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Foto José Lorvão, Mário Vasa e Pedro Zenkl

"Valorizei cada momento que tive com a camisola do Sporting CP"

Por Sporting CP
06 maio, 2020

Grande entrevista do pequeno grande jogador Deo

Para marcar a despedida da equipa de futsal do Sporting Clube de Portugal depois de 16 temporadas (com uma passagem pela Rússia pelo meio), Deo concedeu uma grande entrevista à Sporting TV sobre todo o percurso de Leão ao peito e não escondeu a emoção de dizer adeus ao emblema de Alvalade. Fique com algumas das principais declarações do pequeno grande craque que, aos 37 anos e depois de 26 troféus, fecha desta forma um ciclo.

Primeiros tempos em Alvalade
"O Sporting CP tinha o Mário Jardel e todos conheciam o Clube no Brasil, mas só tive a noção do tamanho do Clube quando cheguei a Portugal. (...) Quando cheguei, visitámos a Nave [de Alvalade] e deu para sentir o que poderia ser o calor dos adeptos naquele pavilhão bem apertadinho. Vi algumas fotografias e percebi que não tinha muito a ver com o futsal no Brasil. Aqui, os adeptos estão mais perto dos jogadores. Quando começaram os jogos do Campeonato e quando estive no primeiro dérbi, tive a confirmação"

"Foi tudo muito rápido na minha vida. Vim para um Clube profissional, com a exigência máxima. Costumo dizer que chegar ao Sporting CP é fácil, mas continuar no Sporting CP é que é difícil porque é um Clube muito exigente que traz muitos jogadores de qualidade. Se não estivermos num nível muito bom, é difícil continuar aqui. Isso deixa-me super feliz. Não imaginava que ia vencer tantos títulos e que me iam acontecer tantas coisas boas"

Relação com os adeptos
"Considero que sou um jogador com uma garra muito grande e acho que isso me fez identificar muito com o Clube e com os adeptos. Não sou e nunca fui um craque, mas fui sempre um jogador que fazia a diferença e ajudava a equipa. A vontade de vencer e de ganhar disputas, mesmo sendo pequeno, fez com que os Sportinguistas se identificassem comigo tal como eu me identifiquei com eles"

Golo contra o Inter FS na meia-final da UEFA Futsal Champions League de 2018/2019
"Começámos o jogo muito bem. No banco, estávamos a comentar que «hoje é nosso». Logo a seguir, o Inter FS fez o golo e comentámos que «outra vez, não». O Nuno [Dias] chamou-me para entrar e logo na primeira ou segunda bola faço aquela jogada que é uma característima minha e faço o golo. O meu golo foi fantástico porque voltou a colocar-nos em cima deles. Foi um golo importantíssimo para essa caminhada. Houve outros importantes, claro, mas por ter sido logo a seguir ao golo deles derrubou animicamente alguns jogadores da equipa deles, como se vê na reacção deles"

Final da UEFA Futsal Champions League de 2018/2019 contra o AFC Kairat
"Lembro-me de ter duas ou três oportunidades de fazer golo e não consegui. Lembro-me do apito final. De todos colocarem as mãos na cabeça. Muita gente não tem noção da importância porque não esteve connosco quando perdemos e fomos humilhados. Foi um momento fantástico para todos"

Festa após a conquista europeia
"Quando saímos da quadra e fomos para o balneário, todos ligaram para a família. Eu liguei para a minha mãe. Todos queriam mostrar o troféu, foi uma confusão gigantesca e estava tudo muito eufórico. (...) Queríamos chegar rapidamente a Portugal porque sabíamos que íamos fazer uma grande festa, mas não como aconteceu. No aeroporto e no caminho até à Câmara [Municipal de Lisboa] já vimos muitos adeptos. Mas não tínhamos noção do que estava à nossa espera no Pavilhão João Rocha"

Peso de vestir a camisola do Sporting CP
"É uma camisola super pesada por vários motivos. Pelo tamanho do Clube, pelos adeptos apaixonados, pela exigência do plantel e dos treinadores. Podes não ser grande jogador, mas os adeptos adoram quando deixas tudo em campo, quando sais suado. Os adeptos gostam da entrega. Os jogadores têm de suar muito a camisola para continuar a representar o Sporting CP"

De que vai sentir mais falta
"Várias coisas. É difícil. A paixão que eu tenho em defender o Sporting CP, estar com os adeptos, poder... [pausa emocionada] Poder chegar ao dia de jogo, entrar no pavilhão e ver os adeptos a chamarem o teu nome. É difícil. Não consigo nem falar. Vou sentir falta de representar o Sporting CP, que é das coisas que eu mais gosto. É um Clube pelo qual me apaixonei e que a minha família ama. Vai ser muito difícil não vestir mais a camisola. Olhar para o peito e não ver mais o símbolo do Sporting CP"

Sentimento de missão cumprida
"Sinto-me realizado. Conquistei títulos, joguei na antiga Nave e no novo Pavilhão, fiz mais de 500 jogos, estive no tricampeonato, ganhei a UEFA Futsal Champions League. Fazendo um balanço geral, saio super feliz e satisfeito. A melhor saída seria a ganhar um título aqui, no Pavilhão João Rocha. Sempre imaginei isso. É a única coisa que vai faltar"

Como quer ser relembrado
"Como alguém que honrou a camisola do Sporting CP. E acho que é isso que vão ouvir de mim. Valorizei cada momento que tive com a camisola do Sporting CP"