Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

As eleições, a nova pérola, o seu treinador e o Clube de todos

Por Jornal Sporting
06 Set, 2018

Editorial do director interino do Jornal Sporting para a edição n.º 3692

Já as atenções estão totalmente viradas para as eleições deste sábado e ainda permanece na memória o golo da nova pérola da Academia Sporting, curiosamente também ele com o n.º 77 na camisola, marcado ao minuto 88, frente ao Feirense e que garantiu mais três importantes pontos que mantêm os leões no grupo de líderes da Liga NOS. Não é de estranhar que uma oficina de talentos como a que tem/é o Sporting consiga dar espaço, num abrir e fechar de olhos, a novos valores que consigam, humildemente, ir ganhando o seu espaço na equipa principal.

O caminho é ainda longo, mas as expectativas começam a ficar ao nível das exigências. Nesta edição, Tiago Fernandes, treinador-adjunto do plantel profissional e o único técnico que acompanhou Jovane Cabral desde o primeiro momento em que vestiu de leão ao peito – na verdade foi antes, como vai poder ler –, fala do jovem extremo e de como chegou ao Sporting. Dos seus primeiros tempos e do impacto que esta oportunidade poderá ter para a sua carreira. Nem mesmo José Peseiro, no final da vitória frente aos fogaceiros, assegurada pelo golo solitário de Jovane, deixou de fazer referência à disponibilidade e paciência do jovem extremo em aguardar pelas suas oportunidades. "São estes jogadores que a formação tem de ter. Com este carácter. Não os que fogem quando não são titulares. Que quando vão lá para dentro [de campo], dão tudo... e não escrevem nada".

A justiça das críticas de José Peseiro está alicerçada precisamente na mesma liberdade com que os jogadores (ou quaisquer outros intervenientes em processos idênticos) se escudam em poderem dizer o que sentem em relação às decisões de gestão que o principal responsável pelo plantel toma na perseguição dos objectivos. Ambos estarão sempre na primeira linha das avaliações que cada adepto fará. Há, no entanto, um pormenor (não assim tão insignificante) que jamais se poderá esquecer: José Peseiro é e será até ao seu último dia como treinador da equipa principal do Sporting aquele a quem serão pedidas contas pelo (in)sucesso. A ditadura dos resultados já aqui referida várias vezes.

O mais relevante resultado deste fim-de-semana do Sporting em nada está relacionado com desporto. Um ano e meio depois das últimas eleições, em Março de 2017, a família leonina é novamente chamada a votos. Mais de 50.000 Sócios estão habilitados a exercer o seu direito, que é também um dever. Estão reunidas as condições para se poder bater um novo recorde de participação – não apenas no Sporting mas, provavelmente, a nível nacional –, já que há mais sete mil Sócios em condições de votar do que em 2017. Os Sportinguistas, até pela afluência à reunião magna de 23 de Junho que ditou a destituição do anterior Conselho Directivo, já mostraram ao país que se preocupam com a vida do Clube e que não há qualquer outra forma de gerir os destinos do nosso centenário emblema senão o de dar a voz aos associados para decidirem de sua justiça. Campanha e recta final à parte, o futuro será invariavelmente decidido pela vontade expressa dos Sócios nas urnas. Daremos, mais uma vez, o exemplo do Clube democrático que somos. Que da vasta diversidade de ideias e projectos apresentados pelos candidatos há uma via comum que, a 9 de Setembro, deverá ser aglutinador e apontar o caminho a seguir. Todos. Isto é o Sporting!