A segunda volta do campeonato foi diferente… para melhor, tinha mesmo de ser diferente! Mas a diferença para os primeiros classificados já estava “cavada” e era acentuada… e − já depois da segunda goleada imposta ao Braga por 5-0 (a primeira fora na Taça da Liga) − com a derrota com o FCP em Alvalade na 21.ª jornada mais vincado ficou o nosso destino. Nunca mais conseguimos sair do 4.º lugar.

Na Liga Europa ainda fizemos caminho, desde logo com um histórico jogo contra o Arsenal em Londres! Mas depois − injustamente − caímos nos quartos-de-final aos pés da “matreira” Juventus.

E na Taça da Liga fomos cumprindo sempre, goleando o Braga e chegando à final contra o FCP que ingloriamente deixámos escapar.

Foi, assim, uma época difícil, nomeadamente em termos de resultados, numa equipa com comportamentos “bipolares”, ou seja com normalmente bons jogos (alguns excelentes mesmo!) contra equipas grandes e − por outro lado − com jogos complicados e até “tristes” contra as chamadas “equipas pequenas”.

Tudo isto fez com que no último fim-de-semana tenhamos desejado e querido mesmo terminar esta época… para virar a página e começar uma vida nova, com um novo espírito para uma nova temporada, em que recuperemos a nossa esperança e alcançaremos outra vez a nossa razão de ser… ganhar! Vencer jogos e ganhar títulos! É isso mesmo que queremos e ambicionamos para o nosso querido Sporting!

Sabe-se que a Direcção e Rúben Amorim comungam − como não podia deixar de ser! − deste propósito! Fazer mais e melhor! Cumprir o ADN do Clube… ou seja, vencer!

E sabe-se que se pretende ter tudo pronto e preparado para atacar a nova época sem sobressaltos e com o plantel já definido quando se iniciar o estágio de pré-época no Algarve, no início de Julho próximo. Fazemos votos que assim seja!

Façamos, pois, da próxima época mais uma temporada de Glória Sportinguista! Pois de festas de outros − por muito que seja a única nos últimos quatro anos − já estamos cansados… até mesmo fartos!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

P.s. 1 − Não falei de arbitragem, mas é bom que a pouca vergonha das arbitragens que sofremos nesta época não se repita! Não é mesmo tolerável continuar a assistir-se a “colinhos” semanais aos clubes do “poder bicolor”! E de continuado e reiterado desrespeito ao Sporting, perpetrado muitas vezes com ódio tal que chega a “cegar” os seus próprios autores! Estaremos atentos!

P.s. 2 − E também é bom que, desde já, se saiba que também não temos de aturar o agora “incensado” alemão e seus apaniguados a defender a extinção do VAR! Irra, é demais! O VAR veio para ficar e deve, isso sim, ser objecto de melhorias, quer quanto ao clausulado do famoso “protocolo” que o rege, quer quanto à qualidade e isenção dos árbitros que com ele manejam! Nesse sentido é imperioso caminhar-se para a divulgação das conversas áudio tidas no seio do VAR entre o árbitro e a sua equipa! E quem diz o contrário… pois, não há mesmo como fugir, é porque tem medo da Verdade Desportiva!

Estamos contigo, eterno capitão

Por Juvenal Carvalho
01 Jun, 2023

Na recente e tão arrebatadora homenagem realizada ao eterno capitão, senti um Manuel Fernandes muito mais magro, num emagrecimento abrupto e com um rosto que indiciava algo estar mal consigo.

A última vez que estive com ele pessoalmente foi em Parambos, onde recebeu mais um dos seus inúmeros "banhos Leoninos", para mais numa localidade onde o Sporting é uma 'religião' para aquelas gentes transmontanas de boa cepa, e ele, o 'Manel', uma referência como, aliás, o é para todos nós, e transversal às mais diversas localidades onde existirem Sportinguistas.

Quando se soube que o "capitão" estava doente, o universo Leonino − e não só, porque é também muito estimado noutros quadrantes clubistas − acto contínuo, desde as redes sociais ao mundo real, entrou em alarme. Isto porque temos memória e temos história. Porque somos gratos a quem nos fez feliz. Porque o Manuel Fernandes é, indubitavelmente, especial nos nossos corações.

Já o disse noutras ocasiões que ele, entre outros, forrava as paredes do meu quarto de criança cheio de posters. Ter tido o privilégio de com ele ter privado, poucas vezes aliás para aquelas que gostaria de ter estado, porque é realmente contagiante ouvir o nosso "capitão", que respira Sporting por cada poro, que tem sempre uma palavra genuína para quem o aborda e com aquela simplicidade de quem nasceu numa família humilde, mas de valores, em Sarilhos Pequenos, localidade de que tanto se orgulha de ter nascido.

O nosso "capitão". O nosso "eterno capitão" está a passar por um período menos bom de saúde que seguramente vai contornar. Como contornava os opositores que lhe apareciam pela frente. Com uma mestria feita de uma qualidade invulgar. Com a sagacidade com que lutava por cada bola como se fosse a última da sua vida. Correndo para a recuperação com a facilidade com que chegava a cada golo, e tantos eles foram de Leão ao peito.

Quando Manuel Fernandes está menos bem, olhamos para ele como se fosse um familiar. Porque somos a imensa família Leonina que estima os seus e é reconhecida como poucas. Porque somos gratos a esta referência da nossa História. Porque se o Manuel estiver doente, até o Leão derrama uma lágrima marota.

Força, Manuel Fernandes, precisamos tanto de ti. És inquebrável. És um Leão que só se curva para beijar o símbolo. Vais marcar mais um golo, como aqueles quatro que marcaste naquela inesquecível tarde de 14 de Dezembro de 1986 ao "eterno rival". Só que desta vez a tua filha não se importará e a bola fica para ti. A bola da vida. Que ainda será seguramente longa, e plena de saúde, para viveres como só tu o sabes o teu e o nosso grande amor. O Sporting Clube de Portugal!

Finais

Por Pedro Almeida Cabral
01 Jun, 2023

O Sporting Clube de Portugal está nas decisões finais dos campeonatos nacionais de hóquei em patins e de basquetebol. Tanto numa modalidade como noutra, apenas foram necessários três jogos, com o Sporting CP a alcançar igual número de vitórias. As semelhanças não ficam por aqui: nas duas eliminatórias viu-se uma garra Leonina que muito promete para as finais.

No hóquei em patins, o Sporting CP soube recuperar de três desvantagens seguidas, sempre crente na vitória. Recordo que no primeiro jogo ganhámos em casa ao OC Barcelos por 6-5, após estarmos a perder ao intervalo por 4-3. Depois, em Barcelos, a mesma história, com o mesmo vencedor. Ao intervalo a perder 2-0, virámos na segunda parte para o 2-2. Já no prolongamento, deu-se o momento inesquecível desse jogo: Romero a fazer o 2-3 final a um minuto do fim. A fechar, no passado domingo, deu-se a merecida vitória folgada que sublinhou a crescente forma do nosso cinco. A história do triunfo no Pavilhão João Rocha começa por escrever-se com uma entrada a perder por 0-1, depois 1-2 e ainda 2-3. Só que esta equipa está a jogar um hóquei fluído e concretizador como nunca jogou nesta época. Por isso, foi com naturalidade que chegámos ao 8-4 que arrumou a eliminatória. Lá estaremos na final, dois anos depois de termos sido campeões. Defrontaremos o FC Porto ou o SL Benfica. Com esta capacidade de superação, podemos chegar ao título.

No basquetebol, o feito é ainda maior. Ganhámos os dois primeiros jogos em casa do FC Porto, o que é sempre árduo. No primeiro, talvez o mais importante, vencemos a equipa portista por 80-88, ficando com o factor casa na eliminatória. Talvez isso tenha sido decisivo para alcançar o segundo triunfo também em casa do FC Porto, por 91-93. Este resultado é enganador, dado que o Sporting CP dominou larga parte do jogo e só nos momentos finais a equipa adversária ameaçou a nossa vitória. Já na nossa casa, vencemos tranquilamente o terceiro jogo, por 94-66, numa exibição perfeita. Vamos encontrar o SL Benfica na final. Será a primeira vez que jogamos a final com o rival de Lisboa desde que em boa hora o basquetebol regressou ao Clube, em 2019. A consistência demonstrada perante o FC Porto deixa antecipar que, tal como no hóquei, podemos ser campeões.

Duas modalidades que, ao longo da época, sempre deram o que tinham e que não tinham para levar mais longe o nome do Clube. Nas finais que vamos jogar em casa, merecem um Pavilhão João Rocha a abarrotar para também nós fazermos a nossa parte e empurrarmos o Sporting CP para os títulos.

Alvalade 2.0

Por André Bernardo
01 Jun, 2023

Editorial da edição n.º 3926 do Jornal Sporting

Em 2018 a vírgula de Oxford* ganhou uma enorme popularidade devido ao processo movido contra a empresa Oakhurst Dairy, nos Estados Unidos. Na origem do processo está a ausência de uma vírgula (de Oxford), que o tribunal norte-americano viria a considerar criar incerteza suficiente para dar parecer a favor dos queixosos. O caso viria a ganhar escala mediática mundial, tendo pelo menos duas consequências mais conhecidas: a empresa acabou por chegar a acordo com os queixosos no valor de 5 milhões de dólares e o legislador viria a adoptar o ponto e vírgula para evitar ambiguidade na interpretação.

Hoje estreamos o nosso equipamento principal da época 2023/2024, com três vertentes simbólicas de celebração: o dia da criança; o aniversário de 20 anos do Estádio; e o início de uma nova Era.

No próximo dia 6 de Agosto sopraremos as 20 velas de aniversário do (novo) Estádio José Alvalade. Fá-lo-emos em modo de homenagem a todos os que fizeram, e fazem, dele a sua casa e imbuídos do mesmo espírito de (re)início que lhe deu origem em 2003.
Adicionamos um ponto ao número 20, neste caso no meio – 2.0 − para dar início a uma nova era de modernização do nosso lar, colocando também um ponto, neste caso final, a quase 20 anos de desinvestimento no nosso Estádio. Já o tínhamos feito com a renovação das cadeiras, evoluindo em paralelo na, igualmente importante, edificação da identidade Sporting, para nos sentirmos em casa.  Na próxima época avançaremos com um conjunto de melhorias, a anunciar brevemente, que vão permitir melhorar a experiência a todos os Sócios e adeptos.

Dia 3 é dia de Play Day e convido todos a virem celebrar o Dia da Criança em família, podendo experimentar (quase) todas as nossas modalidades de forma divertida.

Convite que estendo para enchermos o Pavilhão João Rocha no apoio às nossas equipas, para colocarmos um ponto final, e em Glória, nas finais que temos pela frente.

*Na pontuação da língua inglesa, uma vírgula de Oxford é uma vírgula colocada imediatamente após o penúltimo termo (ou seja, antes da conjunção coordenativa [geralmente e ou ou])  numa série de três ou mais termos.

Assim não VAR

Por Miguel Braga
25 maio, 2023

Editorial da edição n.º 3925 do Jornal Sporting

Dos nove especialistas que falam e escrevem semanalmente sobre arbitragens em Portugal, oito, repito oito, afirmaram que o golo do SL Benfica já depois dos 90 minutos contra a nossa equipa foi mal validado. A saber:

- Em A Bola, Duarte Gomes escreveu: “… o médio encarnado impediu, com o corpo em rotação, a movimentação e Coates (…); o jogador encarnado estava adiantado irregularmente e tomou parte activa no jogo ao interferir (com contacto físico) na acção do seu adversário. Foi motivo suficiente para justificar a anulação do golo”; antes já o tinha afirmado na SIC Notícias;

Em O Jogo, três especialistas, a mesma opinião:

- Jorge Coroado afirmou “Florentino (…) interferiu, obstruiu e derrubou Coates. (…) Decisão errada derivada à falta de coragem”;

- José Leirós declarou que “o VAR devia indicar a infracção, considerando irregularidade na lei 11, e não validar o golo”;

- Fortunado Azevedo referiu “conforme determina a lei 11.ª, o jogador ao obstruir Coates com contacto toma claramente acção no jogo. O golo deveria ter sido anulado”;

- Na RTP 3, Pedro Henriques garantiu que “a explicação é simples: o Florentino está em fora de jogo posicional (…) e faz isso com intenção e faz aquilo que não pode fazer (…); ele não faz falta, mas ao promover o contacto passa de fora-de-jogo posicional (…) para um fora-de-jogo activo”;

- Já Marco Pina, na CMTV, disse: “O Florentino ao movimentar-se em posição irregular de fora-de-jogo para junto do Coates (…) impede com a sua posição irregular que o Coates se movimente para a bola para disputar o lance. Estando o Florentino em fora-de-jogo tem de ser punido por isso”;

- Tanto na SportTV como no Record, Jorge Faustino afiançou que o golo foi “mal validado. (…) Estamos a falar de um jogador que estando em fora-de-jogo estorva a movimentação do defesa e portanto, fora-de-jogo. Num contexto de futebol de vídeo-árbitro, o vídeo-árbitro tinha todas as condições para intervir e anular este golo”;

- Também no Record Itaurralde González foi peremptório: “bloqueio claríssimo”. E vai mais longe: “é uma jogada de escola de arbitragem. O jogador que está em posição adiantada (…) fez um bloqueio ao defesa do Sporting. Os bloqueios são ilegais no futebol. É uma jogada claríssima e o vídeo-árbitro tinha de intervir”.

Perante uma questão de escola e um lance destes, o sempre prestimoso Marco Ferreira conseguiu escrever no Record que “Coates choca com Florentino que tinha a posição ganha (…). Florentino está adiantado, mas não interfere com nenhum adversário a jogar a bola”. Diz o povo que o maior cego é aquele que não quer ver. E apesar do óbvio, consegue este ex-árbitro voltar a insistir na sua teoria, no mesmo jornal, desrespeitando os seus oito ex-colegas de profissão e as leis que diz que defende, esquecendo-se que o futebol não é basquetebol, que no futebol os bloqueios não são permitidos e que se Coates não interferiu na jogada é porque foi bloqueado por um jogador que estava em posição irregular. Simples para todos, menos para Marco Ferreira. Assim se resume um mau serviço à arbitragem.

Na minha opinião era um lance de VAR, uma ferramenta que em Inglaterra foi explicada, jogo a jogo, pelo ex-árbitro Howard Webb, responsável máximo da arbitragem, ao vivo e a cores na televisão. Sem medos e com transparência. Pelas melhores, mas também pelas piores razões (como se viu neste jogo) o VAR é, nos dias hoje, uma ferramenta central do futebol. Permitir que todos conheçam o racional por trás de cada decisão não deveria causar calafrios a ninguém, muito pelo contrário.

Que quem está atrás das câmaras seja cada vez mais competente é o que se deseja: competente, justo e transparente. A bem do futebol e da verdade desportiva. Infelizmente, no último dérbi, tal não se viu. E o SL Benfica empatou o jogo com um golo irregular. 

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